Religião e bestas

Não sei de nenhuma boa ação que um crente faça que um bom não crente não faça. Ao contrário de um crente, um não crente nunca matará em nome de uma religião. No entanto, tanto um crente como um não crente podem matar por qualquer outro motivo. Um crente, porém, mediante umas ladainhas, vai para o céu.

Para a vida pacífica em sociedade, é esta a importância que atribuo às normas e credos religiosos – nenhuma. Isto dito, do crime cometido ontem numa igreja em Saint-Etienne du Rouvray, extraio as seguintes conclusões:

  1. Felizmente, a frequência da missa era mínima; quase não havia quórum.

  1. Deus não impediu o ato cometido em nome de Alá na sua suposta casa. Trata-se, portanto, de um omnipotente que permite com divina indiferença que existam vítimas do amor por ele. A religião é de uma utilidade que me faz suspirar-

  1. Mortos os assassinos, que degolaram o pobre do padre no altar, ficámos sem saber se tinham ou não problemas psiquiátricos, para além do da adoração de Alá, o tal que venceu Deus numa igreja católica. Mas é indiferente, penso eu.

  1. Um dos assassinos estava já classificado de perigoso pelas autoridades e era vigiado eletronicamente por ter tentado viajar duas vezes para a Síria, mas – vamos rir – constava dos termos da sua libertação a interrupção dessa vigilância entre as 8h30 e as 12h30. O crime foi entre as 9h00 e as 11h00. A França era uma sociedade livre e despreocupada. Vai ter que mudar um pouco.

  1. As declarações de François Hollande a propósito foram confrangedoras. Andou tudo à volta da magnífica observação “Estamos em guerra com o DAESH.” Ora, numa altura em que já se percebeu que qualquer desequilibrado mental que saque de uma catana, faca, revólver ou bomba e desate a matar pessoas aqui no Ocidente depois de gritar que Alá é grande é imediatamente alistado, às vezes sem o saber, no exército de atacantes suicidas do “Estado Islâmico”, parece-me que haveria muitas coisas diferentes a dizer sobre estes crimes sem fazer inchar o ego das bestas com aspeto humano que se lembraram de “acelerar o apocalipse”, atribuindo-lhes a importância e o estatuto de inimigos (militares).

15 thoughts on “Religião e bestas”

  1. “Ao contrário de um crente, um não crente nunca matará em nome de uma religião. ”
    .
    não!!?? os Jacobinos…os mesmos atrasados mentais que andam a promover a Islamização na Europa e atacar os Católicos…

  2. pois , o mao , o stalin e esses doidos todos mataram em massa por ideologias e taras . fé , fezadas , vai parar ao mesmo.

  3. Devia ser proibido e constar dos direitos das crianças, introduzir as crianças nos credos antes dos 14 anos.
    As escolas religiosas que catequizam as inocentes crianças , antes de poderem discernir são (de acordo com o proscrito ex ministro da educação do Paquistão), são uns alfobres de radicais, que por vezes, se as circunstancias se proporcionam (Molembeck), levam a criminosos. Já tinha percebido(parabens por isso) que não encaixava bem, nesta voz do “dono”.

  4. “Devia ser proibido e constar dos direitos das crianças, introduzir as crianças nos credos antes dos 14 anos.”

    pela primeira vez escreveste uma linha decente, só faltou acrescentares baptismos de livre vontade e a partir dos 14 anos, idade que podes conduzir motorizada com o pente a sair do bolso traseiro. no § seguinte fizeste explodir a gelamonite fachócatolica adquirida na catequese. dass… caíram aqui os grunhos todos.

  5. As religiões serviram o seu propósito, mas hoje não passam de um conjunto de ideias idiotas. O curioso é ver a esquerda armada em defensor do islão depois de décadas a cascar na igreja católica.

  6. A Europa imperial fodeu África e o Próximo Oriente.

    Inventou aqueles países catequisou-os e abandonou-os antes do tempo.

    Pensava que com a neo-colonização os explorava mais facilmente do que com a colonização.

    Agora a Europa está invadida pelas vítimas que não podem viver nos seus países destruídos.

    E agora?

    A Inglaterra já fechou o Túnel para a Ilha está-se cagando para a democracia,já tem câmaras e drones a filmar todos os metros quadrados das cidades.

    O Holande ainda continua a dizer que temos que salvar a “nossa demoracia”.

    Foda-se!

  7. Ver todas as religiões colocadas no mesmo saco, e classificar no mesmo ambito, por exemplo, o ritual de celebração da paz, comunhão e fraternidade, e a degola de um ancião aos gritos Alá é grande, é a primeira vitória da demência fundamentalista de inspiração islâmica. O Daesh agradece o teu contributo, Penélope.

  8. ò galuxo, o césar das neves pode fazer-se explodir todos os dias no manhólas que nem sequer contas as vítimas de paralízia cerebral.

  9. Caro Ignatz: se o Lucas Galuxo e outros gajos do Aspirina B te incomodam não respondas.

    Vira-lhes o cu e manda-os foder.

  10. “Em primeiro lugar, quiseram impedir-me de concorrer a Presidente da República. Em segundo lugar, tal”. E acrescentou: “Mas a minha vida política terminará quando eu quiser”.

    Manuel João Vieira? Vitorino Silva? Maria de Belém Roseira? Marcelo Rebelo de Sousa? Rui Rio ou o Ignatz do pai Tomás? Quem disse, afinal?

  11. Lucas Galuxo: Para além do que já disse o Aquaporina sobre as religiões em geral, que subscrevo, lembro que esse “ritual de celebração da paz,” etc. de que falas, e presumo que te referes aos católicos, nem sempre foi assim. Só agora, e ao fim de muitos séculos, lhe cabe esse papel (e que outro lhe restaria, neste Ocidente?), sobretudo sob a liderança de alguns papas, como o atual. Mas tem pouco efeito prático esse ritual. Há pessoas boas na igreja católica, mas há muitas mais fora dela, pelo que a religião parece-me não ser fator minimamente determinante do ideal pacifista, igualitário e fraternitário. Também não sei que fraternidade e paz haverá no abuso de menores a cargo de religiosos e religiosas católicos, mas enfim, dir-me-ás que duas centenas de árvores não fazem a Amazónia. Mas que a Amazónia as tenha encoberto já dá que pensar. O que eu meto no mesmo saco são as religiões no sentido em que invocam divindades. Não há divino, não há divindades. A violência dos jihadistas não se justifica nem se aceita. E é do domínio da demência e da alucinação coletiva, embora tal aproveite politicamente e tenha uma explicação histórica e sociológica-.

  12. “Nem sempre foi assim”
    Pois não, Penélope. Houve tempo em que a medicina era incapaz de evitar que uma cárie dentária provocasse a morte do paciente, ou a política se definia pela quantidade de inimigos empalados. Talvez não tenhas ainda reparado mas as sociedades e as actividades humanas, da culinária à música, passando pelas religião, evoluem. O que parece que não muda é a existência de grupos de pessoas que não toleram os que cultivam formulações e discursos sobre o sentido da vida e da morte diferentes dos seus. Cortar-lhes a cabeça ou escarnecer das suas práticas é mera diferença de escala.

  13. Lucas Galuxo: Estás então pronto para tolerar “o sentido da vida e da morte” dos maluquinhos do Daesh. Têm um.

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