Marcelo não era o homem que o laranjal de serviço queria em Belém. Não tiveram outro remédio senão apoiá-lo, porque era certo que ele ia ganhar as eleições. Entretanto, os piores receios de Passos parecem estar a realizar-se. Marcelo não dá sinais de querer dissolver o parlamento nem, pelo menos por enquanto, de encarar essa possibilidade. Como se isso não bastasse, o presidente apoiado pela direita anda por aí todo contente, “irradia felicidade” e não pára de mostrar “grande apoio” ao governo (Passos dixit).
De facto, o contraste entre o actual e o anterior inquilino de Belém é abismal. Não só quanto a popularidade, mas sobretudo quanto ao sentido com que a função presidencial é e foi entendida por um e por outro. O anterior presidente, de má memória, foi um sectário que usou os poderes presidenciais como uma moca contra a esquerda, quer esta estivesse no poder quer na oposição.
Sabe-se que Marcelo não é nenhum menino de coro. O seu maquiavelismo ingénito foi abundantemente revelado na função de jornalista do Expresso. Para além dos golpes jornalísticos, os golpes propriamente políticos também figuram no seu cardápio. Há muitos anos, Marcelo defendeu um referendo, quando a Constituição ainda o não contemplava, para mudar a Constituição de acordo com os interesses da direita. Era aquilo a que então se chamava o “golpe constitucional”. Este e outros precedentes não podem deixar ninguém à esquerda descansado e confiante. Atá agora, porém, o governo do PS apoiado pela restante esquerda não tem qualquer razão para se queixar do PR.
O descontentamento de Passos relativamente à actuação de Marcelo está bem patente na entrevista que dá hoje ao Sol. Uma certa desorientação mental também. A dada altura, depois de se queixar – o sentido é esse – que o PR “irradia felicidade”, Passos afirma isto:
“O PR tem-se esforçado por duas coisas. Primeiro, por mostrar uma grande cooperação e um grande apoio ao Governo, o que é compreensível, atendendo a que a sua extracção política não tem nada que ver com a maioria que suporta o Governo. Por outro lado, tem a preocupação de suscitar entre todas as forças políticas, uma discussão mais aberta que permita consensos” (sublinhado meu).
Temos pois que, segundo o líder da oposição, a “grande cooperação” e o “grande apoio” do PR ao governo se compreenderiam porque Marcelo politicamente não tem nada que ver com maioria que suporta o governo. O falso silogismo contido nesta afirmação só prova uma coisa, é que Passos acha a actuação de Marcelo totalmente incompreensível.
Marcelo está espera de Rio. Depois golpe.
O Alcoólico Anonimo tirou-me as palavras da boca. O Marcello dana-se por mergulhar em rios, na primeira vez foi uma tragedia, na segunda como metafora pode-se safar.
A cena do silogismo não está errada, porque não e um silogismo. Passos para continuar a enganar toda a gente so pode dizer verdades porque sabe que toda a gente espera que continue a dizer mentiras. Os fins justificam os meios. E um facto que todos os Presidentes agradaram aos PM’s de serviço de sinal contrario, isso faz parte do jogo, o cinismo em politica. Soares fe-lo, Sampaio fe-lo, Cavaco fe- lo e até as abelhinhas o fazem. O que ele se está a fazer e de mula, como quem diz, eu sei que não podes fazer outra coisa e a fazer preferes nergulhar no Rio, não esperes de mim nada a não ser compreensão espero o tempo que for preciso até esmagar o teu escolhido e não teres outra opção.
o passólas é de compreensão lenta, levou tempo a entender que não é primeiro ministro e está difícil perceber que é presidente psd em banho-maria. durante as presidenciais marcelo disse que concorria a um só mandato, haja alguém que lhe pergunte se é para manter ou se cristo já se ofereceu para fazer lobbying para mais um encore.
O que mostra a entrevista do Passos Láparo é que, ele está a preparar-se para ir
trabalhar com o Filipe Lá Féria pois, irá fazer o papel de Calimero sim, sente-se a
vítima a quem todos maltratam sem dó nem respeito … como um piegas!
Na realidade, ele deixou de ser o líder da oposição quem está a tentar conquistar
esse lugar é a esquecida grande ministra e lutadora Assunção Tatcher Cristas re-
centemente, eleita presidenta do CDS e logo que, consiga correr com a tralha por-
tista existente no partido poderá consolidar a sua posição … se optar por um dis-
curso como o de ontem não irá longe, não se deve falar do camarada Jerónimo
no modo usado porque o sapo pode saltar-lhe para o regaço!!!
AA das 13:38, o que dizes é que Marcelo está à espera de… Godot.
(nunca os gangues do Marco António Costa, do Carlos Carreiras, do PSL, etc. abririam as portas ao Rui Rio)
Uma sucessão de “golpes” são possíveis, e Marcelo tal como Costa, Catarina e Jerónimo sabem-no, mas presumo que eles (e eu!) concordam contigo que isso acontecerá já sem a presença de Pedro Passos Coelho. Que alguém calce os sapatos do defunto no PSD, é possível. E depois não é o povo quem mais ordena, …?
Nada em Marcelo agrada.
Nada em Marcelo contenta.
Nada em Marcelo soa a verdadeiro.
Nada em Marcelo diz Presidente da República de Portugal.
Tudo em Marcelo é folclore feirante.
Soares é Fixe.
Marcelo é Kitsch.