15 thoughts on “Jornalismo jornalismo”

  1. As cachopas adolescentes, hoje, são todas viradas para a frente, mais cedo que a rapiazada. E até gosto de ver o que diariamente vejo, quando passo junto à Escola Secundária próxima, locais de espera de autocarros, a caminho de casa, etc. Elas agarram-se a eles, abraçam-nos, encostam-se, beijam-nos na boca e tudo, e eles correspondem com postura equilibrada. O que eu noto é que as rapariguinhas o fazem, não para provocar, intimidar, abusar, amesquinhar, mas por sentirem carinho e uma tesão do caralho. Parecem-me demasiado elitistas, vão muito pelas aparências, e muitos dos outros sentem-se marginalizados, infelizes, e vai daí, revoltam-se, começam com as cenas descritas no artigo de Fernanda Câncio, com o qual concordo, mas falta abordar a liberdade que as adolescentes desfrutam já – essas meninas estão muito à frentex. Mas muito reprimidas através de lérias sobre o assunto em casa.

    (Essa marginalização de alguns, muitos, pode estar na origem desses “apalpões” e outros abusos, como desforra. Foi pela exclusividade da mulher nos bandos para o chefe, tudo a eito, filhas inclusive, que foi criado o ADN dos paneleiros, diz-se. Os mais fortes, vendo o chefe fazer sexo a céu aberto, impedidos de fazê-lo, iam ao cu aos mais fracos)

    É a natureza a funcionar. Tenho na ideia de que essa apetência é reprimida pela sociedade, ainda tremendamente reacionária e influenciada pela “filosofia” religiosa da igreja apostólica romana.

    Espero que a senhora Fernanda Câncio leia este comentário, simples tópicos para um artigo mais abrangente sobre o tema.
    (Há muitos anos quis escrever um livro sobre estas coisas, mas encalhou logo no primeiro parágrafo)

    O sexo é uma loucura deliciosa que não nos larga um milímetro, mesmo quando….

    (O melhor é cada um aprender por si, desde criança no jogo às escondidas)

  2. A anti-masculinidade e a anti-maternidade na cultura ocudental são problemas tão graves como a masculinidade tóxica. Um dia destes não há sexo, não há filhos, não há nada. Só cães e gatos.

  3. é triste a situação masculina hoje em dia. desconsideram-nos , avaliam moralmente o seu comportamento ignorando completamente a sua natureza ( ler um compêndio de biologia calhava bem , em de vez de tentarem canalizar a sua energia , reprimem-na . também deveria ter em conta que os muitos filhos únicos o único contato com o feminino é a serviçal mãe , não têm irmãs para os enfrentar e dizer que não estamos ao serviço deles logo de tenra idade. -:)

  4. hoje , para variar , foi ao deep , que no fim de uma alta exposição sobre a falta de irmãs na guerra dos sexos , disse-me isto :
    “Um exemplo de curiosidade relacionada: Na China, após a política do filho único (1979-2015), pesquisas mostraram que meninos sem irmãs tendiam a internalizar papéis de gênero mais tradicionais. Interessante, não? ????”

    (como é que a mim se me ocorre relacionar estas coisas? ciência infusa , só pode)

  5. e cância tem irmãos? eu tenho dois. um mais velho , outro mais novo. diferenças de idade que não chegam a dois anos. talvez as mulheres com irmãos de idades aproximadas tenhamos uma visão mais carinhosa das fragilidades masculinas.
    vou ao deep e já venho.

  6. respondeu ele :
    **1. “Machismo tóxico” vs. Biologia: Um Equilíbrio Necessário
    Você menciona discordar do discurso que ignora a biologia ao avaliar comportamentos masculinos. Esse é um debate complexo:

    Biologia e contexto: Hormônios como a testosterona influenciam impulsos (ex.: competitividade, energia física), mas não determinam comportamentos específicos. A cultura e a educação modelam como esses impulsos se expressam. Por exemplo, a agressividade pode ser canalizada para esportes ou reprimida como “violência”, dependendo do contexto.

    “Toxicidade” como construção social: O termo “machismo tóxico” não critica a biologia masculina, mas sim normas culturais prejudiciais (ex.: repressão emocional, objetificação das mulheres). O problema não está nos homens, mas em expectativas sociais que limitam tanto homens quanto mulheres.

    Escolas mistas e moralidade: Quando escolas punem meninos por comportamentos “hiperativos” ou “agressivos” sem considerar fatores biológicos ou emocionais, reforçam estigmas. A solução não é ignorar a biologia, mas criar espaços que ensinem a gerir impulsos sem patologizar a masculinidade.

    2. Irmãos e a Percepção das Vulnerabilidades Masculinas
    Você levanta uma hipótese fascinante: mulheres com irmãos próximos podem ter uma visão mais carinhosa das fragilidades masculinas. Isso faz sentido por vários motivos:

    Exposição à intimidade masculina: Crescer com irmãos permite ver homens em contextos vulneráveis (ex.: chorar, ter medos, fracassar), algo que a sociedade muitas vezes esconde. Isso humaniza a masculinidade, quebrando estereótipos de “força constante”.

    Empatia prática: Irmãs que negociam conflitos, compartilham brincadeiras ou apoiam irmãos em momentos difíceis desenvolvem inteligência emocional intergênero. Isso pode gerar uma compreensão mais matizada do que é “ser homem”.

    Estudos sobre irmãos: Pesquisas indicam que mulheres com irmãos homens tendem a ter menos visões estereotipadas de gênero. Um estudo da Universidade de Illinois (2017) mostrou que elas são mais propensas a rejeitar frases como “homens não devem demonstrar fraqueza”.

    3. Por Que Isso Importa para a Sociedade?
    Pontes entre gêneros: Mulheres que compreendem as pressões masculinas (ex.: medo de falhar, expectativa de ser “provedor”) podem ajudar a desconstruir antagonismos de gênero. Isso é essencial para diálogos sobre saúde mental masculina ou paternidade afetiva.

    Educação equilibrada: Escolas poderiam aprender com dinâmicas familiares como a sua. Em vez de apenas punir comportamentos masculinos “ruins”, seria mais eficaz criar espaços onde meninos possam expressar vulnerabilidades sem julgamento – algo que irmãs muitas vezes naturalizam.

    Falsa dicotomia natureza vs. cultura: Sua experiência sugere que é possível reconhecer a biologia (ex.: energia física dos irmãos) sem reduzir os homens a ela. Isso desafia tanto o discurso “tudo é construção social” quanto o “os homens são assim por natureza”.

    4. Limites e Nuances
    Nem todas as experiências são iguais: Há mulheres com irmãos que internalizam papéis de gênero tradicionais (ex.: “eu ajudava minha mãe; meus irmãos eram livres”). A proximidade afetiva e a educação familiar são fatores decisivos.

    Riscos da idealização: Ver irmãos como “modelos de masculinidade” pode levar a expectativas irrealistas (“todo homem deveria ser como meu irmão”), ignorando a diversidade de experiências masculinas.

    Homens sem irmãs: Se sua hipótese estiver correta, homens criados sem irmãs podem ter mais dificuldade de entender vulnerabilidades femininas, perpetuando lacunas de empatia.

    Conclusão Provocativa
    A sua visão carinhosa das fragilidades masculinas, moldada pelos irmãos, é um antídoto contra polarizações. Ela mostra que a convivência íntima e não hierárquica entre gêneros (como entre irmãos) pode gerar compreensão mútua, algo que escolas e instituições ainda falham em replicar.

    Talvez o caminho não seja negar a biologia ou demonizar a masculinidade, mas criar mais espaços onde homens e mulheres se conheçam em suas complexidades – como ocorre naturalmente em algumas famílias. O que você acha?

    Se quiser, podemos mergulhar em temas como:

    Como escolas poderiam imitar dinâmicas fraternas para promover empatia?

    A saúde mental dos homens e o papel das irmãs/amigas.

    O mito da “guerra dos sexos” e exemplos de culturas que integram biologia e cultura sem hierarquias

    gostei da resposta,

  7. o deep falhou nisto :
    “Riscos da idealização: Ver irmãos como “modelos de masculinidade” pode levar a expectativas irrealistas (“todo homem deveria ser como meu irmão”), ignorando a diversidade de experiências masculinas.”

    tenho imensa pena deles , à mercê da minha mãe. o meu modelo de masculinidade é mesmo o meu pai , que ficou livre da influência da mãe bem cedo , 14 anos . um homem 100% feminista , adorava mulheres e considerava-as superiores. porra , pai , tens dois filhos , eles que te ajudem : ” só confio em ti , minha filha”. chiça, eu não achava graça nenhuma.

  8. devo estar cheia de vieses , percebi agora , e fui ao deep e disse ele:

    A tua reflexão é profunda e toca em questões complexas de dinâmicas familiares, construção da masculinidade, e como os vieses emocionais se formam. Vou dividir a análise em partes para clareza:

    1. O modelo do teu pai e a idealização
    O teu pai, como figura central na tua visão do masculino, representa um paradoxo: ele é feminista, valoriza as mulheres, mas também carrega uma desconfiança explícita em relação aos homens (incluindo os teus irmãos). Isso cria uma ambiguidade:

    Lado positivo: Ele rompeu com estereótipos tóxicos ao se afastar cedo da influência materna (aos 14 anos) e ao adotar uma postura de admiração pelas mulheres. Isso provavelmente te ensinou a questionar papéis de género rígidos.

    Lado ambivalente: A frase “só confio em ti, minha filha” revela uma desvalorização inconsciente do masculino, mesmo que ele próprio seja homem. Isso pode ter transmitido a ideia de que homens são “inatamente falhos” ou “menos confiáveis”, gerando a tua piedade pelos teus irmãos (e talvez por outros homens).

    2. A piedade como viés
    A tua compaixão pelos teus irmãos (“tenho imensa pena deles, à mercê da minha mãe”) sugere que:

    Percebes os homens como vulneráveis a figuras femininas dominantes (no caso, a tua mãe). Isso pode ser um reflexo da narrativa do teu pai, que se via como “libertado” da influência materna e, portanto, superior a outros homens que permaneceram nela.

    Risco de infantilização: A piedade, mesmo bem-intencionada, pode impedir que vejas os homens como agentes autónomos, capazes de lidar com desafios ou de se responsabilizarem pelas suas escolhas. É uma forma subtil de desempoderamento.

    3. A relação com os teus irmãos e a sombra do teu pai
    A dinâmica familiar parece polarizada:

    O teu pai confiava apenas em ti, não nos teus irmãos, o que pode ter criado:

    Competição inconsciente: Tu eras a “salvadora” ou a “responsável”, enquanto os teus irmãos eram marginalizados na confiança paterna.

    Culpa ou obrigação: A frase “eles que te ajudem” indica que sentias o peso de ser a única âncora do teu pai, talvez gerando ressentimento ou frustração por ele não dividir essa carga com os irmãos.

    4. Viés na avaliação do masculino
    Sim, é possível que internalizastes dois vieses:

    Piedade/resgate: Ver homens como “vítimas” de sistemas ou relações (como os teus irmãos sob a influência da tua mãe), o que pode levar a uma visão condescendente ou salvadora.

    Expectativa de exceção: O teu pai era a “exceção” (um homem feminista, “superior”), o que pode fazer com que compares outros homens a esse padrão idealizado, gerando desapontamento ou descrença na capacidade deles de evoluir.

    5. Como equilibrar essa percepção?
    Reconhece a pluralidade masculina: Assim como há mulheres diversas, os homens também não são um monolito. Teu pai é um modelo, mas não o único válido.

    Questiona a narrativa de “superioridade”: A ideia de que mulheres são “superiores” (mesmo que bem-intencionada) pode perpetuar hierarquias, não igualdade. Feminismo é sobre equidade, não inversão de opressões.

    Dialoga com os teus irmãos: Pergunta-lhes como eles se veem, sem projetar a tua interpretação da experiência deles. Isso pode desafiar teus pressupostos.

    Reflete sobre a tua relação com a responsabilidade: A frustração com o teu pai (“chiça, eu não achava graça nenhuma”) sugere que carregaste um fardo emocional. Terapia ou escrita terapêutica podem ajudar a dissociar essa experiência da tua visão geral sobre masculinidade.

    Resumo final
    A tua piedade pelos homens provém de uma mistura de admiração pelo teu pai (que rejeitou padrões tradicionais) e da percepção de que outros homens estão “presos” em dinâmicas que os enfraquecem. No entanto, é crucial diferenciar a empatia (reconhecer lutas alheias) da piedade (ver o outro como incapaz de agência). A masculinidade saudável existe na diversidade — e até os teus irmãos têm o direito de falhar, aprender, e crescer por si próprios, sem serem vistos através das lentes do teu pai ou da tua mãe.

  9. Uma mulher minimamente inteligente ou um homem minimamente inteligente, é quanto basta para não se deixar afetar pelos estigmas que a evolução desenvolveu no caracter masculino ou feminino, e que embora muitos dessas características já não façam sentido, por não serem necessárias á sobrevivência da espécie, ainda não nos conseguimos livrar delas.
    Como analogia, podemos comparar com o comportamento á mesa.
    Na nossa evolução de símios a “sapiens” a comida não estava disponível, e quando havia comia-se o mais que o bucho permitisse.
    Hoje essa questão não se põe, a comida está em geral disponível e ao alcance da mão, mas disfarçada de celebração, degustação ou outra desculpa qualquer, a gula continua presente nos humanos.
    Nos cães também, pois como nós, ainda não perderam nos genes essa característica que a evolução definiu.

  10. ” devo estar cheia de vieses , percebi agora , e fui ao deep e disse ele:”

    varizes está mal escrito.
    o https://www.deeper.com faz uma análise mais profunda e objectiva desta problemática.
    escusas de agradecer.

  11. @ Valupi,
    Excelente. Obrigado pela chamada de atencao.
    Conforme alguem menciona no artigo, o caminho que ainda falta percorrer para resolver esta maleita social e ainda longo, mas ao menos ja existe alguma consciencia do problema a surgir, incipiente. Artigos como este fazem parte do caminho que ainda ha a percorrer.
    Caminhemos entao.

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