Esta viagem parece assim querer ressuscitar os ícones políticos que povoam o relicário mental de uma Igreja que ainda se considera a única detentora de verdades absolutas, reveladas pela mesma reverberação divina que a incumbiu da missão histórica de nos salvar mesmo contra a nossa vontade.
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O ateísmo pode ser infantil, quando é o simulacro de uma revolta. Como neste passo supra, onde se reclama uma religião sem verdades absolutas. Mau, mas existem verdades relativas? A noção de verdade estará em pior estado do que o Sporting, nesse caso. E será necessário privar os religiosos dos seus absolutos, sejam verdades ou mentiras? Não dá para os deixar em paz, até quando acreditam que é seu dever salvar-nos apesar da nossa vontade? É que nós vivemos numa sociedade secular, salvo informação mais actual que me tenha escapado.
A Palmira quer transformar a Igreja numa ONG e mandá-la acabar com o disparate dos sacramentos que não têm validade científica nem se deixam referendar pelo eleitorado. Aí, finalmente, terminará a sua cruzada.
Grande Valupi
Ainda voto em ti para primeiro-ministro. Tens é de resolver o problema do défice uma vez por todas.
Bom dia Valupi,
A Palmira até parece o genial Carvalhal…mas noutro domínio.
Um abraço
P.S. : e Valupi o Paulo Sérgio parece-me ainda mais genial que o Carvalhal.
Val:
Acho que simplesmente não leste o texto da Palmira todo até o fim: escaparam-te as cinco últimas palavras.
Vá lá: vai ler o que falta e talvez mudes de opinião.
A célebre frase de Karl Marx: <i "A religião é o ópio do povo" aliada a uma outra, supostamente, escrita por Albert Einstein <i "A palavra Deus é para mim nada mais do que expressão e produto da fraqueza humana" , na minha opinião, exprimem, quase na sua essência, o sentido de existência das religiões. A Palmira faz mal em querer arrebanhar almas para o seu (nosso) clube, até porque não está provado ser o clube que vai ganhar, mas faz bem em não querer carregar com elas às costas.
Val, olha que uma boa parte do poder e influência da Igreja foi conseguido com Cruzadas…
Curioso.
Bom dia Valupi,
Gosto muito da Palmira e apoio 100 % o seu combate (embora ache que ela se excede muitas vezes, o que é contraproducente).
Mas o que dizes tem explicação. Os cientistas, especialmente quando jovens e entusiastas, têm um problema com a verdade absoluta defendida pela igreja, não apenas porque ela seja relativa, mas porque eles proprios aspiram (sem o confessar) a que a verdade que eles procuram se aproxime do absoluto que a igreja reivindica. Alias, muitos cientistas, se fossem perfeitamente honestos, admitiriam que anseiam muito mais pelo absoluto do que pela verdade…
Nesse aspecto, os cientistas mostram que, no fundo, não passam de clérigos. São descendentes dos monges, com uma propensão doentia para a vida contemplativa, e repastam-se com absolutos quiméricos. Muitos deles são iguais aos monges até na aparência, sendo que o seu odio a si mesmos é por vezes mais saliente ainda do que o dos monges.
Posto isto, que é trivial, penso que é hoje pacifico que a pratica da ciência tem por consequência, quando rigorosa, temperar a longo prazo os defeitos supramencionados, quando a pratica da devoção religiosa, pelo menos a que é favorecida pelas nossas religiões maioritarias de hoje, pende mais para os exacerbar.
Por conseguinte, acho lamentavel esta tua embirração com a Palmira, que até esta a prestar um grande serviço publico ao sacudir a caspa catequética de cima dos ombros dos Portugueses.
Não vês a diferença, mesmo de um ponto de vista estético, entre o Fausto em potência que existe dentro de cada jovem cientista, e uma velha beata ressabiada ?
Por amor do diabo….