Uma amiga minha vive no estrangeiro há mais de dez anos. Em Novembro, disse-me que a filha ia votar no Chega. A rapariga saiu de Portugal criança e só cá veio de férias com grande irregularidade. Mas na sua casa está sempre um canal de TV português a dar notícias, para além de se manter informada sobre o País pelas redes sociais. A sua identidade como portuguesa constrói-se na proximidade com a família, na comunidade com outros portugueses com quem comunica e na aceitação da versão dos acontecimentos nacionais que os jornalistas portugueses têm produzido ao longo dos anos. Ela não pode saber o que foi o 25 de Abril e como era o regime da ditadura. Ela nem sequer sabe o que foi o cavaquismo ou entende o que causou a vinda da Troika. O discurso de Ventura surge-lhe credível pois é a repetição do que os jornalistas mostram: o caos, a corrupção, o mal à solta a oprimir e explorar os portugueses de bem. É preciso fazer alguma coisa, é urgente lutar contra tanta miséria material e moral. Felizmente, existe o Chega para solucionar todos os problemas, graças ao excepcional carácter e talentos de Ventura — alguém que talvez tenha sido mesmo escolhido por Deus para pôr isto na ordem, como apregoa.
A notícia surpreendeu-me. Pela primeira vez, intui que havia um fenómeno de moda à volta do Chega que atingia muito mais gente do que supunha. Gente que estava agora a começar o seu processo de politização, e que não tinha qualquer defesa para o poder de persuasão de uma mensagem baseada apenas no pensamento mágico e nas técnicas de culto do líder. Mas, acima e antes de tudo, alegrou-me que ela quisesse envolver-se na política, quisesse votar, quisesse pertencer à comunidade dos cidadãos. É essa a superioridade da democracia, a sua visceral beleza: ser um caminho de inclusão radical que até aceita a ignorância inerente a quem está a crescer.
a violação da CP, e suas consequências, não pode ser o brasão da democracia nisso da inclusão radical. que vergonha ninguém, aqueles que recebem salário vitalício para fazê-lo, zelar pela carta mãe da liberdade e da democracia – antes permitem que um apartido seja um partido como outro qualquer. que nojo de gente que não luta pela base de tudo e vê no Chega concorrência leal para guardar as nossas vidas. palhaços. putas.
Há mais gente que assim pensa através da comunicação social que dá notícias inviesadas
para conseguir audiências a qualquer preço só
que as primeiras vitimas serão essa mesma comunicação social que como se está a ver as audiências são cada vez menores e então a imprensa está na falência e o bom do Marcelo queria que o estado pague parte dos ordenados ,na televisão estão a recibos verdes a maior parte de quem lá trabalha ,pobre país que não tem uma comunicação social isenta e se limite a informar e não a fazer opinião .
Está um cozinhado todo aldrabado, com certezas e conclusões onde nem umas nem outras deveriam estar, com insinuações em fogo baixo sobre a falta de nível do fogão, a imaturidade da cozinheira, não obstante já estar na calha a quase certeza de que a partir dos 16 anos já poderão todos ligar o forno, o resultado final é um desastre, e conclui-se com a superioridade do aludido faltoso lume ( a beleza da democracia ) o prato afinal é um sucesso, a inferioridade passa -por toque mágico de mau perder- a superioridade. E pronto . É isto …
pronto , sai mais um velho do restelo prá mesa do canto.
fazem ideia de como se evolui ? é com rupturas e saltos. nunca mais saíamos deste marasmo pantanoso sem um abanão.
e nem sei porque se preocupam , se e quando chegar uma ditadura , nós já estaremos mortos ou com os pés para a cova. o assunto é deles , da xubentude
Não sei para que serve a AACS, Alta Autoridade para a Comunicação Social que ao longo dos anos, muitos, não diz uma única palavra, não toma uma única decisão face aos gravíssimos atropelos cometidos pelos diversos OCS onde não existe o contraditório e onde pseudo-jornalistas se prestas à mail vil servidão de terem que agradar a quem lhes mete um bocado de pão na boca.
Verdade Valupi. A ignorância de quem nunca crescerá também é muito bem aceite. A sua por exemplo.
” …ou entende o que causou a vinda da Troika.”
Mas isto não é ignorância, antes fosse.
Dos posts mais lamentáveis que me lembro de ler por aqui. Isto parece-me a tentativa do inicio de uma vaga de fundo para tentar levar o Augusto Santos Silva a Belém. Toca a trabalhar.
O caudal de votos que desaguou no Chunga teve diversos afluentes, esse da CS e redes sociais foi um deles.
Conheço meia dúzia de casos, malta entre os 20 / 25 anos que votou Chunga. Com uma exceção todos os demais nunca tinham votado ou estavam, ou estão, ligados à política ou para aí virados.
Votaram nos Chungas porque lhes (a)pareceu um partido diferente dos demais, porque são mais ativos no Twitter, Youtube, Instagram e Tik Tok.
Houve aqui um fator de moda ou de arrastamento que levou muitos jovens a votar Chunga. A maioria, nos casos que conheço, são até a totalidade, não compartilham dos problemas que afetam muitos dos seus colegas ou amigos, dificuldade em pagar propinas, em ter alojamento ou uma saída profissional.
Não são votos de convicção, não são de direita nem de esquerda e, no meu ponto de vista, na sua larga maioria abandonarão o Chunga “in time” ou quando inevitavelmente os Chungas começarem a fazer m*erda e a desiludir os seus votantes.
A constituição e coiso! Pá!
Realmente pá! Este populismo do Chega que veio sequestrar-nos os jovens pá!
https://www.youtube.com/watch?v=QAhLs-8Cdho
Limpar Portugal – Take 1
https://www.msn.com/pt-pt/noticias/ultimas/deputado-do-chega-constitu%C3%ADdo-arguido-por-prestar-falsas-declara%C3%A7%C3%B5es-em-tribunal/ar-BB1k5Yoc?rc=1&ocid=winp1taskbar&cvid=fc5d75a1b89f4b39834c0dfcadf6891e&ei=7