Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão. Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.
Haverá algum limite para o vira-casaquismo sistemático a que esta direita portuguesa reduziu a política?
6 thoughts on “Perguntas simples”
Valupi, lateralizando mas com propósito.
Tenho justificadas esperanças de que estejas a esgalhar um post do caraças para inveja da blogosfera portuguesa sobre a morte de Umberto Eco. Eu espero, tu [que] esperas?, ele espera, nós esperamos?…
Vicente Mais ou Menos de Dum Dum Qualquer Coisa Ayres
1 de Dezembro de 2015 às 10:30
Pois eu cá por mim ví mais o que Fernanda viu que o que Valupi não vi .
Quanto a juramentos de olhos levantados, apenas foi superada por João Soares, que, de olhos esbugalhados, mais parecia estar a prestar lealdade ao PR, que subordinação em relação ao PM, que ou me engano muito, vai vê-lo sair do governo na primeira chance, por motivos pessoais de … não lhe darem as verbas que julga necessário para subsidiar a cultura .
Para quem não sabe, que são todos os leitores, sou apreciador de objectos de escrita e tomei atenção aos utensilios utilizados.
Costa, que foi o primeiro, utilizou uma esferográfica Caran d’Ache, Santos Silva, o segundo, inaugurou a esferográfica Parker Jotter de serviço, a senhora que se seguiu, uma Caran D’Ache côr de rosa, e quando pensava eu que estaria dado o mote para uma legião de Caran d’Aches, erigida assim a esferografica de ” serviço ” do novo governo, eis que surgem os inevitáveis roller ball descartáveis, a maioria, Uni-ball modelos Vision e Micro . Para além destes, também a Parker de serviço teve muita utilização . Pelo meio, uma ou outra Cross .
Curioso notar que, objectos de escrita mais ” vistosos “, apenas as canetas de tinta permanente utilizadas por secretários de Estado, primeiro uma senhora, depois o cavalheiro que imediatamente lhe seguiu, em ambos os casos, uma OMAS 360 .
É curioso notar que nos States, quando o presidente assina em público e rodeado de muitas pessoas, costuma assinar utilizando uma bateria de canetas que em ocasião normal dariam para 7 ou 8 pessoas . Para o efeito, tem ao lado um estojo com uma série de canetas e para usar todas, preenche a assinatura com pequenos segmentos passando de imediato à caneta seguinte, de modo a utilizar o lote todo . No final, distribui as canetas pelos presentes . Bom para a indústria americana – os fornecedores normalmente são a Sheaffer’s e a Cross .
E bom para os borlistas também.
Já no acto de posse do governo anterior, o da Al-draba, o ministro da Assistência e Segurança Social, sacou de uma Montblanc 149 mas ela falhou, ele agitou, falhou de novo, teve que utilizar o objecto de recurso, a caneta de serviço geral que creio era um roller Waterman, já o ministro da Guerra – e Paz nos estaleiros – utilizou uma Montblanc especial, um modelo de edição limitada, concretamente uma Montblanc Hemingway, das mais cobiçadas pelos colecionadores . E caras também, no mercado do colecionismo, para além de difíceis de encontrar.
Lí que tem uma colecção de Montblancs . Pensava que era um grande investimento, o incauto .
Mas para que interessa isto ???
Para introdução à parte que se segue, que é a substancial :
Jasmim, se pensa que a ministra Van Dunem vai pôr o Ministério Público em ordem, pode tirar o cavalinho da chuva, aquilo é gente que tem por bússola norteadora, o corporativismo .
E digo-lhe mais : se a violação do segredo de justiça não aumentar, vai ser uma sorte .
RFC
1 de Dezembro de 2015 às 12:48
Muito bem, Vicente, a pessoa indicada para te responder com estilo é exactamente o Valupi. De memória. e se ela não me falhar, existem interessantes teses de semiótica política sobre a utilização da esferográfica desde que uma modesta Bic terá sido utilizada utilizada pelo ministro Manuel Jacinto Nunes (?) em 1978.
Idem, sobre as desaparecidas Filofax, ou sobre o contemporâneo Moleskine do Hemingway, etc.
Vicente Mais ou Menos de Dum Dum Qualquer Coisa Ayres
2 de Dezembro de 2015 às 3:23
Olá RFC,
A BIC é um sucesso comercial .
Os primórdios da esferográfica foram conturbados, era muito cara e não confiável – entupia, borratava, derramava, as recargas metálicas eram recarregadas com tinta, o que geralmente era tarefa complicada e dada a tragédias no capítulo dos acidentes com derrames de tinta, e levou à falência da companhia americana WHAL-EVERSHARP, que gananciosamente lançou o produto – na altura, caro – com garantia pessoal .
Elas deram problemas e os consumidores precipitaram-se a pedir os remboolsos das quantias dispendidas, em em alguns casos, indemnizações por danos .
Na vizinha Espanha, era por vezes apresentada como a caneta atómica, alegadamente possuidora duma carga de tinta que não acabava nunca . As queixas de clientes irados em dias de calor forte com fatos brancos de bolsos manchados pelos frequentes derrames de tinta, eram frequentes .
O cartucho de tinta só se tornou tecnicamente confiável após o barão Marcel Birch ter solicitado os serviços e anos de pesquiza de uma firma suíça de alta precisão .
Resolvidos os problemas técnicos e estabelecida a firma BIC, rapidamente se impôs no mercado, nao só pelo preço mas tambem pela versatilidade .
Duas esferográficas substituiam duas canetas tinteiro .
Primeiro, foram lançadas em peças individuas de quatro cores diferentes .
Depois um modelo que agrupava três cores diferentes numa única caneta .
Quanto foram lançadas as BIC com cargas de quatro cores diferentes, o fim da caneta tinteiro estava ditado e os finais da década de cinquenta assistiram a um descalabro na falência e encerramento das fabricas .
No dizer de HUMBERTO ECCO
Intencionalmente nascida feia, tornou-se bela por ser prática, económica, resistente, e orgânica, a BIC Cristal é o único exemplo de socialismo tornado realidade . Ela cancela qualquer direito à propriedade e a qualquer distinção social .
RFC
2 de Dezembro de 2015 às 11:06
Grande frase do Umberto Eco [umˈbɛrto ˈɛːko, excerto da wiki-wiki: from the late ’50s till the late ’60s, before his semiotic turn (sublinhado), Eco engaged in studies on mass media and media culture], que não conhecia.
Pedro P Coelho assume-se como primeiro ministro no exílio.
Assim sendo, o seu limite é a IC 19.
Bem prega o frei-tomaz… disse o Augusto Santos Silva.
O professor trauliteiro está em baixo de forma, já vai aos argumentos do velhote Jerónimo.
Deve ser do contágio das companhias!
Respondendo à pergunta do Valupi: não, não há limites. A direita decidiu agir sem lógica e sem lei. Mesmo sem a lei fundamental, a CR, que vê como empecilho aos seus humores. Sim, humores, porque os irracionais não têm projectos. Se no resto do mundo dito civilizado as coisas se passam, à direita, como cá dentro, estamos bem arranjados, sabendo nós que a direita está a conseguir dominar tudo através do poder económico. Porém, acredito que isto há-de estoirar, mais dia menos dia, e a racionalidade prevalecerá.
Valupi, lateralizando mas com propósito.
Tenho justificadas esperanças de que estejas a esgalhar um post do caraças para inveja da blogosfera portuguesa sobre a morte de Umberto Eco. Eu espero, tu [que] esperas?, ele espera, nós esperamos?…
http://www.bicworld.com/img/pdf/presskit_60yearsCristal_EN_light.pdf
(e corrige-se o link, já agora.)
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Vicente Mais ou Menos de Dum Dum Qualquer Coisa Ayres
1 de Dezembro de 2015 às 10:30
Pois eu cá por mim ví mais o que Fernanda viu que o que Valupi não vi .
Quanto a juramentos de olhos levantados, apenas foi superada por João Soares, que, de olhos esbugalhados, mais parecia estar a prestar lealdade ao PR, que subordinação em relação ao PM, que ou me engano muito, vai vê-lo sair do governo na primeira chance, por motivos pessoais de … não lhe darem as verbas que julga necessário para subsidiar a cultura .
Para quem não sabe, que são todos os leitores, sou apreciador de objectos de escrita e tomei atenção aos utensilios utilizados.
Costa, que foi o primeiro, utilizou uma esferográfica Caran d’Ache, Santos Silva, o segundo, inaugurou a esferográfica Parker Jotter de serviço, a senhora que se seguiu, uma Caran D’Ache côr de rosa, e quando pensava eu que estaria dado o mote para uma legião de Caran d’Aches, erigida assim a esferografica de ” serviço ” do novo governo, eis que surgem os inevitáveis roller ball descartáveis, a maioria, Uni-ball modelos Vision e Micro . Para além destes, também a Parker de serviço teve muita utilização . Pelo meio, uma ou outra Cross .
Curioso notar que, objectos de escrita mais ” vistosos “, apenas as canetas de tinta permanente utilizadas por secretários de Estado, primeiro uma senhora, depois o cavalheiro que imediatamente lhe seguiu, em ambos os casos, uma OMAS 360 .
É curioso notar que nos States, quando o presidente assina em público e rodeado de muitas pessoas, costuma assinar utilizando uma bateria de canetas que em ocasião normal dariam para 7 ou 8 pessoas . Para o efeito, tem ao lado um estojo com uma série de canetas e para usar todas, preenche a assinatura com pequenos segmentos passando de imediato à caneta seguinte, de modo a utilizar o lote todo . No final, distribui as canetas pelos presentes . Bom para a indústria americana – os fornecedores normalmente são a Sheaffer’s e a Cross .
E bom para os borlistas também.
Já no acto de posse do governo anterior, o da Al-draba, o ministro da Assistência e Segurança Social, sacou de uma Montblanc 149 mas ela falhou, ele agitou, falhou de novo, teve que utilizar o objecto de recurso, a caneta de serviço geral que creio era um roller Waterman, já o ministro da Guerra – e Paz nos estaleiros – utilizou uma Montblanc especial, um modelo de edição limitada, concretamente uma Montblanc Hemingway, das mais cobiçadas pelos colecionadores . E caras também, no mercado do colecionismo, para além de difíceis de encontrar.
Lí que tem uma colecção de Montblancs . Pensava que era um grande investimento, o incauto .
Mas para que interessa isto ???
Para introdução à parte que se segue, que é a substancial :
Jasmim, se pensa que a ministra Van Dunem vai pôr o Ministério Público em ordem, pode tirar o cavalinho da chuva, aquilo é gente que tem por bússola norteadora, o corporativismo .
E digo-lhe mais : se a violação do segredo de justiça não aumentar, vai ser uma sorte .
RFC
1 de Dezembro de 2015 às 12:48
Muito bem, Vicente, a pessoa indicada para te responder com estilo é exactamente o Valupi. De memória. e se ela não me falhar, existem interessantes teses de semiótica política sobre a utilização da esferográfica desde que uma modesta Bic terá sido utilizada utilizada pelo ministro Manuel Jacinto Nunes (?) em 1978.
Idem, sobre as desaparecidas Filofax, ou sobre o contemporâneo Moleskine do Hemingway, etc.
Vicente Mais ou Menos de Dum Dum Qualquer Coisa Ayres
2 de Dezembro de 2015 às 3:23
Olá RFC,
A BIC é um sucesso comercial .
Os primórdios da esferográfica foram conturbados, era muito cara e não confiável – entupia, borratava, derramava, as recargas metálicas eram recarregadas com tinta, o que geralmente era tarefa complicada e dada a tragédias no capítulo dos acidentes com derrames de tinta, e levou à falência da companhia americana WHAL-EVERSHARP, que gananciosamente lançou o produto – na altura, caro – com garantia pessoal .
Elas deram problemas e os consumidores precipitaram-se a pedir os remboolsos das quantias dispendidas, em em alguns casos, indemnizações por danos .
Na vizinha Espanha, era por vezes apresentada como a caneta atómica, alegadamente possuidora duma carga de tinta que não acabava nunca . As queixas de clientes irados em dias de calor forte com fatos brancos de bolsos manchados pelos frequentes derrames de tinta, eram frequentes .
O cartucho de tinta só se tornou tecnicamente confiável após o barão Marcel Birch ter solicitado os serviços e anos de pesquiza de uma firma suíça de alta precisão .
Resolvidos os problemas técnicos e estabelecida a firma BIC, rapidamente se impôs no mercado, nao só pelo preço mas tambem pela versatilidade .
Duas esferográficas substituiam duas canetas tinteiro .
Primeiro, foram lançadas em peças individuas de quatro cores diferentes .
Depois um modelo que agrupava três cores diferentes numa única caneta .
Quanto foram lançadas as BIC com cargas de quatro cores diferentes, o fim da caneta tinteiro estava ditado e os finais da década de cinquenta assistiram a um descalabro na falência e encerramento das fabricas .
No dizer de HUMBERTO ECCO
Intencionalmente nascida feia, tornou-se bela por ser prática, económica, resistente, e orgânica, a BIC Cristal é o único exemplo de socialismo tornado realidade . Ela cancela qualquer direito à propriedade e a qualquer distinção social .
RFC
2 de Dezembro de 2015 às 11:06
Grande frase do Umberto Eco [umˈbɛrto ˈɛːko, excerto da wiki-wiki: from the late ’50s till the late ’60s, before his semiotic turn (sublinhado), Eco engaged in studies on mass media and media culture], que não conhecia.
Le Dossier de presse – Bic
https://www.bicworld.com/…/dossierdepresse_60ans
ou
Download PDF – Bic
https://www.bicworld.com/…/presskit_60yearsCristal
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Nas caves do Aspirina B, alhures
Pedro P Coelho assume-se como primeiro ministro no exílio.
Assim sendo, o seu limite é a IC 19.
Bem prega o frei-tomaz… disse o Augusto Santos Silva.
O professor trauliteiro está em baixo de forma, já vai aos argumentos do velhote Jerónimo.
Deve ser do contágio das companhias!
Respondendo à pergunta do Valupi: não, não há limites. A direita decidiu agir sem lógica e sem lei. Mesmo sem a lei fundamental, a CR, que vê como empecilho aos seus humores. Sim, humores, porque os irracionais não têm projectos. Se no resto do mundo dito civilizado as coisas se passam, à direita, como cá dentro, estamos bem arranjados, sabendo nós que a direita está a conseguir dominar tudo através do poder económico. Porém, acredito que isto há-de estoirar, mais dia menos dia, e a racionalidade prevalecerá.
Há-de estoirar, Maria Abril, há-de estoirar!
é até as costuras cederem. :-)