Não é que estes elementos do PSD não tenham o direito de definir um programa para o país totalmente neoliberal, que tenha por objetivo reduzir o Estado à coleta de impostos aos mais remediados, à promoção da caridade e à manutenção da ordem pública. Têm. Não têm é o direito de esconder esse programa na hora das eleições, iludir os portugueses com a eliminação das “gorduras do Estado” que tudo resolveriam, imputar responsabilidades por uma bancarrota inventada ao anterior primeiro-ministro (que nada tem a ver com os desígnios desta nova gente para Portugal) e invocar, com base nisso, um pesado fardo do qual estão a libertar os portugueses, a coberto de uma Troika de credores cujas ideias radicais e principal objetivo bem conhecem.
Honestidade seria o mínimo que os portugueses lhes deveriam exigir, já que o tal primeiro direito lhes assiste. Mas o comportamento, e bem assim a entrevista de ontem, foram tudo menos honestos. Além de medíocre, o que já seria de esperar, a prestação de Passos na televisão foi sobretudo reveladora da intenção permanente deste governo de ludibriar, e cada vez mais inabilmente, quem os ouve. Começou pela ligeireza com que se referiu à derrapagem monumental de Gaspar no orçamento deste ano, que pelos vistos pouco importou, pois o que conta é a intenção e a intenção é empobrecer o país (para reduzir o peso das importações na balança externa, pasme-se; mas isso levar-nos-ia longe). Depois desligou-a completamente da nova carga brutal de impostos para 2013. A questão dos 4000 milhões de euros de cortes na despesa foi metida numa embrulhada de discussão do Estado social até ao verão, enquanto declarava que até fevereiro as medidas estariam definidas. A própria necessidade dessas medidas também não foi explicada claramente, nem o papel da Troika nesse particular. É certo que os entrevistadores deixaram muitas perguntas por fazer, algumas flagrantes, como quando ficou claro que afinal as chamadas gorduras são salários e prestações sociais. As novas condições de que Portugal poderia beneficiar também não entusiasmaram esta espécie de primeiro-ministro, que possivelmente vê nelas uma séria perturbação do modelo Excel de Gaspar.
Devido às mentiras que andou a propalar durante um ano, antes de ser eleito, tornou-se evidente que as artimanhas para implementar o seu verdadeiro programa são mais que muitas e não têm limites. E percebe-se mesmo que são eles que apresentam um programa de medidas mais drástico à própria Troika, que rejubila, claro (“Vocês têm um Ministro das Finanças muito impressionante”, disse Selassie). Enquanto a população estiver controlada…
E, de facto, em matéria de manifestações, esta entrevista teve uma forte componente de provocação. Não havendo Presidente da República nem coragem no parceiro de coligação (o que saberá o Relvas de Cavaco e de Portas?) para pôr um travão nesta corrida para o abismo, o que foi dito é que as manifestações são uma espécie de romaria, falou-se mesmo em festa, lamentavelmente estragada por alguns, mas uma festa que o Governo até saúda, desde que não lhes compliquem a vida. Irão até onde puderem e enquanto puderem, é o que podemos concluir. Os cortes que sucederão a cortes que sucederão a cortes, que foi a única perspetiva aberta por esta entrevista, não terão opositores porque o povo é pacífico. Até dá vontade que não seja.
Penso que a entrevista de Passos Coelho foi esclarecedora, mesmo (ou sobretudo) sabendo que, quando fala, Passos é o boneco (no palco) do ventríloquo Gaspar (cada vez menos nos bastidores).
Quando Gaspar, através de Passos, diz que não quer beneficiar do que a troika concede à Grécia, sobretudo mais tempo para pagar a dívida, com o que poderia atenuar o sofrimento que o brutal “reajustamento” causa à generalidade da população, Gaspar mostra que os seus objectivos prioritários não são o reequilíbrio das contas e a redução da dívida. O verdadeiro objectivo é, cavalgando a onda da crise, reduzir a cinzas o actual modelo social e económico de Portugal, criando um modelo caracterizado por uma presença residual do Estado na economia e nas funções sociais. Um modelo onde a classe média (os “remediados”) tem presença mínima e onde as enormes desigualdades e a pobreza são plenamente assumidas como o natural preço de uma sociedade “mais livre do jugo do Estado” e mais “eficiente”.
Por isso é que Gaspar se está olimpicamente nas tintas para os sucessivos erros nas previsões, para o agravamento de do défice e da dívida e, sobretudo, para o cortejo de sofrimento que vai deixando para trás, continuando a afirmar que o processo de “reajustamento” está a correr bem. Para Gaspar os reequilíbrios decorrerão, naturalmente, do sucesso do seu modelo sócio-economíco e, nessa medida, a verdadeira urgência é a implantação desse modelo. E, convenhamos, para essa rápida implantação nada melhor de que uma crise, que, se necessário, deve ser alimentada.
Daí que, para Gaspar, tudo o que possa atenuar a crise seja, apenas e só, um escolho a evitar ou a remover.
Aqui está um dos objectivos do esbulho fiscal criminosamente organizado sob roupagens ideológicas bem definidas. Inicia-se agora o ataque ás gorduras do estado, leia-se funções sociais do mesmo e eliminação dos párias. Onde é que se viu pensões de reformas superiores a quinhentos euros? É preciso pôr a canalha na ordem. Gentalha mal habituada a viver à custa dos impostos de quem trabalha e minando a credibilidade da nossa pátria. Está aberto o caminho para as jonês deste mundo e as tias da lapa descerem à cidade com as açafatas plenas de côdea do dia anterior, roupinha usada e pagelas de santinhos. Tenha paciência meu senhor! Oh martim veja se não toca no homem que essa gente tresanda…a pobre! Sebastião dê só uma côdea, não os habitue mal!
Já devia ter aprendido com as anteriores, mas o meu lado masoquista por vezes leva-me a ver estas entrevistas como se a dor me aliviasse o fardo!
Começando pelos entrevistadores, que não perguntam o que deveriam e deixam passar em branco muitas encenações e acabando na pobreza franciscana das ideias do entrevistado, foi mais uma perda de tempo e um enjoo.
teofilo,a entrevistadora passou-se do pcp (quem sai ao seu pai biologico não degenera) para a direita por via matrimonial.o colega,é um homem serio mas não quer correr riscos.o relvas é como nosso senhor,está em todo lado.
nunca vi um Pm com tanta falta de vergonha como este.age como se o passado já esteja enterrado ao fim de 2 anos.este tipo de comportamento só o podemos classificar de vigaro.
A entrevista em vez de “esclarecedora”, foi uma confirmação da confusão mental em
que o p. ministro se enrola, confirmou o que todos há muito sabemos quem manda
é o Gasparoika! Que não sabem o que vai acontecer em 2014 porque, esperam ser
corridos antes … só falta o relvas fechar os negócios das privatizações!
Os entrevistadores, estiveram muito abaixo do nível que dizem ter ou em que são
tidos, por alguns comentadeiros da nossa praça! Um trabalho para esquecer!!!
Que culpa temos de os portugueses andarem acobardados ?! Toca a malhar!! Pessoalmente sou a favor de insistir enquanto o chão vai dando uvas!! E como dizer mal do ditador socialista é chão que dará uvas para muitos e bons anos…oupa!!! É insistir!!
Pessoalmente também gostava que se efetivasse um movimento em Portugal que levasse à ilegalizaçao dos partidos de esquerda. Os seus bens seriam penhorados e os energúmenos que constassem como militantes dessas organizações mafiosas seria fuzilados, em Estádio ou Praça Pública, tanto fazia.
Tenho a certeza que teríamos um Novo Portugal, mais risonho e livre de amarras que nos prendem o desenvolvimento.
Aja ao menos quem está bem com esta crise criada pelos socialistas.
Agradeço também à Comunicação Social Portuguesa por nos ajudar nesta árdua tarefa de levantar Portugal.
“o que saberá o Relvas de Cavaco e de Portas?” O que saberá Relvas sobre estas figurinhas é demasiado evidente para despertar qualquer curiosidade …..
A grande pergunta é: O que saberá o Relvas sobre o Seguro???? O oportunismo e a cobardia do velhaco tó zé há muito que deixou de explicar tudo!
Este camelo é economista licenciado pela Universidade Lusíada? Deve ser uma bela fabrica de ignorantes!
@amnesico: o pais andava para a frente era se se visse livre de gente estúpida e anti-democrática como tu. Deves ter sido colega do Relvas na Universidade da Farinha Amparo.