Sortido praliné:
Quem és tu? – Henrique Manuel Bento Fialho
Charles Bukowski… – Manuel A. Domingos
Emprestar a voz ))) – Maria João Freitas ao telefone com Nuno Artur Silva
Sortido praliné:
Quem és tu? – Henrique Manuel Bento Fialho
Charles Bukowski… – Manuel A. Domingos
Emprestar a voz ))) – Maria João Freitas ao telefone com Nuno Artur Silva
Gostei muito do trabalho do Henrique Fialho. Um dia (a convite de um mestrando a trabalhar numa tese sobre a minha poesia) fiz um trabalho algo parecido e penso que todos nós uma vez na vida deveríamos enfrentar essa questão: elaborar uma cronologia de nós mesmos, espécie de trabalho de campo para uma autobiografia futura. Um abraço até Caldas da Rainha!
Chegou e retribui-se.
:-)
O antologia do esquecimento é um blog com a tesão criativa no sitio.
Tanto de lavra propria como impropria.
Amigos quero ejacular
Toda a esporra acumulada
Na loja dos meus colhões
Sinto enrijar o chouriço
Já não posso recuar
Macho, fêmea, asno ou abóbora
Esta noite vou enrabar
É na igreja que quero
Sodomizar esses ranhosos
Enfiemos as sotainas negras
Iguais às bolas dos plátanos
Os tomates negros estão nervosos
Estamos nus por baixo das batinas
Passa um borracho de cabelos compridos
Desembainhemos o pau roxo
Que relincha e rompe o freio
Escapando aos costureiros
Levanto o meu avental preto
A bela lambe-me a pila
E atiça o fogo mortífero
Com a língua rosada e limpa
Eis que o corvo crocita
Eis que o engenho se baba
E que já bramem os chantres
Ora saio e ora entro
E espalho a acre aguadilha
Do dedo que tenho no ventre
Na água-benta da conassa
O esperma cuspiu-lhe no túmulo
E já a matraca me pende
Mas a bela sabe muitas manhas
E estende-me o cu de veludo
Cu de virgem cu de pomba
Que se oferece rosado e sem rodeios
E entro nele como uma bomba
Como uma flecha entra no alvo
E um protestante na Bíblia
A cauda palpita-me de gozo
E a bela ri de dor
Cu de curvas indizíveis
Mais rijo que um cu de carteiro
De esporra te vou crivar
Libertando-se num golpe de rins
Ela vira-se e debruça-se
Sobre o pauzinho engelhado
E enojado de gatinho
Tem grandes olhos azuis
E vai-me chupando a pilinha
Milagre! Amigos, eram dentes brancos!
A apoteose então rebenta
Um belo cardeal escarlate
Enraba os meninos de coro
Que desafinam com alma
Batendo pívias num tomate
O cura descarrega ─ vencedor…
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Um espectáculo oferecido por Colgate!
Boris Vian, in Escritos Pornográficos, trad. Rita Sousa Lopes, ilus. Pedro Vieira, Guerra & Paz, Setembro de 2010, pp. 67-71.