Dias Loureiro, no dia em que, finalmente, lhe explicaram o que andou a fazer
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Sou daqueles que acredita piamente em Dias Loureiro. Por isso lhe quero manifestar pública solidariedade, coisa que não vejo a direita ranhosa fazer. A direita ranhosa utiliza invariavelmente o mesmo estratagema para lidar com as abundantes cagadas que produz: finge que a merda não existe. É a sua pulsão kitsch, tal como o definiu Kundera (ah, pois). Isso deixa o 2º arguido no caso BPN/SLN sem amigos, o que me parece homérica injustiça. É que ele já entrou na História como uma das mais extraordinárias figuras da política nacional. Como é que alguém cujos limites cognitivos estão à vista de todos, que admite candidamente passarem-lhe ao lado aspectos técnicos, legais e morais da sua actividade profissional, que exibe uma amnésia num grau já muito avançado, e que provavelmente sofre de Desordem por Défice de Atenção com Hiperactividade, chegou a dirigente do PSD, ministro de Cavaco, elemento do núcleo duro do PSD durante anos e anos, empresário de súbito e estranho sucesso e conselheiro de Estado?
Há um enigma a rodear este ser de excepção. Como seria bom, magnífico, haver alguém capaz de falar verdade a seu respeito, contar os segredos de tão extraordinárias façanhas para nossa ilustração e encantamento. Alguém que colocasse a ética e a transparência nos negócios num plano superior e normativo. Alguém que tivesse assumido a missão de falar verdade aos portugueses, por exemplo. E é possível, apesar da elevada improbabilidade, que uma entidade assim exista à nossa volta, no mundo dos vivos, e não apenas na doce imaginação. É procurar.
Penso que fazes bem em ser solidário com o Dias Loureiro, pois afinal devemos ajudar-nos uns aos outros, e se há um ano o sem amigos Loureiro até foi um gajo porreiro nos elogios que fez ao «menino doirado», agora está na altura de lhe retribuir o favor.
Estou também de acordo contigo quando dizes que ele tem «défices cognitivos» e que sofre de «amnésia»: então não é que o tipo disse que o Pinto de Sousa era «generoso», «sensato», «corajoso» e que era alguém que está atento aos «detalhes», como só os «grandes homens» estão?
Ou será que o que ele quis dizer foi que os «grandes homens» descobrem-se pelo nº de fatos Armani que vestem e pela atenção que dão à sua imagem e máscaras televisivas que usam? E que ser «generoso» é nacionalizar as dívidas e prejuízos de bancos como o BPN? E que ser «corajoso» é fazer tábua rasa das suas promessas eleitorais, rasgando assim o «contrato» que fez com os eleitores? E que ser «sensato» é associar-se a gajos com influência e poder, como era o caso dele há um ano e como é o caso de outros tipos «muita fixes» como o Júdice e o Proença de Carvalho?
Se calhar foi isto que ele quis dizer, mas se foi então está resolvido o enigma: aquilo que rodeia ou rodeava o Loureiro e permitiu a sua ascenção, é exactamente o mesmo que rodeia o PInto de Sousa. O Pinto de Sousa é pois o tipo indicado para nos falar do seu amigo de oiro de há um ano atrás…
DS: Acho que o o DL ainda não percebeu os contornos dos elogios ao Sócrates. Ou se calhar já se esqueceu, sei lá!
“Sou daqueles que acredita”m ficaria melhor
Já tínhas o atrasado mental do Olho a mijar no tapete, agora tens o ds Boca de Sapo a cagar na cortina. Estás feito, Valupi. Olha, faz-lhes uns cornos, que é o que eles merecem.
ds, parabéns. Excelente comentário.
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JCV, concordo contigo. Embora também seja legítima a construção com o singular.
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Pinho Verde, são todos bem-vindos. Andamos todos ao mesmo.
Excelente, só?! E então o «brilhantíssimo», «profundíssimo» e «originalíssimo», esqueceste-te é?
De facto, acho estranho esse sr ter sujeitado o PR ao vexame.
Espero que agora o PR diga qualquer coisa, pelo menos, que estava ou foi enganado!
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Um bom símbolo da nossa miséria é o casamento entre a filha de Dias Loureiro, amigo íntimo de Jorge Coelho, e o filho de Ferro Rodrigues, amigo íntimo de Paulo Pedroso, irmão do advogado que realizou a estúpida e milionária investigação para o Ministério de Educação e amigo de Edite Estrela que é prima direita de António José Morais, o professor de José Sócrates na Independente, cuja biografia foi apresentada por Dias Loureiro, e que foi assessor de Armando Vara, licenciado pela Independente, administrador da Caixa Geral de Depósitos e do BCP, que é amigo íntimo de José Sócrates, líder do partido ao qual está ligada a magistrada Cândida Almeida, directora do Departamento Central de Investigação e Acção Penal, que está a investigar o caso Freeport.
Talvez isto ajude a explicar muito do que se passa com a Justiça, a Economia, a Educação. Sobre a Educação, a minha área, vale a pena pensar um bocadinho. José Ricardo Costa, professor