Calma

Se o PSD tivesse optado por uma via de conciliação e defesa do interesse nacional – sendo isto não mais do que reconhecer que a crise de 2008 não foi um “abalozinho” – em vez da estratégia da terra queimada e dos ataques de carácter com que empestou o espaço público, se calhar os resultados das eleições de 2009 teriam sido muito mais favoráveis para Manela e Pacheco. E, nesse clima de respeito mínimo e decência máxima, não se teria visto a degradação da situação política nacional decorrente da inevitabilidade de o PS ficar a governar sem maioria absoluta quando a crise das dívidas soberanas rebenta. Calculem-se as perdas que se evitariam.

O tópico do consenso só não interessa a sectários e a trafulhas. Para quem olha para a política apenas a partir dos seus rendimentos, ou falta deles, o consenso que permite a melhor governação possível é o bem mais precioso. Dito isto, os consensos não são todos iguais e têm de ser avaliados com muita calma.

16 thoughts on “Calma”

  1. “O tópico do consenso só não interessa a sectários e a trafulhas.”

    deves ser consonso para dar crédito a consensos promovidos por sectários e trafulhas. o cavacoiso viu aqui a oportunidade de fechar a janela aberta pelo portas, resolver o problema do psd e acabar com a concorrência, 3 em 1 e novamente com a colaboração do geropinga de sousa, a santa apolónia e o milagre do rosas na sede da rosa, e para que não digam que havia uma mão atrás do arbusto, o cromo foi para um lugar onde não há arbustos, as desertas.

  2. Haverá por aí alguem que me diga quais são os pros e contras de um possivel giverno de salvação nacional???

  3. Prós: clarificar posições na geografia política local;
    Contras: começa no termo “salvação nacional” e acaba nos convidados.

  4. Maria,

    um possível Governo de salvação nacional parece-me uma ideia positiva, desde que tivesse bons governantes, claro, mas a questão não é essa. De todo!

    Peço desculpa por não continuar agora, mas voltarei ao assunto mais tarde…

  5. OK. Os consensos não são todos iguais. Não podia concordar mais. E o pior consenso possivel, é aquele que assenta na total desresponsabilização de todos os parceiros. Tão perigoso, senão mais ainda, do que os piores sectarismos, até porque reforça necessariamente estes ultimos.

    Clareza é o que se precisa.

    Alguém falou ja nas soluções que se propõe implementar para sair da crise ? Não me parece, mas pode ser que eu esteja surdo…

    Boas

  6. Maria, o pró é que o país teria, teoricamente, uma imagem mais coesa e uma posição mais forte perante a troika e o BCE, para assim poder promover uma revisão do memorando. O contra é que a actual maioria não desiste do seu programa e não abdica de fazer e até de suplantar o que a troika e o BCE exigem. Outro “pequenino” contra é que a troika e o BCE não querem rever o memorando.

    Como é que se pode supor que, nestas condições, seja possível um governo ou até um simples acordo de salvação nacional? PARA FAZER O QUÊ? Ou os partidos do governo reconhecem que erraram durante dois anos e abdicam do seu programa direitista apoiado pela troika, ou o PS desiste da sua exigência de rever as condições do memorando.

    Aparentemente, a escolha é entre o suicídio do governo e o suicídio do PS. Haverá meio termo ou convergência possível entre dois suicídios? Aguardemos as notícias.

  7. Obrigado Julio. Já agora alguem sabe quais seriam os poderes constitucionais de um governo de salvação nacional??

  8. maria,para quem tem “cumprido sempre” com a troika,! e ao fim de dois anos, ouvirmos o homem de boliqueime falar em “salvaçao nacional” só pode querer dizer que o povo, foi mais uma vez vitima de um embuste levado a cabo pela direita.se no final da conversa entre psd e ps nada de palpavel acontecer, a europa de duraõ barroso, vai cobrar muito alto o dramatismo chantagista de cavaco para com o ps, que nada teve a ver com o desastre desta politica.


  9. P:Quais as diferenças entre um governo de maioria absoluta e um governo de salvação nacional ou de amplo consenso?

    R:Existe apenas uma diferença. Um governo de amplo consenso ou de “salvação nacional”, um nome amigável com intenção de enganar o povo, tem o poder de propor e fazer aprovar, através da assembleia da republica, toda e qualquer medida incluindo as que que chocam com os interesses “gravados” na constituição da república. Na prática, qualquer proposta de lei que viole a constituição, altera a constituição.

  10. Prezada Maria,

    O unico poder constitucional de que um governo “de salvação nacional” se encontraria desprovido é o de ver esta barroca qualificação escapar à navalha de Occam.

    Boas

  11. fazer política, projectar e investir e produzir o bem comum é o que se pode exigir e esperar. só não sei se é o que se tenciona, tampouco se assim pensado, cumprir.

  12. Mas, consenso sobre o quê?
    Os portugueses devem exigir eleições, única forma de dar a palavra a quem de direito.
    Quem tem medo de eleições?

  13. Partamos do princípio teórico de que o “prezidento” está de boa-fé, o que é contudo muito improvável: um acordo, ou melhor ainda, um Governo de salvação nacional sem Legislativas antecipadas consistiria em conciliar, num mesmo Executivo, o cumprimento das obrigações internacionais do Estado português (objectivo explícito da Direita) com um significativo aliviar da austeridade, sobretudo aquela que é dirigida às PESSOAS E ÀS FAMÍLIAS, já no próximo OE – objectivo declarado do PS. Isto tudo (que já não é nada fácil) respeitando, na composição desse Governo, a proporcionalidade dos Partidos integrantes dessa nova coligação na atual AR (ou seja, mantendo-se o 1º-Ministro do PSD, mas relegando o CDS para parceiro menor).

    Por mim, nada contra, em princípio, desde que garantidas DUAS CONDIÇÕES ESSENCIAIS:

    1ª – o Programa desse Governo ser efectivamente da responsabilidade dos três Partidos, não imposto por ninguém;

    2ª – ser assegurada a máxima qualidade possível dos membros do novo Executivo, ou seja, nada de Passos, Portas, Seguros, Álvaros, Cratos, Moedas, Madurões e, ACIMA DE TUDO, Franquelins, Rosalinos, Sérgios Monteiros e… ALBUQUERCAS!

    Se fosse isto o que o Cavaco despoletou, nada a opor. Mas, infelizmente, não é.

    E, como tal, esse Governo de salvação nacional, a existir, tem de resultar de LEGISLATIVAS ANTECIPADAS, de preferência já sem Portas, nem Passos, nem Seguro.

    Ou então, tenho muita pena, tem de ser sem estes três mosqueteiros e TAMBÉM SEM O D’ARTAGNAN, isto é, ainda antes do pós-“tróica”, mas já na era pós-palhaços e palhaçadas!

    Isto agora é sim, ou sopas, amigos do PS e pessoas decentes em geral.

  14. Um aviso aos interessados: a caixa de comentários do CÂMARA CORPORATIVA parece que já foi reanimada com sucesso.

    Obrigado aos nadadores-salvadores e esperemos que tão depressa não aconteçam mais “acidentes”, bem sintomáticos da delicadeza do momento que o PS/Novo Ciclo (Seguro) atravessa…

  15. Obrigado Ze, pela sua resposta.
    Sendo este um post que apela á calma, presumo que a possibilidade de isto acontecer é nula ou praticamente nula e portanto não temos que nos preocupar?
    É que estão a ver eu cá não acredito nada em Salvadores da Patria, por muita qualidade que tenham.

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