Esta noite o céu partiu-se todo só para nos celebrar, meu amor. Os fragmentos quebravam-se em perfis angulosos, o teu rosto iluminava-se e os pedaços caíam num estrondo logo abafado. O som dos pneus sobre a água aproxima-se do restolhar das folhas de outono debaixo dos pés, por caminhos pouco pisados, em versão fast-forward. Estrelas diluídas atravessam a persiana mal fechada e dançam pelas paredes. Ouço contigo o tec-tec da chuva nas janelas, agora sim, agora não.
susana
* Re-post, porque o amor tem o espaço polissémico de tempo e a vida é como as estações.
Publicado na Sociedade Anónima em Outubro 2006
E além de tudo o mais, foi uma noite de trovoada brutal; a primeira deste ano: os anos começam em Setembro, entre trovoadas, mochilas novas para a escola e olha, vê lá tu, saudades (saudades? ou qualquer coisa) da nossa Soca. É pena/temos pena, mas um gajo nunca pode voltar para trás, se o caminho é para diante. Beijos, sis.
Muito lindo. Não sei quem escreveu, mas é muito bonito.
ih pá, foi a susana? :-) (sabes, isto já é sono).
mana, foi por isso mesmo. bela trovoada a de hoje. magnífica. :) beijos.
muito obrigada, cláudia. e dorme bem. :)
tenho dormido com uma gaja ultimamente, susana: a minha canon powershot.
e vou dormir, claro. espero que a máquina não acorde a meio da noite. se acordar de mau humor, dispara.
Não sei como é mais belo o nome: se em hebraico se na nossa língua. A flor, essa, o lírio, sobretudo se é roxa, é uma das minhas preferidas. E a Susana escreve tão deliciosamente quando fala da chuva como quando fala do sol.
Ui!Até parecia que estava a ler o consultório sentimental da “Maria” ou o conto da semana da “Nova Gente”.
Mau, muito mau!
cláudia, estou a ver que vais acordar e disparar a torto e a direito. que sorte, isso é bom.
daniel de sá, agradeço a sua gentileza.
acolito, estou certa de que seria primeira a concordar contigo, caso conhecesse tal literatura. leitura que recomendas, deduzo?
Já recomecei hoje. É a minha panca. Fotografo castanhas e pombos dorminhocos.