Paulo Querido tem feito um exaustivo trabalho de explicitação da BlogConf com Sócrates, desmontando a má-fé e desonestidade intelectual que eram fatais após o evento e suas peripécias. No #BlogConf 6, oferece-nos um retrato privilegiado de organizador contemplativo. Olha para o cenário com a cumplicidade e distanciamento do encenador. Trata-se de uma reportagem introspectiva, onde descreve o encontro com Sócrates a partir do diálogo secreto consigo próprio. É um registo raro, soberanamente subjectivo, também por isso recompensador.
Mas não lhe perdoo a grave falha de ter dito que a Futura é uma má escolha de caneta.
Valupi, um elogio à minha escrita, desta pena, vale muito e toca. Agradecido.
Espatifei muito bico, fino e grosso, a escrever cábulas & assinaturas nos tampos das secretárias do meu Liceu, felizmente já foi tudo na fogueira e agora são tampos de fórmica.
É uma caneta passada, anacrónica. Talvez seja tempo de a recuperar e fazer moda retro. Hei-de redimir-me da Futura, juro.
Lembrou-me o António Ferro e a sua cumplicidade/distanciamento em relação a Salazar, salvaguardadas as respectivas distâncias temporais, ideológicas e tecnológicas.
Mas com menos elegância nos tiques referenciais aos “inimigos do regime” – no caso vertente, foram eleitos os professores, com o chavão acusatório da “reacção corporativista” (o problema é que os professores até têm razão, o que só demasiado tarde será demonstrado)…