Declarações de François Hollande, ontem, em carta publicada no JDD, a propósito do 90.º aniversário de Jacques Delors.
A ideia da «vanguarda», desenvolvida depois pelo primeiro-ministro Manuel Valls, é gira, extremamente oportuna e vem mesmo na linha do «apaziguamento» promovido pela França na recente crise grega. E é uma ideia conciliadora como mais nenhuma. Pois haveria lá maior harmonia do que oficializar uma fratura, após o triste espetáculo a que o mundo assistiu? Ainda por cima, reparem, não seria sequer a fratura observada nas últimas semanas, ou seja, Alemanha, Holanda, Finlândia, Áustria e Bálticos de um lado, contra França, Itália, Chipre e Grécia do outro. Não. É que a primeira seria liderada pela Alemanha. E isso não pode ser. A segunda já nem tanto. Mas, em termos de zona euro, corresponderia a quê exatamente esta vanguarda selecionada? Aos países menos endividados e em melhor situação económica, autorizados assim a ditar as regras e as rédeas? É que a situação da Itália não é melhor, neste momento, do que a da Espanha.
Segundo Valls, seis países – os seis fundadores da CEE – elegeriam um governo para a zona euro e os restantes 13 (dos atuais 19) ficariam a ser governados por ele. Nesta «retaguarda» ficariam países tão sintonizados como a Áustria, Portugal, a Irlanda ou a Finlândia. Estamos a ver. Resta saber o que fariam da Espanha, com uma dívida bem inferior a alguns dos seis.
Era o aniversário de Delors e fica bem a Hollande recordar e enobrecer o passado. Mas, sessenta anos depois, muita coisa mudou. Para pior. Afinal, Hollande também quer expulsar a Grécia da moeda única, só que acompanhada de outros 12. Uma autêntica proposta de paz para a Europa. A que faltava.
Ou seja, em vez do Império Alemão, recuamos ao Império Carolíngio no seu estado original
O Holande também quer brincar aos Impérios e aos Reizinhos!
Não quer que os alemães brinquem sozinhos!
Já previa que ao holandinho nem os”irmãos” socialistas dão qualquer crédito. Para compor o ramalhete nos média, que a Merkl não decide sozinha, serve; mal ,mas também não temos outro!!
quando Delors fez o relatório para a UNESCO, e de onde saiu “os quatro pilares da educação”, o aprender a ser – o último pilar – estaria como o integrador dos restantes. era um esquisso deloriano para um futuro e aplicável em diversidade, estou convencida. e hoje, o futuro, aprender a ser é tudo o que falta na europa. isto dá tristeza. :-(
ontém iam investigar a lavajato e relações com operação marquês, prendiam as odes do brecht, as construções do lena, as contas do santos silva e finalmente caçavam o sócras. hoje dizem que “crime que permite investigar lula da silva não existe no nosso ordenamento jurídico”. devem ter tocado as campaínhas do alarme que a bêbada da justiça mandou montar no sistema. ainda não é desta que o calex justifica a prisa do sócras e que o rosmaninho vai em diligência processual a copacabana.
Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/exclusivos/detalhe/lei_portuguesa_trava_lava_jato.html
O nosso ordenamento jurídico foi muito bem pensado…
Esperem pelos novos aditamentos ao código penal e à constituição da república.
Parece-me uma boa jogada política, esta do Hollande. E a demonstração de uma elevada inteligência e prudência.
Com a sua proposta conseguiria assegurar o controle dos socialistas sobre o governo da zona Euro. Talvez consiga ainda encaixar a Hungria. Ou a Polónia de Jozef Retinger.
Ter um Vals na sombra é sempre garantia de iluminação.
Penélope,
estou de acordo com o que escreveu o Hollande e em completo desacordo com o que disse o Valls.
Atribuir a Hollande a ideia do Valls parece-me exagerada, no entanto o silêncio do Hollande não deixa de ser estranho.
A ser verdade o que opinas, só demonstra que esta Europa é dirigida por gente muito pequenina, toda ela enredada nos seus projectos pessoais de poder.
É pena, porque a ideia tinha pernas para andar se tivessem cuidado primeiro da solidariedade e igualdade, para então se poderem entreter com a economia.