No último Eixo do Mal, ouve-se Clara Ferreira Alves a estabelecer um nexo entre a vida privada de Sócrates, com avultados fluxos de dinheiro pelo próprio descritos como empréstimos, e a “bancarrota” a que ele nos levou na sua douta opinião. Mais à frente, depois de ter sido tratada como crassa ignorante em Economia por Daniel Oliveira e Pedro Marques Lopes, disse que Sócrates passou “muito tempo a tentar fingir, ou a tentar deter, aquilo que era inevitável, e que conduz depois à guerra com Teixeira dos Santos“, e outras enormidades do mesmo calibre desmiolado à mistura com contradições em catadupa, a outrance, sobre o conceito de bancarrota. A suprema ironia que esta triste figura conseguiu provocar resulta de ter estado nos minutos iniciais do programa a fustigar os velhadas políticos, como Marques Mendes e Santana Lopes entre outros, que continuam por aí a comentar cheios de “vícios” em vez de se ir buscar sangue novo. Na petulância displicente com que varria os colegas do comentariado, o chinelo foi-lhe parar ao folclore queirosiano, polvilhado com Camilo, para satisfação do seu vício de épater les bourgessos. Se existisse uma ASAE especializada no âmbito da segurança intelectual e da fiscalização cognitiva, a senhora e o estabelecimento seriam inevitável e pesadamente multados dada a putrefacção dos ingredientes servidos aos clientes.
O Daniel esteve bem ao ensaiar uma crítica dos factores moralistas que explicam as deturpações que enchem o espaço público quando o tema é Sócrates e os idos de Março de 2011. Tudo o que disse a esse respeito é mera banalidade, mas a comunicação social está de tal modo intoxicada pela narrativa dos direitolas que até dá para fazer este tipo de brilharetes. Infelizmente, também a ele o chinelo escorregou para a deturpação, acabando a culpar a vítima. Desmontar a falácia do seu argumento é canja: antes de a Operação Marquês ter sido lançada publicamente passaram-se vários anos em que não se podia ir buscar matérias judiciais e éticas, agora estabelecidas como factos, para a confusão entre as dimensões políticas e económicas da sua governação e a dimensão da sua vida privada. E a que assistimos? Por um lado, desde 2004, a continuadas campanhas de assassinato de carácter. Por outro lado, em 2011, ao triunfo implacável dos traidores que viram na crise económica internacional a oportunidade suprema para alcançarem o poder governativo, triunfo só possível por contarem com a cegueira sectária da esquerda também então traidora do que, e de quem, alegava representar. De ambos os lados da traição, o discurso moralista foi usado caudalosa e obsessivamente. Sócrates, apesar de ter conseguido um acordo de financiamento que evitava o resgate e sua destruição, tinha de cair porque gastava de mais, porque gastava de menos, porque gastava ali em vez de acolá. Se o Daniel se recordar desse Daniel Oliveira de 2011, então a sua memória não o enganará: não era outra coisa senão um moralista.
Pedro Marques Lopes esteve igualmente bem ao apontar aos trafulhas da “bancarrota”. E igualmente nele vimos a chinela do preconceito a encher o ecrã. Ao estabelecer a conexão entre as questões políticas e as pessoas dos políticos, de imediato saltamos para a sua própria e admirável pessoa. Como é que conseguiu ser um público apoiante de Cavaco em 2011 depois do que viu tal pessoa ter feito na “Inventona das Escutas”? Como é que ele foi um público e entusiasmado apoiante de Passos em 2011 ao mesmo tempo que o viu a mentir desenfreadamente, já para não falar no afundanço do País com o chumbo do PEC, cujo exclusivo propósito se esgotava na agenda da oligarquia, do PSD e do próprio Passos? Apesar disso, o Pedro tem o mérito de muito rapidamente ter assumido os seus erros eleitorais, passando a ser uma voz de referência para quem prefere a decência ao ódio.
Luís Pedro Nunes foi a grande surpresa desta edição. Conseguiu falar de Sócrates sem espumar e guardou as chinelas na mochila. O que disse recomenda-se, não havendo lembrança de tal na matéria em causa.
E o Aurélio? É também um chineleiro. Que passa entre as gotas da chuva.
Criticaram, e bem, os comentadores políticos, por serem sempre os mesmos desde há muitos anos, mas não tiveram a coragem de olhar para si próprios e constatar que, também eles, andam a esgravatar nesse lixo há tempo de mais. É que já não se enxergam. Quando abrem a boca já todos sabemos o que vão dizer. Já os conhecemos de gingeira. Já esgotaram, de há muito, a capacidade de nos surpreender com um simples esboço de ideia nova. Até nos tiques, suas imagens de marca. São aquilo que alí está, isto é, basófia e mediocridade, e nada mais. Não passam, todos eles, de simples palradores, desonestos intelectual e moralmente.
«O Daniel esteve bem», esqueceste-te de que o DO desdenhou do José Sócrates esse«morto-vivo!» (assim mesmo, sublinhado e em negrito e corpo 50 tudo -tudo ao mesmo tempo).
Não é o “Eixo do Mal”. É o verdadeiro algoritmo do Lero-Lero!!!
A pluma caprichosa desde que frequentou o tal estágio do Bildberg por indicação
do patrão, nunca mais atinou um raciocínio correcto, o seu destempero no último
programa foi tal que, deixou a impressão de querer ser convidada para entra numa
qualquer lista partidária e ir fazer pulhítica!!!
A calúnia é um crime como os outros.
A clara f. alves demonstra um ódio muito suspeito pelo Ex. Primeiro Ministro José Sócrates.
Pergunto, do alto da minha longa experiência de observar humanos o que realmente José Sócrates terá feito ou não, para tanta baba de maldosa calúnia em forma de cassete paga e alinhada.
O pereira, xavier mais ela deveriam actuar em conjunto para que nada destoasse no ódio burro.
O xavier como homem de “leis” oferece triste e repugnante espectáculo.
A clara de neuronios já desafinados ficará muito melhor nas tertúlias de ódio do mãnhas.
Fora da sic já ou o eixo sai da correcta posição.
José disse muito melhor.
Subscrevo.
José são os comentadores na televisão e o eric no aspirina.
Já fede!
. o tgv já está em construção, mas chamam-lhe linha de mercadorias.
. o aeroporto no deserto muda do campo de tiro para a base do berreiro e já é urgente construir.
. as energias alternativas passaram a crença de civilizacional.
. o parque escolar volta a ser reivindicado.
só o nome do inventor não se pode pronúnciar
jpferra, obrigado pela publicidade à borla (sabes que e, literariamente, um morto-vivo és também!).
Eric
27 DE MARÇO DE 2018 ÀS 19:32
«O Daniel esteve bem», esqueceste-te de que o DO desdenhou do José Sócrates esse «morto-vivo!» (assim mesmo, sublinhado e em negrito e corpo 50 tudo -tudo ao mesmo tempo).
Li um artigo giríssimo, por Cristina Miranda, cujo titulo é “Sócrates da bancarrota foi orador da universidade de Coimbra”.
Ex PM, falso eng.º,, que tirou o curso aos domingos, fingia escrever livros, foi preso preventivamente durante 10 meses, por pratica de 31 crimes, durante o seu mandato (quis inicialmente passar a mensagem que era “preso politico”, com esta ate me ri)…o iva que aumentou 2 vezes, responsável pela bancarrota…vive pendurado no amigo…etcetcatc.
Aproveitou o direito de antena que lhe deram para se defender novamente e deturpar factos…
(ás vezes ate tenho vergonha de viver neste pais)
etc etc etc
anónima
«Pergunto, do alto da minha longa experiência de observar humanos o que realmente», que caraças!
Ó Valupi, esta é uma das melhores estrofes que eu já li no Aspirina B. E olha que é difícil escolher…
bebe um frasco de quitoso quiço paça-te
Quito, Emérito Vadio, Bobi quito!, para ti seria assim:
«Afirme-de-firme-e-hirto-como-uma-barra-de-ferro, que debaixo da minha longa experiência de observar humanos o que realmente», etc.