Aviso aos pacientes: este blogue é antianalgésico, pirético e inflamatório. Em caso de agravamento dos sintomas, escreva aos enfermeiros de plantão. Apenas para administração interna; o fabricante não se responsabiliza por usos incorrectos deste fármaco.
não, não é. eu só vejo crachás para a fotografia. o cão pode bem estar a dormir ao relento. e, no outro, o pai bater na mãe. e naquele ali, os dois homens enrabarem-se à frente do miúdo. e no outro as duas mulheres fazerem papel de mãe. ou seja: disfunção pode haver em qualquer lado. não vamos é dizer que a diferença entre ser pai e ser mãe é absolutamente igual. fazer os homens e mulheres iguais a toda a força é terrível. fazer de uma criança um direito ao invés de lhe concederem direitos é horrendo.
Não sei onde foi descobrir estes sinais de obrigatoridade, contra
a hipocrisia. Fantástico.
E também contra o despudor de quem julga poder decidir o que
está certo ou errado, animais incluidos, em casa de família alheia.
Faltam no entanto as variantes de conjuges com os bichos.
Porque também adopta cão ou gato quem tem criança em casa.
As crianças gostam, e agradecem.
Claro que não é, e ainda bem que não é.
Foi. Mais propriamente, tera sido mais ou menos como dizes, so que sem omitir a figura do Dono nas três primeiras linhas. E foi ha muito, muuuuuito tempo. Talvez ainda subsistam restos, mas são perfeitamente marginais. So que isso aconteceu antes do triumfo da familia cognatica, que se construiu (primeiro de forma inconsciente) a partir de um pressuposto de igualdade, consequência do triunfo do individualismo caracteristico das nossas sociedades ha ja alguns milénios.
Misturar os conceitos, neste caso, é perigoso. A linha que separa as aguas é clara. Pelo menos para mim.
Boas
vai chamar hipócrita ao bicho mais próximo de ti, Roteia.
Olinda:
Tomo como provocação o seu “vai”. Mas não posso ir. Cá em casa
não temos hipócritas. Nem gente, nem bichos. E os bichos só nos dão
exemplos perfeitos de total ausência de preconceito. Nós, convictos
de que somos gente, procuramos aprender com eles.
Compreendo o seu tom, lamento que a carapuça lhe possa ter servido.
Mas olhe que debaixo de um pseudónimo, ou de um heterónimo, não
cabe tudo. No entanto, se quiser trocar ideias, vamos a isso.
enganas-te redondamente se percebeste que chamava bichos a esses – antes aos que são, de facto, hipócritas. e quanto ao preconceito, novo engano: preconceito há nisso que dizes, esse conceito de que quem não concorda merece corda. acorda.
Olinda:
Quem não concorda merece corda? Não, quem não concorda, ao que parece
precisa de tresler. Sobre o fundo da questão, nem uma palavra. Inabaláveis,
as suas certezas absolutas.
olha lá, Roteia, eu já disse – e tenho vindo a dizer aqui e acolá – o que penso em relação ao assunto e não pretendo converter-te. mas também não pretendo insultar-te. e também não pretendo perder tempo a explicar o óbvio: o pai é homem e a mãe é mulher e atentar contra isto é querer mudar a natureza que é inteira e sábia.
Olinda:
Que o pai é homem e a mãe é mulher, todos sabemos. Não há legislação
que possa mudar a natureza, “que é inteira e sábia”, como muito bem disse.
O que a legislação pode ou deve fazer é aceitar e respeitar a diversidade
e riqueza da natureza humana, não menorizando os afectos e os laços que
lhes estão associados, como se estes não fossem parte essencial.
antes fosse a lengalenga do amor e uma cabana a que coubesse no mundo. mas não é. e os afectos de pai não são iguais aos da mãe – assim como tudo aquilo que cabe no que é ser filho, no que é ser pai e no que é ser mãe. esta é a realidade e o resto é fantasia a querer forçar, e adaptar, em conveniência de direitos, a realidade natural da vida.
Olinda:
Retiro do que disse que os afectos são lengalenga, interessam mas
pouco e não cabem no mundo real. Para si, deduz-se, há seres
humanos que nasceram, ou devem viver, impossibilitados de ser pais
ou mães adoptivos.
Escreveu uma grande senhora da psicanálise (que também foi filha
e foi mãe): “Todos os filhos são adoptados”, ou seja, progenitores
podem não ter capacidade para adoptar os seus filhos.
Todos reconhecemos que exercer bem os papeis de pai ou de mãe
implica qualidade de afecto e responsabilidade, que uns têm e outros
não. De progenitores incompetentes e de adoptantes competentes
(e o contrário disto) está o mundo real cheio.
fantasia ou de conveniência
só se for um casal homem/mulher.
deduzindo-se que apenas pais biológicos exercem
exemplarmente a
– Os afectos femininos não são iguais aos masculinos, deduzindo-se
que as coisas sejam lineares, simples e arrumadas. isto é s são
No final, há frases de rascunho que não deviam ter seguido.
Desculpe lá.
é uma interpretação interessante, essa que fizeste ,mas em nada se assemelha ao que eu disse.
essa senhora que referes também pensa bem e concordo com ela.
já com o facto de não haver nenhum homem que consiga pensar e sentir como uma mulher que se quer mãe nem nenhuma mulher que consiga pensar e sentir como um homem que se quer pai – não encontrarás qualquer referência que o negue. ademais, ter dois pais ou duas mães será tão, ou mais, desestruturante como ter um só ou nenhum. e daqui ninguém me tira. e sem lamento.
Tenho estado divertido a ler o diálogo Olinda vs. Roteia. Poderia aconselhar algumas leituras de mestres da psicologia que pudessem ajudar Olinda a esclarecer e flexibilizar os seus pontos de vista. Mas suponho que não vale a pena.
Sempre lhe digo, em todo o caso, que uma mãe também tem que saber ser pai e um pai também tem que saber ser mãe. Dentro de cada um de nós, homem ou mulher, pode e deve existir um pouco de tudo: filho, pai, mãe, avô, avó, e por ai fora.
Quanto a Roteia, tudo o que diz está correcto.
manda aí, personagem de fricção, ler vale sempre a pena. :-)
a adopção de cães & gatos não têm problema, agora falta legalizar o casamento zoófilo.
http://www.cmjornal.xl.pt/Noticia.aspx?channelid=00000091-0000-0000-0000-000000000091&contentid=493F7784-DF44-4C58-A97C-45F211FAB025&h=2
não, não é. eu só vejo crachás para a fotografia. o cão pode bem estar a dormir ao relento. e, no outro, o pai bater na mãe. e naquele ali, os dois homens enrabarem-se à frente do miúdo. e no outro as duas mulheres fazerem papel de mãe. ou seja: disfunção pode haver em qualquer lado. não vamos é dizer que a diferença entre ser pai e ser mãe é absolutamente igual. fazer os homens e mulheres iguais a toda a força é terrível. fazer de uma criança um direito ao invés de lhe concederem direitos é horrendo.
Não sei onde foi descobrir estes sinais de obrigatoridade, contra
a hipocrisia. Fantástico.
E também contra o despudor de quem julga poder decidir o que
está certo ou errado, animais incluidos, em casa de família alheia.
Faltam no entanto as variantes de conjuges com os bichos.
Porque também adopta cão ou gato quem tem criança em casa.
As crianças gostam, e agradecem.
Claro que não é, e ainda bem que não é.
Foi. Mais propriamente, tera sido mais ou menos como dizes, so que sem omitir a figura do Dono nas três primeiras linhas. E foi ha muito, muuuuuito tempo. Talvez ainda subsistam restos, mas são perfeitamente marginais. So que isso aconteceu antes do triumfo da familia cognatica, que se construiu (primeiro de forma inconsciente) a partir de um pressuposto de igualdade, consequência do triunfo do individualismo caracteristico das nossas sociedades ha ja alguns milénios.
Misturar os conceitos, neste caso, é perigoso. A linha que separa as aguas é clara. Pelo menos para mim.
Boas
vai chamar hipócrita ao bicho mais próximo de ti, Roteia.
Olinda:
Tomo como provocação o seu “vai”. Mas não posso ir. Cá em casa
não temos hipócritas. Nem gente, nem bichos. E os bichos só nos dão
exemplos perfeitos de total ausência de preconceito. Nós, convictos
de que somos gente, procuramos aprender com eles.
Compreendo o seu tom, lamento que a carapuça lhe possa ter servido.
Mas olhe que debaixo de um pseudónimo, ou de um heterónimo, não
cabe tudo. No entanto, se quiser trocar ideias, vamos a isso.
enganas-te redondamente se percebeste que chamava bichos a esses – antes aos que são, de facto, hipócritas. e quanto ao preconceito, novo engano: preconceito há nisso que dizes, esse conceito de que quem não concorda merece corda. acorda.
Olinda:
Quem não concorda merece corda? Não, quem não concorda, ao que parece
precisa de tresler. Sobre o fundo da questão, nem uma palavra. Inabaláveis,
as suas certezas absolutas.
olha lá, Roteia, eu já disse – e tenho vindo a dizer aqui e acolá – o que penso em relação ao assunto e não pretendo converter-te. mas também não pretendo insultar-te. e também não pretendo perder tempo a explicar o óbvio: o pai é homem e a mãe é mulher e atentar contra isto é querer mudar a natureza que é inteira e sábia.
Olinda:
Que o pai é homem e a mãe é mulher, todos sabemos. Não há legislação
que possa mudar a natureza, “que é inteira e sábia”, como muito bem disse.
O que a legislação pode ou deve fazer é aceitar e respeitar a diversidade
e riqueza da natureza humana, não menorizando os afectos e os laços que
lhes estão associados, como se estes não fossem parte essencial.
antes fosse a lengalenga do amor e uma cabana a que coubesse no mundo. mas não é. e os afectos de pai não são iguais aos da mãe – assim como tudo aquilo que cabe no que é ser filho, no que é ser pai e no que é ser mãe. esta é a realidade e o resto é fantasia a querer forçar, e adaptar, em conveniência de direitos, a realidade natural da vida.
Olinda:
Retiro do que disse que os afectos são lengalenga, interessam mas
pouco e não cabem no mundo real. Para si, deduz-se, há seres
humanos que nasceram, ou devem viver, impossibilitados de ser pais
ou mães adoptivos.
Escreveu uma grande senhora da psicanálise (que também foi filha
e foi mãe): “Todos os filhos são adoptados”, ou seja, progenitores
podem não ter capacidade para adoptar os seus filhos.
Todos reconhecemos que exercer bem os papeis de pai ou de mãe
implica qualidade de afecto e responsabilidade, que uns têm e outros
não. De progenitores incompetentes e de adoptantes competentes
(e o contrário disto) está o mundo real cheio.
fantasia ou de conveniência
só se for um casal homem/mulher.
deduzindo-se que apenas pais biológicos exercem
exemplarmente a
– Os afectos femininos não são iguais aos masculinos, deduzindo-se
que as coisas sejam lineares, simples e arrumadas. isto é s são
No final, há frases de rascunho que não deviam ter seguido.
Desculpe lá.
é uma interpretação interessante, essa que fizeste ,mas em nada se assemelha ao que eu disse.
essa senhora que referes também pensa bem e concordo com ela.
já com o facto de não haver nenhum homem que consiga pensar e sentir como uma mulher que se quer mãe nem nenhuma mulher que consiga pensar e sentir como um homem que se quer pai – não encontrarás qualquer referência que o negue. ademais, ter dois pais ou duas mães será tão, ou mais, desestruturante como ter um só ou nenhum. e daqui ninguém me tira. e sem lamento.
Tenho estado divertido a ler o diálogo Olinda vs. Roteia. Poderia aconselhar algumas leituras de mestres da psicologia que pudessem ajudar Olinda a esclarecer e flexibilizar os seus pontos de vista. Mas suponho que não vale a pena.
Sempre lhe digo, em todo o caso, que uma mãe também tem que saber ser pai e um pai também tem que saber ser mãe. Dentro de cada um de nós, homem ou mulher, pode e deve existir um pouco de tudo: filho, pai, mãe, avô, avó, e por ai fora.
Quanto a Roteia, tudo o que diz está correcto.
manda aí, personagem de fricção, ler vale sempre a pena. :-)