O nosso amigo teofilo m. ofereceu-nos uma saborosa reflexão encaixotada. E agora, quem sabe, até pode ser que as suas questões obtenham alguma resposta.
Mas porque é que nós havíamos de confiar no próximo, quando este nos lixa a vida assim que pode?
Confiámos na 1ª República e foi o que se viu, golpes e contra-golpes até à exaustão; veio o Gomes da Costa acabar com a República e os que o chamaram despacharam-no para os Açores, exilado; logo a seguir chega o Carmona – depois de um pequeno interregno do Cabeçadas – que nos oferece o ‘botas’ que tivemos de gramar durante quarenta anos de bico fechado e alegres manifestações espontâneas; veio o Marcelo com as ‘conversas em família’ e lá nos embalou para mais seis anos do mesmo embrulhado em papel de Natal.
Chega o 25 e o Zé Povo entusiasma-se e confia um poucochinho e desata a pensar que a democracia se fazia num dia, pelo menos era o que lhe prometiam, e o que é que se viu?
Ficámos perto do Sol do mundo, e quando a pele começou a avermelhar, veio alguém que meteu o socialismo na gaveta e que nos prometeu a Europa dos ricos, e todos pensaram que agora é que era, que seríamos todos proprietários e patrões, passaríamos a ter todos um canudo, a ser doutores e engenheiros e a ter o respectivo tratamento, que as cantigas que passavam na rádio eram oráculos da astróloga Maya ou da reikiana Florbela, e pimba! lá fomos para o pardieiro outra vez.
Porra! então toda a gente nos lixa e ainda havíamos de ser confiantes? Em quê? Em quem?
No próximo, claro.
Desde que não esteja demasiado próximo, recomenda-se.
Em quê? nas vossas capacidades. Em quem? em vós próprios. Meu guru simpático dixit. E ensinar isto a toda a gente.: sois bons , tanto como qualquer um.
Doutor ou agricultor. Não há assim tanto mérito em ser doutor , aliás , passo bem sem eles , não passo é sem agricultores , carpinteiros , canalizadores e tal.
num marmello eloquente com uma mãe portuguesa e um pai queniano.
Ó João, o pai queniano deves ser tu…
A pergunta do Teófilo n é pertinente, mas temos de considerar a realidade toda. Cada um, com a idade que tem (cá por mim já passaram 64), lembre-se que nem todos foram “filhos da mae”. Haverá centenas de milhares de compatriotas (ou serão milhões?), que não estarão “à coca” para nos lixar a vida, talvez antes à espera de um gesto de honestidade e solidariedade humana, a que juntem o seu.
presente e Mario, estou convosco. Aliás, o texto do teofilo m. é sério sem ser para levar a sério. Está cheio de bom e proveitoso humor.
Só uma correcção cronológica ao texto do teofilo: a Mendes Cabeçadas é que sucede Gomes da Costa e não o contrário.
Muito obrigado, Gabriel.