PS tentou impor as suas regras, mas os temas ficam nas mãos das televisões
Este é o título escolhido para noticiar as negociações relativas aos debates televisivos. Como em muitos outros títulos do Público onde se fala do PS e do Governo, há uma distorção que intenta deixar a sugestão de um ilícito ou falha moral. Neste caso, o PS teria feito algo censurável. Algo do domínio da imposição. Uma imposição de regras. Regras suas. Ou seja, o PS queria dominar, manipular, asfixiar.
Quando se lê a notícia, as senhoras que a assinam, Margarida Gomes e Filomena Fontes, têm menos engenho e arte e estatelam-se ao comprido. Afinal, a reunião onde se chegou a um consenso foi espectacularmente curta. A tenebrosa tentativa de imposição não passou de um aspecto em discussão, o qual não tinha especial relevância. Do que os outros partidos e televisões pretendiam nada se sabe lendo a peça. E os pueris considerandos subjectivos, que sugerem uma atitude censurável por parte do PS, ficam como exibição suprema da decadência do jornalismo feito actualmente no Público.
O mais assustador, contudo, é pensar que possa haver jornalistas que não entendam o que é a democracia e a lógica mesma de qualquer negociação. Espera, vou refazer: o mais assustador é pensar que possa haver jornalistas que queiram agradar ao Zé Manel.
a começar pelo princípio – regras não são temas. Nada a ver. São outras coisas…
Zé Manel, accionista da Sonae e da Sonaecom, apresenta-se como «parte interessada» – ainda que com «convicções» pessoais, como é seu «timbre» – no artigo de 2006 «Que viva o mercado!» Leia-se:
http://dossiers.publico.pt/noticia.aspx?idCanal=1647&id=1247238
Nesse escrito faz figas pelo êxito da «terapia de choque» da OPA da Sonaecom sobre a PT. A tal OPA que abortou em 2007, alegadamente por culpa do governo. É um documento com três anos, mas muito elucidativo. O timbre das suas convicções é sempre o mesmo.
Para refrescar a memória sobre a mossa que o falhanço da OPA fez a Belmiro:
http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1288891&idCanal=
É isso, Nik, o Zé Manel não se limita a ser director, é accionista…