Eram 5 e tal da matina quando o telemóvel me chamou. A mim e a milhares ou milhões. Aviso de terramoto. Jamais tal tinha recebido, primeira surpresa. E é sabido que não há, cientificamente, avisos para terramotos, segunda surpresa. Assim, algo de rebimba o malho parecia a caminho. As duas surpresas juntas deram origem a um estupor que durou 3 ou 4 segundos. De repente, o rangido no cimento anunciava que o terramoto tinha chegado rapidinho. Queria dizer que o aviso tinha sido dado depois de ele ter partido, lá donde ele veio, estavam explicadas as surpresas. Moro num prédio dos anos 60, com 7 andares, colado a outro igual, o qual igualmente está colado a outro igual, formando um bloco com ângulo de 90 graus. Toda aquela massa não apenas tremeu, também oscilou como nunca tinha antes experimentado. Essa foi a terceira surpresa, levando a um cúmulo de novidades durante o tempo em que o sismo atravessou a minha geografia. O conjunto das informações e sensações deixava no ar a sugestão de que algo grave ainda poderia acontecer. Mas tudo se passou num ápice, sem mais surpresas.
Moral da história: avisos de terramoto com 5 segundos de antecedência só servem para abalar a inteligência.
O abalo telúrico sentido neste mês de Agosto em Portugal provavelmente deve-se ao dr. Paulo Rangel, que eventualmente terá produzido mais um dos seus histéricos e berrantes discursos – desta vez às cinco e tal da madrugada – com a sua voz de cana rachada, semelhante a este:
https://www.youtube.com/watch?v=4eVwoM45jK8
Qui gueriandi pandiliero. Eil siabe biene que istiá a briochiar con quien nious quiere inrabiar.