No meio da gigantesca e deplorável novela política que se instalou à volta da TSU, há factos que me parecem óbvios: 1. independentemente da origem, esta medida é considerada central no OE de 2013 2. Passos não recuou quando os danos seriam menores, e agora está preso à medida. Qualquer recuo será visto como o seu fim. 3. Com as posições tão extremadas, a única maneira de a evitar será fazer cair o governo. Bluffs e ameaças já foram tentados, tanto por Portas como por Cavaco via MFL. Passos não cedeu, nem vai ceder. 4. Portas pode distanciar-se o que quiser, fazer fitas, saltinhos e mortais invertidos, mas não será ele a abrir uma “crise politica”, ou seja, não tem coragem de pressionar o botão com medo de arcar com as culpas. A aposta pois é provocar o seu parceiro de coligação de modo a serem eles a romper. O que não acontecerá, apesar de provocar um fogo de artifício muito impressionante.
Resta pois Cavaco, que contra sua vontade e com óbvia irritação, vê o menino cair-lhe no colo.
E o que faz o PR? Mantém o absoluto silêncio que lhe permita salvar a face seja qual for a saída, e convoca uma conferência de negociações via conselho de estado. Essa, parece-me, é a chave da presença de Victor Gaspar, permitir a negociação da medida directamente com o responsável e sem intermediários, de modo a que qualquer que seja a solução encontrada esta seja definitiva, sem mais novelas, recuos ou demissões.
Resta pois saber se essa solução é possível. A mim, não me parece. Qualquer cedência ou alteração da medida seria inevitavelmente vista como um sinal de menoridade de Passos, Gaspar é um fanático irredutível que não gosta nada que lhe alterem os “modelos”, e a ajudar à festa, Bruxelas já fez saber que não admite recuos, não vão os países intervencionados pensar que podem ter margem negocial após as negociações. Assinaram, é para cumprir. Não gostam, azar, a caixa de pandora foi aberta e já não se fecha. A TSU é para baixar, embora me pareça que haja margem para decidir como se paga essa redução. Mas alguma coisa vai ter de ficar no OE a dizer “TSU”.
Logo, ou o conselho de estado acaba com umas alterações cosméticas para, por exemplo, “proteger os mais pobres” que inevitavelmente “já estariam previstas”, sendo que a medida avança “por exigência de Bruxelas”, reduzindo Cavaco à sua insignificância, ou para travar isto Cavaco terá que demitir o governo. O que significa que, muito em breve, lhe ouviremos a seguinte expressão:
“…não poderia abrir uma crise politica de consequências dramáticas para o país…”
Bem-vindos à experiência. Espero mesmo, mesmo estar enganado.
os cobardes agem sempre por patriotismo
Parece que as reações de Bruxelas foram mais amenas do que isso, http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=579035
e mais uma vez foi dito que a medida foi apresentada pelo governo.
ignatz, “por” não, prefiro “sob pretexto de”
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Penélope, a situação está muito fluída. Imagino o que anda a ser dito e conversado nos bastidores. Essa parece-me uma correcção do tiro por parte da UE.
amenas o tanas, são facto consumado e para cumprir, é o que diz o’ connor.
O ministro das finanças, Vítor Gaspar, vai para o Conselho de Estado com a missiva de demissão no bolso.
O que o PS ou lá quem quer que deseje ser verdadeira oposição neste Pais deveria propor de imediato como forma de compensar o abaixamento da TSU era a imediata e total integração dos fundos de pensões da Banco de Portugal e CGA na Segurança Social e de seguida, de preferência na mesma lei, proibir a acumulações de reformas, a SS pagaria apenas uma e só uma reforma, e como Portugal se encontra em estado de emergência como os neo-fascistas deste governo gostam de nos recordar todos os dias, seria aplicada uma sobretaxa de 100% nas reformas no montante que excedessem o salário do PR, medida esta que seria extraordinária e temporária, vigente apenas enquanto a divida publica se situasse acima dos 60% do PIB, e isto para não ser mau, e assim já podem baixar a TSU às empresas sem ROUBAR mais quem trabalha a pretexto de uma competitividade que só existe nas cabeças deles já para não falar que a sustentabilidade da segurança social estaria garantida por muito tempo, só vantagens!
Mas se isto ainda não chegar ainda sei de mais umas gorduras fáceis de eliminar, basta ter vontade.
Após o disparate de Passos, cheira-me que, a pedido de alguém, Bruxelas decidiu resmonear um pouco a ver se a experiência pega.
mas que merda é esta? está tudo doido ò quê! atão os gajos governam na base da fé, não apresentam contas e pedem penitência cada 4 meses. puta que os pariu, não aderi a esta religião. isto tinha regras e o cavaco queixava-se que não era informado, e desta vez foi? ou vai tamém alegar patriotismo.
É óbvio que houve um telefonema para Bruxelas, quem o fez não deve ter feito uma
correcta avaliação da situação política, os portugueses estão fartos de ser enganados
por aprendizes da “porca”, se foi o Pilatos de Belém é pior a emenda!
A introdução da mexida da TSU na última avaliação da troika, foi algo que saíu de duas
cabaças (P.Coelho e Gasparoika) e dado conhecimento como facto consumado a alguns
ministros, nem sequer foi formalmente aprovado em conselho de ministros!
É altura de dizer a Bruxelas que Portugal é um País soberano e, acabar com a subser-
viência dos estarolas! O ajustamento deve ser feito de modo a não danificar mais a
coesão social e economia do País…por favor não falem na Grécia porque esse é o cami-
nho que o des-governo está a seguir!!!
eu quero acreditar que se este governo não recuar “significativamente” na medida TSU, cai. E eles querem cair ou ainda não perceberam, aquelas inteligências, que é isso que está em causa? Mais não fosse por instinto de sobrevivência no poder, deveriam recuar totalmente na medida.
Penso que estão a preparar medidas alternativas dirigidas ao mesmo alvo- a cartilha (desactualízadissima) assim o exige. O país concreto não consta da cartilha. Os homens são uns broncos do piorio e nós afundamo-nos com eles. (O PR , já disse, tá xoné, como não percebe nada de finanças e economia – apesar de puxar sempre pelos galões nessa matéria, pediu, inexplicavelmente, ao gaspar – não ao coelho, coitado , qi abaixo de 60) para se juntar ao conselho de estado).