A teoria do «big bang» é verdadeira, a evolução é um facto, mas deus existe, não se assustem, diz o papa Francisco. Deus criou tudo, incluindo o princípio de tudo. Depois, ficou a assistir. Perdido de gozo, imagino eu, porque má consciência não se permite ter.
A explosão inicial estava afinal sob controlo do criador e a miséria por que passam os humanos, surgidos muitos milhões de anos depois, até atingirem o bem-estar, os que o atingem, também faz parte do plano. Há um criador, mas ele deixa-nos à vontade, parece que com uma leis apenas. Um querido.
Bom, o papa Francisco é simpático e descontraído e decerto já percebeu o ponto da questão no que à religião diz respeito. Por isso, não sei que dizer destes contorcionismos narrativos dirigindo-se aos crentes. Ou o povo crente é analfabeto e/ou estúpido e acredita que há algum sentido em tão disparatadas explicações e tentativas de conciliação entre religião e ciência (e aí Francisco dá a ração pretendida e digerível), ou o povo crente pouco liga à maior ou menor profundidade das palavras dos representantes de deus na Terra, muito menos às explicações científicas, gosta é do simbolismo, do mágico e do ritual (e aí não é necessariamente para eles que Francisco fala). As duas hipóteses podem coabitar.
Deus é uma ideia que convém. Ponto final. Por isso, tanto faz o que dizia Bento XVI sobre o desenho inteligente ou o que agora diz o papa Francisco. Do ponto de vista dos fiéis, tudo o que eles disserem está bem. Francisco, aliás, parece ter a noção do que se passa. Por isso, tem confiança suficiente para abraçar a ciência, todas as ciências, incluindo as cósmicas. Mesmo as que demonstram que deus é uma criação do homem. No limite, penso que o papa podia até declarar com todas as letras que deus é uma ficção. Continuaria a ter fiéis. Só que é arriscado. A ortodoxia da Igreja não aprecia. Um dia destes, pode acordar morto.
Estou ansioso por ouvir o Facho das Neves.
A religião é como o WWF. Toda a gente sabe que é a fingir mas está cheio na mesma.
acho tão pouco inteligente abordar a religião assim, Penélope. até porque orar é íntimo e secreto e raramente partilhável – como tudo o que se sente e não se vê. os crentes não são ignorantes, são crentes.
e se a crença também dá para isto,
https://www.youtube.com/watch?v=opFgeLWgoDI
eu sou feliz por ser uma não crente católica que crê que a crença pode, sim, fazer-nos a todos mais felizes. :-)
Estás desactualizada, Penélope Bandarra. Até o teu guru neoateísta fundamentalista já reza.
http://www.washingtonpost.com/news/local/wp/2014/09/12/can-atheist-sam-harris-become-a-spiritual-figure/
Mete-te na tua vida e deixa-te de perseguições aos infiéis da tua fé, como fazem certos homens de barba.
penélope,bom texto graças a deus!
Ólinda deves ter sido exorcizada quando eras criança!
então porquê, Tira-Dentes, se desejo ardentemente e amiúde ajoelhar-me ao diabo para comungar de uma oração lambida? :-)
Chama-se a isso deísmo, Penélope. Não é nenhuma novidade, tem umas barbas longas como o avôzinho.
o ministro da propaganda do iraque, de nome pires de lima,anunciou com muita alegria, que hoje, portugal é o 5. país “mais amigo” de fazer negocios. devem ter chegado a esta conclusão, depois de ter ouvido os chineses,que só lhes falta comprar o governo! estão a dizer-me que já comprou!
“Ou o povo crente é analfabeto e/ou estúpido e acredita que há algum sentido em tão disparatadas explicações e tentativas de conciliação entre religião e ciência.”
Penélope, os crentes acreditam que um morto-vivo, com 2014 anos de existência, filho de uma virgem, lhes irá dar possibilidade de irem para o paraíso, se estes, simbolicamente, beberam o seu sangue e lhe pedirem, por telepatia, perdão pelos pecados que uma mulher – feita a partir de uma costela de um homem – cometeu, influenciada por uma cobra falante.
Achas mesmo que se vão acreditar nessas tretas do Papa Francisco ? Jamais.
A crónica e comentários destes sócioslistas põe a nu a sua natureza ateia, verdadeiros comunistas envergonhados. Estes metem-me asco, prefiro a honestidade de um stalin de um mao ou até de um fidel que tudo fizeram para que acabasse a religião com pouco sucesso diga-se.
Imaginem um super jogo de simulação, imagem um adolescente com um supercomputador, imaginem….
Pronto é isso, uma super simulação num super computador…
é pouco ? pois, uma versão moderna dos elefantes e das tartarugas
Que a Igreja se concilie cada vez mais com a ciência é uma virtude que se deve enaltecer, pois houve tempos em que a teve por inimiga.
Até porque a Igreja não se envergonha dos avanços científicos que também proporcionou nem dos seus fiéis que, com o seu génio, igualmente o fizeram.