Rodrigues dos Santos e o fascismo

“O fascismo tem origem no marxismo”, disse e repetiu o antropóide José Rodrigues dos Santos num romance, numa entrevista ao DN e, por fim, num artigo no Público. O Santos (que o jornalista Ferreira Fernandes visa hoje com a habitual pontaria) parece que está farto de vender milhões de exemplares de histórias da carochinha nos supermercados e quer agora entrar para a galeria dos grandes calinos, autores de bobagens galáticas. Numa outra sua incursão sonâmbula pela ciência política, o Santos tinha descoberto que o nazismo não é alemão, porque houve uns eugenistas americanos há oitenta ou cem anos que também queriam eliminar deficientes. Quod erat demonstrandum.

Depois de o Público ter albergado uma exposição detalhada da tese do Santos sobre o fascismo, um académico antimarxista e cheio de pachorra para malucos caiu-lhe em cima no mesmo jornal, transformando-o em pão ralado. Lá lhe explicou, com minúcias de chinês e citando os consagrados na matéria (sem se esquecer de fornecer os números das páginas, como se o andróide as fosse ler), que os fascismos italiano e alemão sempre fizeram do marxismo o seu inimigo número um.

Mas que efeito poderá ter tal argumento sobre a cachola do Santos, que acha que o fascismo nasceu do marxismo porque o Mussolini em rapaz foi socialista? Nenhum. Seria o mesmo que tentar explicar a filosofia de Tomás de Aquino a um orangotango, embora certos gorilas tenham capacidade de aprender linguagem gestual. Por sinal, o Santos também tem esse dom, como tantas vezes tem demonstrado na RTP como entrevistador. Pode-se desligar o som que, só pela fuça e pela mímica do gajo, sabemos perfeitamente o que ele está a (querer) dizer.

24 thoughts on “Rodrigues dos Santos e o fascismo”

  1. Ó Júlio, será que vale a pena estar a gastar cera com tão ruim defunto? Ainda por cima orelhudo.

  2. “Se acham que o fascismo não tem origens marxistas, façam o favor de desmentir as provas que apresento nos meus romances”

    O objectivo (faseado) do antropóide é claro:

    1.º) “Obrigar” os atrevidos contestatários da luminosa tese a comprar as punhetas pretensiosas que bolçou, para poderem “legitimar” a contestação. O truque infantilóide, pensa ele de que, aumentaria as já bem anafadas vendas, em tudo semelhantes às gordas audiências de programas televisivos intelectualmente exigentes como Big Brother e Love on Top.

    2.º) Usar esse eventual aumento de vendas para, sabe-se lá, convencer o Comité Nobel das excelsas qualidades dos bem gordinhos filhotes de Manuel Arroto e Chica Flatulência que tenta enfiar-nos pela goela abaixo.

    Em suma: a glória, quem sabe mesmo se, a prazo, o Panteão! Pobre diabo, ele num s’enxerga memo, rapaiz!

  3. “Numa síntese arriscada, quando o fascismo verdadeiramente surge, quando emerge como autêntico fascismo, de há muito tinha abandonado as suas origens sindicalistas-revolucionárias; e, mais ainda, agora perseguia a tiro e a golpes de navalha os socialistas e os membros de outros grupos de esquerda.” ANTÓNIO ARAÚJO

    Quando verdadeiramente surge, de há muito tinha abandonado as suas origens sindicalistas-revolucionárias!?
    Como é que abandonam as origens no momento em que surgem?

  4. rodrigo dos santos,escritor de livros” cheios de mistério”. na rtp limita-se ao papel de papagaio. a entrevistar é uma autentica anedota! nota: li algures que um deputado do cds apanhou 2,5 anos de cadeia por corrupção activa . só não sei em quanto tempo isto foi decidido!

  5. Júlio, no blogue que o Francisco Louçã mantém no P. online está a explicação para este facto (tratar-se-á de um «golpe publicitário», por ele já utilizado outras vezes). O que colocará, principalmente, uma outra questão mesmo passando por cima de uma estupidez privada: como é que o principal pivot da televisão pública se presta a estas figuras sendo, sistematicamente, enxovalhado (coisas que os desacreditam, a ele no que ainda lhe resta e, por tabela, à própria RTP que tem pescado e bem nalguns dos “dissidentes” da concorrência)?

    Nota, ao anónimo das 13:39. Algures eu tentei tipificar os comentadores do Expresso (o que serve também para o Aspirina B). «Há pessoas que sabem ler mas que não compreendem (alfabetização deficiente)», repito-me, este é o teu caso.

  6. «Há pessoas que sabem ler mas que não compreendem (alfabetização deficiente)», repito-me, este é o teu caso.

    és o maior a apanhar bolas e atirá-las de novo para o campo. repetes nada , quando muito repetas, infantilizas discussões com argumentos de jardim escola, citações a despropósito, insinuações absurdas e agora a cereja nos cornos do pasteleiro: evocações de esquerda na defesa de absurdos de direita. um verdadeiro conservador liberal como agora se auto-proclamam, uma espécie de sardinha fresca de conserva.

  7. Em tempo, ó pá, que eu sou justo.

    Como seguiste o rasto que te indiquei ali ao lado, no busca-busca Ignatz, e chegaste até aqui agora vai até a um comentário anterior do avô da Ferraz para ele ou a Isabel te enviar/em… um osso.

    Busca-busca, Ignatz.

  8. Parece haver por aqui uma arrastadeira a fazer o seu “trabalho” de sapa,
    não será altura de de lhe dar a receita do Almirante sem medo e, man-
    da-lo instruir os jotas do psd e alguns séniores sobre o que é estalinismo?

  9. eheheh… já foi corrido várias vezes, mas troca o nome, muda de ip e ataca de novo. acho que é um trifásico: admirador não correspondido da isabel, pegador de touros no amadores de alex e parvo por convicção.

  10. «Almirante sem medo» Madeira?, LOL, querias referir-te a um dos Cadetes do Sidónio ou era uma cena inédita sobre o Thomaz?

  11. O que eu gostava mesmo de saber é quem, realmente, escreve os livros do dos Santos (olha…….., dos Santos). Porque com o trabalho, pouco (e de má qualidade), que ele tem na RTP, nem com dias de 36 horas ele conseguia escrever tanto calhamaço.
    Mas ainda vamos descobrir, um dia.

  12. O Almirante sem medo, porque era só fumaça e quando não gostava
    das coisas, tal como ser sequestrado, mandava-os BARDAMERMA !!!

  13. é isso mesmo, Júlio, o fascismo e a falta de inteligência é sempre quando um homem quer. também pode dar-se o caso de querer tanto e não conseguir – ser e fazer livre ou inteligente. :-)

  14. Só vi insultos, mas nem uma única refutação dos factos apresentados pelo Santos.

    Grande parte dos fascistas transitaram do marxismo, o termo fascio de combatimento foi usado primeiramente por marxistas – literalmente os primeiros fascistas – e grande parte das organizações fascistas e nazis continuam a usar termos socialistas para se descreverem a si mesmos e ás suas doutrinas.

    Uma corrente do nazismo, o strasserianismo, defendia e defende abertamente a nacionalização da banca e da grande indústria.

    Mussolini criou a republica SOCIAL italiana, os nazis consideravam-se socialistas. Todos eles falavam contra o excessos da dominação do grande capital e defendiam um estado forte que garantisse as condições sociais.

    E contra toneladas destes factos vocês alinham meia dúzia de insultos para fazer esquecer o assunto.

    Muito convincente…

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *