Belém e PSD, a partir do consulado de Ferreira Leite, usaram a Justiça e a comunicação social para levar a cabo o plano de destruir política e civicamente o cidadão José Sócrates, não se coibindo de acirrar ao extremo as pulsões populistas antipolíticos – sempre em crescendo em períodos de crise económica, e tão mais fermentáveis quão maior for a iliteracia, ignorância e dificuldades cognitivas dos grupos e segmentos sociais mais desfavorecidos. Foi também nessa lógica que cooptaram Nobre, um demagogo lunático que tinha conseguido abarbatar perto de 600 mil votos apenas recorrendo a um patético culto de personalidade. A embrulhar este degradante intento social-democrata, aparecia Cavaco a clamar pela verdade e a cavalgar o ódio contra as autoridades democráticas, enquanto punha a máscara apolítica e varria para debaixo do tapete os seus 30 anos de responsabilidades em actividades governativas.
Neste quadro, Luís Amado foi alvo de uma trôpega manigância para criar divisões no Governo, dadas as suas posições centristas e o inatacável sucesso da sua pasta. Invariavelmente, apareciam vozes do PSD a manifestar admiração pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros e a sugerir que ele seria um dos substitutos ideais para ocupar o lugar de um Sócrates obrigado a deixar a sua cabeça numa travessa a ofertar aos Cavaquistas. Dentro da nojeira que se espalhava histericamente por tudo o que era espaço de comentário político, dizia-se que apenas Amado se salvava num grupo de bandidos que ia arruinando o País. O facto destas calúnias ofenderem quem assim parecia estarem a elogiar, porque o desonravam na associação, era o que menos preocupava os fidalgotes laranjas ressabiados, cegos de raiva e sequiosos pela vingança. Sócrates era a sua desvairada e maníaca paixão, valia tudo.
Que não espante, pois, o silêncio que os sicofantes estão a fazer sobre estas palavras:
Martim Cabral – Acha que era possível ter evitado recorrer à ajuda externa? O Primeiro-Ministro adiou até à última, até à derrota do PEC4…
Luís Amado – Eu coloco o problema do País numa fase mais anterior. Eu acho que o País nunca devia ter tido um Governo minoritário numa situação de tensão financeira e económica como aquela que a Europa está a viver. E, portanto, acho que foi um erro ter assumido responsabilidades num Governo que não dependia de uma maioria no Parlamento e, portanto, não tinha um horizonte de estabilidade. Negociar com os mercados as condições de financiamento externo de que a economia, o Estado e as famílias necessitam numa situação de imprevisibilidade relativamente ao seu futuro… Repare que hoje os mercados estão a exigir à Grécia não apenas uma maioria de governo que aprove um programa mas que a oposição se comprometa com esse programa. Porque os problemas de liquidez são problemas de curto prazo, mas os problemas de solvência são problemas de médio e longo prazo. Se não envolvem a responsabilidade da oposição no seu cumprimento, criam situações de dúvida e de desconfiança que são incontornáveis, sobretudo num período de grande turbulência como aquele que a economia e o sistema financeiro mundiais estão a viver.
Nuno Rogeiro – Mas se nós olharmos bem, na íntegra, os Memorandos que foram sendo divulgados nas nossas negociações com a Troika, nós vemos que o diagnóstico que é feito pela Troika da nossa situação é um diagnóstico de problemas estruturais. Não é um problema circunstancial, é um problema de deficiências genéricas da nossa economia. Não há ali uma linha sobre as circunstâncias políticas de maioria ou minoria.
Luís Amado – A minha convicção é que nós precisamos de resolver problemas estruturais da economia e da sociedade. E precisávamos de um Governo forte num momento em que tivemos um Governo fraco. Muito fraco porque não tinha maioria no Parlamento. E isso debilitou muito a capacidade do País de resistir às vagas de pressão que os mercados foram lançando sobre a economia portuguesa e sobre a nossa posição no Euro. E que continuam, uma vez que o que está em causa também é a confiança na sustentabilidade do Euro enquanto moeda comum de uma união monetária imperfeita. É isso que se está a passar hoje no sistema financeiro internacional, é um problema que está longe de ser resolvido. Agora, a minha convicção é que um Governo de maioria, uma grande coligação reformista, com um programa estrutural ambicioso para adaptar a economia do País às condições da economia europeia – que tem tido, como nós sabemos, ao longo das últimas décadas, medidas de abertura às condições de concorrência da economia europeia na economia mundial -, um Governo que fosse capaz de fazer esse ajustamento, no fundo, à circunstância de termos uma moeda forte e, poucas, fracas condições de competitividade na nossa economia, podia ter resistido à pressão dos mercados. Porque sabiam que era uma grande coligação, que polarizava o regime político num grande centro sociológico, afastava os radicais, dos dois extremos do sistema, para uma posição marginal no sistema de decisão do País, e dava conforto aos parceiros, e aos mercados, relativamente à capacidade de realização desse Governo.
Nuno Rogeiro – O que no fundo está a dizer, retroactivamente, é que, provavelmente, o Primeiro-Ministro José Sócrates nunca devia ter formado Governo…
Luís Amado – Acho que a responsabilidade é de todos. Repare que o Primeiro-Ministro formou Governo num contexto de grande tensão política, resultante de uma campanha eleitoral onde a sua personalidade e o seu carácter estiveram, pela primeira vez em Portugal – de uma forma absolutamente inaceitável – no centro do debate político. Foi um erro. Pessoalizar, fulanizar, a vida política do País, num momento em que o País precisava de se concentrar na resolução dos seus problemas sérios, na mais grave crise internacional e numa grave crise europeia e nacional, foi um erro gravíssimo que toda a oposição cometeu. Em que toda a oposição foi conivente. E de alguma forma, quando ele ganha as eleições e procura formar Governo, está muito condicionado politicamente por essa realidade. E o que é um facto é que ninguém o ajudou nesse sentido. E houve tentativas, várias, designadamente depois da crise da dívida soberana grega, em que o problema político da dívida se tornou central na Europa, e o problema de um Governo minoritário para gerir um problema de dívida soberana se tornou acutilante, nesse momento várias iniciativas foram feitas no sentido de alargar o espaço político de sustentação do Governo e nenhuma teve sucesso. Precisamente porque houve em torno da personalidade política do Primeiro-Ministro, do meu ponto de vista, um processo ínvio, no plano político, que condicionou muito a vida política portuguesa durante os últimos dois anos. E, portanto, atribuir as responsabilidades ao Primeiro-Ministro é uma fórmula maniqueísta que eu não acompanho. Porque quando um Primeiro-Ministro legitimamente ganha umas eleições e tem condições para formar Governo, em toda a Europa, independentemente do carácter, da personalidade, da atitude, a primeira coisa que faz é convidar os partidos da oposição e os partidos da oposição aceitam começar a negociar!
Sociedade das Nações, minutos 11-17
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Martim Cabral já estava farto da conversinha – apenas e só o diagnóstico mais exacto para responder à famigerada questão acerca do que e do quem nos tinha trazido aqui, dito por uma das vozes mais prestigiadas do Governo cessante e mais respeitadas na oposição – pelo que interrompeu ansioso para mudar de assunto. Isto da responsabilidade da oposição na actual situação, e os modos como se conseguiu derrubar o Governo, não interessava para nada, havia tantos outros assuntos onde tagarelar.
Ora, para além do conteúdo à prova de ranhosos e imbecis da sua síntese histórica a respeito destes dois últimos anos, também na forma Amado nos deixou um valiosíssimo testemunho. As emoções com que manifestou a sua indignação perante o boicote que a oposição fez ao interesse nacional, a sua repulsa face à degradação política e moral da estratégia de assassinato de carácter onde a oposição voltou a estar unida, revelam a força da sua lealdade a Sócrates e, acima de tudo, o seu sentido de Estado.
Nas entrelinhas ficou a sua nota de responsabilização do Presidente da República; e só jornalistas sectários – portanto, pseudo-jornalistas a quem dão a oportunidade de fazer entrevistas – abdicariam de o interrogar a respeito. Também por estes pequenos-grandes nadas se vê a falta que faz a existência de uma imprensa alternativa a esta verdadeira asfixia jornalística completamente alinhada com os patrões da comunicação social, tanto os que são públicos como os que medram nos bastidores.
Saiu. Do partido, que o continua a admirar,
Do governo, que sempre o respeitou.
Uma coisa boa que o Jurassic Park do Valupi tem é que há sempre novos dinossauros. Nem a Disney se dá a estes luxos para manter a freguesia. Quantas vezes é que este pale(i)ontólogo citou no seu blogue o nome de Pinto Balsemão como “patrão da comunicação social”, ou digno apresentador do Sócrates aos Bilderbergers, antes de o criarem primeiro ministro da terra da bolota e alfarroba?
Nobreza de caracter que desmobilzou os enviados de Balsemão. Luis Amado, como Socrates, está acima da mediania que domina os media e o poder em Portugal. Cavaco e cia estão a milhas de entender a postura poítica e ética de governantes como estes dois homens. Podia falar de outros. Sabemos que foi a sua dimensão acima da média que atraiu a raiva e o odio primario e irracional sobre um primeiro ministro e sobre o país.
O importante era o pote. Aí está ele, para os insaciaveis estarolas.
“como os que medram nos bastidores” ou “como os merdam nos bastidores”???? não é para publicar. tanques.
Quando Portugal mais precisava não teve um PR à altura. A História não vai esquecer. Temo bem que Cavaco faça mais mal ao País como presidente do que aquilo que fez como PM, arruinando a agricultura e as pescas e desbaratando os millhóes da CEE. Um só aventureiro, em Odemira, “ganhou” um milhão de contos a fundo perdido. O dinheiro deve ter ido inteirinho para a sua conta pessoal porque o investimento nas alfaces foi feito com financiamento da CGD, que nunca mais viu nem o dinheiro nem o aventureiro.
Crei que se fosse feito um levantamento, “por alto”, da década cavaquista, em esbanjamentos, ia ser lindo.
E a História é para ser escrita. Não para perseguir ou denegrir seja quem for mas para memória futura.
Vital Moreira diz no seu blog “causa nossa” que Cavaco capitaneou a acção que derrubou o governo eleito de Sócrates. Concordo. Têm sido ultrapassados todos os limites. Algum dia a voz dos portugueses se há-de soltar para dizer o que Amado deixou nas entrelinhas.
O MP acusou Maria de Lurdes Rodrigues pela prática do crime prevaricação de titular de cargo político, em co-autoria, juntamente com a sua ex-chefe de gabinete, Maria José Matos Morgado, o ex-secretário-geral do Ministério, João da Silva Batista, e João Pedroso, advogado, professor universitário e antigo vogal do Conselho Superior da Magistratura, irmão do antigo ministro socialista e porta-voz do PS Paulo Pedroso.
A informação da Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa indica que estão em causa factos relativos à “adjudicação directa de vários contratos nos anos de 2005, 2006 e 2007 ao arguido João Pedroso, com violação das regras do regime da contratação pública para aquisição de bens e serviços”.
O Ministério da Educação celebrou com o jurista João Pedroso um primeiro contrato tendo em vista a compilação de toda a legislação do sector, mas, apesar de o vínculo não ter sido cumprido na íntegra, a tutela acabou por renovar o contrato, no valor de 266 mil euros, o qual deveria ter sido realizado até ao final de 2007.
No entanto, a tutela considerou que o segundo contrato foi cumprido em apenas 50 por cento, razão pela qual pediu ao jurista a devolução de 133 mil euros.
Sobre o facto de ter sido pedida a devolução de apenas 50 por cento do valor pago, Maria de Lurdes Rodrigues afirmou, na altura, que isso foi resultado “de uma avaliação técnica dos serviços”, tendo em conta o trabalho entregue.
“Enquanto ministra da Educação, o meu comportamento pautou-se sempre
por critérios de legalidade, rigor, isenção e respeito pelo interesse público, pelo que repudio com veemência as acusações que me são feitas”, refere Maria de Lurdes Rodrigues numa declaração escrita enviada à Agência Lusa.
A ex-titular da pasta da Educação no primeiro governo socialista de José Sócrates garante que vai desencadear a sua contestação à acusação por todos os meios ao seu alcance.
“Espero, com serenidade, o rápido esclarecimento deste caso”, conclui Maria de Lurdes Rodrigues.
A actual presidente do Conselho Executivo da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) revelou à Lusa que o Ministério Público notificou-a da acusação a 16 de Junho e que nesta segunda-feira, “antes de concluído o período de contestação” e de ter tido possibilidade de exercer o seu “direito de defesa”, a acusação foi divulgada.
Esta senhora terá sido a culpada do início do desnorte socialista. Começou na Educação e a senhora pode ser de facto uma boa teórica, diga-se teórica, mas deixou a sua indelével mancha na pasta que Sócrates lhe atribuiu. Ela é a grande responsável pelo início do declínio do PS, mas não é a única. Quero aqui dizer que, mesmo no seio do PS muitos deputados se mostravam indignados com a actuação desta senhora; quero, posso e mando, existindo alguns seguidores no seu ministério que se encontravam precisamente ao mesmo nível, isto é, de educação pouco ou nada percebiam e tinham como grande objectivo (está provado)criar um clima de facilitismo que, na prática, permitiria a progressão dos alunos, mesmo pouco ou nada sabendo e em teoria o reconhecimento de habilitações ao nível dos nossos parceiros comunitários, elevando virtualmente as competências dos diplomados.
Quanto ao resto sei aquilo que vem nos jornais, mas se a senhora prevaricou e lesou o estado português, que seja presa e obrigada a repor as quantias que desperdiçou/entregou sem qualquer benefício para este mesmo estado. Cada um tem o que merece e MLR pelo que fez à escola pública merece tudo o que de mau lhe possa acontecer.
se sicofantes é o mesmo que sicofantas, então está bem.:-)
É sobre o “odiado” e revela dados interessantes, mas tão previsíveis e óbvios que só podem espantar quem faz da sua adoração e bajulação um estilo e modo de vida … como o sacerdote da igreja do sócrates dos últimos dias, o conhecido autor deste post e seus fiéis seguidores aspirínicos.
Logo se vê
Os assobios a José Sócrates nas comemorações do 10 de Junho, no seu próprio distrito, conduziram-me irresistivelmente a um almoço que tivemos em 2003, no restaurante Pabe.
António Guterres demitira-se uns meses antes, Sócrates saíra com ele do Governo e Durão Barroso era na altura o primeiro-ministro.
Dizia-me então José Sócrates nesse almoço: «Na política não há gratidão. Veja o que aconteceu ao Guterres: deu o seu melhor pelo país e hoje tem toda a gente a atacá-lo. E vai acontecer o mesmo ao Durão Barroso. Por isso, a actividade política não está no meu horizonte. Vou para Londres tirar um mestrado, e nos próximos tempos dedicar-me-ei por inteiro à vida universitária».
Era uma revelação extraordinária e eu acreditei cegamente nela.
Como Sócrates não pediu segredo sobre o conteúdo da conversa, quando cheguei à redacção comuniquei as suas intenções à jornalista que tinha a seu cargo o acompanhamento do Partido Socialista (a Cristina Figueiredo), que retorquiu: «Não pense nisso! Toda a gente no círculo próximo de Sócrates sabe que ele está a preparar a candidatura à liderança. Está tudo pronto para que, quando o Ferro Rodrigues cair, ele avance».
Insisti.
Não era crível que, num encontro a sós, sem qualquer motivo aparente para não falar verdade, Sócrates me dissesse exactamente o contrário do que estava a planear fazer.
Fiquei, portanto, na minha – e a jornalista ficou na dela.
Mas era ela quem estava certa: passados uns meses, Ferro demitia-se da liderança do PS, Sócrates candidatava-se e ganhava com grande à-vontade. Seis meses depois seria primeiro–ministro.
Nunca, nos meus contactos com políticos, encontrei uma pessoa assim: que me tenha iludido tão completamente.
Mas, por ironia, Sócrates naquele almoço também antecipou o seu futuro.
Disse que ia afastar-se da política para não sofrer a ingratidão dos seus concidadãos – e no fim do seu reinado está a ouvir os apupos dos portugueses, entre os quais os da própria terra onde cresceu e se fez homem!
Seria duro – caso ele não estivesse preparado para isso.
Mas está, como todos os homens que se habituam a viver de expedientes e enganos.
Um companheiro de juventude de Sócrates contou-me recentemente histórias reveladoras a seu respeito.
Sempre foi desenrascado, chegava muitas vezes tarde ao emprego e saía cedo, e era adepto da teoria do ‘logo se vê’.
Fazia e dizia o que mais lhe convinha fazer ou dizer em cada ocasião – e depois ‘logo se veria’ o modo de sair da enrascadela.
Como primeiro-ministro, também foi isso que sempre fez.
Dizia o que mais lhe interessava em cada momento, às vezes mentia, empurrava os problemas para a frente na certeza de que se resolveriam – e a verdade é que isso funcionou durante seis anos.
Recorde-se que, antes de subir ao poder, prometeu que não aumentava os impostos – e subiu-os logo que lá chegou; mais tarde baixou o IVA e aumentou os funcionários públicos em período eleitoral, deixou disparar o défice, acumulou dívida para além do limite do tolerável e adiou ao máximo o pedido de ajuda externa.
Apostou sempre no ‘logo se vê’.
Só que chegou a um ponto em que se viu encurralado e sem margem para fugir por lado nenhum.
Outra revelação foi que Sócrates, em jovem, se alojava no hotel da sua própria terra.
Os pais estavam separados – e ele, em vez de ir para casa de um ou de outro (ou para casa de tios ou avós, como era hábito na época), instalava-se como grande senhor no hotel da vila, mostrando que nem todos são iguais.
E quando chegou à idade de conduzir comprou um Mercedes, em que se passeava pelas ruas do burgo e no qual ia em viagem ao estrangeiro, provocando a inveja dos que andavam a pé ou de bicicleta.
Estas pequenas histórias dão-nos um bom retrato do ainda primeiro-ministro e explicam muito do seu comportamento: exibicionista, desenrascado, pouco confiável, capaz de dizer uma coisa estando a planear fazer outra diferente.
Por outro lado, se Sócrates foi lúcido ao perceber que as carreiras políticas têm muitas vezes um final infeliz, não soube resistir ao apelo do poder e sofreu aquilo que dizia querer evitar.
O que me custa a entender é que uma pessoa com estas características tenha sido apoiada durante tanto tempo por tanta gente de bem.
Com excepção de Campos e Cunha e Freitas do Amaral, todos os seus ex-ministros o defenderam até ao fim, mesmo aqueles que foram maltratados, como Teixeira dos Santos, ou demitidos sumariamente, como Manuel Pinho e Correia de Campos.
Porquê?
Porque todos sabiam que, quando Sócrates caísse, o PS sairia do poder – e os lugarzinhos (ou lugarões) que Sócrates lhes oferecera ficariam em risco?
Será isto?
Será que as pessoas hoje já só se movem por interesse e por lugares?
P.S. – Noticiou-se que Sócrates vai para Paris estudar Filosofia. Esta notícia recordou-me a ‘ida’ para Londres em 2003, que acima descrevo. Alguém acredita que Sócrates ficará em Paris cinco anos sem ordenado? Para isso, precisaria de ter herdado uma fortuna ou de ter ganho nos últimos seis anos um vencimento que lhe tivesse permitido poupar muito dinheiro. Até porque a vida em Paris é caríssima..
Logo se vê
20 de Junho, 2011por José António Saraiva
Fantástico, pá! O Saraiva ou gravou a conversa ou tem uma memória do caraças para repetir, “ipsis verbis” uma frase compridona dita naquele longinquo ano de 2003. E também se recorda “ipsis verbis” da conversa com a jornalista do Expresso, porque o Saraiva não reconstroi a conversa. Cita!
E tudo isto nâo para dizer que Sócrates governou bem, mal ou muito mal, mas para fazer um ataque de caracter.
Sr Saraiva, a Ferreira Leite nâo se contentava ver Socrates fora do governo. Queria vê-lo também fora do parlamento. O senhor quer vê-lo morto? Mesmo fora do governo incomoda assim tanto?
Grande Socrates, que tanta inveja causaste às ratazanas fedorentas deste país.
Desta linda estória que aqui nos é contada pelo “… leiam até ao fim sff” o que retive de maior relevância foi o facto de que Sócrates, pelos vistos, sempre gerou “INVEJA” .
Ao assinado “José António Saraiva” quero pôr algumas questões :
Será V. mais digno de confiança do que as pessoas de quem desconfia ?
Será a V. vida um exemplo de verticalidade e rectidão ?
Será que V. é suficientemente isento nas apreciações de carácter que faz a um cidadão que foi, até há bem pouco tempo, objecto frequente das V. invectivas e maledicências ?
Na V. actividade era suposto ser-se imparcial e objectivo! Porque será que tais qualidades não se encontram presentes, por regra, nos V. escritos ?
Porque razão devo acreditar em si ?
E depois – última fronteira – reparou que se tornou um mero bisbilhoteiro ?!…
Retiro algumas frases da sua merdosa conversa, a chamada conversa da treta.
Diz: “capaz de dizer uma coisa estando a planear fazer outra diferente.” Mas como sabe que ele estava a planear uma coisa diferente do que dizia? Disse-lhe a si? Ou é invenção ou desejo seu?
“O que me custa a entender é que uma pessoa com estas características tenha sido apoiada durante tanto tempo por tanta gente de bem.” Se o sr. queria ser amigo dos portugueses e sabia tanto devia tê-lo dito ao povo logo que Sócrates se candidatou a secretário-geral do PS. Assim, andou também este tempo todo a enganar a gente. Portanto o sr. é um grande filho da…
“mesmo aqueles que foram maltratados, como Teixeira dos Santos, ou demitidos sumariamente, como Manuel Pinho e Correia de Campos.” Isto do Teixeira dos Santos empranhou o sr. pelos jornais. Como muito do que diz é apenas conversa fiada. E o Pinho foi sumariamente demitido? Vá vender chuchas para outro lado.
Todo o seu discurso é umchorrilho de mentitas facilmente comprovadas e já agora diga o seu nº. do BI para se verificar se o seu nome é verdadeiro. Cheira-me a que também aí o sr. é um grande mentiroso. E vem chamar mentirosos aos outros . Tenha vergonha.
Grande texto. Acho que na “imprensa alternativa” estamos nós agora, precisávamos é da imprensa clássica. Aquela que tem orgulho em cortar no bullshit, em vez de se lambuzar nele.
Seja-me permitido um “mea culpa” por ter caído na tentação de reagir a uma reles e suja Saraivada… – dou de barato a genuinidade do texto.
O objectivo só poderia ser distrair-nos do excelente “post” de VAL, e em boa parte tê-lo-á conseguido… Mesquinho e reles propósito, mas que não desmerecerá o seu autor !
Claro Mikinho41: continua assim agarrado ao “enorme umbigo delirante” cacofónico da negação, conhecido também por aspirina b, tecendo loas ao sacerdote desta pindérica paróquia de socratinice, porque esse é sem dúvida o teu destino.
Um dia, provavelmente não muito distante, poderás mesmo ser convidado para acólito entusiasmado, servindo hóstias de comunhão aos restantes fiéis e beatos, ou, mesmo quem sabe, seres promovido a lava pés do grande pastor deste extremoso rebanho.
Logo se vê …
Ao marikinhas “Jun 21st, at 3:07”
… e a caravana passa.
Luís Amado sempre foi um bom ministro, conhecedor dos seus dossiers e com uma visão de longo prazo de várias realidades geoestratégicas e leal membro do governo, leal ao Primeiro-misnistro. Algumas das suas intervenções foram instrumentalizadas pela comunicação social pelo PSD, mas teve sempre uma postura séria, ponderada e pouco dada a intriguinhas e estrelatos mediáticos. Muito interessante o que ele nos diz nesta entrevista, que aliás, não é uma surpresa.
Excelente L. Amado, mesmo discordando de algumas das suas opiniões. Doutro “mundo”, como Sócrates, Teixeira dos Santos e tantos outros! Até o insuspeito Luís Delgado hoje o disse, já hoje, ainda o cadáver do XVIII Governo Constitucional está morno…
Mas cá se fazem, cá se pagam.
Quanto aos arquitontos, aqueles que não são suficientemente Homens para ser Engenheiros, nem suficientemente maricas para serem Decoradores, nem suficientemente competentes e artistas para serem Arquitectos, fica sempre aquela marca-de-água da insolúvel relação com os números. Diz o Sarraivá: «(…) um almoço que tivémos em 2003, no restaurante “(não interessa)”. António Guterres demitira-se uns meses antes (…)».
O usual coloquialismo “uns meses antes”, mesmo que o almocinho tivesse sido em Janeiro de 2003, nunca se diria a propósito do mês de Dezembro de 2001, que foi quando Guterres se demitiu. Quanto mais se o dito almoço foi para aí em Julho, ou Outubro…
É uma coisa tramada, a inumeracia sub-consciente…
Luís Amado, foi um grande ministro, mais… Luís Amado é a caravana que passa enquanto os cães ladram, e é que são muitos!
Carregados de ódio, sarnentos, cobertos de pústulas e carraças, engolem o pó da estrada e… ladram…, ladram porque está na natureza dos cães ladrar às caravanas, que passam e tornam a passar, sem permitir que os cães se aproximem, e, por vezes, até se torna interessante ouvir os seus tristes latidos.