Imaginemos que existem dois tipos de escola. Numa, o seu dinheiro vem dos impostos. Na outra, o seu dinheiro vem dos proprietários e do mercado. Só uma delas, portanto, tem um modelo de negócio. Nesse contexto, precisa de preencher o máximo de vagas que conseguir, tanto para ser sustentável como para dar lucro. A forma mais rápida, mais fácil e mais barata para isso acontecer é a promessa, a publicidade calada, de dar boas notas. Encarregados de educação e alunos procuram isso mesmo, boas notas. Assim, o acesso a essas boas notas passa a ser uma questão financeira, principalmente. E com isso — o nível económico e recursos familiares e sociais dos que podem pagar — vem uma objectiva vantagem que antecede a entrada na escola. E que depois continua a gerar vantagens por comparação com alunos doutro nível económico e sem esses recursos familiares e sociais dos que podem comprar boas notas. A desigualdade aumenta e legitima-se, passa no exame e ascende às posições superiores no mercado de trabalho e na fruição do estatuto privilegiado. Enquanto isso, na escola paga pelos impostos, podem ocorrer milagres. Como o de levar um aluno a não desistir de acabar a escolaridade obrigatória, ou outro a ganhar confiança para entrar na universidade mesmo que com uma média modesta ou apenas suficiente. Ou o milagre de transformar um aluno mau num aluno sofrível. O milagre de ajudar o adolescente perdido a tomar consciência de que poderá vir a ser o adulto autónomo.
Para esses milagres não há “rankings”. E ainda bem, esse anglicismo horroroso deve continuar lá longe, nas escolas das “boas notas”. Sem contaminar as escolas dos milagres secretos.
imagine que o que a escola procura é o prestigio e que nem sequer é permitido repetir ano lá e que apesar da dificuldade do ensino fazem bicha para lá entrar. tudo depende dos pais dos meninos , se são clientes da dificuldade e do mérito , o produto existe , como o coléxio manuel peleteiro ou os jesuítas ou maristas.
O Ensino Público foi sequestrado e destruído pelos liberais/maçonaria após o golpe de Estado da OTAN a 25 de 1974, escolas e faculdades públicas tonaram-se meios de propaganda liberal/maçónica, locais de ignorância, iliteracia, estupidificação, infantilização, e embrutecimento, onde impera o facilitismo e ausência de verdadeiras avaliações assim como a incompetência, falta de perfil, e ignorância dos professores.
A destruição do Ensino Público em Portugal por parte dos liberais/maçonaria (PS, PSD, CDS, PCP, CH, BE, IL, L, PAN) não foi imediata, aqueles que nasceram até ao final da Década de 80 do Século XX ainda conseguiram ter acesso a um Ensino Público com alguma qualidade, conteúdo, exigência, e professores com mérito e perfil para a profissão, com muitos a terem sido formados pela excelência do Estado Novo e outros que com eles aprenderam.
O ensino privado em Portugal após o golpe de Estado da OTAN em 25 de Abril de 1974 é simplesmente um esquema criminoso, subsidiado pelos Portugueses que financiam o Orçamento de Estado e têm de andar assim a pagar as escolas dos outros sendo que neste caso concreto falamos de empresas ligadas ao negócio do ensino privado, e como se não bastasse, os estabelecimentos de ensino privado são simplesmente um meio para se comprar habilitações académicas, ou como se costuma dizer, quem não consegue ter notas para andar no Ensino Público vai para o $$$privado$$$ e por milagre aparecem com o 12º ano, licenciatura, mestrado, ou doutoramento.
É assustador os elevados índices de iliteracia, ignorância, e mediocridade, naqueles que possuem o 12º ano, licenciatura, mestrado, ou doutoramento, ao qual se junta o facto de não terem mérito, perfil, nem capacidade para trabalhar nas áreas em que se formaram, se forem submetidos a testes psico-técnicos o resultado final será o oposto das habilitações que têm e das funções/profissões que executam, e se forem submetidos a verdadeiras avaliações académicas chumbam redondamente.
Existe também e para além do facilitismo as fraudes académicas, com pessoas no Sector Público/Estado tanto a nível civil como nas Forças Armadas, e no privado, que obtiveram licenciaturas, mestrados, ou doutoramentos, duvidosas ou de forma fraudulenta, através da influência de partidos políticos, religião, maçonaria e outras sociedades secretas (jesuítas, opus dei, etc.), que vai desde o facilitismo até ao ponto de terem acesso às perguntas que saem nos exames ou ao conteúdo que sairá nas provas tendo somente que decorar e depois escrever na folha.
Como é possível termos chegado a este ponto? Como é possível que gente medíocre, ignorante, iletrada, sem mérito, sem perfil, parola/chulética/parasita/cobarde/classe-baixa – o lumpemproletariado que Karl Marx e Friedrich Engels tão bem descreveram – tenha um canudo sem possuir qualquer capacidade para tal?
«…Como o de levar um aluno a não desistir de acabar a escolaridade obrigatória…»
A escolaridade obrigatória de 12 anos prejudica gravemente o desenvolvimento físico e intelectual da criança, é tempo perdido, não se pode obrigar uma criança a estar 12 anos na escola quando esta não tem perfil nem capacidade para seguir os estudos, mas terá certamente capacidade e perfil para trabalhar e aprender uma profissão conseguindo assim a sua independência ao mesmo tempo que contribui para o País e Sociedade com o serviço/trabalho que presta e realizar-se pessoalmente.
«…ou outro a ganhar confiança para entrar na universidade…»
Aqui está mais um problema, entrar na universidade não se trata de confiança mas sim de ter capacidade, mérito, e perfil para ingressar e seguir os estudos universitários, isso consegue-se somente com Ensino Público de qualidade, exigente, e com verdadeiras avaliações académicas – o que não acontece na realidade – e às quais se devem juntar os testes psico-técnicos para determinar o perfil profissional da pessoa, você pode ter boas notas mas não ter perfil, por exemplo, para a profissão de medicina ou enfermagem, no entanto poderá ser um bom vendedor(a) de fruta ou excelente empregada(o) de limpeza.
«…Ou o milagre de transformar um aluno mau num aluno sofrível…»
Se o aluno é mau ou sofrível é porque não está no sítio certo, deve ser feita uma avaliação do perfil e capacidade do aluno, para depois encaminhá-lo para o sector onde receberá uma instrução adequada ao seu perfil.
Eu não posso pedir a um indivíduo que tem perfil e talento para ser um excelente empregado de mesa, que ele ande durante anos e anos e contra a sua vontade, a seguir um caminho académico para o qual não tem capacidades nem perfil, simplesmente para que possa dizer que tem um canudo.
«…O milagre de ajudar o adolescente perdido a tomar consciência de que poderá vir a ser o adulto autónomo…»
A autonomia só se consegue dando a cada um a oportunidade de identificar a profissão certa de acordo com o seu perfil e capacidades, não é por você ter o 12º ano, licenciatura, mestrado ou doutoramento, que será autónomo, isso só existe em sociedades corruptas e criminosas onde o mérito, perfil, e excelência dos mais capazes independentemente das suas habilitações académicas, é posto de parte.
” Como é possível que gente medíocre, ignorante, iletrada, sem mérito, sem perfil, parola/chulética/parasita/cobarde/classe-baixa ”
isso corresponde ao perfil da classe alta, os mediocres, ignorantes, iletrados, sem mérito e sem perfil, têm de trabalhar para lá chegar, enquanto que os parolos/chuléticos/parasitas/cobardes da classe alta entram de qualquer de qualquer maneira e saem sempre com canudo e um dr. no cartão de crédito.
o Figu eiredo diz muita coisa acertada é pena que não aborde a área da sobrevivência em que um inapto, inepto e incompetente com canudo não tem problemas com a casa, o carro, os filhos e ainda vai passar férias ó hai ti ou nas malvadas e o apto competente quando pensa que resolveu 1 dos 100 problemas que tem já o ponto negro lhe está a criar mais um ao cobrar-lhe pelo irs o dobro do que prometeu devolver-lhe e com isso chumbar-lhe um dia na costa da caparica que tinha prometido à prol…… etc. em que ficamos?
deixem-se de lérias … tenham coragem
Tenham a coragem, aqui no ‘Aspirina B’, agora, de dizerem quem vai ganhar as eleições.
O ‘Aspirina B’ devia criar um Post intitulado «SONDAGEM ASPIRINA B, em 6 abril 2025»:
PSD/CDS = ?
PS = ?
CHEGA = ?
BE = ?
LIVRE = ?
CDU = ?
PAN = ?
Abstenção = ?
Nulos + Brancos = ?
Bloody Well Right e Supertramp
é perguntar às carradas de arquitetos jurista e tal caixas de supermercados -:)
e não se esqueça da IA e da porrada que vai dar certo tipo de profissões “licenciadas”. quando fizerem as vossas contas de cabeça integrem os novos factores , sff. médicos de clinica geral têm os dias contados , por exemplo , graças a Deus , sempre ultrapassamos melhor a frustração quando é uma máquina que nem olha pró doente -:)
e a parte de nós que a IA nos livra?
Yo, é um tempo novo. É o nascer do Há-de Vir de nós. O crepúsculo de uma nova ‘espécie-de-Vida’.
Agora, todas as grandes empresas tecnológicas e gurus da ‘IA’ vieram dizer que estamos prestes a passar para a etapa seguinte, denominada ‘IAG’ (acrónimo de ‘Inteligência Artificial Geral’).
ATÉ QUE ENFIM … ! Finalmente o ser-humano livra-se do lixo e do desperdício de uma vida toda gasta a pensar, raciocinar, inteligir, e outras tarefas cognitivas para as quais já não havia pachorra.
Passar toda a vida a estudar, a ser examinado ou a dar aulas sobre aquilo que os outros tinham dito e inventado, e que era a História do que nos tinha antecedido, não era um desperdício existencial?
Os robots e a IA (AGI) que façam isso.
O ‘ser’ (a espécie-de-Vida) que suceder ao ser-humano — já livre dessa medonha cognitivez — poderá usar o seu cérebro para desenvolver outras capacidades diferentes da inteligência e da memória (que eram as que davam estatuto e hierarquizavam o valor até agora no contexto ‘humano’).
Sabemos que o que vem aí, nesse tempo pós-humano, é a «Era da Maquinidade» (como o Impronuncialismo refere). A coevolução humanos-máquinas.
Mas não sabemos o que essa Maquinidade provocará em nós, nem o que isso será. É, por enquanto, impronunciável.
Como nos vamos, DORAVANTE, cumprimentar na rua, e falar uns para os outros? De que vamos falar, se toda a fala é maquinal (artificial) e não há nada para dizer que os robots não digam melhor? O que faremos se todas as palavras (filosofia, poesia, literatura) e números (matemática, lógica, engenharia) forem melhor construídods e aplicados pelos entes maquinais que usam a IA e robótica? Que sentimentos e relações construiremos entre nós, os que já se livraram da tarefa de inteligir e pensar?
E AS ELEIÇÕES? Como serão? As Máquinas terão também direito a voto, e a Democracia será submetida à sua legitimidade? Os Juízes serão robots? A guerra será como na ‘Matrix’ dos irmãos Lilly e Lana Wachowski?
É um tempo deslumbrante, este. Onde os robots e a IA são uma espécie de ser transitivo. No sentido de que são, simultaneamente, a causa do nosso caixão e do nosso útero. Caixão, porque estão a provocar a morte do ser-humano. Útero, porque já brota dessa morte um novo ser de uma espécie diferente da ‘humana’.
Neste limbo de nós-próprios, somos uma espécie de zombies, existindo num não-lugar (no sentido de Augé). Esse não-espaço a que se referiram Andrei Tarkovsky, Louis Marin, Umberto Eco, Marc Augé, e tantos outros.
Não resisto a transcrever uma parte do texto que Marc Augé intitulou “An Ethnologist in Disneyland”, publicado em 2000, no aclamado e referencial ‘Volume 4’, da coleção “De-, Dis-, Ex-“ sob o título ”Site-Specificity: the ethnographic turn” (editado por Alex Coles na ‘Black Dog Publishing Limited: London). Que exemplifica bem esse estado actual do humano em transição para um não-real pós-humano:
— “Thus, a trip to Disneyland is a kind of meta-tourism, the quintessence of tourism: What we come to see doesn’t exist. So that what is experienced here is pure freedom, the site devoid of any purpose or reason, where nothing is at stake. We find here neither America nor our childhood but the absolute gratuity of an optical illusion, where the one standing next to us – and whom we will never see again – can project any image they choose. Disneyland is the world of today in which you find the best and the worst: the experience of emptiness and freedom.” (Marc Augé, 2000, ibidem, p.191)
EM SUMA, para que vamos votar nas próximas eleições se o ‘regime da Democracia’ vai inevitavelmente desaparecer em breve, e se serão as máquinas que irão votar (o dito ‘voto electrónico’, que o Impronuncialismo chama «cripto-voto»)?
Como a máquina pode olhar para o doente se o ser já não é o corpo?
“com muitos a terem sido formados pela excelência do Estado Novo e outros que com eles aprenderam.”
Não tive estomago para ler mais!
“Uma das maiores conquistas do 25 de Abril foi a democratização do acesso ao ensino. Em 1970,
um em cada quatro português13 (25,7%) era analfabeto, o correspondente a 1,8 milhões de
pessoas (64% das quais, mulheres). A taxa de analfabetismo baixou para 3,1%, em 2021, atingindo
293 mil pessoas”
https://www.pordata.pt/sites/default/files/2024-07/f_2024_04_17_pr_5_dd_vf.pdf
Lá está, por isso é que a Alexandra meteu os filhos na Escola Alemã, o Pedro Nuno no Moderno, e o Tavares na Redbridge: são laicos, não querem nada com milagres.
O ‘Estado Novo’ fez tanto ou mais pela alfabetização do que o ‘Estado Abrilista’.
Os 41 anos de ‘ESTADO NOVO’ (1933-1974) comparam com os mesmos 41 anos do ‘ESTADO ABRILISTA’ (1974-2015). Logo, o ano de 2015 cai entre os dois ‘Censos do INE’ realizados em 2011 e 2021.
E nessa comparação o ‘Estado Novo’ não perde para o ‘Estado Abrilista’.
ANALFABETO: Indivíduo com 10 ou mais anos que não sabe ler nem escrever, isto é, o indivíduo incapaz de ler e compreender uma frase escrita ou de escrever uma frase completa.
TAXA DE ANALFABETISMO: População com 10 ou mais anos que não sabe ler nem escrever/População com 10 ou mais anos X 100. [Fonte: INE, Pordata]
Durante o ‘Estado Novo’, entre 1933 e 1974, Portugal não beneficiou de dinheiro emprestado pela CEE/UE. Em 1933 não havia uma rede escolar primária construída. O ‘Estado Abrilista’ herdou-a em 1974. Em 1933 muitas vilas e aldeias nem sequer electricidade tinham, quanto mais os computadores que chegaram a Portugal nos anos 1990. Entre 1933 e 1974 não havia dinheiro aos milhões emprestado pelos estrangeiros da CEE/EU para fazer essas construções. O ‘Estado Novo’ tinha de fazer com o dinheiro produzido em Portugal sem ajuda externa, ao que acresce os efeitos da Guerra Mundial de 1939-45.
“A longínqua ‘Lei de 1772, de 6 de novembro’ constitui uma das primeiras tentativas no Mundo de organização de um ensino primário oficial. Em 1890, 76% da população portuguesa com mais de 7 anos não sabia ler nem escrever. No período de um século (1890-1991) a percentagem de analfabetos desceu para 12,7%” (Francisco Ribeiro da Silva, 1986, “História da Alfabetização em Portugal: fontes, métodos, resultados”, Faculdade de Letras da Universidade do Porto).
O número de ESTRANGEIROS (população estrangeira com estatuto legal de residência) de 1974 a 2022 aumentou 24 vezes. [Fonte: INE, Pordata]
ORA VAMOS AOS FACTOS:
1900 = 4.176.000 hab com mais de 10 anos | n.º de analfabetos = 3.066.000 |73,4%.
1911 = 4.551.000 hab com mais de 10 anos | n.º de analfabetos = 3.138.000| 68,9% (-4%).
1920 = 4.748.000 hab com mais de 10 anos | n.º de analfabetos = 3.095.000| 65,2% (-4%).
1930 = 5.294.000 hab com mais de 10 anos | n.º de analfabetos = 3.189.000| 60,2% (-5%).
1940 = 6.057.000 hab com mais de 10 anos | n.º de analfabetos = 3.160.000| 52,2% (-8%)
1950 = 6.733.000 hab com mais de 10 anos | n.º de analfabetos = 2.818.000| 41,7% (-10%)
1960 = 7.137.000 hab com mais de 10 anos | n.º de analfabetos = 2.364.000| 33,1% (-9%)
1970 = 6.972.000 hab com mais de 10 anos | n.º de analfabetos = 1.795.000| 25,7% (-7%)
1981 = 8.179.000 hab com mais de 10 anos | n.º de analfabetos = 1.520.000| 18,6% (-5%)
1991 = 8.677.000 hab com mais de 10 anos | n.º de analfabetos = 956.000| 12,7% (-10%)
2001 = 9.518.000 hab com mais de 10 anos | n.º de analfabetos = 838.000| 8,8% (-3,9%)
2011 = 9.554.000 hab com mais de 10 anos | n.º de analfabetos = 500.000| 5,2% (-3,6%)
2021 = 10.343.066 hab (total da população) | n.º de analfabetos = 292.808| 3,08% (-2,18%)
OU SEJA, a curva descendente de analfabetismo em Portugal entre 1933 e 2015 não sofreu uma mudança por efeito do Abrilismo. A taxa de analfabetismo foi diminuindo na mesma velocidade entre 1933 e 1974 do que entre 1974 e 2015.
Olá,
Quanto à cretinice da mania dos rankings, a 100 % contigo.
No resto, julgo que estás a confundir “privado” com “lucrativo”. Há inúmeros estabelecimentos de ensino que têm uma estrutura associativa ou cooperativa, ou seja, que não têm fins lucrativos. Julgo que a u. catolica (creio ter lido algures que foi onde te formaste) também não tem fins lucrativos. Não esqueça as palavras de D. Pedro: “E porquanto a sabedoria, poendo regimento em nossos stados, e a saúde, melhorando a corporal vida, trazem consigo tam perfeito valor que preço nenhum as pode comprar, é necessário que os recebedores fiquem obrigados em mais do que derom”. Traduzindo para português de hoje: ensino (ou saúde) facultados a título de actividade lucrativa são necessariamente uma refinada aldrabice. Mas isto não implica que todo o ensino privado o seja…
Boas
JPT, muito bem visto. Nunca tinha pensado nisso.
__
joão viegas, tens de prestar mais atenção às formas como o lucro pode acontecer – portanto, ser fruído – em entidades associativas e cooperativas (as quais têm benefícios fiscais, precisamente por causa do seu modelo estatutário).-
Claro que uma associação não deve ter como finalidade o lucro. Pode, pontualmente, ter actividades lucrativas mas não deve distribuir o lucro, nem “frui-lo”. Deve afecta-lo à prosecução dos fins para que foi instituida . Que esta realidade possa ser desvirtuada é um facto, mas isto apenas faz dos prevaricadores uns aldrabões que se juntam aos que fazem comércio/negocio do ensino ou da saude. Nunca disse que estes ultimos não existiam. Infelizmente existem. São é uns aldrabões.
Agora vais desculpar-me, mas não é fatal que assim suceda e, felizmente, a grande maioria das associações funcionam em conformidade com o seu estatuto, ou seja não encaram a sua actividade como um “negocio”. Assim acontece no dominio do ensino, e também no da saude, onde operam inumeras associações que não actuam como se estivessem a fazer negocio, ou a procurar obter lucros.
Logo, a critica que diriges aos estabelecimentos privados passa completamente ao lado da maioria deles, que não se consideram como entidades que funcionam com “dinheiro que vem do mercado ou como um modelo de negócio que precisa de preencher o máximo de vagas para ser sustentável como para dar lucro”. E’ certo que a raiva dos rankings da a impressão inversa mas, como é notorio, esta raiva também atinge muitos estabelecimentos publicos, portanto isto não quer dizer nada.
Boas
joão viegas, não temos, tu e eu, qualquer possibilidade de aferir quem nas associações sem fins lucrativos, que as há para todos os fins que se imaginem, está ou não a cumprir escrupulosamente a lei. Aliás, a lei é inevitavelmente ambígua e cega numa certa medida porque não pode cobrir todas as possibilidades inerentes ao comportamento humano.
Donde, dita o senso comum que, quem tem uma escola privada, está sempre em competição para captar alunos. É só isto, fenómeno que não ocorre nas escolas públicas.
1/ Fica demonstrado que, a avaliar pelos resultados, a U. Católica, apesar de não ter fins lucrativos, insere-se no grupo dos aldrabões…
2/ “fenómeno que não ocorre nas escolas públicas”. Basta ir ver o site de alguns estabelecimentos públicos (colégios, liceus) para constatar que o que dizes está muito longe de corresponder à verdade. Se alargarmos então para os estabelecimentos de ensino superior, torna-se ainda mais claro. A tal obsessão com os rankings, que criticas com toda a razão, é prova disso mesmo, e é hoje um cancro que atinge na mesmíssima medida os privados e os públicos.
Boas
joão viegas, larga o vinho.