Dominguice

Reason is, and ought only to be the slave of the passions, and can never pretend to any other office than to serve and obey them.“, escreveu David Hume no A Treatise of Human Nature (1739–40). Esta passagem viria a tornar-se uma das mais famosas com a sua assinatura. As interpretações da mesma, como é método na filosofia, remetem para o todo da obra e do opus. Só especialistas gastam o seu tempo nessas prospecções e errâncias. Mas há uma leitura de superfície que já era do domínio popular (“puxar a brasa à sua sardinha”) e que veio para a ribalta mediática na segunda metade do século XX e início do século XXI com os estudos disciplinares e interdisciplinares nas ciências psicológicas e cognitivas, a que se juntam os contributos da economia e antropologia: o domínio universal e tirânico dos vieses cognitivos.

Mais do que racional, o homem é o animal apaixonado. Quase sempre, por si próprio.

9 thoughts on “Dominguice”

  1. !ai!, adoro, estou fartinha de me rir só com a primeira leitura e antes de mergulhar. volto mais tarde. mas posso garantir já que a homem aqui também é apaixonadíssima por ti. :-)

  2. quando construimos um pensamento sobre um determinado assunto inevitavelmente estamos a desconstruir-nos, é a cebola a sacar das saias. depois temos de decidir: ou seguimos uma base em que à realidade factual acrescentamos a nossa impressão vital com os enviesamentos que não controlamos e outros que conhecemos e não censuramos – ou, pelo contrário, entramos em paixão ilídica. levando em consideração o que tenho lido aqui nas últimas vinte e quatro horas, só não estou chocada por conta deste meu ser e estar amantético, fiz uma selecção dos vieses que por aqui abundam como mato:

    efeito barnum; lei da trivialidade de Parkinson; viés de compromisso; ilusão de controlo: efeito ikea; ilusão de validade; correlação ilusória; efeito de verdade ilusória; lei do instrumento; nivelamento e afiação; superpercepção sexual; efeito spotlight; a ilusão da profundidade explicativa; viés de risco zero. 

    no entanto, porém, não obstante, contudo, todavia, e porque aprecio a completude, registo igualmente os viés em falta : realismo ingénuo e efeito borda nobre.

  3. Quando os abutres começam a voar em círculos, a morte ronda !
    Dona Olinda, deixe as curvas e diga o que se passa !

  4. sem dúvida. mas há quem induza os outros deliberadamente em erro , como tu , que não es parvo , e os que o fazeminocentemente , por serem meios cegos e não verem um assunto de várias perspectivas ; há ainda quem pertença a grupos e adopte a visão desse grupo borregamente.
    também já fui apaixonada por homens , mas com a idade passou-me , passei a achá-los um bocado tapados.

  5. Prima yo já em pequenina, lá na fazenda da nossa avó, cantavas pelos campos com uma grinalda de flores campestres enquanto o resto da maralha fazia asneiras , no caso dos rapazes, torravam formigueiros e iam aos ninhos, e as raparigas emaranhavam o cabelo às bonecas e tiravam-lhe, sem querer , claro um bracinho, uma perna ou a própria cabeça. E tu com o bibe de folhos mais a grinalda rodopiavas e fugias para longe das vulgares criancinhas. Com o andar do tempo na tua viagem a Índia aprendeste a meditar sobre o mal e o bem. Mas aquilo fez-te mal agora misturas as duas coisas e lá fora caiem bombas o que é uma chatice.

  6. caem , senhora , caem.
    e sim , ficava pelos cantos a ler as mil e uma noites e a sonhar com o simbad o marinheiro , dragões e o ali baba ; azar , azarinho , quando cresci , não sei como , vim parar no meio de 40 ladrões.

  7. 40 colhões deve ser com o braguilhas armani que todas as semanas aposta um e meio e a comuna residente ainda lhe dá crédito inseminatório pelas orelhas.

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