Perguntas simples

Se Portugal se comprometeu em Maio a reduzir o défice para 4,6% em 2011 – no contexto em que o próprio euro estava em risco, o que levou a medidas extraordinárias para todos os países da moeda – donde vem o espanto com este Orçamento?

17 thoughts on “Perguntas simples”

  1. O espanto vem de muitos descobrirem agora que o défice não pertence ao governo, pertence-nos a nós.

    (Acho que isto vai ter, no fim, um efeito positivo, apesar da barulheira. Deus escreve direito por linhas tortas.)

  2. Já agora, por falar nisso, tens observado a espantosa evolução d’ O Jumento? Continuo a gostar de o ler, mas está em radicalização acelerada. Qualquer dia estou a vê-lo no Crespo.

  3. O Jumento está a reagir como um animal económico. Estão a ir-lhe ao bolso e ele começa aos coices. No fundo, e para quase todos, a política resume-se a esse deve e haver.

    Mas há uma novidade com este Orçamento, a qual o Jumento tão bem ilustra: pela primeira vez na crise, os funcionários públicos levam um fortíssimo abanão. Se depois disto Sócrates ainda conseguir ter espaço dentro do PS para ir às próximas eleições, estamos perante um semi-deus.

  4. Não é radical, é apenas uma “postura independente”. (talvez a apoiar uma ou mais das alternativas políticas). ;-)

    “A partir de hoje assumirei uma postura independente e se houver uma alternativa política pensarei seriamente em apoiá-la.” (Jumento, 16/10)

  5. SABEDORIA POPULAR…
    …OU TALVEZ NÃO:
    1 – Em Janeiro sobe ao outeiro! Se vires verdejar, põe-te a cantar; se vires o SÓCRATES… põe-te a chorar;
    2 – Quem vai para o mar, avia-se em terra! Quem vota no SÓCRATES mais cedo se enterra;
    3 – SÓCRATES rindo em Janeiro… é sinal de pouco dinheiro;
    4 – Quem anda à chuva molha-se! Quem vota SÓCRATES lixa-se;
    5 – Ladrão que rouba a ladrão tem 100 anos de perdão! Parvo que vota no SÓCRATES… tem 100 anos de aflição;
    6 – Gaivotas em terra, sinal de tempestade no mar! SÓCRATES em São Bento, o Povinho a penar;
    7 – Verão trovejado 30 anos é lembrado! SÓCRATES no Governo é prova que temos pecado;
    8 – Março marçagão, manhã de Inverno e tarde de Verão! SÓCRATES, Socratão, manhã de Inverno e tarde de Inferno;
    9 – Um burro carregado de livros é um doutor! Um burro carregando o SÓCRATES… é burro mesmo;
    10 – O peixe não puxa carroça…votar no SÓCRATES é asneira da grossa;
    11 – Amigo disfarçado é inimigo dobrado! SÓCRATES empossado e o Povinho atropelado;
    12 – A ocasião faz o ladrão… e o SÓCRATES não foi excepção;
    13 – Antes só que mal acompanhado! Antes sózinho que com SÓCRATES ao lado;
    14 – A fome é um bom conselheiro… o SÓCRATES um grande coveiro;
    15 – Olhos que não vêem, coração que não sente… aturar o SÓCRATES é desastre eminente;
    16 – Boda molhada, boda abençoada! O SÓCRATES eleito… o pesadelo perfeito;
    17 – Depois de casa roubada, trancas na porta! Com o SÓCRATES eleito nada fica direito;
    18 – Com o SÓCRATES e bolos se enganam os tolos;
    19 – Não há regra sem excepção nem SÓCRATES sem confusão;
    20 – A água não passa duas vezes debaixo da mesma ponte! Com SÓCRATES no Governo até nos seca a fonte!

  6. Se eu quisesse provocar violentas convulsões sociais, alterar o quadro partidário, até promover uma revolução, era este, precisamente este, o Orçamento que apresentaria. Um Orçamento em que os poderosos, a Banca, os Seguros, os grandes grupos económicos, passam praticamente incólumes, ao passo que as classes médias, os trabalhadores em geral e os funcionários públicos em particular (incluindo militares e polícias) são fortemente penalizados. Um orçamento a promover a pobreza e a desgraça, a empurrar os pobres para a criminalidade, a gerar instabilidade por tudo o que é lugar. Um orçamento proposto por um partido de gente incompetente, sem uma ideia do que é o serviço público. Um orçamento que vai passar, presumivelmente graças à abstenção, porque temos a direita mais estúpida do mundo, o capital mais parasitário que se conhece, sempre a olharem para o umbigo, incapazes de navegar sem o apoio do seu Estado e sem qualquer sonho ou perspectiva quanto ao país. Vamos certamente sofrer um pouco. Mas o que virá será certamente melhor, porque pior do que está não é possível.

  7. Pergunta simples. Em 2009 já Portugal e o resto do mundo em crise, houve um aumento de 2,9% para os FP, porque razão este brilhante governo tomou esta atitude, tendo sido avisdo inclusivé por uma senhora velhinha que não percebia nada do assunto? Será que foi por ser um ano de eleições, foi apenas coincidência ou a prova cabal da total incompetência/irresponsabilidade desses politicos da treta/teta?

  8. O espanto vem, precisamente, pelo facto de haver, umas pretensas élites que têm acesso aos órgãos de informação (princepescamente remunerados, ao que se ouve) que massacram os ouvidos e os olhos de quem tem paciência para os ouvir, ver ou ler e que também esses vão sofrer, porque se calhar com o que deixam de ganhar (pagando mais impostos) não poderão ir ao “Tavares Rico” todos os dias…
    Verdadeiro ESPANTO, é o facto de um representante sindical de um dos Poderes do Estado democrático vir confirmar que, na prática, houve uma perseguição a elementos de um partido político por parte de determinados magistrados. Que outra leitura se pode fazer das palavras daquele senhor? É só porque alguns dos seus privilégios são beliscados que o leva a dizer aquilo?

  9. E continuam os calimeros do costume. Chuparam até não poderem mais, deixaram o pais na m**** que está e ainda são uns coitadinhos, haja paciência, dasse.

  10. o espanto vem do optimismo alucinado de alguns no pasa nada que o socras e o melhor do mundo e o pais vai em velocidade de cruzeiro. nao foi isso que nos andou a dizer Valupi? se calhar houve inocentes que acreditaram no marketing e agora , com a cara a mesma cheia de rugas , choram a massa que deram pelo creme. espantadissimos por nao ter dado resultado.

  11. Gostei desta … não sei porquê mas pela primeira vez sinto-me na pele de um colossal e estúpido BURRRO por ter votado nestes “cafagestes” fdp. Não sei onde tinha a cabeça. Devia estar bebedo. Ca GANDA BURRO QUE EU SOU …

    Um burro carregado de livros é um doutor! Um burro carregando o SÓCRATES… é burro mesmo;

  12. Esta é para a malta como eu que levaram o maior barrete da vida delas.Agora nem com um clister de aguarrás a gente se livra destes doutourados em incompetência e aldrabice. FONHA-SE QUE É DEMAIS. CA GANDA BURROS QUE NÓS SOMOS:

    Com o SÓCRATES e bolos se enganam os tolos;

  13. Estão a chegar também aqui os gajos que deram a maioria ao Sócrates mas que estão muito arrependidos.

    Com os votos destes gajos o Sócrates teria caído para a Distrital para jogar contra o Louçã, o avô Cantigas e aquele moço dos submarinos de quem não lembro agora o nome.

    Eu então é ao contrário: até aqui sempre votei contra o Sócrates mas, na próxima vez vou votar no gajo.

    Nem quero pensar para onde teria que emigrar se os *mercados* nos tivessem apanhado com um dos outros tótós ao leme.

    E, sim, já sei: vocês é que a sabem toda. Obrigado pelos ensinamentos.

  14. Valupi: o espanto só o é artificialmente. O mais é aproveitamento político. Se alguém se der ao trabalho de ler a imprensa internacional, verá que mais ou menos em todos os países se adoptaram medidas de austeridade. Nós fomos dos últimos a adoptá-las na sua forma radical, o que, a meu ver, se justifica por vários factores. Primeiro, a nossa economia estava a crescer este ano bem acima da grande maioria dos países europeus. Segundo, temos um governo minoritário (infelizmente, pois confirma-se que não tem qualquer vantagem, ao contrário do que a oposição passou a vida a defender na última campanha eleitoral). Como tal, as tais medidas mais rigorosas que, para o PSD e CDS e outros, já deviam ter sido tomadas “há mais tempo” não passariam, como sabemos, nem em Maio, nem em Janeiro passados. Basta lembrarmos o pedido de desculpas de PPC pelo PEC II. Terceiro, é mais que compreensível que medidas que cortam salários e poder de compra em geral das pessoas só sejam tomadas in extremis. Quarto, a subida dos juros da dívida para valores incomportáveis obrigou a meter o turbo.
    Todos os eventuais espantos não passam de reacções imediatistas a medidas que não espantam, de facto, ninguém.
    Concordo com o Vega: no meio do barulho, esta é uma oportunidade única para reestruturar muita coisa na administração pública, de a tornar mais transparente e de dar a conhecer os seus meandros (incluindo os financeiros). Penso que o público tem aprendido uma coisas com esta crise.

  15. Só para dizer que fui dar uma vista de olhos ao Jumento. Espanto, agora verdadeiro! O homem entrou em curto-circuito! De repente, 2009 não foi o ano em que a palavra de ordem na Europa era “Esqueçam o défice; estímulo à economia; apoio aos desempregados; ajuda aos bancos cuja falência apresente um risco sistémico.” De repente, 2010 não é o ano em que a palavra de ordem na Europa é “Esqueçam a economia e os apoios sociais. O défice, o défice. Toca a reduzi-lo e rapidinho, antes que os mercados vos afundem!”. De repente, o culpado de tudo é o Teixeira dos Santos. Será que as palas descaíram sobre os olhos do bicho?

  16. espanto ? confirmação de algumas teses sobre carácter humano : é típico dos cobardes e dissimulados atribuírem a culpa do que corre mal naquilo pelo qual são responsáveis ao “outro” , a factores externos , às borboletas , ao demo… ; é típico dos corajosos e frontais assumirem que erraram e aceitarem as consequências dos seus erros. parece que não te enquadras nestes últimos , V.

  17. Também podíamos fazer assim:

    Mantemos os salários como estão. Dizemos a todos os organismos públicos que têm que despedir 10% dos efectivos. As listas seriam entregues pelos sindicatos, para preservar o nível de vida dos restantes 90%, e para que não se pense que houve critérios políticos na escolha (os sindicatos não têm critérios políticos, como todos sabem. Interessam-se apenas pelo bem estar dos trabalhadores).
    Quanto ao resto, encerra-se um instituto, despede-se os funcionários, não há cá reintegrações. Encerra-se uma escola, despedem-se os funcionários e professores. Etc, etc…

    Pode ser? Assim já era melhor? É assim que se faz nas empresas privadas em tempos de dificuldades orçamentais. Excepto, claro está, que as listas são feitas pelos responsáveis das empresas, não pelos sindicatos. Mas seria uma cedência que o governo podia fazer nas negociações.

    Se acham que não, então calem-se de uma vez, já não se pode com as lamurias. É que, ao contrário do resto do pais, vocês podem ir receber menos, mas o vosso emprego nunca está em causa. Para ter esse tipo de garantia, eu dispensava alegremente 20% do meu salário. Tenho aqui um projecto a decorrer que salvou o ano na minha modesta empresa, mas para 2011 não há garantias, só perspectivas.

    Quem quiser trocar comigo, é só avisar.

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