Costa terá introduzido inovações na práxis política nacional ao formar Governo sem ter ganhado umas eleições, e também ao recusar afastar um ministro que um Presidente da República exigiu explícita e publicamente que fosse demitido por razões de “percepção”. Marcelo introduziu inovações no sistema político nacional ao dar estatuto de acto oficial da Presidência à sua tentativa de expulsar um membro do Governo porque sim, e também ao fazer uma comunicação ao País onde desqualifica política e moralmente um ministro e, por arrasto, o primeiro-ministro sem daí tirar a consequência de demitir o Governo ou dissolver a Assembleia. Qual dos dois, nestas inovações, está a revelar mais sentido de Estado? Qual dos dois inovadores tem o interesse nacional — e o bem comum — como critério da sua acção?
O assassinato de João Galamba enquanto ministro das Infraestruturas num acto solene do Presidente da República é mais um episódio sem paralelo na História, e bem mais grave do que a tal nota impotente e patareca lançada para cima da conferência de imprensa de Costa. O editorialismo e o comentariado, que se alimentam do ódio, rejubilaram com o desforço. Aplaudiram o linchamento. Mas em que doutrina poderá o Professor Marcelo Rebelo de Sousa fundamentar a sua opção pelo “quanto pior, melhor”? As suas palavras concretizam o intento de boicotar a acção executiva desse ministro e, portanto, do Governo. Aparentemente, esse castigo surgiria como necessário face a certos episódios cuja responsabilidade política Marcelo atribui exclusivamente ao ministro, episódios que obrigariam à demissão de acordo com o critério político presidencial. Porém, dado o primeiro-ministro não ter esse entendimento, e posto o primeiro-ministro ter absoluta autoridade para ter outro entendimento, o facto de verbalizar aquela descompostura após a relegitimação de Galamba pelo chefe do Governo transforma a posição assumida pelo Presidente da República numa moção de censura oficiosa ao Governo.
Estas são águas nunca antes navegadas aqui na terrinha. Temos um Presidente da República que anda desde Outubro — tinha então o Governo maioritário pouco mais de 6 meses no activo após a tomada de posse — a ameaçar insistente e publicamente com a “bomba atómica”. Era suposto que o actual inquilino de Belém fosse um constitucionalista exemplar dados os predicados intelectuais, académicos, teóricos e profissionais do seu currículo. Em vez disso, é a biografia que domina o sentido das suas decisões mais importantes enquanto Presidente da República a conviver com um Governo socialista de maioria absoluta. Uma biografia onde o irregular funcionamento das instituições é o que lhe dá mais gozo, porque se move nesse cenário como artista performativo sem rival. Daí ter preferido prejudicar os interesses de Portugal para satisfazer a clique que está pronta a deitar fogo à cidade desde que depois possam tomar posse da terra queimada. Foi por pressão desta gente, a sua gente, que o chefe de Estado, em nome da República, apelou aos agentes políticos e à sociedade para que implementem e ampliem o ostracismo político do ministro das Infraestruturas, acossamento iniciado a partir da sua declaração. A única lógica da inaudita iniciativa presidencial — a qual afecta o Governo e o Parlamento — é concretizar uma sórdida e rancorosa vingança, não existindo qualquer outro propósito concebível na insanidade bolçada por quem está no pináculo do regime.
O Tiago Paiva, ao pé deste Marcelo ignóbil, fica como ilustre institucionalista e admirável patriota.
Marcelo quer ser protagonista a figura maior, ser primeiro Ministro cargo que nunca conseguiu ser eleito irá valer tudo como os comentadores
pretendem mas para isso terá de haver eleições e aí Marcelo que se candidate , deixe de fazer figuras tristes como o comunicado e oalrar ao País que só o diminuem e mostram o seu carácter persecutório e fazer diminuir um governo de maioria absoluta .
isso, valupi, deita tudo cá pra fora
não traves as lágrimas porque só te faz mal
é tudo uma tristeza, uma conspiração de poderes obscuros e tu não tiveste culpa nenhuma
coitadinho de um governo com maioria absoluta! nunca teve verdadeiras hipóteses contra os poderosos
Então mas o primeiro-ministro ilibar o seu ministro e convidar a matilha a persegui-lo a ele, o líder, não fez o ministro das Infraestruturas recuperar o estatuto de membro do Governo na plenitude da sua autoridade — ou melhor, com autoridade reforçada?!?!?!
E o efeito regenerador afinal não se estendeu a todo o elenco governativo?!
Até tinha ouvido alguém dizer por estes dias que a maioria absoluta conquistada em Janeiro de 2022 poderia ter conhecido a 2 de Maio de 2023 o verdadeiro início do seu ciclo!!!
E agora é isto?
Ajuda-me, Valupi!
O Galamba sim, a República não.
o valupi escreve por “reação” , já não percebo nada , de aí , consoante aquilo a que está a reagir umas vezes a sua teoria da conspiração sai sim outras sopas. quando não se te uma estrutura ponderativa sólida e se opina ao sabor dos azeites é assim.
Confesso q só vejo incoerências de todos os lados.
Costa demitiu João Soares por bem menos ! Acho que era necessário demitir João Galamba. Mas reconheço q Costa fez bem em mantê lo para “pôr” Marcelo no lugar. No fundo isto não traz nada de novo, daqui a uns dias veremos estes dois aos sorrisinhos e o Marcelo a comer um bolo de arroz. Está tudo bem
eu sinto-me envergonhadíssima por ter um presidente assim. era suposto sentir orgulho e admiração: que soubesse ficar calado umas vezes e que falasse acertadamente em outras tendo em vista sempre o bem comum. neste momento parece um árbitro corrupto a desafiar as equipas da direita e da esquerda, dando vermelhos ao jogador que não cometeu a falta e fazendo do capitão um morcão-alvo a ser abatido também.
eu tenho um presidente da república que faz da vida política um jogo e, mais ainda, um jogo manhoso. sacana.
O Galamba, o Costa, e os PS que endeusam o Costa o Galamba, julgam que a República é uma peça de cerâmica das Caldas que podem manusear e moldar a seu bel-prazer. Não é.
Erros cometeu e comete o PR Marcelo, mas os ingredientes das contínuas palhaçadas desta legislatura têm sido todos introduzidos pelo governo PS.
O Presidente Celito ficou muito zangado e piurso com a atitude do P.Ministro em não lhe
dar a “cabeça” do João Galamba … vai daí esparramou-se com o comunicadao posto ainda
o P.Ministro explicava as razões da sua decisão! Como saída na comunicação que fez ao País
limitou-se a usar o argumentário das direitas para zurzir no Ministro em causa e no próprio
Governo da República! Ficou mal na “selfie” as próximas sondagens mostrarão!!!
Eu é que me está a apetecer mandar-te para aquela parte, só não sei se é pró caralho ou ao caralho – dúvida insoluvel criada pela “questão de semântica” criação recente da ministra gordinha adjunta do defuncto costa .
Eu acho que não é “percepção”, lá vem a semântica, é certeza, certeza de que Gamboa não tem o perfil adequado ao rosto, para ser ministro. Como pode, um ser, que usa uma anilha de metal na orelha esquerda, ser ministro. ? Então não se sabe que é forma de marcar gado ??? Gado bovino, caralho !
Fraco gado, como diria o protestativo candidato a excelente futuro presidente da republica, o esselentissimo abrutalhado porteiro que se senta na cadeira do poder na AR, no episódio da feira de gado.
Quanto ao resto da sua sopa de letras, é palha, embrulhe e coma o fardo, ou, então, tome um beneron e vá dormir que isso passa-lhe .
Boa malha, Valupi.
Se não tivesse havido 25 de Abril, Marcelo Rebelo de Sousa, antes ou agora, muito provavelmente, estaria empossado de uma função semelhante à actual. Imagine-se como seria o seu desempenho sem as rédeas do voto livre e da limitação do número de mandatos.
O galochas só escreve merda !