Para se perceber bem o que pensam os chamados liberais da nossa praça, os puros e verdadeiros, é olhar para este naco de pensamento no Blasfémias. Diz assim:
promover uma reforma profunda do estado, retirando-o da saúde, da educação, da segurança social, onde ele desempenha funções principais e não subsidiárias, reestruturando a justiça, as forças armadas e de segurança (a GNR e a PSP ainda existem?), que têm gente a mais e produtividade a menos, e acabando, de vez, com o sector público do estado
Ou seja, o que os nossos liberais querem é saúde exclusivamente privada, porque funciona tão bem, por exemplo, nos EUA , educação exclusivamente privada, quem puder pagar estuda, quem não puder, bom, azar, pelo menos é o que se depreende de “retirar o estado” (a não ser que esteja a falar de subsídios aos privados, pelo que a expressão “funções subsidiarias” é certeira) e, pasme-se, da Segurança Social. O que trocado por miúdos significa que quem quiser reformas pode ser responsável e investir o que entender e quanto entender em produtos dos bancos, esses paradigmas de estabilidade e solidez, ao contrário do volátil estado.
Retirado este dessas áreas absolutamente não-essenciais a um país moderno, resta “reformar” a justiça, forças armadas e polícia, começando pela “gente a mais“. Portanto, suponho que a proposta seja menos juízes, menos militares e menos polícias. O que será muito produtivo, já que menos polícias significam menos detenções, o que exige menos juízes. Ou pôr os juízes a fazer mais, porque 4000 processos/juiz é coisa para 2 ou 3 meses bem produtivos. Quanto aos militares, o melhor é acabar com eles de uma vez. Também não fazem nem servem para nada.
Isto, nas palavras do autor, é absolutamente necessário para “mudar o paradigma que nos tem empobrecido“. O empobrecimento, suponho eu, é este aqui em baixo:
Tem razão o autor em querer mudar tão vil paradigma, e em exortar o governo a introduzir as reformas necessárias para acabar com ele, sem pensar um minuto em “reformar esse paradigma para o tornar viável“, porque um paradigma inviável não pode ser viável e seria, por alguma razão, uma má notícia que conduziria a mais empobrecimento, ou nas palavras do autor (ou do PCP, isto confunde-se um bocado) “enfraquecem progressivamente o tecido social e a economia, aumentam o desemprego real (o que resulta da falta da iniciativa privada e não da falta de serviços públicos), provocam falências, impedem o crescimento da economia e incentivam a emigração“.
Mudem pois o paradigma e destruam a economia antiga, e apesar do sofrimento a “curto, médio prazo“, a longo prazo os amanhãs cantarão. Estaremos é todos mortos.
que morram primeiro os blasfemos
Liberais como o Rui A leram demasiado os contos de Ayn Rand e fazem-me sempre lembrar umas palavras que li através do Paul Krugman e que achei certeiras:
“There are two novels that can change a bookish fourteen-year old’s life: The Lord of the Rings and Atlas Shrugged. One is a childish fantasy that often engenders a lifelong obsession with its unbelievable heroes, leading to an emotionally stunted, socially crippled adulthood, unable to deal with the real world. The other, of course, involves orcs.”
Eu nem sei o que dizer.estou estupfacta com o despudor desta gente. Ao que este pais chegou, em termos de valores. quem assim fala e escreve, só pode ser um traumatizado como aquele que pegou numa espingarda e matou 70 jovens que estavam a conviver e a falar de politica. não esperemos por essse dia que ele nos propõe! façamos de imediato uma jogada de antecipação e na Rua da Liberdade gritemos bem alto que não queremos contra revoluçoes à boleia da troika.podemos passar a fome mas a dignidade e o respeito por todos que lutaram por um portugal mais justo e igualitario não podemos permitir que nos tirem.Isto é só pode ser obra de um recalcado do mais profundo que há.Há 38 anos a sofrer por causa do que o abril nos deu,é de um louco.
São na verdade blasfémias mas é o que tem sido feito e continua a ser feito, com maior ou menor intensidade. É a receita da troika, aceite pelo PS, PSD e CDS sob o pretexto de não haver alternativa.
E já agora, há uma pergunta que me tem preocupado: Que anda a oferecer lá fora o Paulo Portas? Tem alguma coisa a ver com salários a 3,96 euros/hora, com empregos precários e facilidade de despedimentos?
É que ainda não me esqueci de um ministro que andou a pedir investimento estrangeiro oferecendo salários baixos.
Isto é arrepiante. Entre 1992 e 1996 trabalhei na Revista Bola Magazine e havia lá um senhor algo louco que estava sempre a sugerir a privatização dos tribunais e das polícias. A «ideia» era sempre a mesma – se não dá lucro privatiza-se. Não lhe digo o nome porque ele não merece…
ó edgar mas quem mandou vir a troika não foi o pcp o be o psd e o cds?
esa tirada da “gente a mais” está a ter resultados muito práticos- os que podem ou que não têm outra solução fogem daqui pra fora que é vê-los aos 70.000 por ano. Tá bem que não vão do Estado, mas sempre é menos gente a alimentar (ou a pagar?); olha, agora fiquei confusa.
Para quê a educação no setor público se o Professor Bambo da tribo pode ensinar-nos a prever o futuro em menos de um ano e sem equivalências? Para quê a saúde pública se o feiticeiro da tribo sabe entoar uma reza de orixás que nos livra de todas as dores nas costas e maus olhados? Para quê as forças armadas ou de segurança se as milícias da tribo resolvem todos os conflitos sem necessidade sequer de se recorrer à sempre dispendiosa cadeia? Para quê a justiça no setor público se nunca apareceram evidências do líder da tribo ter sido contestado por qualquer decisão sua? Portugal de regresso a África, o paraíso dos Liberais. Aí não existe Estado e floresce uma sociedade civil forte, saudável e, muito, mas muito, liberal.
Caro lingrinhas, para lhe dar satisfação, vamos fazer de conta que é verdade.
Quem é que assinou o acordo? Quem é que continua a dizer que é necessário cumprir o acordo? Com tal pretexto, quem é que se absteve na votação da legislação laboral e do orçamento? Quem é que anda a propor que em vez de dois se tire um subsídio? Quem é que parece não se preocupar que se rompem contratos com reformados e trabalhadores mas não aceite que se renogoceie a dívida? etc. etc. etc.
Sejamos honestos! A agressão contra o país e a ofensiva contra o trabalhadores e o povo está a assumir tais proporções que não é possível continuar com desculpas e fingimentos.
oh edgar! deixa-te de merdas, tás farto de saber que o socrates foi forçado a assinar o acordo porque, apesar de demissionário, era o chefe do governo e oficialmente tinha de ser ele, para que tu e mais uma data de actuais contestatários não ficassem sem ordenado no fim do mês. quem se gabou à exaustão de ter negociado o dito acordo foi o psd pela boca do tio pintelho e quem votou para que tudo isto fosse uma realidade foi a santa aliança psd+pcp+be+cds. parece que já não te recordas do chumbo do pec iv e da euforia da vinda da troika que haveria de levar o pcp a força priveligiada de diálogo com o boliqueime, os êxitos eleitorais do anacleto, o passos ao pote, o portas a livrar-se dos submarinos e o gang do cabaco a dar a volta ao bpn. moral da história o visionário gerómino queixa-se da cegueira contraída na fonte luminosa e o louceiro ainda vai a biblot da fundação gil.
tu aí, ó edgarzinho, o que é que não é verdade, diz-nos lá?
que o pcp não derrubou CONSCIENTEMENTE o governo anterior, sabendo que o que vinha aí era mesmo a troika e isto?
desculpa lá, mas acho que nem a gente como tu é assim tão estúpida
Caro Vega 9000, chamar “naco de pensamento” a um pesporrente manancial de asneiras é elogio demasiado, aquilo, se tivesse sido escrito em papel, ainda poderia vir a ter utilidade em tempo de aflições e falta do higiénico, de outro modo, não sei para que sirva, a não ser para demonstrar a infantilidade e/ou desnorte do escrivão.