Blogues com comentários têm a porta sempre aberta. A qualquer momento, entra um hóspede, instala-se e começa a falar. Para ele, a data de publicação não é mais do que ruído gráfico. Porque a página está como nova, não amareleceu nem se enrugou com o uso. Mergulha-se na conversa sem respeito pelas barbas de Cronos. E acontecem coisas como estas:
Um texto escrito em Agosto do ano passado, abrir o livro, estava já a comer alface pela raiz quando recebeu uma ilustre visita, Rinito Rita. Por causa dele, vieram outros da mesma cepa. Quem eram? Hoquistas, ou apaixonados pela modalidade, com o coração cheio de alegrias e mágoas. Almas que viveram a glória desportiva, esse ancestral êxtase de existir que nos liga aos deuses através dos sortilégios da luta. Sem saberem, estavam eles a oferecer-me o prémio mais alto desde que escrevo. Uma verdadeira honra ter ficado, nem que por instantes, ligado às suas memórias e esperanças. Inventou-se a vaidade para surpresas assim.
Um texto escrito pelo Fernando em Abril de 2006, Portugal: queremos “isto”?, continua a dar que falar. Está a merecer bolo de segundo aniversário. Os dois últimos comentários exemplificam as tipologias do meio: este, comovente; aquele, inane.
Finalmente, uma das sui generis prestações do TT, AU REVOIR MONSIEUR PASTEUR, recebe regulares testemunhos de especialistas em medicinas esotéricas, ou serão esoterismos medicinais?, aumentando o fascínio da mais enigmática figura que já passou pelo Aspirina B. Também ele porta aberta por onde entra, em remoinho, a saudade.
Lembras bem Valupi, que é feito do TT? Eu tenho saudades das suas ‘sui generis’ prestações.
Não sei nada de nada, sininho. É um enigma esse nosso amigo.
Caro Valupi,
Sou sua fã, assídua de seus lindos textos. Estou aqui do outro lado do mundo, país da lingua portuguesa, só acho engraçado a escrita das palavras, por exemplo acção, aqui escrevemos ação, mas não sei se a pronuncia é a mesma. Mas nada que atrapalhe os seus infinitos toques no teclado.
Continue me alegrando com seus trechos, faz me bem
Karin, és a minha primeira fã. Desconfio que serás também a única. Mas isso que não te desanime, ficas com o clube todo para ti.
Não estava à espera de ser lido nessa terra que também amo, por tantas razões. Informo que em breve, alguns anos, também por cá se escreverá “ação”. A fonética é a mesma, a grafia irá assumi-lo. É o famoso Acordo Ortográfico, a criar uma só língua oficial para todos os países dos PALOP.
Saravá!