Diz o diretor do jornal i, juntando-se a outros do mesmo jaez que por aí abundam, que a posição que o PS assumir na votação do próximo orçamento de Estado é muito importante para a imagem externa do país. Logo, em seu douto entender, o maior partido da oposição deveria abster-se. “Negociada e racionalmente”, mas abster-se.
Ora, estamos muito fartos desta conversa da direita, que, aliás, só é verbalizada porque Seguro é o que é. É fácil ver nele hesitação, falta de coragem, calculismo burro e valorização despropositada da amizade pessoal com este inenarrável primeiro-ministro, no fundo, permeabilidade à chantagem. Mas o facto é que as opções erradas, o experimentalismo e o fundamentalismo do atual governo são fortemente responsáveis pelos desvios colossais nas contas públicas deste ano. Amanhem-se, pois, com o orçamento.
Mas o argumento de que o partido socialista tem a obrigação de se abster porque é responsável por boa parte da situação negativa da economia e das finanças públicas devido às opções erradas tomadas nos últimos anos é o exemplo máximo da demagogia e da desonestidade. Que responder a isto se não um sucinto e malcriado “vão à m…”? Pela enésima vez, que teriam feito as luminárias da direita, se estivessem no poder, para aparar o choque de 2008/2009, quando começaram a falir empresas em catadupa e não só aqui, em toda a Europa, ao ponto de ter sido acordado por todos os Estados-Membros que se adotassem medidas de estímulo à economia, nas quais se incluíam investimentos do Estado, muitos deles com a comparticipação da UE, nem mais, e se desrespeitassem os limites dos défices, o que forçosamente aumentaria a dívida pública, como aumentou em todos os Estados? Teriam abandonado o Conselho Europeu em protesto, desafiando a Merkel da altura, toda ela ajudas públicas e flexibilidade, por quererem aproveitar o ensejo para chamar os chineses, fechar o que não lhes interessasse e mandar embora quem estivesse a mais?
Não estava José Sócrates a controlar as contas antes do eclodir da crise financeira internacional? Estava. E como se sentiam as luminárias então? Roídas de inveja com a preocupação de rigor e contenção, com o dinamismo, a determinação e a visão de futuro do novo primeiro-ministro, decidindo até, em desespero de causa, começar a manchar-lhe a reputação e honra por meio de golpes sujos nunca vistos. Tenham vergonha.
A democracia não está suspensa na Europa. Muito pelo contrário. Basta olhar para a Alemanha e para o modo como as suas instituições e trâmites democráticos tantas vezes mantêm o resto da Europa em angustiante expectativa. Além disso, os socialistas não são o Bloco de Esquerda. O voto contra o orçamento não representa nenhum radicalismo nem ameaça de nenhuma revolução sangrenta. Representa apenas discordâncias de princípio e vontade de fazer melhor pelo país (pelo menos os elementos mais bem preparados e competentes que por lá existem). O jogo democrático, não mais do que isso. Acresce que o fim da especulação com os juros das dívidas soberanas, grande causa dos desastres financeiros de alguns, resolve-se, sem prejuízo do saneamento das contas nacionais, com a intervenção do BCE, não com a morte da economia. Alegar também que o aligeirar das condições de financiamento conduziria a um suposto “regabofe” é querer ignorar o que eram os PEC. O controlo e a transparência são agora (e já eram) regras comummente adotadas e concretizadas. Tarda, por isso, uma guerra aos palermas. Aqui, o meu humilde contributo. E o Seguro, se quer ter uma vida fácil e pacífica, pois que tenha e não empate.
“Mas o argumento de que o partido socialista tem a obrigação de se abster porque é responsável por boa parte da situação negativa da economia e das finanças públicas devido às opções erradas tomadas nos últimos anos é o exemplo máximo da demagogia e da desonestidade. Que responder a isto se não um sucinto e malcriado “vão à m…”? “
Compreendo. No entanto, é regular neste blog usar um argumento parecido quando atacam o Bloco. Quantas vezes já li neste espaço que a culpa de entregar o poder à direita foi do BE, por este ter, coerentemente, votado contra o PEC IV. Pela enésima vez, o PEC IV estava carregadinho de “austeridade” e o BE fez o que um partido de esquerda tinha de fazer. Para a próxima tentem ser um pouco mais realistas e culpem a entrega do “poder à direita” pelo erros governativos do governo anterior e, voilá, pelo chumbo no PSD no PEC IV. Foram eles que não deram a mão ao PS na famosa votação. Um conselho: get over it!
olha lá ò get over, já deste conta que isso rendeu ao be 1/2 dos deputados e a cabeça do louceiro. na próxima prestação levam mais uma abada e voilá o realismo de entregar o poder à direita. agora vai-te queixar à deco da publicidade enganosa do psd.
Amigo, passando pela “acidez”, sobre o realismo: “ter razão antes do tempo é um erro”, ao qual acrescento que perde votos.
Grande frase, num texto impecável: “Tarda, por isso, uma guerra aos palermas.”
“ter razão antes do tempo é um erro”
vou parafrasear o comentário do gerente: ganda frase num contexto implacável, é como acertar hoje na chave do euromilhões que sairá na próxima 6ª. podes ir reclamar o prémio do relógio avariado à deco.
““ter razão antes do tempo é um erro”
vou parafrasear o comentário do gerente: ganda frase num contexto implacável, é como acertar hoje na chave do euromilhões que sairá na próxima 6ª. podes ir reclamar o prémio do relógio avariado à deco.
“
Exatamente. Por isso “tarda uma guerra aos palermas”. Arme-se amigo, pois está na linha de fogo.
Zé: Nada há de errado em procurar baixar a dívida para um nível sustentável. Para o nível a que estava antes da crise, por exemplo. Ou há? Tratava-se de o fazer gradualmente e sem matar a economia, desde que, da parte da Europa, houvesse vontade de colaborar nesse esforço, que era real, (e estavam até a colaborar, como provam as garantias e contrapartidas do PEC IV).
O Bloco entra nesta triste história com o seu radicalismo habitual – recusando toda e qualquer medida de contenção – e com a facilitação objetiva do assalto ao poder pela direita. Agora arranjem um líder, ou dois, ou três. O outro queimou-se. O ou os próximos que pensam que despedindo a Troika e nacionalizando os bancos e tudo o que naturalmente se lhes seguirá colocarão Portugal na crista do progresso num instantinho não só não perceberam nada do que se passou como não parecem estar a perceber o que se está a passar ultimamente na Europa. O BCE acabará por intervir ou o euro desaparece e, nesses cenários, onde é que já vai o Syriza? Acordem. Trotsky está morto e enterrado.
“Tratava-se de o fazer gradualmente e sem matar a economia, desde que, da parte da Europa, houvesse vontade de colaborar nesse esforço, que era real, (e estavam até a colaborar, como provam as garantias e contrapartidas do PEC IV).”
Sim, os mesmos pressupostos do outros PEC. Se não funcionaram para os outros porque razão funcionaria para o IV?
“(…)despedindo a Troika e nacionalizando os bancos e tudo o que naturalmente se lhes seguirá colocarão Portugal na crista do progresso num instantinho”.
Nunca ouviu dizer de nenhum responsável do BE que o caminho que propõe é fácil, arejado e curto. Ainda ontem ouvi o Francisco Louçã a dizer que o caminho que propõe é tortuoso.
“(…)não só não perceberam nada do que se passou como não parecem estar a perceber o que se está a passar ultimamente na Europa.”
Passado a arrogância intelectual, quem é que realmente percebe o que se está a passar ultimamente na Europa? O PS, o PSD, o BCE e a banca alemã, ou algo ou alguém superior? Gostaria de ser elucidado.
“O BCE acabará por intervir ou o euro desaparece…”. Óbvio, mas terá que intervir num outro enquadramento pois ele tem atuado de uma forma indireta com notórios prejuízos e com uma eficácia quase nula.
Em dois dias o BCE emprestou a 1% (e sem qualquer restrição de se considerar, ou seja, seja a “austeridade”) a três anos cerca de 500 mil milhões de euros a um conjunto de bancos europeus. Portugal, com a troika, tem de pagar 50% do que recebeu só em juros. O que é, praticamente, impossível de acontecer. Imagine só que os irresponsáveis do BE propõem exatamente isso: que o BCE financie os Estados do mesmo modo que financia a Banca para que este ciclo especulativo acabe. O que o PS pensa disto?
“Acordem. Trotsky está morto e enterrado.”
O BE não é “só” Trotsky. Já agora, e o socialismo do PS está como? Neoliberalizado?
“Sim, os mesmos pressupostos do outros PEC. Se não funcionaram para os outros porque razão funcionaria para o IV?”
Isto é tudo mentira.
Os pressupostos eram diferentes, e as medidas estavam a funcionar.
– a situação foi evoluindo por isso obviamente os pressupostos mudaram.
De qualquer forma o que interessava era a dureza das medidas a serem impostas ao povo, e não os “pressupostos” que te fazem comichão nos tomates.
O PEC IV estava a anos luz dos PECS todos que vieram a seguir e que VOCÊS PREFERIRAM de forma absolutamente clara. Aliás bem visível pela forma como faziam tanto barulho com o Sócrates e agora andam tão permissivos com o Cuelho. Podem fingir e assobiar para o lado, mas esse momento foi definidor do vosso carácter enquanto partido e ditou o vosso afundamento, de resto bastante expressivo. O embate foi tão violento que o Louçeiro com o seu ego maior que o deserto do Sahara capotou, e desapareceu no fumo dos media tão depressa como apareceu e andou a enrolar-vos ( a vocês bloqueiros) até agora, partindo em cacos o partido que se diz ter criado….
O que vocês pensam é que é tudo estúpido e não vemos como vocês puseram o vosso ódio psicótico à frente dos interesses daqueles que dizem defender.
Vocês deram-lhes a mão, à direita, de resto como sempre fizeram – já antes do 25 de Abril quando chibavam à PIDE os vosso “inimigos de esquerda”!
E isso é o Bloco de Esquerda: uma cabada de indigentes que nunca quis assumir qualquer responsabilidade para poder malhar em que as assume! Umas meninas de esquina armadas em virgens ofendidas.
Meteste lá o Tachos Cuelho só pelo teu ódio ao PS. Ao menos assume-te, faz te homem e sai de trás do biombo.
Realmente é extremamente difícil debater algum assunto. Mais uma vez, passando a “acidez”, caro André:
1) “Os pressupostos eram diferentes, e as medidas estavam a funcionar.”
Não, não estavam. A razão é a própria existência do PEC IV, o IV, não o I.
2)“o que interessava era a dureza das medidas a serem impostas ao povo”
Exatamente por isso que o BE votou contra, como tinha votado em relação aos outros PEC que “funcionaram”. São as mesmas medidas (e até aprofundadas) que hoje estão a ser aplicadas. O PEC IV não funcionaria pela mesma razão que hoje as medidas impostas pelo memorando não funcionam. O “povo” sofreria em vão, como sofre hoje.
3)“O PEC IV estava a anos luz dos PECS todos que vieram a seguir e que VOCÊS PREFERIRAM de forma absolutamente clara.”
Ninguém do BE desejou isso. Por isso é que votaram contra a esta “martírio económico e social”. Repare o PEC IV serviu de base para as medidas que foram impostas pelo memorando. É da mesma natureza que recessiva. Quer ver? Então veja as semelhanças aqui.
4)” (…)já antes do 25 de Abril quando chibavam à PIDE os vosso “inimigos de esquerda”!”
O Bloco de Esquerda foi fundado em 1999. Há um lapso temporal neste comentário.
5) “Meteste lá o Tachos Cuelho só pelo teu ódio ao PS. Ao menos assume-te, faz te homem e sai de trás do biombo.”
Continuam a usar o mesmo “blá blá palerma” de que o BE que “deu” ao poder à direita. Está ao mesmo nível deste “(…)o partido socialista tem a obrigação de se abster porque é responsável por boa parte da situação negativa da economia e das finanças públicas devido às opções erradas tomadas nos últimos anos#. Bem, eu votei no BE não em Passos Coelho e cia e não tenho ódio ao PS. Eu tento debater política e não brincar aos cowboys emotivos e “revanchistas”. Eu tento…
oh zé! já reparaste que a tua conversa é igual à da direita antes de chegar ao poder? deves ter cristalizado nos 18 deputados e ainda não percebeste que já só têm oito com tendência para dois, anacleto & fazenda – piqueniques revolucionários (bipessoal).
essa do lapso temporal por causa do bloco ser fundado em 1999 não lembrava àquele senhor careca que o professor marcelo costuma citar nas homílias da tvi. tá bom de ver que os meninos já eram crescidinhos antes do 25abr e quando eram apanhados no grafitanço ou outro acto revolucionário como distribuição de a4 policopiados vomitavam os nomes dos conhecidos & desconhecidos para salvar o coiro. alguns até ficaram avençados da antónio maria cardoso para o movimento estudantil e outros iam para bufos milicianos das forças armadas. vê lá se os dirigentes dessa porra publicam as fichas pessoais que gamaram quando assaltaram a sede da pide, conhecemos a do revolucionário cavaco e pouco mais.
Zé, vamos mudar de prima senão ficaremos sempre na mesma do “o PEC IV teria funcionado” e o “PEC IV era desastroso” – sim, ok, hipóteses.
Excluindo as ditas hipóteses e centrando-mo-nos em factos: a realidade é que o BE votou contra o PEC IV sabendo que, sendo ele chumbado, o governo demitir-se-ia, eleições se realizariam e Lapa & Caldas would be on cloud nine.
Nem vale a pena argumentar que não se sabia isto (o governo frisou, variadas vez e com justa razão, que se demitiria se não conseguisse apoio no parlamento para o seu plano de sustentabilidade das finanças públicas), que o BE não tinha isto em consciência e estava concentrado nas medidas em si (se o BE não pondera as consequências daquilo em que vota em plenário então que faça um favor à nação e se retire dos boletins de voto), que nunca se pode prever o resultado dumas eleições (mas estavam à espera do quê? de ganharem? de elegerem um novo deputado por Faro et vive la republique? correu bem), enfim, as milhentas justificações que já ouvi.
Verdade é que todos os deputados do Bloco de Esquerda (o que direção nacional planeia ou deixa de planear é-me tão relevante como as sugestões do Prof Marcelo em literatura – eu responsabilizo deputados pelos seus votos, não direções) sabiam perfeitamente que, ao votarem contra aquele proposta de lei estariam a dar a tão deliciada oportunidade para os minimalistas do Partido Social Democrata (ainda se chama assim?) poderem começar a varrer com tudo o que era social-democracia no Estado português.
Os deputados bloquistas decidiram ter uma mentalidade quadrada e fingir que estavam a votar em algo cujas as consequências das sua rejeição seriam tão ínfimas como a percentagem que teve nas suas primeiras eleições. Decidiram que podiam desresponsabilizar-se pelo futuro provocado e alegremente votar como o ‘porta-voz’ monocéfalo tinha determinado. Para bem da causa e para o bem dos valores de esquerda.
Já vi mais realismo numa princesa da Disney.
Os deputados Bloco de Esquerda votaram contra o PEC IV sabendo que isso levaria a eleições. Houve eleições e, como estávamos no país em que cada café, tasca ou marisqueira tinha uma foto de Sócrates como alvo de dardos, as eleições foram ganhas pela direita supra-austeritária. A direita supra-austeritária aplicou e está aplicar medidas que vão contra o cerne dos valores de esquerda. Os mesmos valores de esquerda que Louçã alegou estar a defender com o voto contra no PEC IV. O Bloco de Esquerda foi gravemente negligente e irresponsável. A causa não foi modificada.
[espero não ter sido muito ácido, não consigo medir o ph]
oh david! meses antes ajudaram a eleger o cavaco com aquela fífia do alegre, para não falar da moção de censura ao governo do socrates com a desculpa que era uma advertência ao psd. é bom que começem a repartir as responsabildades da merda que fizeram.
Zé ,vai-me desculpar,mas essa sua” caridade cristã” com a atitude do bloco não convençe ninguem,pelos vistos só a si.há partidos que anseiam o poder no imediato outros no longo prazo,e outros como o cds anseiam-no sómente partilhado,por que portas delira ser ministro, pois caso contrario, já tinha a possibilidade de demonstrar ao povo que é diferente do Psd.isto tudo para dizer ao zé´o seguinte:é legitimo o bloco querer crescer.mas na minha opinião na altura que o fez,esqueceu o pais e os trabalhadores que tanto jura defender,pois sabia que o poder não era para si.sentiram o governo fragilizado,com o pais a viver uma crise provocada externamente e depois por culpas da europa onde estamos inseridos que não a quiz e continua a não querer resolver. há paises fora da europa e na europa com deficits superiores ao de portugal. eua japão e os nossos “amigos ingleses”.houvesse pecs ou não houvesse o bloco o que queria era ir ao pote,para aumentar a sua representaçao parlamentar.tentou com a moção ,não resultou por que a direita a herdeira do poder no imediato não quiz ser responsabilizada pela queda do governo e votou contra a referida moçao.se não fossem os interesses eleitorais da direita o governo tinha caido naquela altura,e por esse motivo esperou por mais austeridade e ela veio com pec 4.como este só por si, podia não ser argumento suficiente aos olhos dos portugueses para o derrube do governo inventaram a mentira do desconhecimento desse pec, quando o actual, Pm,esteve a discutir em S.bento o seu conteudo durante 4 horas.Conlusão: governo de direita no poder mais austeridade ,bloco reduzido a 50% .negar ésta evidencia é chamar estupido ao povo portugues,que eu o voto á direita porque ela mentiu.Vai pagar caro mais cedo do que tarde.A olinda mulher com uma sensibilidade que admiro e já o manifestei, na minha opinião está enganada quando diz que louça cheira a sabão.só cheira a sabão quando sai do chuveiro… quando entra na assembleia,cheira tão mal como um burgues oportunista que se está marimbando para os portugueses. Nota: a vontade para ir ao pote sem correr riscos era tanta que renegando os seus principios programaticos sugeriram uma coligação eleitoral com o Pcp,que lhes disse Não desta forma: cada um vai na sua bicicleta lembram- se.Deus é grande mesmo não existindo….
“…é legitimo o bloco querer crescer…”
então que fodam mais e façam filhos em vez de andar a pedófilar os filhos dos outros à porta das escolas a troco de ervas aromáticas e acampamentos contra o míldio.
Ignatz,depois de me rir!quero dizer-te que deves ser mais novo do que eu.Eu já sou um cota, como a malta nova nos trata e por esse motivo, dessas porcarias o que sei é pelos jornais.
Parece que há um dado que tem escapado à análise inquisitorial do papel do BE no derrube do governo de Sócrates. Os votos do BE não seriam suficientes para viabilizar o PEC IV. A tese repetitiva de que o BE provocou a queda do governo de Sócrates é falsa. Foi o PSD a inviabilizá-lo e a, consequentemente, derrubar o governo. Além disso, nada garantia que o PEC IV iria funcionar e a sua essência programática está recalcada no no memorando de entendimento que vigora .
Agora argumentar que o Bloco queria “ir ao pote” é deveras irritante. O Bloco, no qual teve vários erros políticos, manteve-se coerente. Pagou por isso, eleitoralmente, como é evidente. Mas manteve-se fiel às principais linhas políticas que, na minha opinião, são cruciais. Rejeitar esta “austeridade” e propor soluções social, financeira e economicamente justas (modificar o papel do BCE e da CGD, renunciar à dívida abusiva, controlo da banca “ajudada”, rigor fiscal, tributação justa dos rendimentos de capital, manutenção do património público, manutenção do SNS, educação, segurança social, etc.). No entanto, chegados a este ponto é necessário arrepiar caminho. Aproxima-se uma convenção determinante. Uma nova coordenação e uma clarificação da orientação política do Bloco em relação a este governo deverá acontecer. Esta clarificação marcará uma linha separativa: as “directrizes” da troika. O PS aqui terá um papel importantíssimo, recusar este “diktat” dividocrata é o passo para solução interpartidária. Este governo está a destruir o futuro do nosso país. Podem continuar com enfabulações, revanchismos, revisionismos e outras coisas tal. A minha preocupação é outra. É preciso fazer algo, urgentemente.
@ignatz vai lá brincar com o gatinho
o rato que tem sexo definido, já o gato ou gata é com’ós pugramas eleitorais do tijolo, depende de quem queremos enganar, òspois vê-se. é pena, mas acabou com a crise, sem dinheiro não é possível brincar aos blocos e jogar às democracias, vai-te habituando à ideia do regresso às origens ou seja vai evangelizar a cona da tua mãe. o papel do ps é reduzir o bloco à sua expressão real como fez ao pcp na fonte luminosa, o cunhal tamém achava que 12% e a dinâmica revolucionária resolviam o problema, mas fodeu-se.
“É preciso fazer algo, urgentemente.”
concordo, acabar com essa inutilidade chamada bloco de esquerda e ganhar eleições com maioria absoluta (>51%) para acabar com as loções de esquerda & morcões da direita. é por aí que passa o futuro do país e do ps.
Eu não disse que o voto do bloco chegava para não derrubar o governo,mas condicionava a atitude do Pcp. O bloco não quiz ir ao pote,tudo bem, digo diferente: quiz eleiçoes antecipadas é bom repetir o antecipadas,para aumentar a sua base eleitoral,porque quanto à politica com a direita era para piorar e o poder negocial do bloco diminuiu drasticamente.Se tem duvidas pegue nas bandeiras do louça recordadas no dia da despedida e veja a diferença. O Psd não é o Ps. a comparação é uma coisa que me irrita solenemente.tirando o pote,amigo zé desculpe lá mantenho tudo que disse.
Ignatz,não metas a nossa mãe nestas coisas ( até há expressoes mais suaves do que aquela que tu utilizaste.) A nossa mãe, é a coisa mais bela que existe no mundo. não achas?Eu já não tenho infelizmente.imagina como não ficaria se me insultassem dessa forma neste momento.Ignatz, não precisas de me responder, o teu silencio é melhor resposta que me podes dar.
vai pró caralho e aprende a ler, desde quando mandar o gajo para a cona da mãe é insulto à mãe? nem ao gajo tão pouco. fónix! só me saem flores d’estufa e amor de mãe à mistura. vai pregar moral à tua família, não eras tu que dizias que não falavas comigo? continua a amarrar o burro e não chateies.
Quem mente uma vez, mentem um cento!depois do que se passou na celebre reunião de 4 horas entre passos coelho e socrates,acho que as conversas a sós entre o mentiroso!agora PM e josé seguro, devem acabar a bem da higiene na politica.A posição do Ps na votação do orçamento não pode ser outra senão o voto contra. é uma forma. de tambem dizermos à troika, de que tem que rever a sua politica de austeridade, para reaver o valor integral do resgate.
@ignatz isto é só bravura e vernáculo na boca, não é? Tudo o que dizes é insultuoso. Ponto.
@nuno o Bloco naquele momento não iria condicionar o PCP de forma alguma. As medidas que estavam lá inscritas (PEC IV) eram contrárias às propostas e convicções do BE e do PCP. Votar favoravelmente um “pacote de austeridade” que não resulta era ser politicamente hipócrita e incoerente, pois ia contras as votações anteriores e contras as políticas que defendiam naquele momento.
Zé,não vamos continuar o debate sobre este assunto porque as nossas posiçoes já estão definidas.Só lhe tenho a dizer isto: Acha que o PCP votava sozinho com a direita o chumbo do pec 4? eu não acredito.
val,quem não se sente não é filho do boa gente.aceito a sua sugestão em nome da estima que tenho por si.
“Zé,não vamos continuar o debate sobre este assunto porque as nossas posiçoes já estão definidas.Só lhe tenho a dizer isto: Acha que o PCP votava sozinho com a direita o chumbo do pec 4? eu não acredito”
É possivel sim, há varios exemplos que poso-lhe dar.Na questao relativa aos subsidios, o pcp não se juntou ao ps e be na contestação aos subsidios.No casamento homosexual, a mesma coisa.E há mais exemplos, mas estes são os mais ilustrativos
Zé, há aqui algo que não estamos a conseguir passar:
“As medidas que estavam lá inscritas (PEC IV) eram contrárias às propostas e convicções do BE e do PCP. Votar favoravelmente um “pacote de austeridade” que não resulta era ser politicamente hipócrita e incoerente, pois ia contras as votações anteriores e contras as políticas que defendiam naquele momento.”
Acho que ninguém contesta que o PEC IV era contra as proposta do BE e do PCP, acho que ninguém discute isso certo?
Pronto, agora explique-me uma outra questão: sabendo que a rejeição da proposta de lei que estava a ser votada em plenário iria levar a ascensão à chefia do governo uns iluminados de Vancouver e Massamá, como puderam os deputados destes dois partidos de esquerda votar contra e ignorar tal condicionante?
A meu ver acho que ninguém consideraria “politicamente hipócrita e incoerente” uma tomada de posição dos dois partidos em que explicassem publicamente que, apesar de não concordarem com as medidas, decidiram que de modo a impedir uma crise politica que criaria uma situação propícia a uma maioria absoluta dos partidos de direita na Assembleia da República, iriam aprovar tal projecto de lei no parlamento.
Isto não me parece irracional e desleal. Parece-lhe a si? Custava a si tanto ver a ‘bigger picture’, o panorama geral, os prós e os contras e concluir que para os militantes do BE e do PCP não seria mais aceitável a manutenção dum governo PS do que a criação dum novo governo PSD-CDS, cujo programa de governo seria decalcado de medidas impostas externamente com as quais ambos os partidos de esquerda discordariam absolutamente?
Diz que “este governo está a destruir o futuro do nosso país. Podem continuar com enfabulações, revanchismos, revisionismos e outras coisas tal. A minha preocupação é outra. É preciso fazer algo, urgentemente.”. Concordo. Essa também a minha preocupação. É preciso começar a procurar alternativas credíveis, com urgência. Mas paralelamente a tal também é preciso entender porque é que chegámos a uma situação em que a direita ascendeu ao poder devido a uma fragmentação da esquerda, toda ela munida de agressividade. Aquilo a que chama ‘revanchismos’ faz parte duma análise do que foi erroneamente feito pelos partidos de esquerda para que Lusófona, Lusíada e Moderna fossem o currículo das três superiores cabeças governamentais. E essa análise é fundamental para que quando o dia da alternativa credível chegar os ódios irracionais de estimação cultivados dentro dos partidos de esquerda não condenem tal alternativa ao fracasso e à irrelevância.
Caro Zé,
Então para o BE os “princípios”, mesmo em política, são intocáveis e impassíveis, talvez uma lei divina.
Eu pensava que em política o “princípio” é mesmo estudar, cautelosa e calculosamente para antever as consequências dos actos políticos prestes a tomar-se. E, numa situação limite, como era aquela para a continuação ou queda do governo, ainda por maior força de razão se colocava o estudo político das suas consequências políticas para o BE e para o país.
Porque se em política um partido se atem, como dogma, aos princípios, certamente nunca sairá do seu estado inicial fundador. Algum partido, como alguma pessoa individualmente, perante o incontrolável e inesperado desenrolar da vida do dia a dia, conseguiu manter-se fiel a princípios perante necessidades de circunstância?
Agora repare. Lembra-se certamente da chacota que muitos, especialmente de esquerda, fizeram, e fazem ainda, porque Mário Soares um dia foi obrigado a meter o “socialismo” na gaveta. Pois bem, e lembra-se certamente de, tempos depois o Cunhal mandar os comunistas fecharem os olhos para votar, precisamente, nesse tal Mário Soares, que metera o “socialismo” na gaveta e sobre issoele próprio fizera chacota.
Quer o Zé, político mais dogmaticamente crente nos “princípios” programáticos do seu partido e do seu programa filosófico?
E no entanto, esse Cunhal dogmático empedernido, posto perante dois males, não tergiversou um hora e escolheu a contragosto o mal menor.
A isto, certamente, qualquer meia-tijela da política percebe que se tratou de política pura.
Para Louçã, a política de princípios invioláveis e impassíveis é um estado de virgindade para sempre. Mas de um estado de “virgindade sempre” nasce alguma coisa?
“Zé, há aqui algo que não estamos a conseguir passar”
Confirmo. David, para o BE e o PCP equacionarem votar deveria ter havido uma discussão entre a esquerda parlamentar e o governo que apontasse para uma mudança programática do que o PEC IV propunha. O esforço político não deveria cair no BE e CDU, o governo deveria ter cedido. Porque, aliás, na essência do PEC IV estavam as medidas que agora vigoram no memorando. Só assim seria possível um outro desfecho. Mas isto é exercício despiciente. O PEC IV “estava fechado” com a Europa, Sócrates não dialogava com Louçã (e vice-versa), o ambiente era politica e pessoalmente intenso. Com estas condicionantes, aquele desfecho era inevitável.
“A meu ver acho que ninguém consideraria “politicamente hipócrita e incoerente” uma tomada de posição dos dois partidos em que explicassem publicamente que, apesar de não concordarem com as medidas, decidiram que de modo a impedir uma crise politica que criaria uma situação propícia a uma maioria absoluta dos partidos de direita na Assembleia da República, iriam aprovar tal projecto de lei no parlamento.
Isto não me parece irracional e desleal. Parece-lhe a si?”
Caso aprovassem o PEC IV com os argumentos que formulaste. O que aconteceria ao BE e ao PCP caso houvesse um PEC V (como parece que ira acontecer)? O que aconteceria a estes partidos que votaram para “salvar” o governo de Sócrates mesmo “aceitando” medidas que eram contraditórias ao que defendiam e os seus militantes e simpatizantes defendem? Penso que aqui reside a razão mais forte para o “chumbo”.
“Mas paralelamente a tal também é preciso entender porque é que chegámos a uma situação em que a direita ascendeu ao poder devido a uma fragmentação da esquerda, toda ela munida de agressividade.”
Sem dúvida.
“essa análise é fundamental para que quando o dia da alternativa credível chegar os ódios irracionais de estimação cultivados dentro dos partidos de esquerda não condenem tal alternativa ao fracasso e à irrelevância.”
Felizmente, penso eu, o Bloco está a fazer a sua reflexão. A próxima convenção será o corolário desta análise. Sem Louçã a dirigir, o território para um entendimento irá alargar-se. No entanto, penso que o PS também terá que “clarificar-se”. Não acredito em Seguro. O único alento que me dá para este debate essencial é saber que há deputados, militantes e simpatizantes que não se revêem nesta “dividocracia” e “neoliberalismo predatório” e vêem à esquerda as mais pragmáticas e essenciais soluções para um futuro melhor.
Bem, deixo, para ti, porque a hora já vai tarde, uma pérola recentemente descoberta. Porque, não só da arte da “pólis” vive homem, muito menos eu: tenha o prazer.
@josé neves, comungo, no essencial, o que afirmaste. Acrescento que, sobre a questão em concreto (o PEC IV), o que era proposto era um “pacote de austeridade” violentíssimo que, como vimos anterior e atualmente, não funciona. Compreenderá que quem acredita que a “austeridade” proposta não funcionaria ontem, não iria funcionar amanhã. Isto é uma convicção muito forte do BE. Quebrá-la era organicamente impossível, mesmo que implicasse uma “situação limite”. O mesmo se passa atualmente. A realidade está a demonstrar que as teses austeritárias não funcionam, como não funcionaram no passado recente.
O problema, é que com o ps de socrates era só a austeridade.Com a direita a austeridade é o pretexto para levarem a cabo a agenda ultra liberal sonhada,logo apos o 25 de abril de 74. Um governo, uma maioria e um presidente tambem foi um objectivo alcançado.felicito o josé neves por nos ter recordado o voto pragmatico de Alvaro Cunhal,e todos os que entraram nesta discussão.valeu a pena.
Gosto muito em regras das análises feitas neste blog. Tomara as televisões e a comunicação social em geral poderem ter este tipo crítica construtiva à política nacional, muito contribuiria para esclarecer um povo manipulado por esta comunicação social falada e escrita toda ela nas mãos da direita mais reaccionária.