Durante décadas o PSD tentou impingir-nos o seu sonho de ter no Poder uma maioria, um Governo e um Presidente. Uma fórmula quase mágica que resolveria todos os nossos problemas. Havia, contudo, um problema que impedia a sua realização: os portugueses, piegas, tinham medo de pôr todos os ovos no mesmo cesto. Era com esta desculpa esfarrapada que tentavam disfarçar o facto de eleição após eleição não terem projectos alternativos credíveis, de elegerem líderes que não lembram a ninguém, de se apresentarem sempre sem uma ideia digna desse nome e de consequentemente não conseguirem ser eleitos. A cada eleição lá tinham de adiar o sonho. Mas tudo mudou nas últimas eleições e, bem vistas as coisas, não poderia ter sido em melhor altura, com o país numa situação tão difícil e com uma crise internacional gravíssima tinham finalmente a possibilidade de mostrar o que valiam. E passados oito meses já dá para termos uma ideia de quanto valem todos juntos. Quanto ao Governo, o que o salva de parecer tão ou mais anedótico que o Governo do Santana Lopes é ter de executar o memorando da Troika. Quanto a ideias, é o costume, nem vê-las. Corrijo, têm uma ideia: ir além do que o memorando exige. Fora isso, todos os dias, feriados incluídos, lá vem um ministro com uma anedota qualquer. Com a maioria as coisas não correm melhor. Provavelmente, o sonho não incluía uma maioria de coligação, mas teve de ser. É que, apesar das condições em que o PS concorreu às eleições, o PSD não conseguiu chegar à maioria sozinho. E o que temos podido observar é um dos parceiros de coligação a fingir-se de morto, a tentar passar ao lado de tudo o que é austeridade, sem um pingo de solidariedade para com o Governo. Só um cego não vê que a paz que aparentemente existe está podre. Quanto ao Presidente, e à relação que mantém com o Governo, nem é preciso falar. Nunca se tinha visto nada assim e espero que não se volte a ver. A procissão ainda vai no adro, mas restará alguém que chame a isto um sonho?
Para completar o ramalhete, só falta uma rosa. Estilo : o principal partido da oposição ter assinado o memorando e andar a discutir água engarrafada. Então é que estávamos mesmo desgraçados.
Neste sonho de décadas – de terem uma maioria, um Governo e um Presidente – nem o Sá Carneiro ousou sonhar com a idílica situação com que esta gente agora vive:
– Uma Maioria;
– Um Governo;
– Um Presidente;
– Uma comunicação social…
corridinho de boliqueime na antónio arroio
http://www.youtube.com/watch?v=IqB3-BwpRws
white house blues
http://www.youtube.com/watch?v=hhO1DnNKYbo
Já agora porque não pedir desculpa aos Portugueses pelo aumento dos impostos? Vem a calhar e tem lógica. Força! Vá lá toca a pedir desculpa.
poça, já reconhecem o erro do BCE no passado, ainda não reconhecem é a implicação no presente. Enfim, melhores tempos virão…
helder, por falar em água, tens feito as orações ao S. Pedro para que chova? Vê lá, não deixes a ministra a rezar sozinha, senão a coisa se calhar não funciona.
Luís Grave Rodrigues,
eu diria mesmo mais ,uma maioria, um presidente (com p pequeno, sim), um governo, uma presidente da AR, a comunicação social, os professores e respectivo sindicato – saiu há dias o diploma que revoga a eliminação de carreiras automáticas e estabelece um modelo de avaliação pior que o do período pré- Maria de Lurdes Rodrigues-, o poder judicial – ui, que festinhas nas costas -, a Banca…
esqueci-me de alguma coisa?
Sim. Esqueceste-te do líder da “oposição”…