O suspeito do ataque num mercado de Natal na cidade de Magdeburgo será, num certo sentido, o exacto oposto de um fundamentalista islâmico. Acresce que era psiquiatra e psicoterapeuta, estando na Alemanha desde 2016. No entanto, o que aparenta ter feito com intenção é de uma violência absurda que não se distingue em nada do terrorismo de alegada origem religiosa. Não sabemos se haverá algum discurso racional seu que insira o acontecimento nalgum tipo de lógica ou se ele sofreu um agudo ataque psicótico que esgota o sentido do seu comportamento. Sabemos é que o caso desperta o choque e o ódio na população, dadas as perdas humanas e o simbolismo do local escolhido. Esta reacção, choque e ódio, é não só inevitável como saudável.
Mas se não der lugar à empatia que veja Taleb al-Abdulmohsen como ser humano, como vítima, os terroristas e os fascistas poderão cantar vitória.
«Acresce que era psiquiatra e psicoterapeuta, estando na Alemanha desde 2016.»
As notícias dizem 2006; em 2016 foi-lhe concedido o estatuto de refugiado. Parece realmente o oposto de um fundamentalista islâmico, pois rejeita o Islão e constata a sua nocividade; mas, já disse o volupi, o facto é que agiu como um. A contradição torna a tragédia duplamente absurda.
Empatia e ver o assassino como uma vítima… OK, todos somos vítimas ou o efeito de algo – da química do nosso cérebro, dos nossos genes, de onde nascemos e crescemos, do que nos ensinaram, do dinheiro que temos, do que nos acontece e como lidamos com isso. Em certo sentido ninguém é responsável por nada; tudo é consequência de algo que nos transcende parcial ou totalmente.
Isto inclui o pulha Ventura, o Trampa, o Putin, o Pablo Escobar, Hitler, Pol Pot, etc. O volupi mantém a empatia e a compreensão? Da minha parte lamento o costume: isto acontece sempre a pessoas comuns; sempre pessoas pobres ou assim-assim que vão na sua vida, na rua, em escolas, em mercados. Nenhum fundamentalista, nenhum celerado actua onde faz falta – nas ‘elites’ do mundo.
“psiquiatra e psicoterapeuta”. Os pacientes já devem ter a polícia à porta.