Foi publicado, e não desmentido pelo próprio, que António Costa considerou ter sido “aldrabado” por Sócrates a respeito das heranças que a mãe deste teria recebido, afirmações feitas em Julho de 2021 para a actualização de uma biografia de Mário Soares. Também nessa ocasião terá declarado a Joaquim Vieira que Soares foi instrumentalizado com a finalidade de assim impedir o confronto de Costa com Sócrates na prisão de Évora.
A primeira reacção que esta notícia provoca é de atarantação. Não por existir alguém que considere Sócrates mentiroso, sequer por existir alguém que ache verosímil Soares ter sido manipulado para (cônscia ou inconscientemente) alinhar com uma artimanha indigna e vexante. Isso são banalidades irrelevantes. A perplexidade, a raiar o estado comatoso, vem da pessoa que permite (e que o permite nesta altura) ficarmos a saber que tal pensa, em tal (pelos vistos) acredita. Como é possível ser-se tão imbecil?
Comecemos por este cenário: um dia, de uma maneira qualquer, será provado que Sócrates mentiu a respeito das heranças familiares e que Soares foi uma vítima, ou um cúmplice, do ardil que impediu Costa de esclarecer lá o não sei quê que alega ter ido a Évora para esclarecer. Problemazinho: esse dia não é hoje, não será amanhã e, aposto os 10 euros que tenho no bolso, a acontecer só virá um mês depois do dia de São Nunca. Isto porque a matéria das heranças está documentada junto das autoridades e é, no seu conteúdo, assunto que se esgota na privacidade de Sócrates e da sua família. Que importa, seja para o que for com estatuto de interesse público, que as heranças tenham sido assim ou assado, e que o pecúlio tenha sido gasto desta ou daquela maneira, e que o homem tenha publicitado ao longo dos anos isto ou aquilo a seu respeito? Importa como eventual indício em foro de investigação judicial, claro que sim, mas fora desse âmbito é uma problemática estritamente moral e mesquinhamente polémica. Ter um primeiro-ministro a envolver-se com a Operação Marquês, na qual Sócrates está como inocente pois ainda de nada foi condenado, para atacar – recorrendo à subjectividade – aspectos de personalidade do principal arguido fica como um registo quase tão abjecto como o de Carlos Alexandre na infame entrevista em que condenou em público um cidadão à sua guarda constitucional.
Continuemos com este cenário: nunca se saberá ao certo o que se passou para que Soares tivesse aparecido em Évora ao mesmo tempo que Costa mas, lançada a lebre, vão começar a aparecer versões, relatos, teorias da conspiração. Primeiro efeito, indelével, a memória de Soares fica inacreditavelmente maculada por uma das mais importantes figuras da história do PS e da política nacional, António Costa, primeiro-ministro em funções. O alvo do que é tecnicamente uma colossal difamação não se pode defender, e só por este aspecto as declarações de Costa são um monumento ao despudor e à chungaria. Parece conversa de tasca, um vale tudo etílico, ou então o planeado intento de fazer o assassinato de carácter a Soares. Hipótese irracional? Não tão irracionalizante como o facto consumado, ter feito as declarações na berlinda e logo para ficarem inclusas numa biografia de Mário Soares. No outro lado da ladeira, o prestígio de Costa não surge mais bem tratado. Ao querer ficar colado à imagem de não ter conseguido interromper o “comício” de um Soares incontinente verbal (cheché, como deixa sugerido) para encostar o vilão às grades e sacar-lhe a confissão dos seus homéricos crimes, vendo-se assim obrigado a regressar a Lisboa a chuchar no dedo, esta consciência revela ter perdido por completo a noção do ridículo. Espero, em nome de todos quantos lhe queiram bem, família e amigos, que a passagem do livro onde se cobre de alcatrão e penas seja desmentida.
Mas não será, né? O que nos leva para o último cenário: Sócrates foi corrompido, o dinheiro do amigo era dele, enganou este mundo e o outro, a mielas com o Salgado serviu-se do PS e do cargo de primeiro-ministro para se encher de milhões, de fatos caríssimos, de férias luxuosas, de droga e sexo. Um monstro, portanto, e um génio do crime como nunca houve outro no Planeta pois conseguiu fazer isso tudo sozinho e nos intervalos do expediente. Ora, sendo esse o retrato, como é que Costa se revela tão falho de curiosidade em ter uma conversinha com o fulano logo em 2014? E se não conseguiu em 2014, por via da tal armadilha com o idoso que não se calava, que o impediu de continuar a tentar em 2015? Ou 2016? 2017? 2018? 2019? 2020? 2021? E 2022, que ainda nem vai a meio? Aliás, por que raio não aproveitou a presença do patriarcal e heróico Mário Soares para lhe imitar o exemplo e confrontar na sua presença Sócrates com tudo o que lhe quisesse perguntar e dizer? E por que caralho não fez como Guterres, que visitou Sócrates mais do que uma vez e, milagre, ainda conseguiu ser eleito secretário-geral da Organização das Nações Unidas? Das duas uma: ou Costa sabia que as suspeitas de corrupção não passavam de tangas, ou Costa… o quê? Como caracterizar a atitude de indiferença que o próprio assume em relação ao que o Ministério Público berra ser o maior crime alguma vez cometido em Portugal e que, a ser provado, envolve directamente o PS e todos os que integraram o partido e os Governos quando Sócrates era o líder?
Espantoso, inexplicável, misterioso episódio. O silêncio que se seguiu à imediata resposta de Sócrates, com uma frontalidade à prova de pulhas, só adensa o absurdo criado por Costa. Um Costa que, para supina sorte deste país, é primeiro-ministro desde 2015 e acaba de ganhar uma maioria absoluta que não poderia ter vindo em melhor altura dado o novo ciclo de crises internacionais imprevisíveis e potencialmente catastróficas. Um Costa que merece um lugar no panteão dos melhores políticos da nossa democracia por ser um oceano do tal bom senso que alimenta e protege o bem comum. E um Costa capaz de se aliar a um caluniador profissional, servindo-se das instituições e instalações da República para um número político-mediático onde se exploraram menores. Contrastes de quem talvez nunca tenha tido a ambição de chegar onde chegou, e que disso fez uma força que lhe deu os merecidos triunfos políticos.
Eis a aura mediocritas daquele que continua sem rival no horizonte para se fazer melhor em S. Bento.
O Lucas Galuxo tinha razão. De há uns tempos para cá, só acertas quando tratas da Operação Marquês e pulhices associadas. Mas há por aí algumas ligeiras falhas. Exemplo:
“Ter um primeiro-ministro a envolver-se com a Operação Marquês, na qual Sócrates está como inocente pois ainda de nada foi condenado, para atacar – recorrendo à subjectividade – aspectos de personalidade do principal arguido fica como um registo quase tão abjecto como o de Carlos Alexandre na infame entrevista em que condenou em público um cidadão à sua guarda constitucional.”
“Ter um primeiro-ministro a (…) fica como um registo QUASE TÃO ABJECTO como o de Carlos Alexandre na infame entrevista”, meu, peca por defeito. Rigoroso e objectivo seria, ou será, dizer que “fica como um registo AINDA MAIS ABJECTO, MAS MESMO MUITO MAIS ABJECTO, que o de Carlos Alexandre na (…)”. António Costa declarava-se amigo de Sócrates, o que nunca foi o caso do supercoiso. Com amigos destes, quem precisa de inimigos?
eu li sobre esse assunto ontem e fiquei mal o resto do dia com tanto desgosto. o que tem que ver uma herança de família com traição política? quando muito, seria um segredo que quis guardar, ou não quis partilhar. talvez Sócrates tenha mais pudor do que o que Costa pense: para quê exibir fortuna para trabalhar para o bem comum se o que conta é ser um trabalhador afortunado? e depois, sim, se se sentiu ferido poderia muito bem ter privado com Sócrates e, além de compreender a sua vulnerabilidade, mostrar-lhe o quanto se sentia vulnerável com essa questão ainda que seja um assunto privado. e depois porque haveria Mário Soares de querer apadrinhar Sócrates O Imoral? não simpatizando com o senhor, não encontro razões que lhe permitissem, na esfera política, querer abraçar Sócrates se não fosse por acreditar na sua inocência. os amigos apoiam-se e ouvem-se e abraçam-se e trocam confidências e aceitam falhas – menos quando são falhas de carácter.
não querendo confundir, nem misturar, a governação de Costa, que apoio e defendo, assim como vinha a defender o seu arrependimento na deslealdade a Sócrates, neste momento, e não havendo um Costa que se chegue à frente para limpar a badalhoquice, a minha tristeza e desapontamento perante o seu carácter definhará em queda livre. mato-o. mas também se erguerá uma força maior: a de que a verdade sobre a realidade me tornará mais forte para continuar a escolher a lucidez, a inteligência e a liberdade.
está decidido. pra próxima votas no sérgio sousa pinto
socrates está como inocente na operação marquês mas o massacre de bucha já se sabe que foi a russia
‘tudo aqui, claro e evidente’ — nem mais!
por a hipótese de quem está no convento é que sabe o que lá vai dentro????
montes de socialistas , a começar no outro traído pelo pm , torciam o nariz ao zezito por causa das suas “companhias” , mas tinha a proteção do “padrinho”. suponho que é esse o motivo de ter chamado soares ao baile do afilhado.
o post é ao lado do verdadeiro problema para os cidadãos : como é que sabendo que tinham um aldrabão de secretário geral não o denunciaram e o deixaram ir a eleições ?
concluindo : todo este problema que tivemos com o zezito e o seu partido deriva do funcionamento interno dos parttdos , que é tudo menos democrático , que leva a que haja pessoas , como o soares , com demasiada influência em por e tirar boys dos cargos . comem e calam com medo de perder o tacho ou de não serem nomeáveis. os mesmos nomes anos e anos nos ministérios e secretariados ??? que é isso ? monarquia partidária ?
yo, olhe o respeito: o Sócrates não andou consigo nas mangas japonesas para lhe chamar zezito. !ai! que riso. ademais, está a passar mesmo ao lado do real problema: o excelente carácter de Sócrates a ser, uma vez mais, enxovalhado pela infantilidade negativa que é a maldade pura sem filtros. portanto, reiterando o que lhe já vi e continuo a ver: vá-se lavar por baixo e por cima, cresça para aparecer se o seu sonho é ser gente decente.
pois , ele não terá andado , mas andou quem andou com ele , topa , cara topo cegueto ?
vara , antónio josé morais , pinto de sousa , os 3 da vida airada .
e o seu sonho é que o zezito seja um homem decente , mas não é , temos pena . escolha outro herói , talvez o zelinsky ? parecem similares , os dois compráveis , nem vai dar pela diferença.
o meu sonho é que os putinistas como a yo sejam abatidos da face da terra para que as pessoas decentes possam viver em liberdade. estou disponível para vos limpar o sebo. !ai! que riso
Sei que Sócrates NÃO mentiu a respeito da fortuna deixada pelo seu avô materno. Ainda ele estava na JS e eu já o sabia pela minha mãe e não importa aqui referir como! Costa mostrou que, afinal, se serviu da sua alegada “amizade” para demonstrar que no fundo essa dita amizade mais não passava de uma invejite aguda com propósitos políticos! Afinal Sócrates foi uma mente brilhante e um político de gabarito mundial, e Costa percebeu isso mesmo, pelo que naquela máxima “junta-te aos melhores que serás como ele” encostou-se-lhe e aprendeu e muito! Mas como se pode enganar durante algum tempo mas não todo o tempo, escorregou de uma forma infâme para o que sempre sentiu: zelotipia! Não só é um absurdo como fala muito acerca do carácter dele! Absolutamente lamentável….
omg , é só cromas.
ya , eu também herdei cem mil.
tostões.
não euros.
onde está a guia de pagamento de imposto sucessório ? deve ser bateladas , dada a fortuna.
os inventários , obrigatório entregar nas finanças ? ´toda a gente guarda essa papelada. poderemos aferir por aí os milhões todos que herdaram.
ou : não me digam que um político dos da redistribuição “se todos pagarem, pagamos menos” e bla bla , fugiu ao fisco??????????
aliás , é melhor deixarem de querer fazer os outros de parvos , porque evidentemente que se esses documentos existissem já os teríamos visto 500 mil vezes e nem se falava do assunto. não é por repetirem a mentira até à exaustão que passa a ser verdade.
por outro lado , imaginando uma realidade alternativa , onde o zezito tivesse ganho realmente uma herança milionária , que gastou em 3 tempos , posto que vivia ultimamente de emprestado pelo carlos silva , percebe-se perfeitamente como levou um país à bancarrota : se gasta o seu assim , ao desbarato , imaginem o dos outros…
cale-se, yo, fuja da minha fusca e não seja cusca: se quer saber das heranças alheias vá beber copos e matar o bicho com o António Costa. depois esconda-se de mim, pois claro, e do meu lusco-fusco gigante e apuradíssimo em missões especiais. !ai! que riso
yo, ouvi dizer, já que gosta tanto do diz que diz sem se focar em sentenças comprovativas de inocência, que o professor karamba é excelente para acabar com a inveja. vá, lhi ligui, vai. !ai! que riso
Então, o Costa é calhorda ou bertoldo e os seus triunfos políticos são “merecidos”!?
Joaquim Vieira é um dos mais activos destiladores de ódio ao Sócrates na praça pública. Ao aceitar oferecer-lhe contribuições, António Costa já sabia da intenção do autor procurar nele duas ou três frases para fazer o pregão do ardina. Dois estupores.
inveja de quê , tótozinha ? de só se sentirem satisfeitos a gastar pipas de massa e a ostentar ? são dignos é de pena, não de inveja. o meu objectivo é precisar cada vez de menos coisas , não é encher-me de tralha , cara amante de pavões artificiais .
se ser totózinha é, cada vez mais, precisar de saber mais verdade sobre a realidade sem pavões artificiais de pilas grandes pornográficas em mangas japonesas e sombras cinzentas, então eu sou a rainha totó cor de rosa. amante de pavões artificiais é a yo, sua putinista chunga com meias ligas cheiinhas de foguetes, azeiteira de massacres com soutiens enchidos pelos chineses, badalhoca da difamação em fio dental borrado de sangue. !ai! que riso
Costa defenestrou num abrir e fechar de olhos, José Seguro.
Este outro José, foi num estalar de dedos.
Não se encontra diplomacia desta em Portugal, mais que uma vez na vida.
A saga continua … é preciso acabar com o “fantasma” do Sócrates!
Com um enorme sentido de oportunidade, o jornaleiro revisor da biografia de
Mário Soares numa cajadada quis matar dois “coelhos” ou seja, destratar o bio-
grafado dando a entender que este seria um “pau mandado” de José Sócrates
algo que, nem uma criança de 6 anos acredita e pior, pretende por palavras de
atribuídas ao actual PM do PS chamar de mentiroso ao anterior PM do mesmo
partido!
A ser verdade que, António Costa disse o que foi escrito, isso será de extrema
gravidade e, para lá do rombo dado na sua credibilidade naturalmente, o par-
tido também será bastante afectado no seu prestígio e ética!!!
“A ser verdade que, António Costa disse o que foi escrito, isso será de extrema”
A ser verdade que J. Madeira disse o que escreveu!
Será o fim do mundo?
ora , tenho uma solução para o problema dos partidos : os cargos de nomeação política devem ser sorteados entre uns tantos , com qualificações similares , que se candidatem a eles , incluindo os ministros , desde que sejam militantes. assim acaba-se com pessoas nos partidos com poder para queimar os que não lhes lambem as botas ou que não são do círculo “certo”. , e inaugura-se uma época de liberdade de expressão e de escolha nos paridos : abaixo a ditadura dos notáveis e o asquerosos lambebotismo , abaixo os “delfins”.