Juíza volta a mandar instrução de parte da Operação Marquês para Ivo Rosa
Vamos imaginar que existiu um primeiro-ministro que foi corrompido por um banqueiro e que meteu no bolso dezenas de milhões de euros após ter forçado o seu Governo a aceitar uma decisão que favorecia o corruptor. E que, depois de sair do Governo, esse cidadão começou a gastar o dinheiro, servindo-se de um amigo que o guardou como se fosse seu. Esta é uma história simples de contar e de entender. É fácil acreditar nela se não gostarmos do alvo. É até inevitável dar-lhe credibilidade caso a vejamos assinada pelo Ministério Público, e depois repetida e explorada sistemática, obsessiva e maniacamente por quase todos os políticos, quase todos os jornalistas, quase todos os taxistas, quase todos os broncos e todos os profissionais da calúnia. Durante anos e anos e anos.
A história tem um singelo problema, porém. Em foro de tribunal, é difícil legitimar calúnias. Difícil, não impossível, como a condenação de Vara no Face Oculta demonstra obscenamente. No caso da Operação Marquês, basta ser espectador do que tem factualmente acontecido para concluir com base em evidências. Se as autoridades tivessem recolhido alguma prova de corrupção, uma que fosse, não teria sido possível existir a decisão instrutória de Ivo Rosa tal como ele a explicou e detalhou, nem estaríamos a contemplar a Justiça a procurar a melhor saída para a injustiça que cometeu: deixar prescrever o que for possível pois o mal está feito.
É que a Operação Marquês foi um inaudito e homérico sucesso como processo político. Agora trata-se só de arrumar o estaminé.
Totalmente de acordo, junto a minha impronuncia, à pronuncia de Valupi, neste manifesto contra a ignóbil injustiça e corrupção política que acusou José Sócrates.
Repito: um dos melhores, senão o melhor, Primeiro-ministro após o ’25 Abril’.
TRAIDORES
Foi nesse Governo que se iniciou e construiu o mais importante projecto educativo e museológico de Ciência da história de Portugal. Refiro-me aos actuais “Centros de Ciência Viva” espalhados pelo país, que já contribuíram para acabar com a iliteracia científica de milhares de jovens portugueses. Lembro-me bem, no Forte S. Julião da Barra, aquando de uma das reuniões de ministros e secretários-de-Estado da CIAM, as palavras que troquei com Mariano Gago.
De facto, a emoção de trocar projectos e desejos de «o que há-de vir», a força indomável que nos habita de querermos «ser melhor do que se é», é algo impronunciável, que, paradoxalmente, apesar da sua imaterialidade, é o que fica de mais perene quando tudo acaba e tudo se corrompe.
Foi nesse Governo que obriguei o António Costa a dizer, em cerimónia pública na presença de dezenas de pessoas (tenho guardado esse vídeo, como uma relíquia daquilo que é cínico e inverosímil), acerca do Impronunciável, o seguinte (passo a citar):
— “O Senhor Secretário de Estado convidou-me a beber um café no seu Gabinete. Para me apresentar o ‘projecto X’ (não o refiro aqui de propósito, para ser impossível identificar). Confesso que fui, mas muito céptico quanto ao valor e importância do ‘projecto X’. Então, o Senhor Secretário de Estado deu a palavra ao Impronunciável. E o Impronunciável tirou um dossier, e estendeu-o numa grande mesa que há no Gabinete. E eu, à medida que o ‘projecto X’ era apresentado pelo Impronunciável, ia vendo o seu impacto e contributo. E convenceu-me. Porque, de facto, é um projecto que beneficia e desenvolve Portugal. E, é por isso que estamos hoje aqui, nesta cerimónia pública a dar início à realização do ‘projecto X’” (António Costa).
Foi no Governo de José Sócrates. Só podia ser. Era lá que estavam muitos maus-feitios, aqueles e aquelas que são impertinentes para o status quo e o comodismo.
O António Costa, ao contrário de Mário Soares, depois da detenção política, lá foi, com relutância à prisão de Évora, cheio de medo de estragar a sua ascensão política.
Após isso, quando nos encontrávamos, só passei a deixar de o fixar nos olhos quando ele os era obrigado a baixar.
Ou seja, uma daquelas coisas impronunciáveis de que a Vida é feita.
«Vamos imaginar que existiu um primeiro-ministro que foi corrompido por um banqueiro»…
Vamos fazer ao contrário; vamos imaginar que:
— os pardieiros da Guarda que assinou (sem os fazer) quando era deputedo em exclusividade;
— o canudo ao domingo pelos profs da Cova da Beira e do Inglês Técnico;
— os casos Mecaso (empresa da mamã) e Sovenco (do compincha Vara), parados durante anos e depois arquivados no DCIAP, que metem o priminho dele e os impolutos Joaquim Raposo – sucateiro na melhor tradição do PS – e José Guilherme – amigo e benfeitor do Mamão Salgado;
— a aprovação-foguete do Freepote, incluindo a alteração da ZPE, e tudo que dele disse o Smith;
— os jeitos ao DDT Salgado, que até tinha no governo o lacaio Pinho dos cornichos;
— o vergonhoso caso da TVI e o ruinoso caso da PT, exemplos do polvo em acção;
— a misteriosa fortuna que até a CGD estranhou (em 2013), as casinhas de luxo, as ricas férias mais a Câncio (que, coitada, nunca suspeitou de nada), as ricas fatiotas de Rodeo Drive…;
— as fotocópias de que tanto gostava e que o motorista lhe levava;
— a vidinha de lorde em Paris, sem rendimentos compatíveis, no mega-apartamento do Carlinhos que ele próprio – sempre um amigo dedicado – renovou como se fosse dele…
…E outros temas que certamente me escaparam são todos, todos campanhas negras!
Que toda a vida deste infeliz, desta vítima, foi arrastada na lama por caluniadores inescrupulosos, e pelo visto todo-poderosos, pois convenceram toda a gente… toda? Não! Um juiz e um blog irredutíveis resistem ainda ao ‘deep state’ que quer denegrir o Herói 44… salvador do país, chamador da troika!
Filipe Bastos resumiu muito bem o nada que foram as acusações a Sócrates.
Ao vermos aquilo que elencou, vê-se com clareza a trapaça e a falsidade em que se basearam as especulações e acusações.
O elenco de Filipe Bastos é um mar de nada, apenas um balde de raiva e de inveja. Mas, simultaneamente, um manifesto da corrupção e motivação política em que se basearam as falsas acusações a Sócrates.
O pânico do Cavaco e do PSD-CDS, ao verem o que Sócrates estava a fazer nas várias áreas e domínios da governação, necessitava de ser escondido e de lhe ser posto um fim. Foi o que fizeram, através da batota, da mentira, e do prejuízo a Portugal.
Fizeram essa campanha corrupta contra Sócrates não apenas para esconderem o fracasso e a incompetência dos seus governos, mas também para esconderem as fraudes que fizeram nos Fundos da CEE no tempo de Cavaco, o BPN, SLN, BPP, BES, TAP/ANA, Lusoponte, venda da EDP, REN aos estrangeiros, destruição das indústrias e empresas portuguesas, submarinos, Tecnoforma, etc.)
O Filipe Bastos é apenas uma das vítimas desse crime político que os anti-Sócrates cometeram contra Portugal.
“a misteriosa fortuna que até a CGD estranhou (em 2013), as casinhas de luxo, as ricas férias mais a Câncio (que, coitada, nunca suspeitou de nada), as ricas fatiotas de Rodeo Drive”
deves estar a falar descestes dois apartamentos em Agualva-Cacém, na riviera de Sintra, banhados pela linha do faroeste, dum fim-de-semana prolongado em san francisco javier e duma gravata que comprou numa rua de beverly hills onde os cowboys de óliude amarram os cavalos dos bugatis à porta das lojas.
https://expresso.pt/dossies/diario/mae-de-socrates-comecou-a-vender-as-suas-casas-no-dia-a-seguir-as-eleicoes=f900737
E lendo estas prosas mais uma vez se prova (como se isso fosse preciso) que era com profundo conhecimento de causa que por aqui se escreveu que “há festa em Rilhafoles”.
“Foi” e não “era”. A ofender alguém, que não seja a gramática.
Seja como for, o que uma perspectiva impronunciável (isto é, ‘de fora da espécie humana’) vê disto é uma evidente ferida na moral e ética política portuguesa … muito longe de estar sarada.
Sejam quais foram os lados das opiniões.
E esse facto, isto é, essa luz (fotão) emitida pela colisão das opiniões (electrões e protões) é a permissa através da qual poderemos reflectir sobre nós-próprios enquanto pessoas e sociedade.
A ‘gramática de JPT’ já “era” (para utilizar aquilo que escreveu).
Pertence a um tempo que já não volta.
Agora (nesta época pós-gramatical), quem escreve o que escrevemos é a IA embutida nas teclas do software, como um vírus inexorável.
O único modo de nos libertarmos, dessa gramática a priori que escreve por nós, é infringi-la. Por exemplo, como fiz com ‘permissa’ em vez de ‘premissa’. Pois na versão gramatical correcta jamais teria conseguido transmitir o sentido de ‘missa antecipada’ que lhe quis dar.
E assim sucessivamente, em actos incorrectos e insurrectos, até que quem escreve por nós artificialmente se desmorone em termos lógicos.
A máquina e a IA que corrija, porque é dessa correção que a conseguiremos destruir. Abrindo a porta a uma nova linguagem, quiçá, pós-humana (impronunciável).
Prendam o zezito, por amor da santa. Não é justo andar cá fora e o companheiro de trafulhices, o vara na prisão. E também por questões de higiene do espaço público.
Nenhum político resistiria a igual devassa judiciária e mediática. Devassa ilegal e imoral.
«…E outros temas que certamente me escaparam são todos, todos campanhas negras! »
Escapam sempre, aqueles temas gordos que enchiam até entupir os ouvidos do pagode “cm”. Os faraónicos ‘tgv’ e ‘novo aeroporto’ que não eram precisos e arruinariam o país; ‘Acabar o Alqueva’ e deixar o país com mais esse mastodôntico ‘elefante branco’, outra obra faraónica que arruinaria o país segundo os pensadores tipo chouriço enchido ao modo “cm”.
Da imensidão de ideias inovadoras postas em prática para alevantar o país, posto de rastos pelo vendilhão cavacoiso junto da CEE, os ideólogos monolíticos continuam a martelar listas de nadas ( impronunciável) no rasto das inqualificáveis duplas Teixeira & Alexandre e Dâmaso & Laranjo, aliados e cúmplices de negócios obscuros.
«O elenco de Filipe Bastos é um mar de nada, apenas um balde de raiva e de inveja.»
A exemplo da estupidez humana, há muito tempo que a cegueira partidária deixou de impressionar-me. Pessoas aparentemente racionais são capazes de ignorar as coisas mais óbvias e de acreditar nas mais incríveis. Sei que poderia listar cinquenta, cem, mil trafulhices do 44 e todas seriam “nada”; que só o outro lado sente “raiva e inveja”, jamais o nosso lado, que é sempre bom e injustiçado.
(A inveja lembra uma tirada do 44 quando se questionou a ascensão meteórica do Vara: segundo ele era “inveja social”. Talvez fosse sincero: pulhas como o 44 acham-se mesmo superiores.)
Mas a parte mais divertida é esta: o «pânico do Cavaco e do PSD-CDS, ao verem o que Sócrates estava a fazer nas várias áreas e domínios da governação». Fala do C@galhães? Das Novas Barbaridades? Da festa da corrupção Parque Escolar? Das mafiosas PPP com lucros garantidos para Motas e Salgados? Dos abusos de poder e negociatas ruinosas? Do país enterrado em calotes criminosos?
Quem o leia até pensa que a Múmia ou o PSD-CDS se preocupam com algo disso; que não são velhos cúmplices do PS no saque ao país. O Centrão Podre protege-se mutuamente há 50 anos.