13 thoughts on “Vamos lá a saber”

  1. Esta ocorreu-me agora:
    A Liberdade é a imposição a que cada um devia estar sujeito de respeitar, rigorosamente, este princípio: de cada qual, segundo sua capacidade; a cada qual, segundo suas necessidades.
    Quem não respeitasse esta liberdade, levava nos cornos.
    (Até posso ter lido isto em qualquer lado e não me recordo agora)

    Onde reside a dúvida?
    Como estruturar essa imposição e quem a garanta.

  2. é deixar de ter medo do controle social. é deixar de querer corresponder a expectativas. é não pertencer a grupos , ideologias , religiões e pandilhas estruturadas. é pensar em todas as direções e fazer o que nos sai da alma.

  3. É vir para a rua hoje cantar loas ao 25 de Abril, e depois no dia 18 de Maio cagar os pés 50 vezes por cima da cabeça.

  4. gostei muito das comemorações deste 25 abril.
    uma tarde bem passada a ver a polícia de choque a arrear e prender fachos.

  5. A primeira liberdade é a de poder viver, trabalhar e criar, sem a qual nenhuma outra tem sentido.
    A segunda é a de poder falar sem medo, sem a qual não há verdade nem justiça.
    A terceira é a de poder juntar vozes e vontades para influir no destino colectivo.
    A quarta é a de poder escolher quem manda.
    Há mais, mas estas são talvez as mais importantes.

  6. A ‘liberdade’ existe apenas como um ideal, um ideal de valor inerente à existência, ao instinto biológico de todo o ser vivo.
    A liberdade absoluta nunca houve ou existiu, pois, que desde o aparecimento de seres vivos incluindo os seres humanos a liberdade destes sempre foi constrangida e restringida pelas circunstâncias ou meio circundante de outros seres vivos predadores concorrentes .
    Logo, a ‘liberdade’ será sempre relativa mas, como valor inerente ao ser vivo, também é inextinguível ou inapagável do sentimento do do ser vivo e sobretudo do ser humano; mesmo quando perde a sua liberdade física face a uma tirania feroz resta sempre a liberdade interior do pensamento; a perda total da liberdade de movimentos dos gregos face a Filipe da Macedónia fez que os pensadores gregos criassem e se virassem para filosofias de ação interior, não visíveis, como foram o ‘epicurismo’ e o ‘estoicismo’.
    Este até acabou por ser a filosofia adotada pela República Romana como forma de resistência às adversidades.

  7. Liberdade … é a mentira humana. É enganarmo-nos a nós-próprios.

    “Esta é a madrugada que eu esperava / O dia inicial inteiro e limpo / Onde emergimos da noite e do silêncio / E livres habitamos a substância do tempo.”
    (Sophia de Mello Andresen, 1977, “25 de Abril” in “O nome das coisas”)

    – NUNCA seremos capazes de nos livrar de nós-próprios, enquanto formos o que somos.
    – Logo, a Sophia está a mentir.
    – É uma fingidora.
    – Com esse engano, apenas reproduz e inculca a ideologia-da-prisão de que diz se querer libertar, ou estar liberta.
    – Logo, a Sophia é autora de um acto contra a Liberdade, ao escrever o que escreveu.
    – A Sophia é a prova de que a Liberdade inexiste. E só existe na mentira.

    Ao olhar para este post, no mínimo, vemos que a Sophia fez várias VÍTIMAS dessa sua perpetração fraudulenta e enganadora.

    E quantas mais haverá por aí?

  8. HÁ-DE VIR

    Para o Impronuncialismo, a Liberdade nem é nem não é. A Liberdade é mais o «Há-de», do que o «Ser». Não é como Voltaire escreveu em 1764 no ‘Dicionário Filosófico’: “Liberdade é poder fazer o que quero”.

    Para o Impronuncialismo, a Liberdade não depende da «possibilidade» (ser possível ser), nem da «impossibilidade» (não ser possível ser), nem da «contingência» (ser possível não ser), nem da «necessidade» (não ser possível não ser).

    A Liberdade é o «sim» e o «não».
    — Por exemplo, a Liberdade é também a Censura. Concretamente, quando aqui no ‘Aspirina B, Valupi não consegue não deixar de censurar o Impronunciável (aquilo a que Isaiah Berlin se referiu em 1988 em “Elogio da Liberdade”). E, simultaneamente, o ignorar dessa censura por parte do Impronunciável.

    A Liberdade é ser possível «acreditar» ou «não acreditar». Ser possível escolher uma religião, ou não. Ser possível escolher uma ideologia, partido ou regime, ou não.
    — Por exemplo, Clero ou República? Estar na multidão dos crentes no «25 de Abril» ou estar na multidão do funeral do Papa Católico? A Liberdade é poder estar contra o «25 de Abril», tanto como estar a favor; da Democracia, tanto como da Ditadura; do Marxismo como do Capitalismo. E assim sucessivamente.

    O MEU CÃO É LIVRE?

    — São Tomás de Aquilo, Erasmo ou Descartes responderiam que não, por não ter livre-arbítrio. Reservado apenas aos humanos, para poderem acreditar em Deus, ao terem a possibilidade de discernirem entre o Bem e o Mal. Porém, para Lutero o meu cão tal como os humanos seguem ambos um destino implacável que os pré-determina. William James, em 30 de abril de 1870, escreveu: “O meu primeiro acto de livre-arbítrio é acreditar no livre-arbítrio”.

    — Spinoza responderia que o meu cão não é livre porque a sua vontade não é guiada por uma ‘causa’. Apesar de acreditar que os humanos também se enganam ao acharem-se livres, pois ignoram as causas pelas quais agem.

    — Kant responderia que o meu cão não é livre, porque o seu comportamento não tem a possibilidade de se guiar pela razão decidida por uma moral, apenas pelas paixões indisciplinadas.

    — Os liberais, Tocqueville, Benjamin Constant ou John Locke responderiam que o meu cão não é livre porque está sujeito ao meu poder enquanto seu dono, tal como os indivíduos estão tiranizados pelo Estado.

    — Sartre responderia que o meu cão não é livre porque, ao invés dos humanos, a sua vida está totalmente dominada pelo determinismo naturalista. A Liberdade implica contingência e inexistência de qualquer sentido a priori (nem Deus, nem Natureza), logo, o meu cão não é livre porque não sente a angústia existencial nem o horror ao vazio (ao nada).

    — Hans Jonas ou Dennett responderiam que o meu cão tem um grau de liberdade dada pela evolução da vida, tal como os humanos (H. Jonas, 2000, “Evolução de Liberdade”, ed. Rivages; D.C. Dennett, 2004, “Teoria evolucionista da Liberdade”, ed. Odile Jacob).

    EM SUMA, «Liberdade» é uma má palavra, para dela se tentar extrair alguma coisa que valha a pena. O Impronuncialismo diria que o que se quer nomear com ela não tem por significante ‘liberdade’.

  9. Pois é, há quem acha que liberdade é poder auto limitar se e andar em bandos. O pá.
    Dentro das nossas limitações, das necessidades físicas e de pertença , é possível desfrutar da alguma liberdade. Agora considerar que se é livre porque se vive num regime assim e assado mas se é escravo de modas, pessoas e ideias é altamente estranho. Auto conhecimento? Zero

  10. O QUE É A LIBERDADE?

    Não sabemos se Hobbes tem razão ao acreditar que a natureza humana é intrinsecamente má, e só um regime político absoluto (ditatorial, autocrático, ‘vigiador e punidor’) consegue corrigir esse mal e estabelecer a paz e a segurança entre os humanos.

    Ou, no inverso, se Montaigne tem razão, ao acreditar que o ser-humano nasce ‘bom’ e é a sociedade que o corrompe. Ou, se, como disse Pierre-André Taguieff, o discurso do racismo e da xenofobia alimenta-se da dicotomia entre os que escolhem o ‘diferencialismo’ e os que escolhem o ‘universalismo’.

    Será como Sartre diz, que, «o inferno são os outros»? Que o simples olhar do outro ameaça a minha Liberdade? Ou, será como os sociólogos ‘interacionistas dizem, sobretudo Erving Goffman? Que, nesta sociedade ultramediatizada, o olhar do outro é fortemente procurado e desejado? Os indivíduos passam a vida a representarem-se no mundo, e a jogar um papel como se estivessem num teatro. Sob esta perspectiva teatral e representativa, as atitudes e comportamentos dos indivíduos são um esforço permanente para corresponderem à imagem social que querem que se tenha deles? A Liberdade estará confinada a este jogo-do-olhar, onde cada qual procura a aprovação, o reconhecimento e a admiração do Outro?

    Sabemos, pelo menos desde Spitz, que as crianças dos orfanatos no séc. XIX e início do séc. XX, privadas de linguagem e de afecto, mal conseguiam andar ou falar; e por vezes até se deixavam morrer propositadamente. Sem um olhar e um sorriso os vagabundos, os inadaptados, os sem-abrigo desaparecem lentamente da ‘comunidade’ e da ‘sociedade’. Tal como todas aquelas pessoas idosas ou doentes que morrem na completa indiferença dos outros. Victor, a criança selvagem de Aveyron descoberta em 1800, conseguiu viver com os humanos, mas nunca conseguiu falar. Será como Axel Honneth afirmou: «Os indivíduos não se constituem em pessoas senão quando aprendem a se olhar a partir do ponto de vista do Outro» (a que chamou «as lutas pelo reconhecimento»)?

    Parece, portanto, que para se entrar na humanidade e ser possível o desenvolvimento, o amor e a comunicação são indispensáveis. Ou seja, a necessidade do Outro para se ser o Si-mesmo. Assim sendo, em que se transformam aqueles que já ninguém olha? Será isso perder a LIBERDADE, ou adquiri-la? A LIBERDADE também será assim, seja o que fôr, para se a ter, não será sempre necessário o Outro?

    Então, se assim for, para haver Liberdade não se pode excluir a não-Liberdade. Não se pode excluir a ditadura da democracia. O nós do outro. A nossa opinião ou crença das dos outros. Não se pode excluir o verso do anverso, o mal do bem, o sim do não.

    TÊ-LA NÃO É NÃO TÊ-LA, e vice-versa?

    Será este impasse, esta contradição, a LIBERDADE?

  11. Para o carneirinho abrileiro, liberdade é poder ir botar o botinho no partido ou pulhítico do seu coração. Fora esse feliz evento, essa cruzinha que o deixam fazer de anos a anos, liberdade é poder falar à vontade, incluindo criticar o governo, poder viajar e fazer +- o que lhe apetece.

    Claro que as suas críticas são toleradas porque nada mudam; são ignoradas, valem zero. E claro que pode viajar e fazer o que lhe apetece desde que não incomode esta partidocracia capitalista enche-mamões. É o bastante para ele; também não pretende mudar nada. O pasto chega-lhe.

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