A história do populismo em Portugal está ligada ao PCP e à extrema-esquerda em geral, na forma da sua recusa em serem parte de um regime democrático e pela sua constante intoxicação demagógica, ao Paulinho das feiras, da lavoura e do contribuinte, ao PSD desde Menezes até Passos e, em especial, a Cavaco Silva. Talvez o discurso mais populista alguma vez feito cá no burgo, desde Abril de 74, tenha sido o da tomada de posse do Presidente da República Portuguesa em 9 de Março de 2011. Para além de ter funcionado como a “Grândola Vila Morena” para o derrube do Governo e a capitulação do País à lógica da austeridade destrutiva, nele encontramos um repúdio verrinoso dos políticos por atacado e um apelo às manifestações populares de rua como veículos de condicionamento e alteração do poder eleito. Sabemos que o alvo estava no Governo PS, mas para Cavaco o prazer era duplo pois igualmente lhe permitia despejar todo o desdém que sente pelos que o rodeiam na vida política. Cavaco conhece de ginjeira as fortunas que o seu exercício governativo permitiu gerar, e como elas se geraram. Cavaco não teria qualquer dificuldade em explicar como foi possível acontecer o BPN. Mas Cavaco é igualmente um beneficiário directo e indirecto desse modo de usurpação de riqueza. A saída psicológica para o dilema é a neurose: detesta o vício e os viciados, mas não pode nem quer largar a droga.
A campanha de Passos e Portas para as eleições de 2011 foi populista, atiçando os instintos persecutórios da populaça, denegrindo e caluniando os adversários e prometendo a salvação imediata sem dor. A perfídia moral da sua estratégia está hoje à vista em pleno: para além de terem mentido quanto às causas da crise, mentiram a respeito das soluções para a mesma – e ainda pior, mentiram a respeito da capacidade para governarem Portugal neste momento histórico e nas circunstâncias agravadas que PSD e CDS impuseram aos cidadãos na sua gula pelo pote. Todavia, importa realçar que a sua vitória, tão absurdos e obscenos eram os seus argumentos, só foi possível porque o povo português é profundamente estúpido enquanto corpo político. É estúpido não porque o escolha ser, mas por ser pobre e não ter escolha. À direita, a estupidificação é feita pelos meios de comunicação social, onde reina esse esgoto a céu aberto que é o Correio da Manhã, uma máquina de calúnias, espionagem e perseguições ao serviço de uma agenda politicamente circunscrita aos interesses da direita partidária. À esquerda, a estupidificação é feita pela intelligentsia partidária e biscateira, onde o aparato teórico é posto ao serviço da tirania das emoções e dos simplismos retóricos. Esses estrategemas permitem a continuidade do paradoxo vermelho: comuna que é verdadeiramente comuna, nem aceita ser parte deste regime, nem admite ser excluído do seu direito sobre qualquer parte deste regime.
A Internet favorece o populismo pela sua dinâmica de promoção da agressividade, os conhecidos efeitos de se estar a comunicar através de monitores e por escrito. Passar um dia inteiro a mandar comentários para os jornais a chamar nomes aos políticos é uma actividade com crescentes adeptos à medida que se vai espalhando o acesso à rede. Contudo, sejam eles quem forem, seja lá qual for a sua idade, grau de educação, situação profissional e amorosa, sanidade mental ou falta dela, os populistas de todas as extracções e tarimbas têm isto em comum: uma profunda estupidez a moldar as suas opiniões. É por isso, e só por isso, que atacam os políticos. Quando um populista propõe a redução de deputados, por exemplo, o que está essencialmente a defender é a abolição do próprio conceito de assembleia democrática. Quem tira 10 ou 20, também tira 50 ou 100 pela mesmíssima razão que tiver invocado para justificar o corte. E tirará todos, porque, no fundo, bastará uma só cabeça para decidir, finalmente livre de contraditório e ruído.
Quando a democracia foi inventada, a Pnyx – o equivalente ao nosso Parlamento – levava entre 6.000 e 20.000 atenienses (os números variam consoante os investigadores). Mesmo que se fique pela estimativa mais baixa, tal corresponderia a 20% dos habitantes com direitos políticos. Transpondo para a realidade nacional no século XXI, seria igual a ter uma assembleia que acolhesse perto de dois milhões de deputados. Donde, não custa antecipar o tipo de tratamento caloroso que os nossos populistas assanhados receberiam caso aterrassem com a sua opulenta estupidez na Atenas de Sólon, Clístenes e Péricles.
Brilhante post.
Só espero que os recados cheguem aos seus destinatários.
Um tiro na mouche. Do melhor que li até hoje.
Infelizmente o problema não é só do desgoverno, é também do presidente, com “p” pequeno.
E de lideres da oposição, formatados em escolas similares à do passos e relvas, sempre à espera que o poder lhes caia de podre nas mãos, lá para 2015. Infelizmente para eles, e nós, a realidade é bem mais dinâmica.
O que fazer e com quem?
«Eu sou um homem sério, eu sou sério, ainda está por nascer alguém mais sério do que eu.»
Que tristeza de país que possui tal presidente…
o problema de portugal chama-se aníbal antónio cavaco silva, nasceu em boliqueime a 15/07/1939 e virou pandemia nacional com uma rodagem à figueira.
absolutamente perfeito.
Brilhante, como sempre, Val, a tratar os “bois” pelos seus verdadeiros nomes.
“A história do populismo em Portugal está ligada ao PCP e à extrema-esquerda em geral, na forma da sua recusa em serem parte de um regime democrático (…)”
O PCP não vai a eleições? Não tem um grupo parlamentar? Onde é que o PCP recusa o regime democrático? Enfim, há que lembrar que isto é pessoal cujo líder político é José Seguro e portanto não são de admirar estas pérolas de pechisbeque.
Amigo João, o escriba deste post é alérgico à Esquerda e aquilo que chama de extrema-esquerda. Basta ler os seus anteriores rabiscos. Mistifica, adjectiva e faz trinta por uma linha, mesmo mentindo, para “atacar” estes partidos (PCP+BE). Cai no mesmo erro que, no alto da sua cadeira pequenina, aponta aos outros: populismo. O escriba é um “centrista” populista, sem dúvida e sem mágoa.
Pois.., mas o escrito tá muita bom.
“O PCP não vai a eleições?” – vai para receber a subvenção e tempos de antena
“Não tem um grupo parlamentar?” – tem , para receberem os ordenados, apresentarem projectos inviáveis, recusar projectos viáveis e gastar tempo de antena
“Onde é que o PCP recusa o regime democrático?” – com elogios ao jakim jong-il, castros & associados, rejeitando o sistema sendo os primeiros a exigi-lo, na concertação social através da cgtp e com apelos à violência. exigem estar presentes em tudo para boicotar e nunca se comprometem com nada aproveitando para fazer demagogia barata à porta dos acontecimentos. 8% não dão direito a liderar nenhum processo democrático ou já te esqueceste porque acabou a coligação na câmara de lisboa?
se quiseres exemplos concretos é só pedir. tamém tenho ilustrações para corrupção, chantagem, perseguições e outras actividades puníveis por lei, tipo corte estradas, danificação e sabotagem de equipamentos, ocupação e apropriação de propriedade alheia, etc.
populismo é substituir o pec4 pelo memorando5, fora os que aí vêm.
Caro Val, oportuno este ‘post’ a lembrar, mais uma vez a realidade nacional.
Interessante verificar que os comunistas continuam a ter um entendimento da democracia muito sui generis.
O PS já só conhece a democracia dos palacetes e dos corredores em que faz negociatas ruinosas para o Estado e faustosas para o grande capital. Não tem do que se queixar da situação actual, é junto com o PSD/CDS o principal responsável pelo estado do país. Basta inclusive ver a solução para a crise à moda do PS – mais integração europeia; ou seja, mais dependência da Alemanha.
Ó João e se te dedicasses a fazer a história das UCP’s?
E se te dedicasses a saber como é que foram nomeados os administradores das empresas nacionalizadas em 75?
E se te dedicasses a saber como é que foram contituídos os comitês de vigilância?
Talves se te dedicasses a saber estas coisas não serias assim tão monolítico.
oh joão! querias o quê, mais dependência da urss? já não há, viraram a página e o tabique de berlim foi abaixo. bora lá geminar esta porra com ping pong juvenil do jakim jr.
O Teófilo deve ser dos que pensa que uma revolução se faz deixando o antigo aparelho todo no seu lugar. Porreiro pá! Até quando o PS muda de líder, muda também de direcção… já para o país parece, entre vocês, que seria de esperar que caindo o salazarismo se deixasse tudo na mesma. Seria portanto apenas uma questão de mudança de processos formais e nada mais, enfim, deixar tudo entregue aos palacetes e corredores de que gosta tanto o PS. É curioso também que vocês se tenham de reportar a 1975, ou seja, sem contar com os 40 anos de rotatividade PS-PSD em que continuamente se entregaram os recursos mais valiosos do Estado aos tubarões. Agora, como isso não chega, querem entregar o resto à Alemanha, pois que se pensarem que mais integração europeia se faz sem incluir maior domínio da Alemanha então estamos decididamente entregues a um conjunto de idiotas.
Mas afinal que é que tanto contribuiu no Parlamento em votações em conúbio com a direita,quem é que se desdobrou na guerrilha de rua perseguindo gente do PS,fosse ou não do governo em manifas “expontâneas”,quem é que promoveu a agitação dos pirralhos e professores nas escolas e fora delas-professores que agora choram baba e ranho e deixados ao sabor de um ministro desvairado-e finalmente,quem é que contribuiu para a queda do Governo sabendo perfeitamente quem estava a promover e os desígnios ultra liberais que perfilhava?Quem é que elegeu como prioridade que o inimigo a abater era um partido democrático e se marimbou para o Povo que não se cansa de afirmar que defende?Grande defesa esta a de colocar no poleiro um estarola impreparado,inculto e sem carácter e a cáfila que o acolita que já provou o que quer e deseja,o empobrecimento geral do trabalhador de pela fome obrigar a prática a salários de miséria.
“Mas afinal que é que tanto contribuiu no Parlamento em votações em conúbio com a direita (…)?”
O PS. Desde há 30 e tal anos que anda nisso.
oh joão! o vosso problema é que nem mudando o gerómino passam dos 8%, o que é manifestamente pouco implementar o discurso do camarada vasco em almada, 1975.
“Chegou, enfim, a hora da verdade da revolução portuguesa. A partir deste momento não fica mais campo para os socialistas de palavras, para os falsos socialistas. É bom que todos estejam conscientes desta questão e façam um esforço no sentido de verem, para além das campanhas de intoxicação e de ataque que ultimamente têm chegado a algumas organizações e figuras entre as quais eu me encontro. A questão é entre aqueles que querem exercer o Poder no sentido de ajudarem os outros a tomar o seu destino nas suas próprias mãos e aqueles que, pretendendo exercer o Poder em nome do povo querem perpetuar a sua exploração.”
a seguir o povo foi a eleições e disse que dispensava o altruísmo comunista.
Ignatz, o Povo falou e o PCP obedeceu, tem estado no parlamento com os mandatos que as eleições lhe confere. Agora não espere que o PCP abdique da política como o PS que passou a um partido de gestão corrente dos interesses do capital. Se não gosta de sindicatos, de manifestações, tem bom remédio, não participe e lute contra – verá que não lhe faltarão aliados. No Insurgente, no 31 da Armada, nos círculos amiguistas e entreguistas do governo, encontrará muita gente em sintonia consigo.
bora lá fazer um referendo às greves dos motoristas da carris e maquinistas do metro e da cp. acho que o direito à greve justifica-se com questões laborais e não como braço armado do partido comunista em lutas políticas de terra queimada ou chantagem para abafar processos judiciais. sintonia é a relação do pcp com o cavaco.
só agora reparei que falavas de manifs, coisa que curto bués, especialmente os directos da tvi com imagens da praça de espanha a ilustrar relatos da praça da figueira e da gloriosa caminhada até ao parlamento com discurso apoteótico do trolha da areosa com a programação sindical para o resto do ano. a direita e o governo agradecem o abastardamento, a vulgarização e apropriação das manifestações pela comunada. é desta que o cordeiro das farmácias adere à cgtp.
será que têm alvará para estas exigências ou mudaram o estatuto de sindicato para partido e não disseram nada a ninguém. um dia destes a voilá abre uma cadeia de postos de abastecimento de gasóile.
“O secretário-geral da CGTP-IN exigiu hoje o fim das Parcerias Público-Privadas (PPP), dos benefícios fiscais “injustificados” e dos descontos atribuídos em sede de IRC ao setor financeiro, defendendo também que o Banco Central Europeu financie diretamente os estados.” sic
Não me digas que para fazer a revolução tiveram que meter nas Orgãos de Gestão das empresas nacionalizadas pessoal sem o mínimo de capacidades que passava os dias reunidos na Intersindical a gizar estratégias.
Se calhar os saneamentos “à la carte” de muita gente que não tinha nada a ver com o “faxismo” não tinham sido necessários, ou a despudorada razia que fizeram em muitas empresas que tiveram mais tarde de encerrar as portas.
A revolução fazia-se no “verão quente” para tomar o poder de assalto, e se não fossem o “xuxas” a puxar pelo carrinho a democracia à moda do primo “staline” tinha pegado de estaca.
O que se fez em 75 e que se arrastou por muitos e duros anos, com entradas do FMI e ranger de dentes, está na génese de muito do que agora falta.
Imagina que os “companheiros” em vez de quase três anos tinham tido mais tempo? Onde é que teríamos ido parar?
Mas estás a falar de 40 anos sem fazer nada?
Mas nascestes quando e onde?
Queres comparar o país de agora com o de 1974?
Mas estás a gozar comigo ou és cego»
Tenho vergonha desta gente.
Além de burros são cegos.
A União Nacional dos Tachos, e os seus dignos representantes.
Colocaram o país na miséria e agora andam à procura de culpados.
Só para rir, coitados.
Camaradas por muito que custe o Ps tambem andou na luta antes de abril e a defender nos tribunais comunistas, como Octavio Pato e outros,mas só em nome da liberdade,e de uma sociedade mais justa para os portugueses,ao contrario dos Kamaradas do Pcp que estavam na clandestinidade, mas para promoverem o social -fascismo,como todos sabemos e como se viu no Prec.A politica dos palecetes fazia-a o falecido Alvaro quando ia receber ordens a Moscovo.O pcp não quer o poder,quer que ele caia de podre,para sem resistencia do povo portugues o ocupar.O que seria da cgtp com o pcp no governo ou a apoiar? de que forma ia viver aquela gente? O Pcp só aceita repartir o poder nas autarquias principalmente com a direita.Se tivemos Rui RIO durante 15 anos no poder foi graças ao PCP que nunca quis coligar-se com o Ps. Já antes Paulo Valada teve um comunista no executivo a servir de muleta.O engraçado é que em campanha os comunistas diziam que o Ps se ia coligar com a direita,depois do “acto consumado” quem juntava os trapinhos eram eles.Isto é gente que não presta! e que pecam por cegueira politica.Com o Ps no poder nada é difinitivo. Com os comunistas na mesma posição, as coisas são um bocadinho diferentes…. Eleiçoes não há,oposiçao não existe e duram duram duram…muito mais do que as pilhas duracel.Que pariu este regime.É por amar a liberdade e por não ser de direita, que só posso vota Ps.
“A história do populismo em Portugal está ligada ao PCP e à extrema-esquerda em geral, na forma da sua recusa em serem parte de um regime democrático”.
Mais uma vez, quando a direita se fragmenta e estrebucha, cá está o PS para lhe deitar a mão, recorrendo ao insulto, ao anti-comunismo primário..
O moribundo governo PSD/CDS agradece.
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É uma máquina, e os custos nem se comparam!
“O moribundo governo PSD/CDS agradece.”
agradecem é quando o cavaco chama o metalúrgico de pirescoxe a belém sem informar a comunicação social.
“Mais uma vez, quando a direita se fragmenta e estrebucha, cá está o PS para lhe deitar a mão, recorrendo ao insulto, ao anti-comunismo primário..
O moribundo governo PSD/CDS agradece.”
O PSD/CDS certamente que já agradeceu muito ao PCP e BE pelo chumbo do PEC IV no ano passado…
o clio na versão pirescoxe não é grande coisa, não têm cinto de segurança
http://www.youtube.com/watch?v=Xq7YJAPMFBA
Respondendo a alguns, ignorando os insultos, gostaria de acrescentar:
É verdade que vários advogados do PS defenderam comunistas presos mas também é verdade que havia muitos mais comunistas presos por lutarem contra o fascismo. Aliás, a história da luta contra o fascismo, pela democracia, tem muitas e muitas páginas preenchidas pela determinação, abnegação e heroísmo de muitos militantes comunistas.
Pelo que leio, para alguns “verdadeiros democratas” o voto dos eleitores só é democrático se dado ao PS, ao PSD ou ao CDS.
Os deputados do PCP, do BE ou do PEV terão menos legitimidade democrática do que os outros?
O PS, na oposição, diz cobras e lagartos deste governo mas ainda quero ver se não irão formar uma coligação alargada com o PSD e o CDS, como está a ser sugerido por várias personalidades destacadas dos 3 partidos a Cavaco Silva.
Vão passar da abstenção “violenta” à colaboração “violenta”?
Esta campanha contra o PCP e o BE é a antecipação da desculpa para a grande coligação da troika interna que vai executar o programa da troika estrangeira.
Não deixará de causar perplexidade supor-se que os partidos que nos governaram nos últimos 36 anos e nos conduziram à situação actual possam ser considerados como a solução para resolver os problemas do país.
Gaspar,lutavam contra o fascismo,para instaurarem outro pior.Há dois tipos de coligação: As boas e as mas.As boas ,saõ as do Pcp nas autarquias ao estar em executivos de direita ,e as coligaçoes no parlamento para derrube de 3 governos do Ps.As má saõ as do Ps,mas até agora ainda não vi com quem!
ehehehehehe. ah, grande val! que a pena te seja leve. o pacto parlamentar germano-soviético é o responsável por isto que estamos a viver.
Bom, tendo em conta que o PC e o Bloco não se conseguem defender convenientemente, terei eu que dizer alguma coisa…
Pois digo que se o PS, quando está no governo, tentasse fazer políticas social-democratas, e quando eu digo social-democratas não quero dizer o socialismo apenas redistributivo, o socialismo de andar a dar dinheiro aos pobres, mas uma social-democracia plena, apoiada numa estratégia de desenvolvimento do aparelho produtivo e da educação democrática. Por que o PS de Sócrates se empenhou numa fúria destruidora da gestão democrática das escolas, com uma Maria de Lurdes Rodrigues a executar políticas mando da OCDE, deixando quase toda o professorado com os cabelos em pé, e empurrando para a reforma um sem número de professores com enorme experiência, coisa de que a qualidade do sistema educativo nacional se ressentiu brutalmente?! Se querem saber, hoje nem um aluno com média de 18 a Matemática sabe matemática; sabe fazer uns casos particulares que decorou, como os alunos das madrassas, onde se “aprende” o Corão, mas não percebe que a matemática é uma linguagem e uma forma de pensar onde se valoriza o rigor absoluto; como tal, o aluno actual não está habilitado a usar a matemática de forma criativa.
Ora sendo o engenheiro, como dizem os americanos, “um profissional habilitado a usar matemática para projectar dispositivos”, facilmente se conclui que o ensino das engenharias foi bastante comprometido, com as reformas executadas no nosso país ao tempo do governo Sócrates.
Assim sendo, se o PS se inibisse de executar reformas originárias dos neoliberais, talvez não se precisasse de desculpar com a falta de apoio do PC, do Bloco, ou dos professores, como eu, que não pertencem nem do PC nem do Bloco e que, de resto, começaram a combater Maria de Lurdes Rodrigues antes desses partidos.
De todo em todo, seria talvez completamente improvável esperar que aqueles dois partidos fossem colegas de governo de Maria de Lurdes Rodrigues, apenas para servirem de muleta a políticas contraditórias às que defenderam e praticaram os sociais-democratas do norte da Europa, nos tempos de Olof Palme, e que serviram para preparar o terreno para a “experiência” neoliberal a que todos estamos a assistir.
Nuno da Cm, e o ps nunca fez de muleta da direita, alguma vez na sua vida politica? Tenho a impressão que os seus telhados são de vidro em relação a essa matéria
joaopft, que raio de tanso és tu pá? então vens defender o bloco e o pc e falas na social democracia? que confusão mental é essa? agora é que se está bem nas escolas, não é? agora é que é! vão contra a ocde e põem 30 marmanjos numa sala de aula mas isso está bem porque é contra a ocde. ainda não tinha ouvido essa das engenharias ficarem compometidas devido ao socras. ele pode com tudo o mafamede, até proteger os artolas que nos governam. tecido produtivo? que sabes tu disso? então não foi nos governos socras que o crescimento das exportações foi dos maiores da zona euro? não foi o socras que trouxe grandes investimentos industriais? o socras dá para tudo até para defender uns tipos impreparados que graças à acção do bloco e do pc chegaram onde chegaram e, com isso, o país chegou onde chegou e os professores chegaram onde estão agora, na merda!
Caro assis, creio que não há confusão mental da minha parte. Há uma origem comum dos movimentos social-democrata e comunista, há objectivos de justiça social, paz, educação, etc, que lhes são comuns; mas há divergências quanto à forma de os atingir, que são contudo posteriores à origem comum do movimento.
Por um lado, os sociais-democratas clássicos, desde Bernstein e Kautsky, recusam a chamada luta revolucionária, originária da luta de classes entendida como oposição dialéctica entre as classes sociais. Ao fazerem-no dessa forma simplista, os sociais-democratas acabaram também por recusar a dialéctica em tudo, como fundamento da acção política esclarecida, seguindo o exemplo do que faz a ciência quando enfrenta o desconhecido. O resultado deste recusar de tudo o que cheirasse a revolucionário, mesmo no plano das ideias, foi que a situação de indesmentível progresso social das sociais-democracias não foi acompanhada de progressos na esfera política, social e ideológica. Os fundamentos ideológicos de uma sociedade baseada no dinheiro, no comércio e nos imperialismos de certas nações mantiveram-se intocáveis, pelo que os ganhos sociais obtidos mostraram-se subsidiários de outros valores e, por isso, facilmente reversíveis.
Por outro lado os estalinistas, na sua arrogância voluntarista e não disciplinada pela razão, negaram de facto a dialéctica ao terem perdido sequer a capacidade de a entender! Isto tudo ao mesmo tempo que acusavam Bernstein de um “revisionismo” que eles estavam a executar… pela prática. Os estalinistas negaram completamente, pela prática ditatorial, tanto a existência da dialéctica entre o indivíduo e o colectivo, que é o ideal das sociedades democráticas, como a própria luta de classes (ao proibir greves, etc). Eles pretenderam, em vez disso, a submissão do indivíduo ao colectivo. A experiência soviética acabou por sucumbir a um regime que evidenciou muitas das características do fascismo. Contudo, viu-se também que o próprio PS sucumbiu recentemente à negação da dialéctica entre o indivíduo e o colectivo ao ter, sob a batuta de Maria de Lurdes Rodrigues, destruído a gestão democrática das escolas.
Actualmente, há acusações e desconfiança mútuas entre sociais-democratas e comunistas. No entanto, estou em crer que era altura de haver um mea culpa de ambas as partes. A situação actual da humanidade assim o exige.
Quando falo na social-democracia de que hoje precisamos falo, por exemplo, nos trabalhistas britânicos desde o fim da II Guerra Mundial até Harold Wilson; tendo particularmente em mente esse grande primeiro ministro da Grã-Bretanha que foi Clement Atlee, o qual levou UM ESTADO FALIDO pelas dívidas de guerra a uma situação de PROSPERIDADE ECONÓMICA apostando não na austeridade e na consolidação orçamental mas em políticas de largo alcance social e pondo no seu lugar a industria financeira.
O BE e especialmente o PCP têm grande dificuldade conceptual em se defender pois inclinam-se para uma solução revolucionária; mas essa solução evoca quase sempre, na cultura ocidental predominante, a má experiência do estalinismo.
Quanto ao facto de as engenharias terem ficado comprometidas em Portugal, creio que a minha experiência profissional, de ensinar e fazer investigação no nosso país e no estrangeiro também conta. Leia o livro “The Ghost of the Executed Engeneer”; para mim é hoje claro que o Ocidente faz com o ensino técnico superior o mesmo tipo de erros que se fizeram na união soviética, e que levaram a grande degradação da qualidade da engenharia, naquele país.
Quanto ao PSD e ao CDS, esses partidos têm para mim para mim muito pouca credibilidade; as suas bases foram constituídas por elementos do antigo regime. O próprio salazarismo já fora constituído por opositores das revoluções liberais, era uma espécie de sobrevivência do estado absolutista e, ideologicamente, dos conceitos de direito natural a ele associado. Portanto… estamos conversados sobre esse assunto.
Joãooft, os professores que foram para a reforma com enorme experiencia,muitos deles tinham lugar seguro nos colegios privados com vencimentos sem descontos para a segurança social.Escolher o ensino para defender o bloco e o Pc,não foi uma ideia feliz vinda de alguem a quem reconheço valor e educaçao.A gestão democratica das escolas era em muitos casos levado a cabo pelos “baldas” a quem os professores na altura das avaliaçoes não lhes reconheceu merito,e muito menos direito a um curriculo mais valioso, por terem exercido essas funçoes.A gestão democratica foi para o “galheiro” (paga o justo pelo pecador) e a disciplina voltou às escolas .Joaõ tem que concordar que a Suecia por mais anos de democracia e uma riqueza que não possuimos,tem mais facilidade de cumprir os objectivos de uma social democracia.A sua afirmação no ensino é contrariada pelo ranking das escolas,onde aparecem 40 pela primeira vez nas primeiras 100.Não me vai dizer que foi obra do Crato. Novas instalaçoes, mais disciplina e empenho de alunos e professores foi certamente uma conjugaçao feliz.
O minha experiência é baseada na observação, minha e dos meus colegas, ao “produto final” do secundário; de modo que me parece difícil aceitar como positivas essas reformas.
Também me parece (mas isto é só opinião) que a causa real das reformas foi a poupança de recursos financeiros. O outro sistema era certamente muito mais exigente para os professores e teria que se investir muito mais a montante, na formação dos professores e na valorização das carreiras, para manter a qualidade dos liceus que vinha das décadas de 1960, 1970, 1980 e 1990. Porém, a qualidade da formação científica (não a pedagógica) dos novos professores do secundário sofreu um notório decréscimo a partir da década de 1980.
De qualquer maneira, eu não direi mais nada sobre a qualidade da educação pois nada disso é, no momento presente, mais importante do que a calamidade económica que se nos abate. Numa altura em que as pessoas passam fome, estas questões passam para segundo plano. Além disso, é melhor haver alguma educação do que nenhuma.
os professores não foram os principais aliados dessa cambada que atirou com o governo anterior para a valeta? ou é da minha vista ou o mário nogueira chegou a reunir oficialmente com o menezes para correrem com o socras. agora que as pessoas passam fome e patatipatátá, cambada de hipócritas.
http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/politica/nogueira-lembra-que-menezes-ja-bateu-a-porta-da-fenprof
Que eu me lembre,nunca o partido socialista pôs os pes na sede da CGTP e igualmente de Frenprof.A direita é que já o fez varias vezes.(Psd) A ultima delegaçaõ foi chefiada pela Dra. MFLeite,para prepararem mais uma manif dos prof contra Socrates/ Maria de Lurdes Rodrigues.O rececionista foi Carvalho da Silva.Só faltou servir chá e torradas.
Foi exploração populista e oportunista, por parte do PSD, do desencanto do professorado com o governo Sócrates, que como se vê nem se importavam de aparecer ao lado dos “radicais de esquerda” que de facto odeiam. A posição dos “radicais de esquerda” não terá mudado o que quer que seja; foi bem explicitada, há exactamente um ano, pelo Daniel Oliveira, em:
http://paginaglobal.blogspot.pt/2011/10/os-truques-idiotas-de-passos-coelho.html
“Contudo, viu-se também que o próprio PS sucumbiu recentemente à negação da dialéctica entre o indivíduo e o colectivo ao ter, sob a batuta de Maria de Lurdes Rodrigues, destruído a gestão democrática das escolas.”
“Foi exploração populista e oportunista, por parte do PSD, do desencanto do professorado com o governo Sócrates, que como se vê nem se importavam de aparecer ao lado dos “radicais de esquerda” que de facto odeiam.”
não é só hipócrisia, é cara-de-pau e o caralho que os foda. tadinhos, de tão ingénuos nem disfarçar sabem.
sem dúvida, o professorado apostou no cavalo errado. Ganharam com isso algum desemprego, mas em troca da venderem o emprego de alguns milhares de colegas, ganharam 100 euros por cada avaliação de desempenho que fazem (medida pioneira do Crato a nível mundial). É mais um (não) corte da despesa a ver se os calam, e calaram, à conta aqui do pagante.Claro que, como a avaliação voltou ao tempo da maria caxuxa (são todos excelentes de anos a anos), isto é uma paródia sem fim.
em conclusão, este funcionalismo corporativista, que se acha acima dos demais cidadãos, dos magistrados aos professores, dos deputados aos juízes, etc. llncharam, com o poder desmedido que têm e “alguém” pôs em causa, o estado em que nos encontrámos e constituiram esta alternativa. Foram estes interesses que nos lixaram(uma luta de seis anos, árdua, não há que duvidar),e merecem complacência mínima.E subsídios e regalias mínimas. Por uma questão de coerência. Não tenho (temos) de pagar o monstro que defenderam.
Já qui se disse (uma postadora habitual) que o estado são os funcionários, que os trabalhadores que trabalham para o país são os funcionários . estou farta de ser insultada por estes funcionários e de ser considerada como paisagem pagante. Desçam à realidade, se não a bem, pois…de outra forma. Disso não tenho dúvidas.
Meus caros, o Fernando Ulrich não o diria melhor do que alguns de vós…
Julgo que os portugueses poder-se-ão queixar de a despesa com a educação ter baixado de 5,8% do PIB, no tempo de Guterres, para 3,8% em 2013 (se o orçamento de Gaspar passar), dado que os países com quem nos somos obrigados a comparar — por via de usarmos moeda forte — gastam aí entre 5 e 6% do PIB. O português desenganado de demagogias talvez ache muito mal que uma parte cada vez menor dos seus impostos seja usada na educação e nos outros serviços públicos. Como é que nos vamos manter na zona euro, desta maneira? Se a nossa taxa de investimento em FACTORES DE COMPETITIVIDADE caiu para valores típicos dos países da América Latina, como é que nos vamos podemos manter a competir, no mercado global, sem desvalorizar a moeda?!
É que o que os auto-intitulados europeístas defendem é IRRESPONSÁVEL. Porquê? Porque é INCOERENTE. E o que é incoerente acaba desmentido pela realidade. ;-)…;-) (Dá vontade de sorrir, no sentido do humor negro, porque esta é a tautologia mais ignorada pelos demagogos de todas as eras e latitudes). As políticas de consolidação orçamental seguidas no período 2001-2012, decerto necessárias para limitar o endividamento do país, agudizaram a inviabilidade económica da permanência de Portugal na zona euro. Eis o tribunal da verdade, no sentido epistemológico do termo, a castigar a demagogia.
Está na moda andar para aí a dizer que a “esquerda radical” é irresponsável, e que temos que seguir a troika e nos manter a todo o custo na zona euro, ao mesmo tempo que IRRESPONSAVELMENTE se dinamitam os fundamentos de competitividade da economia portuguesa, tornando completamente IMPOSSÍVEL a sobrevivência económica do país com tal moeda.
João pft, para os socialistas o ensino publico é fundamental.não foi por acaso que se investiu em melhores instalaçoes, e se procurou que todos os bons professores (acredito que seja a maioria) sejam distinguidos no seu merito.Na governaçao não pode haver “vacas sagradas”.Se pudermos fazer o mesmo com menos dinheiro, melhor.A direita com o pretexto da reduçao de custos, faz diferente,favorece o privado (dando mais dinheiro por turma p.exp.),marginaliza alunos ao atira-los compulsivamente para o ensino profissional (que defendo, mas por opçao) e valoriza na( minha opinião) de uma forma excessiva, o portugues, talvez para dar vantagens aos alunos que quando chegam a casa têm pais cultos a ajuda-los,nas suas tarefas e no proprio tratamento dado à lingua portuguesa.A igualdade de oportunidades à partida é uma bandeira da esquerda,que a direita” acompanha” mas só na teoria e com muita repulsa.O colegio do Rosario no Porto,um dos melhores do ranking das escolas,só a elite la entra, as exceçoes, só com cunhas de gente ligada a igreja.Houve alunos, que foram marginalizados pelos colegas, depois de conhecida a profissão dos pais. vejam que gente estamos a formar!Grande parte desta “nata” em vez de ir para o fabrico do queijo! vai mais tarde para a Catolica, para depois no poder,consumir a cabeça aos portugueses que viveram numa sociedade aberta a todas as classes sociais.
“O português desenganado de demagogias talvez ache muito mal que uma parte cada vez menor dos seus impostos seja usada na educação e nos outros serviços públicos.”
todos os portugueses acham que o dinheiro dos seus impostos é mal gasto, especialmente se for para pagar a professores que manifestam dificuldades de expressão escrita e que confundem a actividade de emprestar dinheiro com economia. vai bardamerda e aprende a escrever.
“especialmente se for para pagar a professores que manifestam dificuldades de expressão escrita e que confundem a actividade de emprestar dinheiro com economia. vai bardamerda e aprende a escrever.”
Não gosta que os “bardamerdas” dos professores lhe falem assim?! Paciência… Eu também preferia não ter que ensinar adultos devidamente qualificados pelo Secundário que não sabem álgebra elementar. Também preferia não ter que ler sofismas.
Quanto às geniais avaliações, convém ler:
http://thatsmathematics.com/blog/archives/102
(Sem comentários)
ainda não vi uma única manifestação da fenprof na 5 de outubro, desde que não haja avaliação da incompetência tá tudo bem. as geniais avaliações foram o resultado de não quererem ser avaliados, ò já te esqueceste que o resultado final foi o somatório dos diversos compromissos que os sindicatos aceitaram e nunca cumpriram. claro que é uma boa merda, como todas as coisas que metem professores, quem sabe faz e quem não sabe ensina.
rr,só hoje vi o seu texto.Ninguem é santo em politica,mas uma coisa é certa, até ver nunca o ps derrubou um governo eleito pelo povo. Votaçoes ao lado da direita e da extrema esquerda,tivemos muitas, e continuaremos a ter, sempre que acharmos que o que estamos a votar, é o melhor para os portugueses e para o pais O que não votamos a favor e a titulo de exp.é no reenvio de mais 50 milhoes numa situaçao dificil para o alberto joao jardim ,pagar o seu fogo de artificio. Isto é que foi uma festa,com a colaboraçao oportunista do bloco e pcp. Teve consequencias para o ps?teve como se viu,mas quem procura governar com honestidade, não pode ceder a quaisquer tipo de chantagens.
Caro joaoft, tudo o que afirmou e concluiu é correcto. Como já reparou, neste burgo há uns “centristas” (no sentido mais politicamente depreciativo que pode imaginar) que recorrem ao insulto com o simples objectivo de evitar o são debate político e de ideias. Velhas tácticas retóricas, despistar para não enfrentar. Não há um santo dia que não venha a esta casa assistir barbaridades destas. Fanaticamente, continuam a metralhar a esquerda do PS. Martelam conceitos, elaboram fabulações políticas, generalizam situações particulares para no fim culparem o BE e PCP por serem politicamente coerentes a defenderem a saída mais pragmática e realista: renegociação da dívida e mudança de política austeritária.
oh zé! agora prestas apoio psicológico aos clientes enganados pela fenprof ou é o serviço pós-aderência da santa aliança a funceminar?