Aparentemente, é apenas mais um número de alguém que ganha a vida a mentir, seja por irremediável estupidez ou por mero proveito. Atente-se como o jornalista, dito especialista em economia e política e também em economia política, repete a falácia populista de o Estado português ter tido de chamar a Troika para pagar salários, assim se encontrando a prova da bancarrota que o despesismo incontinente de Sócrates teria causado. Esta deturpação básica foi martelada vezes sem conta na comunicação social por políticos profissionais, comentadores e jornalistas engajados – mas o que surpreendeu, e continua a surpreender, é a bizarra incapacidade do PS para a anular. Esquecendo a vergonhosa postura de Seguro perante tudo o que diga respeito aos anteriores dois Governos socialistas e suas peripécias, só mais de dois anos depois ouvimos Teixeira dos Santos lembrar que as suas palavras foram proferidas depois do chumbo do PEC 4 e do sequente agravamento das condições de financiamento, não se podendo todavia concluir delas que não havia dinheiro e muito menos que não havia dinheiro por causa de quaisquer despesas anteriores. José Gomes Ferreira apaga esse contexto e ufana-se, em modo de bazófia chunga, por ser um dos protagonistas da pulhice com que esta direita faz aquilo a que chama “política”.
A exibição de miséria intelectual e moral deste artista da SIC é que contém a lição a recolher.
Este tipo é um desonesto medíocre. Realmente não se entende como ninguém desmonta isto, o PS de Seguro é um PS anestesiado pelas moquecas da D Laura.
Ha uma resposta muito simples a porque ninguem desmonta este mito… e’ porque se calhar e’ mesmo verdade.
Em vez de estarem a chutar bitaites do contra, preocupem-se em fazer uma analise seria dos acontecimentos desde o momento em que o Teixeira dos Santos fez o pedido de intervencao, mas ate em mais momentos. Ou acham que as necessidades de financiamento do estado ja estao todas asseguradas mesmo co a Troika e que o governo se anda a divertir a fazer incursoes aos mercados?
Nao sei se ja puseram no vosso blogue, mas se nao, justifiquem la que havia dinheiro para fazer os pagamentos necessarios sff, que eu estou curioso. Devem fazer parte da esquerda que acha que ha dinheiro para se fazer o que se quer e quando nao houver, imprime-se moeda, nem que para isso se tenha de sair do Euro…
A pesporrência, a suposta autoridade moral de que se acha dono e a demagogia mais reles e a falta de isenção e verdade com que actua na SIC é das maiores vergonhas que um órgão de informação pode ostentar.
Este indivíduo ainda se dá ao luxo de escever uns livrecos a dar lições de governação! (gargalhada sonora).
Este indivíduo é ridiculo.
Bom dia Val,
Este tótó é de uma desonestidade intelectual assombrosa, além de um convencido da porra.
Haja paciência para tanta charlatonice, pena é que a maioria dos entrevistados não o contradigam.
Cumprimentos
Um sujeito q escreve um livro intitulado “o meu programa de governo” só pode ser doente.
Dps ouvimo-lo a falar e temos a certeza que afinal não é doente, é desonesto, charlatão e tudo menos isento.
Ele poderia convidar o sócrates. O Paulo Campos já o expos como a fraude que ele é.
“… pena é que a maioria dos entrevistados não o contradigam.”
são escolhidos a dedo e só lá vai quem der garantias de ser alinhado com o pugrama, para não acontecerem cenas de boxe tipo paulo campos, que desprestigiam a estação emissora e desqualificação o entrevistador. numa televisão à séria o pugrama tinha acabado ali e o entrevistador ia para a fila do desemprego, mas como a sic é uma empresa de fretes domiciliários ao serviço do regime, o servicinho deve ter rendido uns créditos em unidades de favor e o babalú ferreira oscarizado pela central de intriga do cavacoiso.
http://www.youtube.com/watch?v=UMgWw3gqNh0
Uma das mais maravilhosas justificações que ouvi na televisão para o governo continuar a “ir” aos mercados,durante o período de saque do empréstimo da troika -verdadeiro programa de lavagem de dívida pública e balão de ar da banca internacional- foi que o governo tinha de colocar dívida para ser visto e aparecido. Juro. Mesmo com as condicionantes mortíferas (juros gigantescos) o governo tem de aparecer nestes antros para não cair em esquecimento!
Quanto à patranha da fala de dinheiro para salários. É óbvio que este argumento teve um papel essencial para definir o resultado das eleições de 2011. Quem defendia a renúncia do memorando, a auditoria à dívida, a reestruturação da dívida etc. ficou na mira do funcionário público que ouvira dia sim dia não a falta de dinheiro para salários. Acha que racionalmente alguém votaria num programa político que defendia a renúncia do empréstimo da troika? Claro que não. Portanto, BE + CDU foram lesados e continuam a ser lesados com este discurso demagógico e manipulador.
Passo a palavra ao secretário de estado de Teixeira dos Santos: Emanuel dos Santos explica o que é o “défice oculto” ( diferença entre o aumento da dívida e o saldo das administrações públicas): de 1980 a 2010, este défice oculto é responsável por mais de metade da dívida, sendo uma boa parte acumulada durante os mandatos de Cavaco Silva. Essa é uma boa razão para usar o critério da dívida como medida essencial das contas públicas, e não o do défice, cujas regras de contabilização têm variado ao longo do tempo e que é mascarado com medidas extraordinárias (Ferreira Leite vendeu a cobrança de dívidas fiscais por 1700 milhões de euros; Sócrates e Passos Coelho integraram na Segurança Social diversos fundos de pensões, etc.). Os leitores ficam assim com mais dados para perceber como as contas públicas foram pouco transparentes para a democracia.
Mas o ponto mais forte do livro é a crítica à chantagem, que nos garantia que, sem o empréstimo da troika, não haveria dinheiro para pagar salários e pensões. Tanto no momento exato em que foi assinado o Memorando, tanto na primeira metade como no conjunto do ano de 2011, o valor dos custos dos salários do Estado estava totalmente coberto pelas receitas de alguns dos impostos, e as pensões eram garantidas por receitas superiores da segurança social.
(…)
Daí a conclusão do autor: “demonstramos como o argumento da falta de dinheiro para salários não tinha fundamento. Aliás, desde que a economia seja capaz de gerar receitas fiscais e a respetiva administração tenha capacidade para as cobrar, o dinheiro para financiar as funções do Estado só falta se não houver rigor na gestão dos serviços públicos ou se for utilizado para satisfazer amortizações da dívida pública que os mercados não refinanciem em condições razoáveis” (pp. 92-3). Tem toda a razão.
É tudo uma questão de tempo para que ele deixe cair a máscara. Sempre ouvi o meu avô dizer que a verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima.
Há tipos e tipos.Este sujeitinho, é um tipo com dono.Será que ainda ninguém percebeu?(!). Se este personagem, que adora caminhar em BICOS-DE-PÉS,( Os Chineses, Desde Sempre Que Pensam, Ser Essa A Forma Mais Conseguida De Evidenciar A Pequenês),soubesse o que é DEONTOLOGIA PROFISSIONAL e SERIEDADE INTELECTUAL à muito,muito tempo que tinha deixado de ser visto em público.Mesmo com a cara pintada de PRETO.Para este tipo de gente,desde que o retorno seja gordo,a sua missão na Terra é servir os senhores do dinheiro.Seja lá isso o que for.
Não chegamos aqui, no estado em que estamos, só por obra e graça de políticos incompetentes,videirinhos ou corruptos.Há muita gente de profissões outras,como o jornalismo,com as mãos completamente SUJAS e a DIGNIDADE PERDIDA a troco de uns pratos de LENTILHAS.
Esta propaganda rasca da SIC martelada até à exaustão das meninges da populaça ignara é tão eficaz como morteirada da grossa a 500 m contra infantaria em campo aberto e não pode ser combatida apenas com bisnagas de água, tipo-Seguro.
Com esta artilharia toda à sua disposição, 24h sobre 24h, pedir apenas Eleições antecipadas é um convite à risota dos facínoras da Direita e à humilhação das pessoas responsáveis e decentes.
Como dizia Chomsky, a luta mais útil de todas é a que se trava no campo da linguagem. E aqui, lamento muito dizê-lo, a Esquerda está a perdê-la em toda a linha.
Sem uma NARRATIVA diferente, clara, mobilizadora, rigorosa e acessível, a Esquerda nunca passará de uns infantes dispersos pelo capim, ideais para o “tiro ao boneco” da artilharia pesada da Direita.
Contra morteiros abrigados a 500 m, é preciso o avanço de uma Companhia inteira de blindados, bem treinada e bem armada! Nada menos do que isso. Mas continuamos apenas a tentar arranjar uns velhos arcabuzes para substituir as bisnagas. E assim nem vale a pena sair dos abrigos…
Corvo Negro,
o que diz é bem verdade. O nosso problema é que a médio ou longo prazo estamos todos mortos, pelo que a velocidade a que o azeite sobe na água também tem de ser considerada!
Um abraço.
Desculpem lá, mas algum dos ilustres membros da comunidade Aspirina B me pode explicar melhor esta questão do José Gomes Ferreira estar a mentir no seu comentário, em particular quanto à questão da mentira sobre a liquidez do estado e a sua incapacidade de fazer face às despesas correntes que se verificaram no final do governo Sócrates e precipitaram o pedido de ajuda externo?
Eu não me quero armar em esperto, mas quero compreender melhor esta questão porque para além de ser um facto não sujeito a grandes interpretações estratégicas, como eu estou muito rodeado de opiniões de direita no meu dia a dia revejo nos vossos comentários exactamente as mesmas acusações de desonestidade intelectual que se fazem à esquerda.
Caro Francisco, penso que o meu comentário atrás publicado pode te dar umas luzes (principalmente se fores à pagina onde retirei o que está em itálico -basta clicar- ).
Creio que o tal “jornalista” auto-proposto primeiro-ministro já explicou que veio de
uma aldeia, frequentou um curso de economia, deslumbrou-se com a sua capacida-
de de dar a volta ao texto … convenceu-se que sabe tudo logo, eis a razão do títu-
la da sua obra recentemente lançada!
A sua grande frustração é que, a sua fisionomia não ajuda a criar uma imagem séria
(a boca faz lembrar os palhaços a falar), para aparecer nos cartazes da campanha!!!
A direcção do PS não desmonta este e todos os outros embustes contra os governos PS. Merece bem o suicidio a que a condenou o “desafio de Cavaco”. O PS não vai ter uma cisão; vai implodir. Os militantes fizeram a sua escolha. Com a implosão do PS, a democracia portuguesa perde boa parte da sua alma. Na generalidade, a equipa de Sócrates foi excepcional. Por isso tanto foi odiada, fora e dentro do partido. Até o valentão do velho Mário Soares deu um ar de sua graça por Sócrates nâo ter ido ao beija-mâo do Presidente da Inventonta, dando-lhe a conhecer (não tinha obrigação de o fazer) as propostas do PEC IV. Propostas! Meses depois do raspanete público soarista (era fixe bater no Sócrates) aí temos o valentâo de esquerda nas jornadas da Universidade de Verão da JOTA que pariu o Passos Coelho. O velho político pensa que a gente não tem memória? Por isso, neste momento, as suas palavras soam a falso. Já não servem para nada. mas foram utilissimas na repreensâo pública a Sócrates, naquelas circunstâncias e naquela hora. Se não fosse pelo respeito que me merecem as suas rugas dos noventa anos, falava como o Pinheiro de Azevedo.
Obrigado Zé. Eu li o artigo do Francisco Louçã, mas remete para um livro que não tenho acesso imediato. De qualquer modo, o seu argumento (que não é necessariamente o do autor do livro, como refere) é que se deve renegociar a dívida porque não há dinheiro para salários + pensões + juros. Numa passagem de olhos pela despesa primária do estado, é fácil imaginar isto, que se toda a receita for alocada aos salarios e pensoes, existe liquidez para cobrir as necessidades de financiamento. Mas isto desconsidera os juros (e outras despesas do estado) que são os pagamentos da despesa noutros momentos do tempo. Esses numeros não batem bem com os da UTAO (link no fim do texto), mas também não acho que seja aí o problema. O problema a meu ver é de ordem estrutural, isto é, o desenho das contas públicas está mal feito, porque não consegue ser equilibrado e aguentar-se no tempo sem haver um choque para qualquer uma das partes, sejam os credores, os contribuintes ou os beneficiários. Ouvir o Louçã dizer que se tem de restruturar a dívida é óbvio. A questão é sobre que condições? Ninguém quer voltar a emprestar dinheiro a um país que daqui a uns anos vai voltar a ter o mesmo problema, acho que faz sentido.
Ao ouvir políticos responsáveis por pastas públicas a justificar o seu trabalho não consigo evitar senão uma extrema desconfiança sobre a informação que me colocam à frente. Frequentemente não referem as fontes que utilizam e descontextualizam dados para moldar aos seus argumentos explorando a complexidade do sistema de finanças públicas.
link da Conta Geral do Estado em 2011 da UTAO : http://app.parlamento.pt/webutils/docs/doc.pdf?path=6148523063446f764c324679626d56304c334e706447567a4c31684a5355786c5a793944543030764e554e50526b46514c30467963585670646d39446232317063334e6862793956564546504a5449774c5355794d465675615752685a47556c4d6a425577366c6a626d6c6a595355794d47526c4a544977515842766157386c4d6a425063734f6e5957316c626e52686243394462323530595355794d45646c636d46734a5449775a47386c4d6a4246633352685a4738765656524254793151564330774e7930794d4445794c554e48525449774d5445756347526d&fich=UTAO-PT-07-2012-CGE2011.pdf&Inline=true
Passagem da emissão de 14 de Julho de 2013
(rapinada a Manuel Cintra)
Intervenção de José Sócrates passada a escrito por André Figueiredo:
“O meu Governo deixou encargos líquidos com as PPP, estamos a falar das PPP rodóviárias porque foram aquelas que foram analisadas na Comissão, deixou encargos líquidos com as PPP rodoviárias inferiores àquelas que recebeu, isto é nós recebemos em 2005 encargos de 15,9 mil milhões de euros e em 2012 esses encargos foram reduzidos para 13,2 mil milhões de euros. Isto é, quanto aos encargos futuros a verdade é que o meu Governo deixou menos encargos para o futuro do que aqueles que recebeu.
Isto parece um segredo bem guardado, não sei porque é que este facto é escondido, mas esta é a pura das verdades. Isto é, o meu Governo lançou PPP para termos mais investimento , para termos mais emprego, para combatermos a crise, mas a verdade é que deixámos menos encargos para o futuro do que aqueles que recebemos, isto não é matéria de opinião, isto é matéria que consta de dois orçamentos de Estado.
A verdade é que até 2005, altura em que o meu Governo iniciou funções, todas as PPP, com excepção de uma, tiveram sobrecustos.
(…)
Todas elas tiveram sobrecustos. A partir de 2005, no meu tempo, o tempo em que fui Primeiro- Ministro, nunca tiveram sobrecustos. Os sobrecustos foram devidos sempre ou a comparticipações no investimento, ou a benefícios fiscais, ou a decisões unilaterais do Estado de alterar as PPP e isso aconteceu sempre no passado, nunca aconteceu com estas concessões, por isso eu refiro apenas estes três pontos para que se perceba do embuste que estamos a falar, isto é um relatório…
Estamos a falar de um embuste, porque todos estes números que acabei de lhe citar, que acabei de expor, constam de informação publicada.
Este gráfico está suportado em documentos oficiais, e este gráfico diz o seguinte, antes do meu Governo houve sempre sobrecustos. Sobrecustos nas PPP a partir do meu Governo nunca existiram, foram sempre zero! Isto quer dizer o seguinte, quer dizer que foi montada uma operação pelo Governo, um embuste para tentar acusar o anterior Governo de despesismo!”
É preciso ser ainda mais claro?
Francisco Arantes, JGF cita umas declarações de Teixeira dos Santos e extrapola a seguinte conclusão: não havia dinheiro, logo, havia bancarrota, logo, a culpa é de Sócrates e dos investimentos públicos passados.
Ora, não faço ideia se gostas de pensar pela tua cabeça. Vamos admitir que sim. Responde a esta pergunta: é ou não é verdade que as declarações do ex-ministro das Finanças são feitas após o chumbo do PEC 4 – esse boicote ao financiamento do Estado que abre uma crise política e agrava a ida aos mercados – e já com a perspectiva de aplicação do Memorando?
Para os que preferem discutir de uma forma séria e informada, como o Francisco Arantes, sugiro ainda a audição atenta desta importante e recente entrevista:
http://www.tvi24.iol.pt/videos/video/13903858
Mas ainda há alguém que se dê ao trabalho de perder tempo a ver a SIC e os seus programas?
É uma pura perda de tempo.
E para quem, por algum motivo, prefira ler em vez de ouvir, aqui fica um pequeno excerto dessa entrevista histórica (copiado, com a devida vénia, de um artigo do “blogue” «Câmara Corporativa», datado de finais de Junho passado):
«O momento central da entrevista, recebido com estranha impaciência pela entrevistadora, foi aquele em que Teixeira dos Santos recordou, uma a uma, as datas das sucessivas descidas do “rating” da República e dos bancos nos dias que se seguiram ao “chumbo” do PEC IV. Foi essa queda abrupta dos “ratings” que provocou a subida exponencial dos juros e que, em menos de quinze dias, deteriorou a um extremo insustentável as condições de financiamento do País. E é esse, aliás, o contexto da célebre declaração do ex-Ministro das Finanças, tantas vezes desvirtuada, de que poderia chegar-se à situação de não haver dinheiro para “pagar salários e pensões”. Ao contrário do que maldosamente se quis fazer crer, essa declaração não se referia a um pretenso esvaziamento dos cofres públicos causado por um alegado “despesismo socialista” (com o Orçamento para 2011 o País estava até a gastar bastante menos do que no ano anterior!) referia-se, sim, às consequências previsíveis do “chumbo” do PEC IV no normal financiamento da dívida pública. E, de facto, foi essa rejeição parlamentar, no dia 23 de Março de 2011, que traçou o destino de Portugal: entre o “chumbo” do PEC IV e o pedido de ajuda, a 6 de Abril, não passaram sequer quinze dias.
A entrevista de Teixeira dos Santos terá desiludido uma certa direita política e mediática: nem alimentou “fofocas” sobre questões pessoais, nem manifestou divergências sobre a justificação ou sequer sobre o momento do pedido de ajuda – pelo contrário, subscreveu a narrativa que Sócrates expôs na sua entrevista à RTP e desvalorizou, como se impunha, a relevância de, “chumbado” o PEC, o pedido de ajuda ser formulado um dia antes ou um dia depois. Não se desviou do ponto essencial: com o apoio europeu ao PEC IV, o pedido de ajuda externa podia e devia ter sido evitado. Ao fim de dois anos de austeridade “além da troika” e de uma dramática espiral recessiva, com 18% de desemprego, 127% de dívida pública e 10% de défice no primeiro trimestre deste ano, vai sendo tempo de se perceber quem é que tinha razão.»
Esclarecedor?
A SIC, não passa da versão atualizada da antiga RTP, salazarenta e marcelista
Obrigado a todos pelos comentários.
Em relação às PPP, como é sintomático na realidade portuguesa e em muitas outras, ouvir o José Sócrates a justificar as suas políticas e defende-las, é barulho. Não consigo confiar em dados e argumentos apresentados avulso em entrevistas ou em “tempos de antena”…
Estou sim, e se alguém souber onde encontrar que por favor deixe o link, à procura do famoso relatório das PPP que foi o resultado da comissão de inquérito às parcerias público-privadas apresentado no parlamento. Não consigo encontrar online mas acho bastante estranho esse documento não estar disponível ao público para consulta…
Mas encontrei um documento interessante (oficial) que diz exactamente o contrário das palavras transcritas acima do José Sócrates.
Vejam no Grafico I na pagina 6 no relatorio de 2012 da Direcção Geral do Tesouro e Finanças. Aqui o link : http://www.dgtf.pt/ResourcesUser/PPP/Documentos/Relatorios/2012/Relatorio_Anual_PPP_2012.pdf
Val, claro que gosto de pensar pela minha cabeça, é exactamente isso que estou a tentar fazer aqui. Em resposta à tua pergunta, muito sucintamente: na minha opinião, sim.
As tricas partidárias do PECIV, para ver quem é que ficava com o ónus de ter de pedir o resgate não me interessam. O que me interessa são as questões fundamentais. Nenhum país necessita de uma intervenção externa devido a políticas de 1 ou 2 anos, as causas são bastante mais profundas e as culpas repartem-se por todos os que estão na assembleia, em particular os PS e PSD que são os partidos que têm feito governos.
Quero dizer, quando tens uma batata quente nas mãos, com esforço consegues sempre aguentar mais um passe. A pergunta é, quando é que a deixas cair no chão? É que neste caso a batata (do financiamento do estado) estava a ficar mais quente com a crise de confiança internacional que fez os juros das obrigações soberanas subir a níveis que para nós se revelaram incomportáveis. A batata caiu no campo do PS, mas só para clarificar : “estou-me a cagar” (passo a expressão) para qual dos dois tinha de assinar em primeiro lugar o memorando da troika. O facto é que mais cedo ou mais tarde teriam de assinar ou não haveria dinheiro para pagar ou os juros aos credores (e muito provavelmente a partir daí não haveria mais emissão de dívida para ninguém) ou aos trabalhadores do estado ou aos pensionistas.
Não tive a oportunidade ainda de ver a entrevista do Teixeira dos Santos, mas li as notícias sobre isso. Não sei bem o que pensar para ser sincero. Como digo, se era ali com o chumbo do PEC IV, ou uns meses mais tarde, não interessa grande discussão. Interessa mais olhar para as questões estruturais, essas parece-me ser bastante claro que apontavam para a situação de ruptura que se verificou. Neste sentido tendo a concordar com o PSD (na decisão tomada então) que chumbou o PEC IV, precipitou eleições e propôs-se a realizar medidas estruturais (que hoje se revela um esforço frustrado, porém, isso é outra discussão).
Francisco Arantes, a política não é uma matemática. Raios, nem sequer a ciência é uma matemática, embora faça profuso e fecundo uso dela. Assim, não há só uma interpretação para o que era o estado do Estado em Março de 2011. Mas podemos avaliar as consequências do que se fez e imaginar as consequências do que se queria fazer.
Dizes que Passos fez bem em chumbar o PEC 4 para assim poder aplicar reformas estruturais. Ora, pensa nisto: acaso essas medidas não eram as mesmas que o PEC 4 já contemplava? Se sim, o seu chumbo foi contraditório e nefasto. Se não eram, então seriam aquelas consideradas como o ir além da Troika, e que se resumiram a aumentar impostos, cortar salários, pensões e subsídios, sem se ter feito reforma porra nenhuma. Porque foi isto, e só isto, que estes dois anos desmiolados trouxeram.
Moral da história: mesmo que o PS de Sócrates discordasse das medidas do PEC 4, não havia possibilidade alguma de escapar a elas por causa da política europeia de austeridade a mata-cavalos. A única forma de resistir teria sido entregar esse programa a quem estivesse sempre a lutar para que as medidas fossem o menos gravosas possível para a classe média e classes baixas. PSD e CDS não estavam em condições de levarem esse barco adiante no meio da tempestade, e ainda resolveram abrir mais buracos no navio. Só Sócrates, ou outro socialista de igual postura, teria tido a capacidade de manter o sofrimento imposto pela Alemanha no seu grau mais leve possível.
“Dizes que Passos fez bem em chumbar o PEC 4 para assim poder aplicar reformas estruturais. Ora, pensa nisto: acaso essas medidas não eram as mesmas que o PEC 4 já contemplava?”
Não disse isso e se dei a entender foi falha de comunicação. Pelo contrário, acho que as reformas estruturais é que são o essencial da acção política actual (desde 2011 em particular, mas desde os anos 90 até). Portugal precisa é de encontrar um modelo sustentável para o futuro e os partido precisam de se entender para isso, não obstante as diferentes visões que representam.
Se calhar as medidas do PEC 4 até eram boas. Mas tem de se convir que à 4a vez era demais e que na altura havia uma grande desconfiança em relação às intenções do Primeiro-Ministro
que advogava políticas impossíveis à luz do quadro de crescentes custos de endividamento externo (grandes investimentos públicos, por exemplo). Mas eu não estou a querer fazer a defesa de ninguém, em particular do PSD.
Mas de qualquer modo, cortar salários, pensões e subsídios são reformas importantes a meu ver, ao contrário do que dizes. São reformas devastadoras para muitas pessoas, também dependendo da forma como são feitos os cortes, mas caramba, se eu preciso ter menos dinheiro para que todos possamos continuar a viver, então isso não faz sentido?
Não estou de todo a tentar provocar, porque sei que isto é um assunto muito sensível para muita gente, incluindo para mim e para a minha família. Mas como exercício abstracto, e se Portugal tivesse de facto de salários acima da produtividade e precisasse de os cortar para atrair mais financiamento? Como é que isso se fazia? E se o sistema de pensões precisasse de ser corrigido de maneira a que quem as recebe tem de passar a receber menos ou quem as paga tivesse de pagar mais, para tornar sustentável a conta nacional..? São questões que sinceramente me apoquentam e que eu sem me querer colocar no campo da direita, não vejo a esquerda com capacidade de defender a sustentabilidade e isso assusta-me porque acho que a esquerda é a principal força política em Portugal.
Olhando para trás acho que foi bastante infeliz ter sido a direita a ter de aplicar as reformas do pacto com a Troika, porque deixa a ideia que se tratam de reformas ideológicas. O Vítor Gaspar e companhia, parece-me a mim que estive atento o mais que pude ao que estavam a fazer, apenas tinham como objectivo terminar o período de intervenção o mais rapidamente possível. Para isto beneficiaram os credores no curto prazo, focando o essencial das reformas no objectivo de reganhar a credibilidade junto dos mercados, para que numa segunda fase pudessem financiar crescimento e outro tipo de reformas. Pode não se concordar, mas é uma estratégia. Alternativamente podia-se ignorar o interesse dos investidores e entrar em default com a dívida, isto é, renegociar sem contrapartidas. Mas esta estratégia, ainda que fosse muito simpática no presente, no futuro ninguém nos financiaria mais crescimento.
O meu ponto é, não houve aqui nenhuma demonstração ideológica a não ser em questões de estilo ou comunicação. Nas políticas de fundo, o PSD e CDS têm feito aquilo que o PS faria se fosse ele o partido de governo. Mas têm complicações políticas, é claro, como esta crise completamente desnecessária provocada pelo CDS. O resto, é tensão política natural e saudável em democracia. Mas volto a repetir, mais uma vez, sem me querer colocar do lado da direita, acho difícil ver uma atitude da esquerda que promova a sustentabilidade do modelo económico português.
«Olhando para trás acho que foi bastante infeliz ter sido a direita a ter de aplicar as reformas do pacto com a Troika, porque deixa a ideia que se tratam de reformas ideológicas…» caro FA… com que então estamos perante um acaso ou uma infelicidade ou talvez o ocaso do país (digo eu) sendo o nosso primeiro quem é…deves achar que aqui é tudo bronco… relê o lá o cardápio do jotinha que defendes e verás que esse marmelo numa pândega algarvia muito antes do tal pec 4 (qual 4??…adoro estas desonestidades tacanhas)…expressava a sua ideia de país com um estado reduzido ideologicamente a muito perto do zero…uma espécie de neo patetice naive… portanto não foi nenhuma infelicidade não senhor …a direitola sarronca viu nesse tal pec nº x a sua janela de oportunidade o cavaco empurrou com toda a força e os dados foram lançados…o porém é que o bando é do mais fraco que já se pariu por cá…relvas/ppc são a escória mesmo para o psd que temos…portanto acaba lá com narrativas foleiras…vai dar banho ao cão e espreme melhor essas meninges…eu faço isso a lavar a louça e acredita (sem ironia) é um bom exercício para tal…
Francisco Arantes, estás a partir de pressupostos que não explicitas e que, se ficarem sem justificação, farão de ti apenas mais um fanático que emprenha pelos ouvidos. Por exemplo, nomeia lá uma dessas “políticas impossíveis” que Sócrates terá advogado.
Por outro lado, a tua dicotomia esquerda-direita é um reducionismo que não dá conta da realidade. Por exemplo, Sócrates aplicou políticas reformistas de vasto alcance e inovação, ao mesmo tempo que ia adaptado a legislação laboral no interesse dos patrões e ao mesmo tempo que ia adaptando a segurança social no interesse dos mais desfavorecidos. Também o Governo socialista adaptou uma estratégia exportadora muito agressiva para fora da Europa e introduziu alterações históricas em matéria de legalização dos costumes. Diz-me lá: este composto faz dele alguém de esquerda, de direita, do centro ou do quê?
Quanto a dizeres que Portugal tinha salários acima da produtividade, essa declaração está sempre dependente da forma como estiveres a definir os termos. Por exemplo, o mesmo caso poderá ser apresentado como sendo o de Portugal não ter gestão empresarial de qualidade ou de estar a renovar e requalificar os quadros técnicos e o parque tecnológico. Mas os factos são que com os Governos de Sócrates os salários puderam ser mantidos assim como todo o edifício do Estado Social ao mesmo tempo que se reduziu o défice, até 2008, ou se conseguiu obter crescimento, inclusive em 2010. Isto dá conta da complexidade dos factores que estão em jogo quando se interpretam as dinâmicas económicas.
Blablazada, não disseste nada… Não estou a defender tácticas políticas, pelo contrario. Desde o inicio dos meus comentários, o meu problema são sempre as medidas de fundo, sustentáveis, que o país precisa de adoptar.
Val, uma política impossível seria um investimento como a linha do TGV ou um novo aeroporto num contexto de alto endividamento público e crescente incerteza económica (que teria reflexos naturais no mercado da dívida que são sensíveis à incerteza). Isto desde 2008.
Não quero fazer uma dicotomia esquerda-direita, acho que nada de útil vem daí. Se o faço, é apenas força do hábito. Mas acho que direita/esquerda neste momento é apenas semântica, porque ambas as ideologias apresentam modelos económicos sustentáveis, desde que sejam bem executados. O “nim” português é que não vai a lado nenhum. Compare-se a França, ou países nórdicos, com os EUA, RU ou Canadá, por exemplo. Todos se aguentam bem e têm sistemas políticos radicalmente diferentes entre eles. Isto apenas para esclarecer a minha opinião sobre ideologias. Mas neste momento estamos num período de contingência, em modo de sobrevivência, foi isso que me levou a comentar este post em primeiro lugar.
Mas em relação às políticas de Sócrates, não me interessa entrar aqui em avaliações detalhadas e estas frases são muito gerais : “Por exemplo, Sócrates aplicou políticas reformistas de vasto alcance e inovação, ao mesmo tempo que ia adaptado a legislação laboral no interesse dos patrões e ao mesmo tempo que is adaptando a segurança social no interesse dos mais desfavorecidos. Também o Governo socialista adaptou uma estratégia exportadora muito agressiva para fora da Europa e introduziu alterações históricas em matéria de legalização dos costumes.”
Tu fazes a apologia de Sócrates e eu sem querer fazer um ataque concreto, porque não foi isso que iniciou a discussão e pode dar pano para mangas, respondo com 3 pontos :
1. a meu ver, reformas que defendam os mais desfavorecidos são sustentáveis. acho que hoje todos concordamos que a fragilidade do sistema financeiro português contribuiu bastante para a perda de qualidade de vida de todos. Os mais desfavorecidos são os que sentem mais por razões óbvias. Acho este ponto bastante grave.
2. para ser mais concreto em relação ao ponto 1 : o endividamento português entre 2005-11 cresceu de 67.7% do PIB para 108.3% (na média UE subiu de 62.8% para 82.5%). É mais que o normal num período de recessão. Fazer políticas a custo do futuro é fácil e inconsequente, mas deixa marcas.
3. A ideia das exportações era boa, mas o tiro saiu bastante ao lado. Em 2005 as exportações eram 31.137 M€ e em 2010 36.762 M€. Par contre, como dizem os franceses, as importações subiram igualmente mantendo o défice da balança comercial inalterado.
dados para o ponto 2 : http://epp.eurostat.ec.europa.eu/tgm/table.do?tab=table&init=1&language=en&pcode=tsdde410&plugin=1
dados para o ponto 3 : (figura 1, página 33) http://www.gpeari.min-financas.pt/analise-economica/publicacoes/ficheiros-do-bmep/2011/julho/destaques/Evolucao-do-comercio-extracomunitario-de.pdf
Uma última nota sobre a produtividade, ela não é um termo abstracto. Nas empresas privadas é fácil de medir como vendas/horas de trabalho. No sector público é mais difícil, porque não há “vendas”. No entanto, podemos fazer uma comparação entre salários no sector público e no privado. Citando Maria Manuel Campos e Manuel Coutinho Pereira do Banco de Portugal : “Controlando para os atributos individuais observáveis, os trabalhadores do sector público auferem um prémio salarial relativamente aos seus congéneres do sector privado, tendo este prémio aumentado ao longo do período 1996-2005. Tal evolução ocorreu particularmente para os trabalhadores licenciados no início da carreira.”
Não me vou estender sobre o assunto, mas no que toca a protecção social, a comparação é ainda mais pertinente pelo que me lembro de ter visto num livro recente da FLAD sobre a reforma na CGA e Sistema de Segurança Social.
fonte: http://www.bportugal.pt/pt-PT/BdP%20Publicaes%20de%20Investigao/AB200906_p.pdf
Isto para dizer que tu citas como vitória a manutenção dos salários (e tenho a ideia da altura de até ter havido um aumento). Eu não acho, exactamente porque faz parte de um sistema económico insustentável. Afugentam empresas que queiram produzir em Portugal porque se deslocam para economias onde os custos de mão de obra são mais baratos. Agora estamos a braços com um desemprego perto dos 19%… como é que se baixa isto?
Francisco Arantes, este Governo dos tipos que diabolizaram os investimentos públicos está a avançar com o TGV, embora lhe esteja a dar outro nome. E isso decorre de várias forças que, precisamente ao contrário, levam a que a desistência da construção de uma linha de alta velocidade (pelo menos, uma!) entre Portugal e Espanha seja quase impossível.
Explica-me lá este fenómeno, tu que sabes de contextos de alto endividamento e crescente incerteza económica.
É um bocado diferente, fui procurar essa notícia para perceber melhor… parece ser uma boa ideia, esta. Com a dívida pública escrutinada como está a ser, e bem, estes 175M€ a ir para o investimento é melhor que dêem resultados…
http://www.portugal.gov.pt/pt/os-ministerios/ministerio-da-economia-e-do-emprego/mantenha-se-atualizado/20130207-seoptc-ltm.aspx
“Referindo que «o objetivo do Governo é ligar os portos do sul – Setúbal, Sines e Lisboa – ao resto da Europa», o Secretário de Estado afirmou ainda que o projeto LTM reduz os custos para os exportadores em 40% e aumenta a capacidade de carga para os transportadores em 80%. No futuro, o projeto LTM Portugal-Europa ligará também os Portos do Norte do país ao resto da Europa.
Sobre os custos associados, Sérgio Monteiro afirmou: «O anterior projeto do TGV, na ligação a Lisboa, tinha um custo de 4276 milhões, que se reduz para cerca de 700 milhões» no projeto LTM, de acordo com as estimativas de custos disponíveis.
O projeto LTM, «representa uma redução de 84% do custo de investimento, onde a componente nacional por transferências dos Orçamentos do Estado se reduz para 175 milhões de euros», explicou também o Secretário de Estado.”
Francisco Arantes, é um bocado diferente, sim, mas no facto de tu papares tudo o que confirme a tua já cristalizada ideia de que o discurso da culpa – elaborado para enganar o eleitorado a vários níveis – é o único que explica a realidade.
Repara: o PSD antes das eleições garantiu que o TGV ia parar por completo, assim como garantiu que não haveria aumentos de impostos ou redução nas pensões e subsídios. Chegados ao poder, a primeira coisa que fazem, a primeira de todas, é violar por completo esse acordo eleitoral. No entanto, para pessoas como tu, tal não suscita punição, sequer crítica. Porquê? Porque tu estás agarrado a algo que te oferece um supremo conforto: poderes entender o que se passa à luz da ofensa de que um país de pobretanas como Portugal andou a “esbanjar dinheiro”. Isso tu consegues perceber, porque te permite imaginar o Estado como se fosse uma mercearia e ainda identificar bodes expiatórios que te permitem adormecer sem teres de pensar no que acontece à tua volta. É por isso que vais repetindo sejam as tangas dos ataques a Sócrates, sejam as tangas da defesa do que Passos faz actualmente ao País.
Quanto à redução de custos seja de que projecto for, qualquer Governo tem a responsabilidade de o fazer perante as circunstâncias. Só que isso não se confunde com as mentiras que foram despejadas na praça pública para consumo dos papalvos.
Val, eu estou preocupado em entender os factos por trás dos argumentos.
Não sei o que é o discurso da culpa, mas se passa por culpar os governos Sócrates pela subida da dívida para níveis incomportáveis, então sim. Os números estão nos comentários atrás, a dívida portuguesa cresceu entre 2005-11 quase mais que o dobro da média UE (que também inclui a Grécia, Itália, Espanha, etc…). Este facto aniquila qualquer apologia do Sócrates, não sei porque te preocupas em faze-la…
A Verdade em política é uma incógnita. De facto, depois de colocar o link de uma notícia do governo fiquei a pensar se teria feito bem, porque os números não devem ser muito de fiar, havendo interesse particular da fonte…
Mas essa conversa das promessas de eleições, poupem-me. Mentem para ser eleitos e mentem para manter as expectativas altas, há boas e más razões, mas não são exclusivo de nenhum partido na AR. A única defesa que temos sobre a mentira é o espírito crítico e a análise da traçabilidade das ideias.
Eu não estou agarrado a nenhum discurso ou explicação fácil. Não serás tu que estás? Achas mesmo que Portugal fez os investimentos certos com a dívida que contraiu? Então deves achar que o nosso país está bem hoje, se calhar…
O que me preocupa, volto a repetir, é não ver na esquerda a defesa de um modelo económico sustentável (ex: défices em recessão e superavits em expansão). Hoje, as contas públicas estão incapazes de produzir superavits, apenas com níveis de crescimento irreais é que conseguiriam… Não perceberem as contas públicas e defenderem que foram mentiras o que nos levou a um pedido de intervenção externa continua a parecer-me idiota e deixa-me bastante preocupado com o futuro do país porque apesar de não conhecer muito bem as ideias que tu e o Aspirina B partilham, a amostra que tenho aqui é fraquinha porque contribui para que não passemos da cepa torta…
Francisco Arantes,
lamento bastante que, em vez de ir a correr ouvir uma entrevista considerada histórica, como a do Teixeira dos Santos, tenha perdido tanto tempo a debitar aqui trivialidades inanes. Está a desapontar-me.
Oiça lá primeiro a entrevista, leia o Relatório das PPP’s (está algures no “site” da TSF, se encontrar venho aqui deixar o “link”), conheça os estudos sobre a evolução da dívida pública, do Prof. Manuel Caldeira Cabral (esse sim, um Economista a sério e para mais isento), e deixe de fazer juízos profundos com base nas patranhas da comunicação social que temos.
Essa de comparar o TGV ao novo Aeroporto de Lisboa, então, não lembra ao Diabo…
Descentre-se lá do Sócrates, da sua obsessão com a Esquerda e a Direita e tente perceber que tudo o que disse aqui é uma contradição nos seus termos!
Ora então o pobre do Gaspar só queria era ver-se livre depressa da “Tróica” para poder “voltar aos Mercados” e, “numa outra fase”, pudesse “financiar crescimento (…)”, ou seja, para no fundo VOLTAR A ENDIVIDAR O PAÍS PARA REPETIR AS POLÍTICAS ERRADAS… DO SÓCRATES!!!
Nem vê no ridículo que cai ao fazer estas afirmações contraditórias? Não percebe que isso prova que a consistência do seu argumentário – pior ainda, do seu raciocínio -, é menos sólida do que a de uma sopa de cebola?
Eu até acredito que esteja de boa-fé e queira compreender a realidade, mas isso só se consegue com mais estudo e menos palheta. Faça lá um esforço, se faz favor.
Francisco Arantes, numa coisa concordo contigo a 1000% ou mais: a de que neste blogue as ideias são muito fraquinhas – refiro-me às minhas. Porém, isto é um blogue, o que te deve chegar para estares já preparado para a fraqueza do que muito provavelmente vais encontrar.
Ora, tu andas a rabiar ao longo do cardápio das tangas que foram usadas pela direita para empurrar Portugal para a Troika e assim chegarem ao pote. Agora, vens com o aumento da dívida. Explica-me lá, por favor: em que ano é que a dívida pública atinge valores que te permitem varrer supostas apologias de Sócrates? Terá sido em 2007, quando a dívida até baixou face a 2006? Ou terá sido de 2008 a 2010, quando a maior crise económica mundial em 80 anos levou a uma quebra radical nas exportações e um muito maior número de desempregados, assim gerando menos receitas e mais custos para o Estado? Ou terá sido em 2009, quando a Europa mandou todos os países investirem o que pudessem nas economias nacionais de modo a que a recessão começada em 2008 não se transformasse numa depressão? Aliás, quais foram os países europeus que não aumentaram as suas dívidas no mesmo período e no mesmo ritmo do que Portugal? E ainda, achas que Sócrates também andou a governar a Grécia, a Irlanda, a Espanha e a Itália?
Suspeito que tu não pretendes mesmo pensar.
Anel de Soturno, vou fazer um esforço então.
Por acaso tive a oportunidade de ver a entrevista do Teixeira dos Santos. Faz uma cronologia dos eventos, colocando as culpas da necessidade do pedido externo no chumbo do PEC IV. Ok, que seja. Eu continuo a achar que o modelo económico português é insustentável porque a despesa primária, onde os salários e pensões fazem cerca de 80% não conseguem ser cobertas pelas receitas do estado ano após ano e ou se corta na divida (haircut), ou nos salários ou nas pensões, ou em todos um pouco. Medidas destas é que eu acho que devem ser alvo de uma reforma estrutural. Olhando para o PEC IV, não era isso que vinha aí. O memorando da troika procura fazer isso e agora o chamado “compromisso de salvação nacional” procurará também fazer isso, ou não….
http://economico.sapo.pt/noticias/conheca-todas-as-medidas-do-pec-iv_113830.html
Em relação à necessidade de acesso aos mercados, não precisa de ser apenas para financiar o crescimento (mas também). O acesso aos mercados é necessário também por questões de liquidez. E também para fazer a “rolagem” da dívida. Mas o investimento público, quando faz sentido, é essencial! O que se verifica é que até hoje a dívida cresceu muito e o investimento trouxe ganhos muito marginais, senão não estaríamos na situação em que estamos.
Volto a dizer que não me quero colar à direita, não me coloquem nesse papel, porque estou sempre a ter o cuidado de justificar com a realidade e não com a ideologia os argumentos em debate (sigam os links).
Val, eu não ando a rabiar o cardápio de ninguém. Eu estou a escrever aquilo que vou pensando e lendo como tenho tido o cuidado de indicar, volto a dizer.
Concordo quando dizes que a dívida acompanhou uma tendência dos países europeus, até me preocupei em quantificar essa tendência. Mas então o que é que aconteceu para a partir de 2008 termos ficado tão ao lado?
Eu digo-te o que acho que aconteceu, não houve uma correcção dos nossos problemas estruturais como devia ter havido e houve um entusiasmo pelo aumento da despesa sobre égide de uma política keynesiana que nos colocou na eminência da bancarrota (que se verificou). Eu não acho que tenha havido a intenção de prejudicar o país. Acho é que houve fraqueza intelectual e política para não conseguir ler a situação. A começar no Teixeira dos Santos e a acabar no José Sócrates.
Claro que à 2a feira toda a gente ganha o totoloto, mas era assim tão difícil de prever que num ambiente de instabilidade financeira a dívida não podia aumentar para níveis absurdos?
Eu percebo que vocês devem ter uma afinidade política qualquer que a mim me ultrapassa ao PS e ao governo José Sócrates para defenderem tão afincadamente os seus mandatos. E não me coloco do lado da direita quando pensa que tudo o que foi feito foi mal. O meu argumento é apenas que a situação, como o JGF quis fazer ver era e é extremamente grave, e que os modelos económicos que a esquerda defende não só falharam como advoga-los é um risco que o país corre neste momento (refiro-me ao PS, as políticas do PCP e BE teriam de ser alvo de outra argumentação).
Francisco Arantes, escreveste:
“Eu digo-te o que acho que aconteceu, não houve uma correcção dos nossos problemas estruturais como devia ter havido e houve um entusiasmo pelo aumento da despesa sobre égide de uma política keynesiana que nos colocou na eminência da bancarrota (que se verificou). Eu não acho que tenha havido a intenção de prejudicar o país. Acho é que houve fraqueza intelectual e política para não conseguir ler a situação. A começar no Teixeira dos Santos e a acabar no José Sócrates.”
Creio que isto vai encerrar a nossa conversa, pois é inútil discutir contigo aquilo que tu não queres discutir. Repara: não fazes qualquer ideia de quais sejam esses “problemas estruturais” que afianças terem de ser corrigidos, muito menos fazes ideia se poderiam ser corrigidos em 2 ou 3 anos, e ainda menos ideia fazes se esses eventuais 2 ou 3 anos poderiam ser aqueles de 2008 em diante. No entanto, este estado de absoluta ignorância em que te encontras não te inibe de repetires a lengalenga do Keynes e da bancarrota com que a direita fez o derrube do Governo em 2011. Para ti, o José Gomes Ferreira, notável mentiroso, é alguém com muito mais conhecimentos e sapiência do que as pessoas que efectivamente governaram o País.
Em suma, és mais uma vítima do populismo e da demagogia com que a direita encheu o espaço público por não ter mais nada para apresentar aos portugueses.
Volto a repetir : políticas estruturais são políticas concentradas em criar um modelo económico sustentável. Como disse e repito, têm de ser concentradas em reduzir o nível de dívida, os salários acima da produtividade e o nível médio de pensões (de preferência não as mais baixas). São estes os problemas estruturais que precisam de ser atacados.
Se sou vítima do populismo ou não, não sei, mas acho que me justifiquei bem.
Ficamos então assim, Francisco Arantes. Não chegámos a acordo, mas passámos um bom bocado a bater bolas. Estares convicto da tua opinião é algo que merece todo o respeito.
Já agora, e de alguém completamente insuspeito – bem ao contrário – de ter qualquer simpatia socrática ou socialista:
http://domingosamaral.com/85544.html
O rapaz conta, com orgulho, que guarda todas as facturas de há 30 anos para cá. Até as do café! Tem medo de derrapar nas curvas.
Diz também que algures em criança, teve que fazer, uma vez, 16 km a pé no regresso da escola. E com chuva! Claro que, tal tragédia lhe afectou definitivamente a lucidez.
O Cavaco tem que reconhecer o próprio e reiterado lapso e rapidamente o elevar a Chunga Mor do Reino. O moço merece e não é só pelas palas.
Obrigado Val. Infelizmente a falta de acordo atinge proporções mais drásticas na AR. Temo pelo futuro do país.
“Infelizmente a falta de acordo atinge proporções mais drásticas na AR.”
qual acordo? o governo (psd/cds) cedeu nada e o presidente queria eliminar a oposição com a assinatura de um compromisso que avalizasse a merda que pretendem fazer no pós-troika. ficaram histéricos por o seguro roer a corda e até inventaram um prolongamento depois do árbitro justino ter saído do campo.
Realmente, ninguém percebe pessoas como o Francisco Arantes.
Com um Governo tão bom e tão justo, com um rumo tão bem definido e uma maioria tão sólida na A. R., um Presidente tão responsável e competente e um Povo tão sábio, que sabe distinguir tão bem entre um tretas como o Sòcrates e um Homem de Estado tão culto como Passos Coelho, não percebo o que haja para temer no Futuro do nosso País.
Estamos no bom caminho, agora começamos a nova fase do desenvolvimento económico sustentado e do combate ao desemprego, temos o nome limpo nas praças financeiras, somos bestialmente competitivos e para o ano regressamos limpos e credíveis aos “mercados”, pelo que dentro de dez anos Portugal pode muito bem ser a Suíça da Península Ibérica, no mínimo!
Vamos todos para férias, felizes e contentes, que o País está em boas mãos e o Estado de boa saúde. Graças a Deus e aos nossos governantes. O que é que há para temer, caro Francisco Arantes? Não me diga que tem medo de que não chova neste Outono, é isso?
A verdade, tenho de confessá-la, é que eu, no fundo, gosto é de ser enganado.
Anel de Soturno, eu explico.
Há várias posições que se podem tomar entre achar que temos um governo muito bom e justo, e acharmos que temos um governo de ignóbeis mentirosos que apenas querem prejudicar a nação.
Em primeiro lugar, convém termos consciência daquilo que queremos para Portugal, isso é o trabalho de cada cidadão. E depois, observar no espaço político quem é que nos dá maiores garantias realizar esse sonho e quais os riscos que acalentam.
Eu, sem querer um país neo-liberal, também não quero uma democracia socialista. Quero algo no meio, onde haja um sentimento de protecção na comunidade, ao mesmo tempo que a iniciativa de cada um tem espaço suficiente para fazer a diferença para si e por consequência para os outros.
Para conseguir isto, TENDO EM CONTA A SITUAÇAO EM QUE ESTAMOS, conhecendo a economia no limite das minhas capacidades (que estão concerteza abaixo de muita gente inteligente que existe), o primeiro passo a tomar é afirmar um modelo económico sustentável, coisa que Portugal não tem e está longe de ter.
Apenas afirmar isso é importante, porque nos dá uma meta de um lugar comum para onde poderemos todos trabalhar para lá chegar. Precisa de ser sustentável porque senão o país que estamos a desenvolver tem um fim à vista e eu não quero trabalhar para uma coisa limitada no tempo.
Posto isto, e basta ler os meus comentários atrás para encontrar coerência na minha posição, o que eu digo é que a esquerda portuguesa não faz a defesa da sustentabilidade. Referem-na vagamente como uma coisa importante (ninguém vai fazer o contrário), como fez AJ Seguro na entrevista à SIC, mas estão mais concentrados em defender o modelo económico insustentável que existe no momento ou pior, em agravar os problemas que ele tem.
O que há para temer é que o debate político é dominado por políticas de curto-médio prazo o que impossibilita um esforço de longo-prazo, que é o que de facto desenvolve as economias. “Roma não se fez num dia”.
A direita portuguesa ao menos parece estar preocupada com este problema, que para mim é o principal. Mas tem muitos outros, claro. A diferença está na prioridade que lhes damos. Como eu já disse e já percebeste concerteza, a sustentabilidade é o mais importante para mim, para poder ter filhos que cresçam no meu país e na minha cultura. Os problemas da direita são muito importantes também, mas neste momento são a força política que melhor defende o meu interesse, apesar de não achar também que têm uma grande visão de longo prazo. Mas acho que é melhor que a da esquerda apregoada pelo Seguro, Sócrates, Mário Soares, Manuel Alegre, PCP nem falar, Bloco de Esquerda também só defende os interesses de um certo espectro da população, por isso não os levo a sério… Enfim, entre os dois partidos que têm uma visão para o país, o PSD é o que me dá mais garantias de futuro porque se preocupa com a sustentabilidade e se as pessoas que votam no PS lhes dessem mais poder, ficaríamos todos melhor.
A divisão enfraquece, acima de tudo acho que perdemos força porque o PS e PSD não se entendem, como o Presidente disse. Estão sempre todos mais preocupados em defender o seu canto do que em seguir líderes que não foram votados por eles, como é o caso do Cavaco. Não preciso de ler para saber a opinião sobre ele desta comunidade do Aspirina B. Fico com pena, porque eu não sou capaz por um lado de defender ideias de quem não defende a sustentabilidade do país e que diz aquilo que me parece ser o mais fácil neste momento, refiro-me ao PS, contra o PSD, que com todos os seus defeitos ao menos tem a noção do contexto de ajuda externa em que estamos.
Há algumas coisas que o PS diz com razão. Nomeadamente a concertação Europeia para renegociar a dívida (“just say não” como dizia o Krugman há uns tempos), Portugal não pode agir sozinho e o PS tem essa noção que a herança do Mário Soares e a coordenação internacional socialista promovem, mais que o PSD (PP na Europa). Mas como eu disse atrás, a renegociação da dívida é apenas uma das partes que precisa de ser resolvida. Já se percebeu que estamos em níveis insuportáveis e vamos ter de entrar em default. Mas isso não pode acontecer sem que o modelo económico se ajuste. Mais, até te digo que se estivesse a falar com investidores lhes dizia para não abrirem mão dos direitos à dívida que têm (não renegociarem), porque fazer isso sem antes haver ajustamentos no modelo económico é perder a oportunidade de os fazer de uma vez por todas. Porque depois, políticos facilitistas como têm havido até agora vão explorar o “reset” que se fez ao problema e caminhar de novo para lá. E para além disso, outra coisa que a esquerda ignora é que deixar de pagar a dívida traz custos elevadíssimos para muitas famílias que vivem dos bancos que organizam o sistema financeiro (que é uma concepção de direita). Não são é necessariamente portuguesas e possivelmente vivem com outros problemas.
Bottomline, para perceberes pessoas como eu, tenta não ver a política a preto e branco, há uma panóplia de cinzentos no meio de pessoas que não estão envolvidas num partido ou noutro.
oh arantes! o sistema alimenta-se de patos como tu e vens práki vender auto-sustentabilidade. deves pensar que os amaricanos, bifes & bofes pagam as merdas que te compram por tuta&1/2 e ainda te pagam as tuas idas ao cinema. ganha juízo, pá! esse mundo só existe na cabeça dos tansos formatados para pagarem a segurança social da velhada que polui a marina de vilamoura.
luta contra o sistema se sabes melhor, força nisso.
“Bottomline, para perceberes pessoas como eu, tenta não ver a política a preto e branco, há uma panóplia de cinzentos no meio de pessoas que não estão envolvidas num partido ou noutro.”
parece um pensamento à passos, que revela total ignorância sobre a cor e que acaba por dizer o contrário do que pretendias afirmar. não há brancos, nem pretos e muito menos cinzentos, existem luz e ilusões ópticas, para mais esclarecimentos contacta um catálogo pantone ou vai a uma loja dyrup. entretanto fica à vontade para dizeres mais umas asneiras para divertimento do auditório.
vais ter de ser mais específico em relação às asneiras que divertem o auditório. É querer um modelo económico sustentável? Achar que a estratégia da esquerda não passa por isso no curto-prazo? Ou que a direita procura cumprir o programa de ajustamento?
Obrigado pela explicação de óptica, se sabes tão melhor, faz-te homem/mulher e escreve sobre isso. não vou ficar aqui a trocar comentários que não interessam ao “auditório”.
“luta contra o sistema se sabes melhor, força nisso.”
não dá para lutar, a desproporção de forças é muito grande, só dá para gozar o prato do absurdo em que vivem os defensores do regime, como tu.
Francisco Arantes, todos já vimos e revimos que do que tu gostas mesmo é de ser lido. Tens aqui já centenas de caracteres para te espojares à vontade, nesse teu tom pateta de mestre-escolinha de banalidades.
Mas ao que te perguntam não sabes responder: «Temo pelo Futuro do País» – esta frase é tua (embora as maiúsculas sejam minhas, questões de gosto). Temes porquê?
Era nessa resposta, concisa e clara, que se veria se tu sabes o que pensas, ou se não passas de um papagaio teclante.
Não precisamos de mais de três parágrafos! Temes o quê, concretamente, com gente tão competente e séria em S. Bento (há já dois anos) e em Belém (há mais de sete), hã?
Anel de Soturno, estás à espera que eu me cale por cansaço de escrever? Ainda tenho muita força nos dedos se isso te inquieta e se escrever é um problema neste espaço, estou certo que os moderadores do Aspirina B terão os instrumentos certos para corrigir qualquer problema que advenha dos meus comentários.
E desculpa lá se não gostas do tom mestre-escolinha, mas não te estou a obrigar a ler-me. Existem vários tons para debater na internet, tens revolucionário-da-banheira, mais agressivo, eu-é-que-sei-mas-ninguem-me-ouve-por-isso-tou-me-a-cagar, mais desplicente ou o o bora-debochar-na-direita-por-estao-contra-as-minhas-ideias, que não sei muito bem o que pretende, entre muitos outros. Este tom é o melhor que eu tenho para discutir temas sérios, desculpa lá se não te apraz…
Achei que era claro o temor pelo futuro do país, mas eu passo a explicar.
Portugal não é o único país no mundo. O mundo está num momento de transformação onde tudo indica que os equilíbrios geo-políticos vão, ou estão, a sofrer um choque devido a choques nas economias de vários países (alguns positivos, do nosso lado, infelizmente, negativos).
Eu temo que no final desta crise, quando Portugal conseguir por fim encontrar a estabilidade necessária à sustentabilidade (vide comentarios acima), os custos de organização interna tenham uma factura elevada no posicionamento global e europeu. O PS e PSD têm um papel fundamental na determinação destes custos porque se a posição internacional de Portugal é fraca neste momento, é porque as políticas que saem do bloco central (figurativo) são uma merda.
Para ser mais concreto, temo que mais portugueses troquem Portugal por outros países, assim como empresas que dão trabalho aos portugueses que ficam, assim como pessoas que deixam de nascer em Portugal, e que daqui a 10-20 anos sejamos um satélite secundário da Europa onde não haja nenhuma afirmação de orgulho nacional (ninguém se atreva a colocar-me perto da extrema-direita nestas conversas de palavras curtas, falo de orgulho em valores razoáveis portugueses que como aliás é natural no nosso país, são abertos ao acolhimento emigrante).
É disto que eu tenho medo. De pensar na situação de Portugal no mundo daqui a 10-15 anos e pensar que estou a deixar um país para os meus filhos pior do que o encontrei. É um falhanço que se faz desde estas conversas até à Assembleia.
Desculpa lá, não consigo escrever pouco. De facto gosto de ser ouvido.
vais ter de ser mais específico em relação às asneiras que divertem o auditório.
“É querer um modelo económico sustentável?”
o modelo defendido pelo actual governo é o auto-sustento da direita, falharam em tudo, aumentos só do déficite e do desemprego. lê a carta de despedida do executor do plano, que esteve na origem da crise em quiseram embrulhar o ps.
“Achar que a estratégia da esquerda não passa por isso no curto-prazo?”
passa por pôr a economia a funcionar, recuperar o que a direita tem andado a destruir.
“Ou que a direita procura cumprir o programa de ajustamento?”
até agora a direita não cumpriu nada do que acordou e reacordou com a troika. estamos pior do que estávamos quando subiram ao poder há dois anos. a única coisa que têm feito são negociatas e limpar vestígios dos roubos anteriores cuja investigação anda a marinar com vista à prescrição.
xico! queres mais detalhes ou chega-te assim.
(teclado ingles) O modelo economico do governo nao foi concretizado, nem afirmado. O que esta em execucao e’ um programa de ajustamento orcamental e financeiro acordado entre PS, PSD e CDS.
Um modelo economico tem foco no crescimento sustentavel da economia. Neste momento estamos (os portugueses em geral) a tentar criar condicoes para que se possa realizar tal coisa. A condicao de base e’ corrigir os desequilibrios orcamentais (ja falei sobre isso atras).
As correcoes teem custos sociais fortissimos porque para alem de estarem acompanhadas de desvalorizacao (as pessoas ficam com menos dinheiro para viver), as expectativas sao frustradas. A luz ao fundo do tunel e’ fundamental para manter coesao em torno do ajuste. A luz ao fundo do tunel e’ o tal modelo economico que tenho vindo a falar (por modelo economico refiro-me ‘a caracterizacao da funcao crescimento que inclui contas publicas e funcoes do estado, comportamento das empresas, das familias e do estrangeiro). Isto nao se faz em dois anos. Longe disso! E’ um trabalho diria quase de geracoes, ou continuo. Se as exportacoes reagem mais rapidamente, e depois o investimento directo estrangeiro, a criacao de empresas nacionais, industrias e polos de competitividade demora anos. Ao nao existir uma coordenacao dos partidos do centro sobre as condicoes a criar para o crescimento economico, esta-se a atrasar o problema numa altura em que temos todos a corda na garganta. Mas repito, o que estamos a viver e’ apenas o ajustamento orcamental e financeiro. O Vitor Gaspar explica que se demite-se porque o T Constiticional declarou a sua estrategia inconstitucional e houve uma “erosao significativa no apoio da opiniao publica ‘as politicas necessarias ao ajustamento orcamental e financeiro.”, ou seja, ele nao consegue realizar o ajustamento (quanto mais pensar mais alem). O titulo da carta podia ser “da ingovernabilidade”, como dizia um amigo meu. E’ neste ponto em que estamos. Porque? podia ser uma grande discussao, mas sucintamente repara a quantidade de palavras que ja trocamos e tao poucos pontos que estamos em acordo. Olha para a assembleia e ve o reflexo da nossa sociedade.
Para a economia funcionar o equilibrio tem de ser reposto (ou criado) e uma estrategia de longo-prazo elaborada. Nao ha aqui nenhum partido que saiba mais que os outros e nos va salvar. Teem de ser todos, mas nao e’ ca com merdas de politiquices, e’ com entendimentos sobre pontos estruturais e depois divirtam-se a fazer politiquice sobre coisas menores.
A evolucao tem sido dificil, nao apenas devido aos acontecimentos e erros internos (adiamento das reformas estruturais, subestimacao das previsoes, gestao das expectativas, instabilidade politica), como tambem ao desenvolvimento dos acontecimentos externos (crise nos nossos principais paises exportadores, ataques ao Euro, crise da divida, descordenacao europeia). Mas ainda assim, ja foram conquistados importantes objectivos. Ja se fizeram duas ou tres colocacoes de divida em mercado, os juros tem baixado e as exportacoes tem reagido muito bem.
Eu sei que este e’ o discurso do Passos, nao o pretendo defender gratuitamente e concordo que os custos sociais, nao so no desemprego, na emigracao e na incerteza tem sido grandes. Mas sinceramente, acho que a passar isto mais rapidamente e sem dor, apenas se todos os partidos estivessem unidos em torno das reformas estruturais a fazer (ajustamento), que nao estao. E isso ainda custa mais. E pior, cria mais incerteza, amiga da emigracao, da depressao e da revolta.
se calhar paraste de ler algures ai atras, porque eu para alem de escrever muito, de facto tenho dificuldade em evitar a minha perspectiva mais liberal, coisa que a esquerda portuguesa tipicamente e’ pouco. Mas olha, fica a minha posta…
xico! tens razão numa coisa, adormeci a ler a bula dos estarolas, mas retive uma ideia e um facto caricatos na tua conversa, o plano é destruir o que resta da industria para reclamar crescimento quando surgir alguma coisa das cinzas e o sucesso das exportações de que falas é resultante do mais recente endividamento (investimento) da galp, aumentámos a exportação de gasóleo por causa dos excedentes motivados pela retracção no consumo nacional e tamém exportamos minérios, ouro & prata, extraídos por gamanço ou penhora. brevemente teremos a devolução dos magalhães, caso o portas não peça desculpa ao morales.
Os quimicos, alimentares, maquinas e equipamentos, e gas e eletricidade ultrapassam juntos o peso do crescimento do petroleo e qualquer destas rubricas e’ mais importante que o crescimento do ouro e prata.
Mas se calhar ouviram o Miguel Cadilhe dizer que Portugal devia vender as reservas de ouro nos proximos 10 anos para financiar a reforma estrutural do estado. E’ que no meio disto, Portugal tem uma das maiores reservas de ouro do mundo (16.000 M euros no Banco de Portugal o ano passado)… ou entao continua guardado ‘a espera do momento em que saiamos do euro, para voltar ao padrao-ouro.
oh rodrigues! informa-te antes de botar asneira.
http://www.publico.pt/economia/jornal/combustiveis-explicam-dois-tercos-do-aumento-das-exportacoes-este-ano-26848634
referi a exportação de ouro & prata, porque o sô albaro gabava-se algures deste facto, relacionando-o com os contratos de concessão que assinou e que hão-de funcionar um dia. já agora para tua informação, que deves andar longe do país, o investimento da galp, 1,1 mil milhões, foi iniciado em 2007. tou-me cagando pró cadilhe e manobras de diversão para dourar a pílula.
estou-me a sentir identificado.. manda-me um mail ou mensagem no fb.
e depois vai ao ine.pt saca os dados de exportacoes por tipo de bem, ve o crescimento homologo para Jan-Maio 2012-13 e pondera cada bem aos pesos de 2012.
vai dar milho aos pombos
bom ponto!
Que gostavas muito de ser ouvido já toda a gente percebeu.
Que ninguém tem pachorra para te ouvir já tu deves ter percebido há muito tempo (se não fores parvo de todo).
E por isso mesmo é que acabarás sempre a falar sózinho…
outro bom ponto.
Ya, meu. Ponto final…
exportar produto, que se importou,não dá grande lucro!
o ferreira, e o que faz perguntas são dois bons fdp. quanto ao dinheiro para os salarios foi um embuste.quanto à divida deixada pela direita nas auto-estradas,foi dito varias vezes na comissaõ parlamentar as ppp pelo ps e não foi desmentido (eu ouvi).josé socrates só responde pelas 8 que construiu ,para melhorar a vida dessa gente,e aliciar o regresso ao interior. josé ferreira escuta: josé socrates não debate com “cagalhões falantes”
Desonesto é criticar só pelo bem da defesa de uma cor politica. Pergunto ao blogista se já se deu ao trabalho de ler os relatórios do Banco de Portugal? Faca esse exercicio e verá que J. G. Ferreira nao mente! Poderá ter um opiniao, á qual tem todo o direito, mas mentiroso nao é. Mentir é o que voce aqui faz, com o unico proposito de defender a cor rosa, sem se dar ao trabalho de verificar os dados financeiros oficiais. Obrigados a pessoas como o senhor por porem Portugal de rastos…
ADias, tu que leste os relatórios, bem que os podias trazer para aqui, a fim de arrumares esta questão de vez. Assim só com caganças, não puxas carroça.