Seja humanista… e perca eleições (ou seja morto)

Vivemos tempos estranhos. Parece ser mal visto pelos eleitores – todos, ricos e pobres – que se tenha compaixão e respeito pelos menos favorecidos, privilegiando-se o chicote das duplas punições para quem prevarica (ou entra ilegalmente num país). O humanismo como princípio de política não está a dar definitivamente. Nem aqui, nem na América, nem em Gaza, nem em Israel. Eleitoralmente, deixou de compensar.

Começando pela Câmara de Loures, eu própria estou inclinada a render-me ao não humanismo. Francamente não me choca que quem viva numa habitação social e por isso pague uma renda apenas simbólica veja essa benesse posta em causa a partir do momento em que decida queimar veículos de terceiros, atacar motoristas indefesos ou vandalizar as ruas só porque sim. Se essas pessoas têm filhos e mulher a viverem com eles, não seria melhor que pensassem nas consequências dos seus actos?

Muito bem, o tribunal decidirá das sanções a aplicar. Mas o agravamento da renda de casa para preços de mercado não deveria ser uma delas? Reparem que não estou aqui a advogar o despejo puro e simples. Apenas o fim de um privilégio que muitos não têm e que é perfeitamente legítimo perder, atendendo ao número de interessados em rendas sociais que suponho haver.

Assim, não duvido que, nas próximas autárquicas, o ou os partidos que defendam tais medidas restritivas tenham a aprovação da população – rica, pobre e vizinha – de Loures. Diria que é mais bem visto ser justo do que ser humanista.

E por falar em humanismo, durante anos e anos a Europa acolheu refugiados e emigrantes de todo o mundo, incluindo do Médio Oriente, na sequência de conflitos muitas vezes criados por outros, sem critério (sim, também porque eram necessários), confiando que o humanismo do acolhimento tornasse os acolhidos para sempre agradecidos e, com o tempo, integrados. Nem tudo correu de feição. Sobretudo com os do Médio Oriente. Até ao ponto em que é obrigada a reconhecer, infelizmente por força da extrema-direita racista e xenófoba por natureza, que esteve a importar conflitos religiosos há muito ultrapassados, mortos e enterrados e um conflito civilizacional com o islão, dado o número considerável de praticantes e fanáticos prontos a usar da violência que passaram a compor essas comunidades. Como se constata, qualquer agitação no Médio Oriente que seja sentida como ofensiva dos muçulmanos eriça automaticamente todos os que para aqui vieram, que automaticamente defendem as origens, por mais arcaicas e inaceitáveis que sejam nos dias de hoje e para a sociedade em que era suposto integrarem-se.

Penso que não é já possível não reconhecer a existência de um problema. Achar que são tudo boas pessoas (apesar das más que também há por cá) e que o islão não é já uma religião de conquista é cegueira, ingenuidade e humanismo a mais.

Também em relação à Rússia, a camaradagem com um facínora e sabotador está a sair-nos cara. Aqui a questão é bizarra, porque a extrema-direita, que berra contra os imigrantes, pretende instaurar nos países europeus um regime semelhante ao da Rússia, o que iria destruir a União Europeia. Putin tem aqui aliados. Talvez esta seja a única razão pela qual a extrema-direita ainda não tem facilidade em aceder ao poder. Mas demasiado humanismo pode facilitar as coisas. Se calhar, começar a praticar o não-humanismo contra os extremistas não humanistas não fosse má ideia.

Nos Estados Unidos – e caso não tenha havido fraude nas eleições, como Trump parece ter sugerido ao desincentivar publicamente os seus eleitores de votarem porque já tinha votos que chegassem – parece que o pessoal gosta é do chicote. Deportações de estrangeiros, perseguições a juízes, ocupação das instituições do Estado por fiéis ao líder, caça aos opositores, tudo isto foi prometido por Trump e apreciado pelos eleitores, incluindo familiares dos deportáveis. Humanismo? Para quê?

Tempos difíceis, estes. Está tudo em causa. Até a nossa vontade de não sermos violentos.

32 thoughts on “Seja humanista… e perca eleições (ou seja morto)”

  1. Grande postada! Cinco *****!
    É assim como um raio X, a imagem que mostra não é bonita, mas é a realidade.
    É necessário e é urgente lidar com estas situações com realismo e encontrar soluções que vão de encontro às preocupações das pessoas, caso contrário deixaremos toda a gente, cidadãos e imigrantes à mercê dos Ventrulhas que por aí andam ou venham a aparecer.
    Há uma desconexão gigante entre o discurso partidário e as preocupações das pessoas, que aumentará rapidamente se o discurso não mudar.
    É necessário que o Estado disponha de meios legais, legislação, que lhe permita lidar com eficácia com situações como a que presenciámos. Que possibilite retirar qualquer comparticipação social aos vândalos e marginais que cometam crimes graves. Que no caso dos estrangeiros permita a sua expulsão após o cumprimento da pena de prisão. Que no caso de cidadãos com dupla nacionalidade preveja que seja retirada a nacionalidade portuguesa a tais elementos e que sejam igualmente expulsos do país após o cumprimento da pena. Em ambos os casos sem possibilidade de retorno.
    Já sei que vão chorar que a constituição não o permite, pois altere-se a constituição.
    Não me parece que nada disto seja política contra os mais desfavorecidos ou tão pouco contra os imigrantes. Ao contrário trata-se apenas de defender todos, e em primeiro lugar aqueles que vivendo nos bairros problemáticos são as primeiras e principais vítimas dos vândalos e marginais.

  2. os malucos securitários agora quer roubar as bandeirolas ao mestre andré e abre o saco das medidas para legitimar o crime e a desumanização. enfim uma cambada de burros e ignorantes que durante todos estes anos não percebeu e não quer perceber o que é viver em sociedade, respeito e tolerância. as leis existentes são boas, suficientes e humanas, a sua eficácia é uma merda por que as entidades fiscalizadoras e punitivas não actuam, actuam mal ou em interesse próprio (ler: são calões, não sabem o que andam a fazer ou aproveitam para uns extras). exemplos da estupidez é conferir com as propostas acim, cometidas abaixo:

    “É necessário e é urgente lidar com estas situações com realismo e encontrar soluções que vão de encontro às preocupações das pessoas, caso contrário deixaremos toda a gente, cidadãos e imigrantes à mercê dos Ventrulhas que por aí andam ou venham a aparecer.

    portanto roubar os cachecóis, t shirts e a baliza ao ventrulhas para ganharmos o jogo dele. campeonato errado, ninguém de bom senso joga nessa liga.

    “Há uma desconexão gigante entre o discurso partidário e as preocupações das pessoas, que aumentará rapidamente se o discurso não mudar.”

    ah pois! o discurso tem de mudar, mas não é para esse lado é para o lado do cumprimento das leis existentes e não do facilistismo pretendido pelas corporações policiais e judiciárias que não querem ter trabalho nem responsabilidades e não venham com o discurso do dinheiro. sim, ganham mal mas fazem pouco e mal, quando lhes exigem resultados é que surgem estes problemas. a crise actual é das polícias e do judicial porque lhes pedem resultados e cumprimento da lei. não vejo ladrões atalhos à lei para roubarem mais fácilmente.

    “É necessário que o Estado disponha de meios legais, legislação, que lhe permita lidar com eficácia com situações como a que presenciámos.”

    regredir ao tempo dos regedores e lei da bala, também não resolve o problema porque depois vão todos para polícias e matam-se uns aos outros. só se for pelo prazer dos duelos ao pôr do sol.

    “Que possibilite retirar qualquer comparticipação social aos vândalos e marginais que cometam crimes graves.”

    primeiro é preciso julgá-los e prendê-los, depois caso a sentença preveja qual compensação pecuniária para o crime cometido, esta deverá ser retirada aos seus rendimentos. qualquer outra solução é o estado (tu e eu) a roubarmos seres humanos que têm direitos e só foram privados de se movimentar livremente por um determinado período.

    “Que no caso dos estrangeiros permita a sua expulsão após o cumprimento da pena de prisão. Que no caso de cidadãos com dupla nacionalidade preveja que seja retirada a nacionalidade portuguesa a tais elementos e que sejam igualmente expulsos do país após o cumprimento da pena. Em ambos os casos sem possibilidade de retorno.”

    parece-me que já existe qualquer coisa parecida para casos muito especiais, só para não dizer que tenho a certeza, mas não me apetece ir confirmar. de qualquer forma parece-me que estás a exagerar na dose dos desejos húmidos.

    https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/lei/23-2007-635814

    “Já sei que vão chorar que a constituição não o permite, pois altere-se a constituição.”

    só se for com a maioria desqualificada de direita e mais um golpe de estado do afilhado do caetano.

    “Não me parece que nada disto seja política contra os mais desfavorecidos ou tão pouco contra os imigrantes. Ao contrário trata-se apenas de defender todos, e em primeiro lugar aqueles que vivendo nos bairros problemáticos são as primeiras e principais vítimas dos vândalos e marginais.”

    a ti nada te parece nada por seres tótó. já pensaste que todos esses “inimigos” da sociedade que referes, por muitos crimes odientos que possam ter praticado são seres humanos, tem família e contas para pagar como tu. despejar as famílias e cortar subsídios tem o efeito prático, além de injusto, de gerar mais crime e agravar os problemas sociais. fiscalizem o cumprimento das leis e dos regulamentos sem chamarem a comunicação social para fazer propaganda aos feitos heróicos das corporações que 877 anos depois não ficou entalada nas portas do martim moniz.

  3. Ocorre-me os que ao longo dos séculos foram de gangão desta Europa, por mares adentro, para outras bandas da Terra. A sua superoridade, digamos civilizacional, era tal que nem deram tempo aos povos acolhedores…. para lhes preparar residências – essas coisas… Hoje deliciamo-nos, em books e no canal História, com pequenos restos maravilhosos, surpreendentes até, dessas “desaparecidas” civilizações. Que lhes terá acontecido? Coitados.

  4. oh gerúndio! isso é obra da inflação e das políticas inflacionistas para desvalorizarem os impérios colonialistas, mas o pudim trata-lhes da saúde com a nova desordem mundial. o cruzado no tempo da monarquia valia 400 reis, na ditadura passou a valer 4 tostões e hoje não chega a quatro cêntimos

  5. Já não há pachorra para coincinerados.

    É por burros como tu que muito provavelmente um dia levaremos com o Ventrulha ou outros que tal.
    Deixa de zurrar o que enfiaste no tico e no teco há já muito tempo, experimenta tirar as palas e olha para a realidade que te rodeia.
    Ou seja, cresce e aparece.

  6. o sucesso dos ventrulhas são as missas diárias servidas em toda a comunicação social a toda a hora e o acolhimento que elas têm por ignorantes e ou aldrabões que se identificam com o vendedor e compram o produto, na maioria dos casos para revenda.

    não interessa que seja aldrabão, mentiroso, grunho ou criminoso, o que interessa é que se fale dele, das suas polémicas, mentiras ou crimes, pois a sua popularidade branqueará tudo e transforma-lo-á num génio da política que veio do nada e subiu a pulso. a grunhice nacional limita-se a invejá-lo e copiá-lo, começaram pelo discurso, já vão nos ideais racistas, não tarda estão no nazismo e a exibir o merchandising que ele puser à venda. e com uma cândida descontracção, assobiando para o lado, nos intervalos vão dizendo: não percebo como é que chegamos aqui.

    com certeza que já ouviste falar em salvador allende, amado balmes ou humberto delgado, mas se te perguntar o porque é que ficaram conhecidos, é muito provável que não saibas ou que respondas que foram mandados assassinar respectivamente pelo augusto, general franco e salazar, todos muito mais populares e com muitas histórias para contar.

    acho que chega de tinta para pintar o lado da barricada onde estás.

  7. O que é justo pode ser “não humanismo”

    acho que foi um inconseguimento linguistico motivado por uma vitória indesejada

  8. Ser justo e ser humanista. Sim, pode ser considerado justo por muitos, incluindo os pacatos vizinhos, discriminar negativamente no preço da habitação social quem assume comportamentos anti-sociais e, aos olhos de alguns, tal ser visto como uma medida “cruel”, logo, o contrário de humanista. A Justiça pesará o “humanismo” que existe em destruir propriedade alheia e atentar contra a vida de terceiros, face ao “humanismo” de preservar as condições de habitação dos criminosos.

  9. Um dos textos mais desprezíveis do Aspirina, a defesa das políticas extrema direita . Mas não tem problema que amanhã o Valupi posta uma Dominguice à Bolhão Pato enquanto dá uns gritos á liberdade nas muralhas de Monção… perdão…da Cidade

  10. sim. é um problema de justiça, mas os considerandos parecem-me excessivos e especulatórios.
    o agregado familiar não é responsável pelas asneiras do chefe da família e penas acessórias, aos descendentes para serem despejados, não me parecem justas ou contribuam para resolver o problema, mas sim agravá-lo com mais revolta e delinquência.
    mas o problema não está aí, está no título do poste e no substrato da provocação induzida.

  11. Penélope, se perante estes crimes de vandalismo te sentes tentada a abandonar o humanismo e a defenderes que deixemos de ser todos iguais perante a Lei, não estarás exactamente a validar a resposta violenta de alguns perante a morte de um dos seus?

  12. «O humanismo como princípio de política não está a dar … Eleitoralmente, deixou de compensar.»

    Estava aqui a tentar lembrar-me de quando compensou. Quando é que alguém disse ‘vamos receber mais emigrantes’ e por isso ganhou a quem disse ‘vamos receber menos emigrantes’? Se esses emigrantes vão inevitavelmente usar recursos – casas, hospitais, escolas – que são já escassos ou deixam a desejar? E se vão contribuir, aumentando a oferta laboral, para baixar salários que são já dos mais baixos? E se trazem com eles outras culturas, religiões e fanáticos que não se querem integrar?

    E quem ganhou eleições a prometer ajudar os mais pobres em vez da classe média ou que julga lá estar, i.e. a vasta maioria da população? Depois não ajudam nem uns nem outros, claro, mas que classe média, real ou ‘aspiracional’, vota para ajudar os abaixo de si em vez de si mesma?

    Lembram-se de alguma eleição assim em algum lugar? De momento só me lembro de carneirada a votar em promessas (sempre incumpridas) em benefício próprio. E além de comprarem tais tretas uma e outra vez, nem têm a inteligência de exigir redistribuição aos mamões acima deles.

    O pessoal gosta é do chicote? Sim, muita gente é assim. Mesmo muita. E é assim que os mamões nos querem: ignorantes, distraídos, gananciosos, egoístas, submissos, se possível religiosos, para falarmos de tudo menos do que importa – da riqueza excessiva deles, do poder total deles, da farsa ‘democrática’ que alterna PS-PSD, Democratas-Republicanos, Labour-Tories, os pulhíticos que perpetuam esse poder, e de como podemos mudar isto. Jamais lá iremos com xuxas, Penélopes e volupis.

  13. estava aqui a estranhar a falta do disco riscado dos mamões com receitas para cozinhar emigrantes e classes desfavorecidas com recheio revolucionário abstrato e molho agridoce xinês.
    amanhã o prato do dia será omeleta de zeros cozinhada em vácuo induzido em bolas de ping-pong por trabalhadores norte-coreanos especializados em mamar as anteriormente citadas.

  14. e a marquise da múmia? e a vivenda da múmia? ………………………………………………………………………………………….

  15. guida: De que lei estás a falar? Um estudante universitário que usufrua de uma bolsa de estudo tem que mostrar aproveitamento, caso contrário perde-a. Tal como os habitantes daquele bairro de Loures, esse estudante também foi considerado desfavorecido e por isso o acesso a qualificações que lhe podem melhorar a vida são apoiadas. Como disse, não advogo a expulsão de casa quando haja familiares afectados por isso. Mas o apoio deveria ser posto em causa, sim. As leis podem provar não ser perfeitas e, se perante circunstâncias não previstas inicialmente, se considerar que determinada lei é incompleta, pode e deve ser alterada.

  16. “Como disse, não advogo a expulsão de casa quando haja familiares afectados por isso.”

    a coisa que encontrei no poste, mais parecida com isso, foi esta:

    “Se essas pessoas têm filhos e mulher a viverem com eles, não seria melhor que pensassem nas consequências dos seus actos?”

    tudo o resto vai no sentido contrário e até prevê o aumento arbitral da renda como pena acessória, não sendo claro se o árbitro seria o tribunal ou o senhorio, se há moldura penal para essa fotografia ou se é o presidente da junta que encomenda o caixilho ao zé dos alumínios, o qual passaria a ter o tribunal constitucional à perna.

    tenho pena mas não há latoeiro que martele o conceito “consequências dos seus actos” para encaixar a rendição do humanismo. as leis para serem justas têm de ser humanas, caso contrário não são precisas, é o regresso ao apedrejamento pelos vizinhos ou à mutilação pelo encarapuçado.

  17. As simplificações sāo sempre perigosas, porque são via aberta para o populismo. Mas, se vamos por aí, entāo para simplificaçāo, simplificaçāo e meia. Ou seja, o paralelismo com o beneficiário de uma renda social nāo será se o estudante chumba perde a bolsa (mas pode continuar a estudar, desde que pague), mas sim se o estudante chumba, ele e todos os seus familiars que têm bolsa, perdem-nas. É isso, nāo?

  18. a pergunta não era para mim, mas a lei deve ser esta:

    Artigo 2.º
    Âmbito
    1 – Todos têm direito à habitação, para si e para a sua família, independentemente da ascendência ou origem étnica, sexo, língua, território de origem, nacionalidade, religião, crença, convicções políticas ou ideológicas, instrução, situação económica, género, orientação sexual, idade, deficiência ou condição de saúde.

    aqui a lei prevê posse da habitação sem uso durante cumprimento pena de prisão

    artigo 5
    Uso efetivo da habitação
    4 – São motivos justificados para o não uso efetivo da habitação, nomeadamente, a realização de obras devidamente autorizadas ou comunicadas, durante os prazos para elas definidos, ou a pendência de ações judiciais que impeçam esse uso.

    https://diariodarepublica.pt/dr/detalhe/lei/83-2019-124392055

  19. Esta área de comentários mais parece o recreio de um jardim escola mas em versão serôdia.
    Há por aqui meninos que estão convencidos que os criminosos que incendeiam carros e autocarros são trabalhadores super explorados por patões semiesclavagistas, que por se sentirem revoltados, no final de um árduo dia de trabalho, vão pela noite e madrugada incendiar uns caixotes de lixo, uns carros ou autocarros.
    Depois regressam a casa, dormem 2 ou 3 horas e aí vão eles para mais uma jornada de trabalho árduo.
    Devem também acreditar no Pai Natal.
    Pois… ou abrem a pestana ou é melhor começarem a reler a história dos 3 porquinhos e do Lobo Ventrulha.

  20. ” os criminosos que incendeiam carros e autocarros são trabalhadores super explorados por patões semiesclavagistas, que por se sentirem revoltados, no final de um árduo dia de trabalho, vão pela noite e madrugada incendiar uns caixotes de lixo, uns carros ou autocarros.”

    esses trabalham para apartidos de extrema-direita e para a polícia, raramente vão presos e quando vão é por engano, no dia seguinte estão cá fora, sem marcas de agressão ou contas da funerária para a família pagar.

    “Depois regressam a casa, dormem 2 ou 3 horas e aí vão eles para mais uma jornada de trabalho árduo.
    Devem também acreditar no Pai Natal.”

    estes trabalham para os patrões dos outros, dormem pouco, são mal pagos. no regresso a casa, a polícia não os deixa passar, são agredidos e por vezes morrem porque escorregaram na escada ou levam uma rajada de tiros porque ofereceram resistência à polícia por ameaça com facas de cozinha que se recusam a colaborar com a investigação, apesar de haver portas arrombadas para o efeito.

    para mais esclarecimentos entra em contacto com a menistra da administração interna que encomendou a campanha publicitária “sinta-se seguro”, o super-intendente que forneceu meios, mão-para-toda-a-obra e binómios e assessoria estratégica do grupo 1143.
    https://www.publico.pt/2024/11/09/sociedade/noticia/mouraria-psp-fiscalizou-cerca-100-imigrantes-so-situacao-irregular-2111203

  21. Penélope, segundo o que se lê nos jornais, os autores dos actos de vandalismo são sobretudo jovens. Ou seja, não são eles os titulares dos contratos de arrendamento. Logo, para que essa penalização fosse aplicada teria de ser extensível aos pais ou avós desses delinquentes. Caso contrário, teria pouca ou nenhuma aplicação e serviria apenas para reforçar a ideia do Chega de que nesses bairros são todos criminosos.

    Falas em deportação, mas muitos habitantes destes bairros são portugueses, tal como os seus pais e avós. Tecnicamente, mais portugueses do que eu, e tantos outros, filhos de emigrantes e nascidos por esse mundo fora.

    Por fim, ocorreu-te um outro benefício dado pelo Estado, mas não te ocorreu mais nenhum crime que pudesse penalizar os moradores de bairros sociais. E são muitos, espalhados por todo o país, e habitados por portugueses de gema. Deixo uma questão, usando o teu exemplo, se o tal aluno não chumbar, mas for apanhado a conduzir bêbado, será que perde a bolsa? Ou conduzir bêbado não pôe em perigo a segurança de todos?

  22. A Penélope percebeu como sopram os ventos e já está a dar o salto. Força nisso, é capaz de ainda haver umas migalhas para os últimos a lamber a bota do fascismo.

  23. conseguiram, já não se fala do problema e de quem o desencadeou assassinando um ser humano, que ainda a noite passada dormiu descansadinho na sua caminha numa boa casa do bairro da policia pela qual paga zero paga pelos meus impostos e com um bom ordenando na conta do banco tudo para andar de verga direita num bom carro pago pelo meus impostos e se calhar a sacar droga a essa gente e a vender por fora. caganda cambada de nhorros me sairam esses policias são piores que essa gente. essa gente trafica e rouba pra comer quem os mata fá-lo pra enriquecer.

  24. guida: Se são sobretudo jovens e, portanto, não titulares do arrendamento, a sanção não se aplica. Haverá outras. Mas aplicar-se-á aos titulares. Não vejo qual a dúvida.
    Eu só falo em deportações no parágrafo relativo aos States e para me referir à política anunciada pelo Trump para os estrangeiros ilegais. No entanto, já que falas nisso, também na Europa se ouvem hoje governantes longe de serem da extrema-direita a falar em deportações não só de imigrantes que cometam crimes ou distúrbios, mas que também não se adaptem aos valores ocidentais, pelo que não há que fugir ao tema. Está na ordem do dia. Como fazer isso a cidadãos que tenham dupla nacionalidade ou apenas uma de um país europeu, não sei. As legislações são diferentes. Possivelmente vamos assistir a uma regressão nas leis da nacionalidade mais generosas.
    A minha posição quanto a estas questões é a de não negar que elas existem. Se há violência nas ruas em muitos países europeus e se ouve gritar Allahu Akbar como grito de guerra contra “os infiéis” (felizmente não é ainda o caso em Portugal), nomeadamente quando o Médio Oriente entra em polvorosa, temos um problema e temos que pensar no que fazer. Isto não é ser do Chega, é justamente querer que não sejam os partidos de tendência nazi e com agendas ditatoriais a resolverem esse problema (criando outros quiçá mais graves, como o fim da democracia).
    Um estudante subsidiado que, ainda que embriagado, não atropele pessoas nem cometa infracções puníveis por lei, se tiver aproveitamento, mantém a bolsa. Se atropelar pessoas, será julgado e preso e a bolsa vai automaticamente à vida, pois nem matrícula haverá. O mesmo para um indivíduo que cometa crimes sendo beneficiário de habitação social. Na cadeia não ganhará para pagar a renda. Mas, regressado a casa, deveria ver a renda agravada. Mesmo que temporariamente. Tipo um sistema de pontos, como na carta de condução. Os dependentes desse indivíduo não têm que pagar pelos seus actos (apesar de, se ele for preso, alguém ter de assegurar a renda e manutenção da habitação).

  25. “Mas aplicar-se-á aos titulares. Não vejo qual a dúvida.”

    eu vejo, chama-se lei de bases da habitação, capítulo 1, art.. 5º. nr. 4

    “São motivos justificados para o não uso efetivo da habitação, nomeadamente, a realização de obras devidamente autorizadas ou comunicadas, durante os prazos para elas definidos, ou a pendência de ações judiciais que impeçam esse uso.”

  26. “Um estudante subsidiado que, ainda que embriagado, não atropele pessoas nem cometa infracções puníveis por lei, se tiver aproveitamento, mantém a bolsa.”

    Penélope, a Lei não é tão benevolente com condutores alcoolizados como tu. Se o condutor está embriagado já está a cometer uma infracção que, dependendo da taxa de álcool no sangue, pode dar prisão, ainda que não tenha atropelado ninguém.

    Quanto ao resto, penso que um partido desprovido de humanismo se parece mesmo muito com um partido de extrema-direita, tenha o partido o nome que tiver.

  27. “Na cadeia não ganhará para pagar a renda. Mas, regressado a casa, deveria ver a renda agravada. Mesmo que temporariamente.”

    Regressar a casa e “ver a renda agravada” não é, seguramente, uma boa medida de reabilitação. Só agravaria a situação.

    (Se eu fosse posto na rua, depois de sair do chilindró por não ter dinheiro para pagar a renda nem conseguisse emprego, ou ia viver na rua e alimentar-me nas modernas sopa dos pobres ou ia roubar; neste último caso, a primeira pessoa que eu assaltaria, se a conhecesse, era a sra. Penélope. Mas asseguro-lhe que não se lamentaria de qualquer agressão. Fazia tudo com jeitinho. A sra. Penélope queixava-se à bófia e eu era preso outra vez. Mas pelo menos tinha papinha. Até que a sra. Penélope começava a ter pena de mim . Ainda acabávamos amigos, quem sabe se para sempre, marcando-me dias para ir a sua casa papar. Bem esticadinho ainda dava um filme amaricano)

  28. guida: Não se enfia “humanismo” à colherada pela boca das pessoas abaixo. Na América, acabamos de ver como o vomitaram. Acredito mais em leis justas e na sua aplicação (em democracia). A oferta de um tecto a quem tem condições para trabalhar pode perfeitamente vir acompanhada de contrapartidas de bom comportamento social. Não me choca. Na Dinamarca, as mulheres de imigrantes ou refugiados que recebem subsídio passaram a ser obrigadas a procurar emprego, caso contrário, ao fim de três anos, perdem o subsídio e são obrigadas a fazer trabalho comunitário. Em todos os casos tem que haver regras.
    Mas ainda dentro do que é justo, também qualquer polícia que abuse do seu poder de fogo ou que se oriente por princípios racistas deve ser punido. E bem.

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