O facto de o Partido Democrata ter ficado em estado comatoso desde Novembro, sem se conseguir adivinhar o que o fará reanimar, é parte da tragédia em curso nos EUA. Uma opinião corrente no início do segundo mandato de Trump era a de que os tribunais americanos iriam conseguir travar a tentativa de abolição do Estado de direito, anunciada em campanha, mas essa previsão está a revelar-se demasiado optimista. O cidadão comum, como sempre, pensa com os bolsos, não tem amor à liberdade dos outros. Veremos daqui a poucos meses se esta mole irá finalmente tirar o tapete nas sondagens ao Partido Republicano.
Um raio de esperança surgiu ontem, porém. A Universidade de Harvard recusou as exigências de Trump e ficou em risco de perder um financiamento de 2,2 mil milhões de dólares. Porquê esperança? Porque um ataque tão asinino contra uma das mais poderosas fontes de inteligência na América, e no Mundo, talvez desperte o patriotismo dos Republicanos que não tenham vendido a alma ao ogre. Ou que a queiram resgatar.
só revela uma coisa: todas as tarifas são mentais
LOGO, a ideia do Liberalismo (‘direita’) tal como a do Marxismo (‘esquerda’) — de separarem a força da materialidade e da imaterialidade, ao darem a cada uma delas uma primazia que não têm — estão ambas erradas. Pelo facto, de que a economia é sempre política; a acção é sempre ideologia; o físico é sempre mental.
Afinal, Durkheim e Weber não se resolvem na fórmula hegeliana de A.Giddens. Nem o ‘laisser faire, laisser passer’ se resolve no ‘contrato’ de Adam Smith ou Locke.
Esta questão de Harvard, por ser a universidade que é, por ser uma universidade cujo maior financiador privado é a comunidade judaica, trouxe-me à memória o título que Godelier deu ao seu famoso livro: “A PRODUÇÃO DOS GRANDES HOMENS“ (“La Production des grands hommes“, 1982, rééd. Flammarion, coll. «Champs», 2003). Este «TRUMP, o Grande Homem da América Estadudinense» (que vive escondido em todos nós, ao sermos compelidos a falar dele) revela com nítida clareza os paradoxos e as contradições humanas, sempre em viagem através do espaço entre a realidade e o desejo. As quais, talvez sejam aquilo que melhor define a dita ‘natureza humana’.
Lévi-Strauss, sobre a economia e a natureza humana, dizia que era sempre uma troca, simultaneamente e inseparavelmente, entre: BENS (recursos, meios de produção), PESSOAS (parentesco, famílias, nações) e SÍMBOLOS (religiões, ideologias, crenças). Nesse sentido, sobre «tarifas, economia, política, ideologia, mercado, abstração, relações entre grupos-comunidades-nações, pessoas situadas, corte de liberdades, impedimentos de opiniões, etc.» há dois livros essenciais, apesar dos de F.Boas (1909), B.Malinowski (1922), M.Mauss (1924), K.Polanyi, G.Dalton, C.Lévi-Strauss, M.Godelier, M.Augé/J.-P.Colleyn, e outros.
Refiro-me ao contributo de Annette Wiener (“Inalienable Possessions: the paradox of Keeping-while-Giving”, 1992). E à inevitável “Sociedade contra o Estado” de Pierre Clastres (1974).
PERGUNTAM, estes autores:
— “Porque se dá; e quando aceitamos, o que devemos retribuir?” … “O que é um objeto precioso?” … “Que coisas se dão, quais as que se vendem, quais as que não se devem dar nem vender, e quais as que se devem guardar?” … “Que coisas se devem preservar acima do mercado numa sociedade de mercado?” … Etc.
“Qual será a regra de direito e de interesse que nas sociedades de tipo arcaico faz com que o presente (don, gift) recebido seja obrigatoriamente retribuído? Que força haverá na coisa que se dá que faz com que o destinatário a retribua?”
(Marcel Mauss, 1925, «ESSAI SUR LE DON. FORME ET RAISON DE L’ECHANGE DANS LES SOCIETES ARCHAÏQUES», L’Année sociologique, nouvelle série, I, 1925, in id., Sociologie et Anthropologie, Paris, PUF, p.258)
“And I was influenced by a third conviction, also coming from Lévi-Strauss, that of the primacy of the symbolic over the imaginary and over anything indefinite that was called the «real». Because, for Lévi-Strauss, the symbol would be at bottom more real than the «reality» it meant.”
[Maurice Godelier, 2000, «The Enigma of the Gift» / 1996, «L’Énigme du Don», Paris / “O ENIGMA DA DÁDIVA”, edições 70, Lisboa, ISBN 972-44-1063-3, p.16)
“Pour faire une société, ni la parenté ni les liens de production et d’échange de biens ne sont suffisants. Il faut surtout que des croyances religieuses et des rituels qui les mettent en actes viennent légitimer sa souveraineté et assurer sa reproduction”
(Maurice Godelier, 2006, “QU’EST CE QUI FAIT UNE SOCIÉTÉ?”, Recherche, Dossiers ‘L’Origine des religions’, vol. 5, Paris).
Harvard perante a montenegrização de direita, a pedronunosantização de esquerda, e o liberalismo da UE
“Habitação: há quem esteja a cortar na alimentação para manter a casa, pedidos de ajuda para pagar renda aumentaram 67%” (Expresso e Lusa, 16 abril 2025)
Ideais e Materiais … Como havemos sair disto?
a solução é fácil : os cidadãos não comuns , ricos , que por isso não pensam com o bolso e que frequentam harvard que a financiem e que se substituam ao estado . independem-se e libertem-se do jugo d estado.
Yo, é isso exactamente que ele quer
Tentar passar a mensagem de que Harvard é só para quem a pode pagar, os ricos. Os outros (os pobres que invadiram a América, e são para expulsar) deixam de receber a esmola dos ricos para a frequentarem.
O problema é que só com os ricos não havia inteligência para terem os prémios nobel e os cientistas premiados que lá se produzem. Porque 90% são quase todos vindos desse ‘lixo pobre’.
Tal como o Cristo, em que o Trump e o Vance dizem acreditar, disse: «é mais fácil um camelo passar por um fio de uma agulha, do que um rico entrar no reino dos céus». O Ventura é que devia lembrar ao Trump esta constatação do Cristo de ambos.
Tal como o Impronuncialismo diz, o problema continua a ser «5% possuírem a riqueza (neste caso são a inteligência e os cérebros) dos 95% que a produzem». É um pouco como na imigração, e, afinal, em tudo.
Como dizem os piedosos:
Podia ser pior, ainda não mandou queimar livros ‘apócrifos’ proibidos na praça pública nem a deportar ‘anormais’ para campos de crematórios.
para os trumps estadudinenses de origem anglo-germano-saxónica
A cabeça da América (pura e verdadeira) é Harvard (e West Point).
E quem manda na cabeça dessa pureza americana são os judeus.
Logo, qualquer impureza que perturbe esse poder é considerado pelos trumps uma ameaça.
IMP, vou contar-lhe algo que deve ser uma novidade para si.
Escrever num blog xuxa como este longos posts com divagações herméticas, citações avulsas, sobretudo noutras línguas, e bibliografias que, com 99% de certeza, ninguém que aqui venha conhece ou irá ler, é um caso patológico de masturbação intelectual e alienação real.
Quando vai por aí, v. parece uma versão de testes do chatGPT que nem tenta parecer humano. A história do ‘Impronuncialismo’ é outro caso de alienação, a meio caminho entre a excentricidade e o internamento compulsivo. Para não falar do culambismo ao gangster Putin.
É pena, porque noutros casos acerta no alvo – como os 5% possuírem a riqueza dos 95% que a produzem, embora as percentagens devam ser 1% e 99%… ou bem pior. Os seus neurónios funcionam, mas v. tem aí um trauma que lhe crasha os circuitos. Livre-se disso, homem.
Do volupi o costume: xuxo-centrinhos muito preocupadinhos com a “saúde da democracia americana”, como se houvesse tal coisa, e com a recuperação do Partido Democrata, essa face alternativa do regime controlado pelos mamões de sempre. Sem os Obamas, as Hilárias, os Bidens e as Kamalas que será dos EUA, que será do mundo? Vem aí o fascismo, ai que medo!
Pode voltar à dose normal dos antidepressivos, volupi: os Donos Daquilo Tudo tratarão do assunto logo que faça falta; dá-lhes jeito manter a ‘alternância democrática’ para que nada mude. E Harvard, esse templo do regime, continuará a mamar noutros lados. Se não for o judeu Epstein há-de ser o Zuckerberg ou um WASP qualquer. A teta dá para todos. A carneirada é serena.
Acabou-se a mama, o Estado – cujo orçamento é garantido com o dinheiro dos cidadãos – não pode financiar as escolas e as universidades dos outros; as escolas e universidades privadas têm de viver e funcionar com o dinheiro de quem as escolhe frequentar e pagar pelos seus serviços, o mesmo se aplica a qualquer negócio, entidade, ou empresa privada.
O parasitismo liberal/maçónico tem os dias contados.
«…O primeiro inimigo do pensamento é uma instituição pública poderosíssima, que é a universidade.
Encontrei um antigo Ministro da Educação e aliás um, parece que um grande vulto aqui da televisão Portuguesa, que me disse assim: Você andou aí a propor a extinção da universidade, é a coisa mais fácil que existe no Mundo, é só fechar a porta, lá dentro não há nada. Isto quem me dizia, como calculam, era o Sr.º José Hermano Saraiva…» – Orlando Vitorino
—O parasitismo liberal/maçónico tem os dias contados.—
Aliás cá basta olhar para as PPP e coisas do genero.
Mas eu quero é que se exploda a america DDT toda.
Adiante.
Denúncia anónima. Mistério Público abre averiguação a Pedro Nuno Santos relativa a compra de imóveis.
Já no caso do MENTENEGRO não há problema nenhum.
Assim se ve como as forças ocultas funcionam.
ó IMP :”Tentar passar a mensagem de que Harvard é só para quem a pode pagar, os ricos. Os outros (os pobres que invadiram a América, e são para expulsar) deixam de receber a esmola dos ricos para a frequentarem.”?
a harvard é para quem a universidade deixar entrar , o financiamento é que fica prós ricos actuais . se é assim um lugar tão totil democrático com certeza que tem bolsas para pobres com esperto na cabeça , que no futuro serão ricaços que não pensam com o bolso.
Yo,
Para Trump, e parte de uma américa pura e originária anglo-germano-saxónica, Harvard ocupa um espaço simbólico. Não me refiro àquilo que a realidade é.
Centeno, Dragi e muitos líderes europeus vieram de lá.
Quem trabalha em ciência sabe que as actuais equipas científicas (em Harvard e em todo o lado) são constituídas por pessoas de nacionalidades diferentes e níveis económicos dispares. Quem assina os artigos publicados e quem coordena as equipas é que têm protagonismo. Mas em 90% dos casos são os anónimos das equipas (que nunca serão conhecidos nem ricos) que inventam, criam e pensam melhor.
E os livros e publicações estão controladas por multinacionais, dominadas financeiramente (em 70%) pelos judeus. Lakatos explicou isso bem.
«…as escolas e universidades privadas têm de viver e funcionar com o dinheiro de quem as escolhe frequentar e pagar pelos seus serviços, o mesmo se aplica a qualquer negócio, entidade, ou empresa privada».
Numa análise superficial é fácil concordarmos, Fernando, mas se pensarmos mais um pouco o problema começa antes disso: a educação não é – não pode ser – um negócio.
Pode haver escolas privadas de matérias específicas, tal como clínicas privadas de certas especialidades – sobretudo estéticas – mas não educação privada e saúde privada como agora existem. Saúde e educação são demasiado importantes para a sociedade; pilares da civilização e da igualdade a que devemos aspirar. Temos de acabar com o privado, não apenas alterar como é pago.
“E os livros e publicações estão controladas por multinacionais, dominadas financeiramente (em 70%) pelos judeus. Lakatos explicou isso bem.”
vê , por isso é que fujo da ciência do século xxi e finais do xx a sete pés. ciência com objectivo de lucro não é ciência , é negócio.
«Mistério Público abre averiguação a Pedro Nuno Santos relativa a compra de imóveis.»
Ora cá temos mais um ‘socialista’ à moda da casa: um mamador profissional, cuja mama rivaliza com a de muito direitalha. E depois, estranhamente, há quem constate que é tudo – PS, PSD, CDS, Chega… – tudo o mesmo Centrão Podre; tudo a mesma pandilha de chulos e trafulhas; tudo a mesma merda.
Resposta ao dr. Filipe Bastos (16 de Abril de 2025 às 19:41)
Pode haver negócios, entidades, ou empresas privadas, não há problema nenhum em ralação a isso, o que não pode ser permitido é que sejam os Portugueses que financiam com o seu dinheiro o Orçamento do Estado a pagar e a sustentar os negócios, entidades, ou empresas privadas dos outros.
Você fala no Ensino (a que chama de “Educação” mas isso dá-se em casa) e no Serviço de Saúde e Socorrismo (que define como «Saúde»), como é óbvio esses dois sectores têm de ser prestados pelo Estado e com a máxima exigência, ética, profissionalismo, e excelência, mas isso não impede que privados (negócios, entidades, empresas) também o façam e sejam devidamente fiscalizados, desde que não seja às custas, sustentado, chulando o dinheiro dos Portugueses que financia o Orçamento do Estado, podem exercer actividade.