Hermeneutas, precisam-se

Carlos Vaz Marques - Também reconstruímos e reinventamos o passado.
António Coimbra de Matos - Sim, mas vivemos do futuro, não do passado. Infelizmente nem sempre é assim, mas é assim que deve ser. Veja na política portuguesa: foi o problema do Sócrates, e antes do Sócrates do Guterres... Noutro dia dizia a um amigo meu: naturalmente, a culpa foi do Afonso Henriques, que conquistou isto aos mouros em vez de ir para a Galiza.

“Somos um país de medrosos”

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Trata-se de uma entrevista que teve notoriedade, onde reencontramos a denúncia acerca do “medo de existir” que deu justa fama ao outro em 2004, nesse caso um filósofo. Aqui, lidamos com um psicanalista, ou talvez seja mais correcto tratá-lo como ex-psicanalista. Para além de dizer alguns grossos disparates, como no episódio relativo aos cavalos, também larga densos ensinamentos, como em relação aos sonhos.

Na passagem citada, aparece o esboço de um raciocínio, o qual não ficou explícito. O jornalista não puxou pelo assunto, talvez por ter entendido o que ouviu, talvez por não lhe interessar a matéria. Mas, para leitores apaixonados por política e com dificuldades na interpretação, como eu, o sentido das palavras está por descobrir: a que problema, exactamente, se está Coimbra de Matos a referir ao falar de Sócrates e Guterres?

Peço a vossa prestimosa ajuda para conseguir perceber.

8 thoughts on “Hermeneutas, precisam-se”

  1. Tantas declarações polémicas na entrevista, e tu havias logo de embirrar com uma afirmação perfeitamente clara e razoavel. Não é preciso hermeneutica complicada para compreender o que o homem esta a dizer, ou seja que temos a mania, em Portugal, na ânsia de encontrar “culpas” e “culpados” para os nossos males, de reconstruir o passado de forma fantasiosa. Ou seja, o que ele esta a dizer é, precisamente, que pintamos a posteriori o Guterres e o Socrates como monstros que faliram, quando isto não corresponde necessariamente à realidade e é uma forma estupida de colocar a questão.

    Depois de postares uma coisa com nexo (como a proposito do cartaz do BE), devias tirar uns dias de descanso. Não estas habituado a acertar e isto, obviamente, faz te mal…

    Ja tomei a medicação, escusas de perguntar, e aceito o vinho.

    Boas

  2. Só não entende quem não anda por cá…Depois de 1986, com o inicio do cavaquismo, a direita deu por finda a aventura do 25 de Abril. A reversão estava em marcha, de reprivatização em reprivatização, quando Guterres e depois Sócrates se vieram intrometer nas negociatas da direita. E agora Costa. A direita acha que “isto” é deles, com ou sem Salazar.
    João Viegas, a coisa é mais radical do que pensas.: Portugal é coutada da direita, pensam eles. E o PS só é tolerado quando lhe apara o jogo. Infelizmente, tem-no feito vezes de mais.

  3. De facto o homem não devia isolar Guterres e Sócrates, devia juntar tudo o que apareceu a seguir ao 26 de Abril.

    Cavaco, Soares, Balsemão e agora Passos, todos têm que ficar para a história, juntinhos.

  4. Oh valupi Es um convencidito do Caraças. Quem Es tu para vires mandar postas de pescada acerca de Coimbra matos. Porra para ti. Julgas que te benzes e partes o naris . Sabes de tudo e de psicanalise és um alho. Cura te

  5. Ó Ignatz, tu é que os topas.

    O Costinha sabe quem deve contornar.

    Nos malandros como o Santaninha não toca.

    Contorna a malta nova, Sócrates, Seguro, Passos, Catarina, mas macacos velhos ficam no choco.

    E se deu abêabias ao velho Jerónimo foi com medo à cgtp.

  6. fartei-me de rir com o homem.:-) e também nada percebi dessa alusão mas fiquei com a ideia de que se trata de ironia fina misturada com demência. :-)

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