Existe o “caso das gémeas brasileiras”, de que se fala muito, a envolver directamente Marcelo Rebelo de Sousa com dupla ligação: como Presidente da República e como pai. E depois existe o “caso dos gémeos portugueses”, de que não se fala quase nada, também a envolver directamente Marcelo Rebelo de Sousa com dupla ligação: como Presidente da República e como o tipo que ocupa o cargo de Presidente da República.
Este caso dos gémeos é de mais fácil explicação do que o das gémeas, pois todos os materiais que o documentam estão no domínio público. Consiste nisto. Em 9 de Março de 2016, o país respirava de alívio por se ter visto livre de Cavaco e passar a ter uma das mais populares e simpáticas personalidades mediáticas dos últimos 15 anos a morar em Belém, a qual acumulava com ser um dos mais prestigiados juristas nacionais. Os cinco anos seguintes deram razão ao optimismo, tendo-se visto a consistente defesa do interesse nacional e do bem comum em palavras e actos do Presidente da República (apago deste retrato os episódios de Tancos e dos incêndios de 2017, onde não teve sentido de Estado). Depois, em 2021, surgiu o gémeo deste Marcelo Rebelo de Sousa. Viu-se a personagem, pela primeira vez, aquando da apressada dissolução do Parlamento por causa do chumbo do Orçamento para 2022. A partir daqui, nunca mais este gémeo abandonou a Presidência. Na tomada de posse do Governo PS de maioria absoluta, lá estava ele a dizer coisas, disparates intempestivos. Nos meses e anos seguintes, esta característica foi sempre em crescendo. Deixou a sua marca taralhouca no escândalo dos abusos sexuais na Igreja Católica portuguesa, nas ameaças semanais à estabilidade da governação de Costa, na pose de salvador oficial do PSD, na tentativa de decapitar Galamba, no decote de uma filha ao lado da mãe, no abandalhamento completo do protocolo e prestígio do Conselho de Estado, e chegou ao ponto de fazer antropologia de tasca ao dizer que Costa é lento por ser oriental. Há mais dislates que poderiam entrar na lista mas ninguém me paga para os teclar. A suspeita de que este gémeo não bate bem da corneta não vem da má-língua, antes se impõe à inteligência como a explicação mais provável, e nisso a mais benigna, para justificar a inacreditável sucessão de episódios abstrusos nascidos do comportamento errático à vista de todos.
Para além das facetas clínica e folclórica do caso dos gémeos, há uma questão com importância fundamental para a comunidade que fica a exigir resposta. Esta: como dar sentido à experiência histórica de ter como Presidente da República uma das pessoas com melhor preparação jurídica em Portugal e depois assistir a dois mandatos quase completos em que não deixa sequer a sombra de uma intenção de contribuir para o saneamento dos males da Justiça nacional, e, para a desgraça ser completa, ainda acaba a contribuir para a degradação do que já estava indelevelmente degradado, pervertido e criminalmente violado?
Não haverá comissão de inquérito parlamentar a respeito. E mesmo que o primeiro gémeo ainda conseguisse regressar ao lugar donde foi corrido pelo segundo, nada de nada de nadinha de nada diria ou faria para nos defender dos criminosos disfarçados de agentes da Justiça. Nisto, são gémeos siameses.
Vocês, depois de conseguirem controlar o MP seguem para os Juizes, certo?
É tão obvio que só veem o vosso umbigo. Então à exceção de Tancos e dos incêndios o homem foi um consistente defensor do interesse nacional, durante cinco anos? Do vosso interesse, quer você dizer! Até se tornou no vosso candidato ao 2º mandato. O boneco a quem Hugos Mendes e Lacerdas Sales, a mando dos seus chefes, fizeram as vontades e a quem deixam arder em publico. Pulhas.
Vocês são uma bela baliza.
«Deixou a sua marca taralhouca no escândalo dos abusos sexuais na Igreja Católica portuguesa, nas ameaças semanais à estabilidade da governação de Costa, na pose de salvador oficial do PSD, na tentativa de decapitar Galamba, no decote de uma filha ao lado da mãe, no abandalhamento completo do protocolo e prestígio do Conselho de Estado, e chegou ao ponto de fazer antropologia de tasca ao dizer que Costa é lento por ser oriental.»
E até destratou e abandonou o filho tratando-o depreciativamente por o Dr. Nuno como se fora, para si, um desonesto desconhecido.
Neste caso, onde até podia bater-se por demonstrar uma estatura moral de valor defendendo o filho pela atitude elevada de querer salvar duas vidas, tomou a decisão do pulha à Pilatos que quer lavar as mãos e pôr-se a salvo atrás do cargo presidencial.
Ainda, para mais, toma tais atitudes com evidentes sintomas de que o faz com gozo segundo o plano de uma pura e dura perseguição vingativa de tipo doentio, maníaca.
Enfim, depois do parvo que se julgava sábio temos o sábio que é parvo.
Para mim ainda está por explicar a autoria/ideia da nota que levou à demissão de Costa.
o que levou à demissão do costa foi o desejo de ir para a europa , que sempre negou mas que já circulava em boatos meses antes. apenas aproveitou a ocasião , como sempre. nada o obrigava a demitir-se.
Em 2016 o país, salvo o Cavaquistão que persiste lá para as aldeolas de Viseu e afins, realmente exultou com a partida da Múmia Cavaca. Foram dez anos de pesporrência mumificada, de recadinhos parolos, sorrisos de vacas, crises várias e, pior de tudo, de coexistência com o governo mais ruinoso e o PM mais trafulha desta partidocracia. A Múmia não gramava o 44, mas tolerou-o.
Quando veio o Martelo, eleito pela carneirada que ainda vota, até parecia um upgrade. Como poderia ser pior? E pior não foi, mas foi a trampa esperada. Um palhaço reformado do Centrão Podre, ansioso por atenção e admiração, que – como a Múmia – pactuou com um governo sucateiro.
Sim, sucateiro: talvez não tão trafulha como o anterior, o que seria um feito, mas repleto das mesmas caras, dos mesmos tachistas, compinchas e apologistas do 44. O Bosta é mais esperto, mais rato que o 44, mas o resto é o mesmo. O PS não passa disto. Uma máfia em forma de partido.
E é por isso, só por isso, que neste cantinho xuxa gostavam do Martelo: porque era cúmplice do Bosta e lhe amparava todos, mesmo todos os falhanços e falcatruas. Como disse acima o Miguel M. Elias, os xuxas são tão pulhas que se serviram ele e agora, esgotada a utilidade, deixam-no arder.
O facto, porém, é que merece arder: pela conivência com o Bosta, e por esta absurda cunha que já teria demitido qualquer servidor público em qualquer país civilizado. Com a saúde como está, com tanta gente à espera e a sofrer, isto vai além da vergonha. Martelo e filhote deviam estar presos.
Operação Concerto. PJ faz buscas por corrupção ativa e passiva, ex-assessor de José Sócrates é o principal alvo.
https://www.sapo.pt/
depois de encher a pança de riso, agora ainda mais fina depois de ler o texto, tenho mesmo de malhar nos deputados:
i) bastava um décimo deles, um décimo, para tirarem os ovos debaixo dos braços e requererem a fiscalização da (não) constitucionalidade dos actos do gémeo demente;
ii) bastava a maioria de dois terços de um quinto para tentarem metê-lo em casa com acompanhamento médico e chiclas pirata na algibeira dos calções para ir a banhos.
sendo assim, e oxalá assim não fosse, cada vez mais só posso concluir que os deputados vêem o parlamento como o sofá confortável onde arrecadam privilégios vitalícios e coçam a micose da vaidade da visibilidade enquanto VIPs.
O caso dos gémeos, muito bem visto. O fulano é uma personalidade dual, em que se digladiam diariamente o bem e o mal. Podia escrever-se uma novela à la Jekyll and Hyde, intitulada Dr Marcelo and Mr Sousa.
150 gajos a fazer merda e outros tantos a despejá-la nas ventoínhas da intoxicação nacionalista. sindicatos do xunga a fazerem sindicalismo militante.
“O MP adiantou ainda que as empresas de assessoria de comunicação sob suspeita terão criado um “esquema concertado que passava pela apresentação de propostas em concursos públicos, criando falsamente um cenário de aparente concorrência e legalidade, mas tendo em vista garantir, à partida, quais seriam as vencedoras das adjudicações” dos contratos.”