Passos Coelho andou ontem a dizer que o seu governo e a Troika cometeram muitos erros e que, no entanto, foi graças ao bom trabalho dessa parceria que o seu próprio governo começou a remover a austeridade em 2015.
Estas afirmações merecem-me as seguintes interrogações/comentários: que erros foram cometidos pela dupla governo PSD-CDS+Troika? Quais foram? Seria muito interessante saber, pois ainda há pouco tempo este homem se orgulhava de ter ido além da Troika, de tal maneira concordava com a sua visão das coisas. Depois, a austeridade que começou a “ser removida” no ano passado, ou, mais exatamente, o apregoar de uma redução num futuro próximo, pois na prática nada se viu, teve, como toda a gente sabe, a ver com a proximidade das eleições e a necessidade de não perderem votos. Mais nada.
As mãos pelos pés
«A falar em Bruxelas, na sede do Partido Popular Europeu, para uma plateia de social-democratas, apoiantes da sua recandidatura à liderança do PSD, Passos Coelho considerou que para “mudar a página” da austeridade é preciso avaliar prós e contras.
“A questão é saber se no afã de querer voltar essa página não tropeçamos e não temos de voltar atrás”, afirmou.»
Mau Maria. Afinal foi imprudente ao querer remover a austeridade? Afinal o atual governo é imprudente, avaliou mal a verdadeira situação herdada? Afinal não foi a sua ação extraordinária, as suas medidas, que permitiram o alívio da austeridade? Afinal é mau aliviar a austeridade? Sim, mas só quando fala para estrangeiros? Não há pachorra.
Passos, filho, esta é a realidade: em Portugal, a maioria das pessoas que não emigraram ganha mal ou muito mal, a maioria dos desempregados já não recebe qualquer subsídio, a pobreza aumentou, os serviços públicos, sobretudo a saúde, funcionam mal e estão exangues, o país considera-se punido (alguns, os que ainda votaram em ti, justamente punidos) e, apesar de tudo isso, a dívida pública aumentou, o sistema bancário está fragilíssimo, o défice diminuiu muito pouco, ficando sempre aquém das previsões, o investimento produtivo é nulo, as perspetivas económicas eram más em finais de 2015. É isto.
O desejo de inversão da política de austeridade não se deve ao bom estado do país. Deve-se, pelo contrário, à constatação de que a austeridade foi um fracasso e à convicção de que deve haver alternativa, se o objetivo for melhorar a autonomia do país, a sua economia, as qualificações e, enfim, a vida dos portugueses, ou seja, das empresas, dos desempregados, dos velhos, das crianças, dos reformados, dos trabalhadores.
Segue cópia para o César das Neves (hoje no DN com o Titanic IV), que estacionou até ao fim dos seus dias na narrativa falseada e podre do que aconteceu em 2008 e de lá manda bombas de mau cheiro regularmente. Ele e outros.
A “notícia” não é o homem-anedota. Já cansa. A noticia é porque é que o homem-anedota ainda anda aí.
Porque é que o Costa não mata o homem-anedota? Tem munições para isso. Em vez disso, abraça aconchegadamente o neo-presidente relançando a TV Marcello, com uma idiotica ida e vinda de ministros a Queluz (não por acaso) com cobertura mediática. Só falta o Mercedes de 6 portas. Está disposto a ir para a cama com o Coelho assim que ganhe o próximo congresso, e a fechar com chave d’ouro a magistratura do pior presidente de que há memória com o convite para um conselho de ministros. Isto é, ajuda a consolidar e a branquear a narrativa da direita em torno da crise, e de que tudo não passou de um mau momento que é preciso esquecer rápidamente. É a politica do pisca-pisca.
Pisca à esquerda, pisca e catrapisca à direita, e visão, nicles.,
Mais notícias do homem anedota:
“Excedente externo aumenta em 2015 para 1,7%”
“Depois de anos de sucessivos défices, Portugal atingiu uma posição excedentária em 2012, tendo-a conservado desde então. ”
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/conjuntura/detalhe/excedente_externo_aumenta_em_2015_para_17.html
Ó anónimo
Pudera !
Se eu meter escravos a trabalhar para mim garanto que o meu negócio dará lucro como nunca !
Sou muito competente, eu ?
Sou é muito FDP.
“Depois de anos de sucessivos défices, Portugal atingiu uma posição excedentária em 2012, tendo-a conservado desde então. ”
chama-se galp e foi um investimento da era sócras. depois temos outros contributos sem investimento, o turismo que vive do sol, areia e mão-de-obra barata e remessas de emigrantes que foram roubados pelo costa do banco de portugal e pela marilú.
Bom, bom era não haver excedentes: com excedentes somos escravos, sem excedentes seriamos livres.
No entanto, já que há excedentes (desde 2012), eles são devidos a Sócrates e à Galp e aos serviços que presta ao exterior (“Isso deveu-se a um menor défice na balança comercial de bens, mas principalmente a um excedente mais elevado na balança de serviços”).
Há quem faça o seu papel de convencer os escravos de que é um privilégio sê-lo.
Cada um é para o que nasce, e há quem não tenha nascido para aturar paleio de escroques.
Mas que grandes filhas da dita-cuja, não é que já começaram a ser actualizadas as pensões?
A austeridade já foi para o galheiro.
Pensão de 400 € a 0,4% dá para 2 cafés.
Que maravilha!
ò bimbinhas, é a grande oportunidade de seres accionista do 1.000éni1bcp, liderado por esse ganda gestor nuno amado, com € 1,60 aforras 47,5 acções p/ mês.
Vai ser condecorado com o colar, digo, COLEIRA DO MÉRITO DA DESTRUIÇÃO DO PAÍS, Comenda do rigor horseamental, e a título de consolação, conferida medalha da desausterização, in absentia, a que se deverá juntar a de Cavaleiro do Logro, com palma de peta .
E se estivéssemos em Monarquia, era feito, Barão da Patranha .
“Se eu meter escravos a trabalhar para mim garanto que o meu negócio dará lucro como nunca !”
Experimente montar um negócio em Portugal e tente geri-lo contratando escravos.
Mas não se preocupe. Certamente este governo acabará com a escravidão em Portugal eliminando o excedente comercial. Aí sim seremos todos livres!
Para além disso, a descida do IVA na restauração fará certamente com que:
– os preços desçam (o que é sempre bom para quem almoça e janta em restaurantes, coitados); ou
– os preços se mantenham e os rendimento extra seja para pagar melhor aos empregados (escravos) deste sector (dada a bondade de Costa não me passa pela cabeça que ele permita que sejam os empresários da restauração a ficar com os benefícios da descida do IVA).
Bem haja Costa!
Já ultrapassou, há muito, o nível da anedota.
Homem-palhaço.