O pecado da modernização das escolas

Não havendo qualquer notícia de fraude ou desvio de fundos, há algo de muito errado, rasteiro e revoltante na maneira como esta direita ataca a Parque Escolar (o mesmo já acontecera com o Magalhães): em vez de se regozijarem com a ideia louvável que alguém teve de melhorar, e com urgência, a qualidade das escolas públicas, a maior parte delas degradadas e com falta de, por exemplo, instalações desportivas, e em vez de se orgulharem e de quererem, eles também, aproveitar ao máximo os fundos da UE para prossecução de tão nobre causa, não perdem uma oportunidade para denegrir o empreendimento, mesmo que transpareça para a opinião pública, nela incluída a dos próprios jovens beneficiários, a ideia de que a atitude acertada teria sido deixar ruir as escolas ou torná-las infrequentáveis.

Este caso, que merecia toda a solidariedade nacional, quanto mais não seja porque a quase totalidade dos fundos provém da União, transforma-se assim em mais um triste exemplo de como o combate político protagonizado por esta direita estúpida atropela com total indiferença as mais legítimas aspirações da população (uma delas, a qualidade de vida, também passa pela qualidade das instalações onde se trabalha ou estuda).

A notícia do jornal i aqui “linkada” deixa, além disso, muito pouco espaço para explicações das partes acusadas pelo ministro.

««Nuno Crato revelou também no parlamento que a auditoria à Parque Escolar feita pela Inspecção-Geral das Finanças está concluída. E enunciou dois factos que põem em causa os procedimentos com uma das paixões de Sócrates: que a Parque Escolar deveria ter estabelecido tectos para o investimento em cada obra e deveria ter feito uma apreciação crítica da arquitectura antes de avançar com as obras.

“Não o fez”, acrescentou o ministro, “e houve uma subida de custos muito elevada.” Crato disse ainda que a auditoria do Tribunal de Contas continua na fase de contraditório e fiscaliza cinco obras, devendo o resultado ser conhecido em breve.

Quanto à situação financeira da empresa, o investimento continua a ser fortemente apoiado pelo QREN, estando em curso diligências que visam reforçar o co-financiamento comunitário e, desta forma, “contribuir positivamente para a consolidação orçamental”, diz fonte oficial da Parque Escolar. A empresa está a pagar aos fornecedores a 90 dias, em vez dos 60 anteriores, devido a atrasos nas transferências dos fundos comunitários.»

6 thoughts on “O pecado da modernização das escolas”

  1. à falta de ideias próprias e vontade de fazer crítica o que foi feito, é a continuação do plano inclinado a solo. uma vez comuna, filho da puta para sempre.

  2. Quando este lacaio for de novo pastar caracóis para a Sociedade Portuguesa de Matemática veremos a absurda diferença entre o seu legado do Governo em que se prestou a servir como Ministro e o dos dois Governos de José Sócrates, no respeitante ao estado da Educação. E oxalá eu me enganasse…

  3. vamos lá ver uma coisa – o sentido crítico existe independentemente de estarmos mais ou menos próximos de ideologias ou de personalidades políticas e se é um facto que modernizou e melhorou condições em geral também o é assumir que houve esbanjamento de dinheiro em, por exemplo, questões estéticas perfeitamente dispensáveis e que não se coadunam com questões de segurança e resposta às emergências. e quem não o sabe que fique a saber. já quem o não quer ver que faça um esforço para tirar as palas, e o chapéu, à verdade – é que só os burros, os que não querem ver, é que não mudam.

  4. a bécula queria dar pareceres arquitectóinos sobre o a remodelação do parque escolar, para questoões de bom gosto e funcionalidade favor consultar o site da açorda. contenta-te a regar plantas de emergência, que já não vais nada mal.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *