Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão. Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.
A função dos Governos não é a de resolver os nossos problemas públicos, muito menos os privados. Quem prometer tal é charlatão, anda no arrasto dos broncos. Os Governos apenas conseguem tornar os problemas resolúveis. Depois, inúmeros factores que escapam ao poder dos Governos decidirão quais os problemas, e como, e quando, e para quem, serão resolvidos. Não é pouco, é o máximo possível.
Donde, a escolha está na forma como esses problemas serão tornados resolúveis. Democraticamente ou ditatorialmente? Com mais democracia ou com menos? Com mais humanismo ou com mais racismo e xenofobia? Com pessoas que ostensivamente nos querem enganar ou com pessoas em quem, com sorte, poderemos confiar? Não é pouco o que temos para escolher, é o quase tudo.
Para quando um comunicado do PCP a protestar contra aqueles que querem a paz na Ucrânia com urgência, quando ainda há tanto ucraniano para matar e tanto quilómetro quadrado de terreno para abarbatar?
Ninguém se lembraria de tal. Ela não quer. Seria altamente improvável sequer passar à segunda volta. Mas é a melhor imaginável candidata presidencial possível no Portugal que somos.
Falo de Marina Costa Lobo. E não teria de alterar nada de nada de nadinha de nada na sua postura. Bastaria aparecer e dizer o que pensa. Declarar em que acredita. Revelar o que sonha.
À sua maneira. Sem um grama de artifício. Em nome da comunidade que não somos.
Mas porque é que a Europa não manda o Trump passear? Esta é a pergunta que toda a gente faz, mas que nenhum líder europeu democrata e responsável quer ou pode concretizar.
Hostilizar Trump neste momento ao ponto de uma incompatibilização grave deixaria, por um lado, a Ucrânia sozinha e aniquilada e, por outro, a Europa encurralada entre dois blocos liderados por tiranos autocratas amigos e sem capacidade militar para se defender de um, quanto mais de dois. Demasiado mau, demasiado perigoso, dado o carácter vingativo dos personagens em causa. Trump não é um democrata nem um líder respeitador do direito (nacional e internacional). Não conhece nem quer saber desses conceitos. É um empreiteiro e pato-bravo, além de showman televisivo, sem conhecimento algum quer de política quer da História. Aprecia, porém, como é típico, a fidelidade cega.
As técnicas de liderança do ditador russo são-lhe, por isso, atractivas: exercício da liderança sem contestação, prisão para os adversários, silenciamento da oposição, falsificação das estatísticas, órgãos de comunicação social que apenas reproduzem a propaganda do governo, sentimento de superioridade (do próprio – infundadíssima – e do país), repressão sobre quem contraria os seus interesses, militarização do regime, perpetuação no poder, enriquecimento pessoal e partilha da riqueza só com quem o reverencia, etc., etc. Tudo o que Putin faz (excepto atirar adversários políticos de janelas abaixo e envenenamentos. Por enquanto). Porque haveria Trump de hostilizar Putin, se quer ser como ele? Aliás, quando está cada vez mais perto de o conseguir?
O drama de tudo isto não é só para os ucranianos. É-o em quase igual medida para os europeus, para a Europa democrática em particular (e resta saber se seria diferente com uma Europa não democrática, assunto para outro artigo). Perante esta situação inédita e assaz inesperada de entendimento entre a Rússia e os Estados Unidos com base em princípios ditatoriais, de agressão e imperialistas comuns e em amizades pessoais (ou poder de chantagem) entre malfeitores, temos visto a Europa, infelizmente, mas realisticamente, a fazer a única coisa possível: tentar a todo o custo “puxar” o empreiteiro de Washington para o seu lado, entre outras coisas chamando-lhe “aliado” e enfatizando o poder da NATO.
Sempre me perguntei se o chamado “agente laranja” dá sequer um “dime” por esta aliança. Ele não quer saber da Ucrânia para nada (a não ser para lhe dar o Nobel da Paz, ideia que me engasga) e, da Europa, apenas lhe interessam os campos de golfe que ainda cá tem, os empreendimentos do genro, o Papa por causa dos seus eleitores beatos e as decorações imponentes dos seus palácios e catedrais, que pretende copiar. De resto, é demasiada História, demasiada intelectualidade para a sua cabeça. Admirando Putin, o que é que a NATO lhe diz quando poderia fazer acordos bilaterais para bases militares e armamento? Quase nada.
Estamos então neste drama do artigo 5.º. Temos o nosso poder militar disperso e inferior ao dos Estados Unidos e da Rússia. O vizinho do flanco Leste tomou o gosto de mandar mísseis para os vizinhos sem o mínimo gesto hostil da maior potência militar do mundo, seu principal adversário de há décadas e nosso aliado. A ida dos líderes europeus a Washington é, sim, desesperada. Não vale a pena os comentadores de serviço mencionarem este facto como lamentável. É o que é. A cimeira do Alasca foi um erro tremendo do ponto de vista da segurança europeia. De cada vez que se encontra com Putin, Trump fica mais apaixonado e solidário. Agora há que reverter os estragos. Votos de bom sucesso. Mas a coisa está preta, como se constata pelo vídeo acima.
Não, pá. Repara. Se precisares de um médico, para ti ou para os teus, não vais escolher o grunho. Queres é quem estudou, de preferência mais e melhor do que os outros. E se precisares de um advogado, para ti ou para os teus, não queres aquele que tem um entendimento grunho do Direito e das leis, e que se comporta como um grunho no tribunal. E se precisares de um mecânico, de um electricista ou de um canalizador, vais fugir dos que tiverem fama de grunhos e vais ficar piurso com os que te tratarem à grunho. Se isto é assim, e assim é, por que raio queres ter um grunho no Parlamento a chefiar uma bancada de grunhos? Por que caralho és cúmplice, por actos e/ou omissões, da crescente pestilência dos grunhos na democracia?
É porque, lá está, no fundo, a verdade verdadinha é a de que também tu és um grunho, pá.
«Marcelo faz lembrar o tipo de “pantomineiro” que o ator António Silva magistralmente sempre representou no palco e no cinema português. Só que o ator AS representava um modelo de carácter e não o seu carácter. E, no caso de Marcelo, este possui mesmo o tipo de carácter que AS representava exemplarmente. Tomando Portugal como palco, Marcelo não imita, pratica de sua natureza e condição idiossincrática na perfeição o estilo farsante e pantomineiro, agindo e perturbando desse modo destravado da ‘cuca’ a vida real dos portugueses.
Marcelo é o ‘cata-vento’ caracterizado por Passos Coelho e o ‘lacrau’ batizado por Balsemão; é o troca tinhas criador de factos políticos fictícios, o primeiro autor em Portugal de fake-news. Marcelo é um irreprimível narcisista que pretende concentrar todo o olhar sobre si, isso, explica a sua atitude de excursionista da selfie por feiras, mercados e praias. Tal como usou a Faculdade de Direito (professor), o jornalismo (Expresso), a TV (comentariado a granel) tem usado sempre o cadeirão da Presidência para com as suas traquinices de ‘sem-abrigo’ baralhar dados, argumentos, e políticas a seu belo prazer e gozo.
Digo “sem abrigo” porque Marcelo é um homem só. Cavaco tinha e tem ainda a sua Maria mas Marcelo não tem ninguém e até o seu filho enjeitou de uma forma que nenhum pai verdadeiro de filho e de palavra o faria. Rejeitou a mulher, o filho e o amigo dileto de casa e missas (Salgado) quando este estava caído e mesmo os PSD só o aturam como Presidente de fazer fretes ao partido.
Marcelo representa mais dez anos de patinhar no pântano e atraso para o país e uma eventual pantomina de subversão do regime ao imiscuir-se na governação, demitindo Ministros e Secretários de Estado e insinuando regimentalmente que o governo depende do Presidente e não da AdR
Marcelo que quis acabar com os sem-abrigo pobres, ironia do seu Deus, acaba, ele próprio, como sem-brigo rico.»
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Que sabe cada aluno em Portugal acerca das origens, conteúdos e finalidades da Constituição e do conceito de Estado de direito democrático ao concluir a escolaridade obrigatória? Que sabe cada licenciado, incluindo os dos cursos de Direito? Se tentarmos falar destes assuntos com quem vota Chega e Montenegro, ou com quem votou Passos, o esforço será inútil. Têm aversão à matéria. Se tentarmos falar dos mesmos assuntos com quem vota CDU ou BE, PAN ou IL, o desinteresse será esmagador. Não existe motivação. Mas ainda mais curioso seria tentar o exercício com jornalistas, só para concluir que a excepção confirmaria fatalmente a regra: não perdem uma caloria com essas questões — a menos que as tenham de usar retoricamente para o gasto editorialista que faça o seu contexto laboral.
Há boas razões para este fenómeno. Uma delas, esta: a estupidez e a servidão são fáceis, podendo até parecer confortáveis no início; e mesmo durante um longo período na biografia destes infelizes.
No Alasca, na próxima semana, teremos frente a frente um homem que ordenou a invasão militar de um país vizinho e outro homem que declarou, há apenas alguns meses, a sua intenção de anexar um país vizinho, o Canadá, e ainda a Gronelândia. Este segundo, alegadamente, a tentar pôr fim à guerra iniciada pelo primeiro só porque, enfim, só porque lhe disseram que seria o maior se o fizesse.
A minha curiosidade prende-se com o tipo de diálogo que poderá ter lugar. Vamos especular?
– Então, Vladimir, vamos acabar com isto?
– Oh p´ra ele. Então já desististe do Canadá, pá?
– Vamos esquecer isso, pá. “Tariffs are great”. Chega de mortandade?
– Mas como é que tu ias conquistar o Canadá sem matar ninguém, ó seu grandessíssimo Nobel da Paz?
– Vladimir, “my man”, estou tão rico como tu. E olha que tenho mais força do que tu.
– Ai tens? Queres apostar?
– Calma, pá. Queres deixar de vender petróleo?
– Agora digo eu, calma, pá. Eu dou-te o Nobel da paz se desmilitarizares o palhaço. Depois é cá comigo.
– Palhaço? Eh eh, boa! “You got it”. Vou tentar, pá. Mas só se concordares com um cessar-fogo. “You know, that’s what folks are expecting back home. And I could build so many beautiful, gorgeous towers in Moscow! So, deal?”
Não enveredei propositadamente por um tipo de diálogo mais picante, envolvendo vídeos ou fotos comprometedoras, porque nada se sabe sobre essa possibilidade de chantagem, embora seja sempre uma possibilidade (de modo nenhum a única) perante a bonomia e a camaradagem com que o tirano de Moscovo tem sido tratado.
2.
O major-general Agostinho Costa, um verdadeiro admirador, mais do que isso, um apaixonado pela pátria russa, pela estratégia do regime russo e pelas capacidades intelectuais dos seus dirigentes, sempre que exprime as suas opiniões fá-lo em nome de um “nós” assaz bizarro. Se repararem, diz sempre “Nós achamos”, “Nós entendemos que”, “Nós confirmámos”. A minha curiosidade é a seguinte: quem é “Nós”? Repito, ó Agostinho, estou intrigada, quem é “Nós”?
Terceira curiosidade: há ou não militares nos Estados Unidos revoltados com o rumo que a democracia americana está a tomar e com a Kim Jong-un..nização do regime e da nação? Às tantas não há mesmo.
Tendo em conta os malefícios que certos estrangeiros nos estão a causar pelo simples facto de os vermos na rua e no TikTok dos fachos, aqueles estrangeiros nada louros e nada ricos, não seria melhor abolir o Tribunal Constitucional para que o Governo-à-sombra-do-Chega os trate como eles merecem?
«É verdade que no vídeo que acompanha os cartazes, Sweeney explica que os genes são transmitidos dos pais para os filhos e podem determinar características como a cor do cabelo, a personalidade e a cor dos olhos. É mentira? A vossa discussão, chocados do costume, não é com Sydney Sweeney, é com a palavra que mais odeiam: “natureza”. O narrador do vídeo diz: “Sydney Sweeney has great jeans” ou “great genes”. E tem.»