Mas por que perdeu o Medina?

Lisboa está linda: a beira-rio finalmente fruível, da foz do Trancão até Algés, jardins e praças renovados, bairros reabilitados, jovens (e não só) e turistas felizes com as esplanadas, com a facilidade das Giras e afins, com os subsídios à compra de bicicletas e população agradada com o apoio camarário na recente crise pandémica. Um bom trabalho e com agenda para fazer melhor ainda.

Mas então por que razão Medina não ganhou estas eleições? A meu ver, não foi por uma, mas por quatro razões:

 

  1. As ciclovias. Parece mentira, mas não é. O traçado de algumas ciclovias desassossega muitos lisboetas. Por exemplo, ciclovias nos passeios. As ciclovias devem ser ou espaços próprios devidamente isolados, ou uma reserva de estrada, até porque passam lá veículos (velocípedes) com alguma velocidade. Ora, se uma ciclovia ocupa parte de um passeio, esse passeio, onde o cidadão se encontra, por definição, a salvo dos carros, deixa de ser um lugar tranquilo. Acontece no Lumiar, onde uma ciclovia passa no passeio mesmo em frente a um centro de saúde, um supermercado, um banco. Imaginam as pessoas a saírem desses sítios meio distraídas contando apenas com os semáforos da estrada e ai…, que estão a pisar uma pista para bicicletas, se é que já não levaram com uma? Outras ciclovias, embora na estrada, passam ao lado de carros estacionados (Defensores de Chaves). Como se abre a porta desses carros sem stress? Como é que os táxis largam os passageiros sem obstruir a ciclovia? Por mim, agradeço a construção de ciclovias, uso muitas vezes, mas há que reconhecer que, em muitos casos, não estão bem feitas e perturbam demasiado. Nem todos os lisboetas são jovens e/ou desportivos, mas os que não o são gostam de sair à rua.
  2. A coligação com o Livre não foi uma ideia feliz. O Livre ficou recentemente associado a Joacine Katar Moreira, o desastre que se conhece enquanto deputada, que foi escolha do Rui Tavares, e uma pessoa que, tudo indica, gostaria de deitar abaixo todos os monumentos e obras de arte de Lisboa que lembrem as descobertas. O próprio Rui Tavares não me parece muito contrário a assunções de culpa pelo nosso passado “infame”, indemnizações e por aí fora. Penso que esta associação não agrada a muita e boa gente. A não ser isso, também a ideia de Medina estar a dar um tacho ao Rui Tavares à borla (dada a insignificância desse partido) também não é brilhante.
  3. A gestão do caso “embaixada da Rússia”. Muito má. Medina ficou claramente “à rasca”, quando não tinha que ficar. Por um lado, o caso não tinha a gravidade que os seus opositores quiseram que tivesse e depois mostrou demasiada insegurança. E alguma imaturidade.
  4. Os votos daquelas pessoas que acharam que o Medina já ia ganhar (ainda por cima perante a indigência da campanha do Moedas) e resolveram votar no mais bonito – o João Ferreira. É verdade. Conheço quem.

Não espero nada de Moedas. Possivelmente, como diz o Valupi, será mais uma fraude da direita que não irá acabar bem. Não me parece sequer minimamente preparado para esta função e ele próprio deve estar surpreendido e em pânico. Mas cá estaremos para apreciar. Foi pena. Os pequenos erros e fraquezas, mesmo no meio de um trabalho a todos os títulos meritório, por vezes pagam-se caro.

53 thoughts on “Mas por que perdeu o Medina?”

  1. perdeu porque foi na conversa das sondagens que lhe davam vitória por três a zero e não ter feito campanha para ganhar, limitou-se a aparecer com ar enfadado onde o obrigaram a ir e a raspar-se o mais depressa possível antes dos jornalistas perguntarem coisas. a direita fez aquilo que o ps já deveria ter feito há muito, correu com o mangas de alpaca. ainda vai a tempo duma geringonça com o pcp para fazer oposição à direita e concorrer nas próximas, mas o gajo deve estar mais interessado em coisas que caiem do céu.

  2. Ciclovias, Livre?! Já agora foi porque cuspiu uma vez para o chão e alguém viu…O Medina perdeu porque é um banana sem iniciativa levado ao colo pelo ps e pela comunicação social. Quando teve o primeiro adversário mínimamente capaz, perdeu.

  3. O moedas ? minimamente capaz ??? e o medina é que foi levado ao colo pela cs ??? ok!! há de dizer qual…deve ser aquela comunicação social que é toda de esquerda….só gostava que me dissesse qual !!
    Este país não existe…

  4. o medina perdeu porque os lisboetas não gostaram do trabalho dele , só isso. talvez aquelas noticias sobre reabilitações de um , um , unzinho , apartamento custar o mesmo que a reabilitação de um prédio de 3 andares e 6 apartamentos a um proprietário do privado : 400 mil euros. quem quer um esbanjador destes para gerir a coisa pública?

  5. O Medina perdeu devido aos erros cometidos, inclusive, a sua intervenção sobre o Sócrates, a sua fraca acção na campanha, e o facto, natural, de ter toda a Direita contra si, e, claro, toda a Esquerda não PS. Mesmo da parte do PS não parece ter havido grande entusiasmo pelo Medina, como houve do PSD pelo Moedas. Os socialistas pensaram que a vitória do Medina eram favas contadas.

  6. Continuem a fazer esse tipo de análises e vão ver nas legislativas.
    Não foi o Medina que perdeu foi o Costa. Não foi à toa que veio anunciar o fim das restrições pandémicas antes das eleições. Fechar discotecas e bares, malhar nos ajuntamentos dos putos, lixar o comércio há quase dois anos, tratar os portugueses como atrasados mentais, seguir a cartilha do PSD no uso das máscaras, estava à espera de quê?

  7. aqui na minha terrinha tb houve uma grande surpresa .. para além de ter interferido à toa na dinâmica natural da cidade , transformando-a num deserto , o homem foi pelos bairros populares adentro , metendo ciclovias e retirando estacionamentos aos residentes sem qualquer motivo válido e pim , morra . viver na cidade não tem de representar sacrifícios , a vida já é muito difícil , um autarca que ainda a dificulta mais não faz falta nenhuma.

  8. Também eu tenho a minha abordagem como de costume a entrar um bocado de lado. Sim Medina, o candidato do PS na capital, perdeu. Votei nele sim, não sabia que ele tinha deixado gastar 400000€ a reabilitar um apartamento, mas se alguém me tivesse dito isto antecipadamente sabia que era mentira, também me apercebi que desde o primeiro traçado em ciclovia a direita tinha sido unânime a repudiar a obra. Como não houve perdas para o PS na capital em 2017, já as ciclovias tinham começado a ser uma realidade, foi-lhes dada uma atenção aturada e descobertos erros cometidos no seus traçados. Foi feita então uma campanha contra as ciclovias agora sim com fundamento em vários erros cometidos. Mas também com o aproveitamento da indisponibilidade dos mais velhos para aceitar andar numa cidade com mais esse “obstáculo”. Quanto aos jovens esses sim nem precisaram de ninguém a puxar por eles, faltou-lhes o Bairro Alto e Cais do Sodré durante dois anos. E a polícia não deu muitas tréguas as tentativas de furar cercos. Agora vamos a minha análise , Medina perdeu sózinho, Moedas ganhou com uma coligação tão abrangente que vão ter muito que estudar para fazer a composição de pelouros. Fora isto PS e PCP têm tantos ou quase tantos votos como a coligação ganhadora. Agora a nível do país, vou passar a números. Ei-los PS 1700000 votos, 882 eleitos; PSD 660000 votos , 437 eleitos; PCP 530000 votos, 234 eleitos . Sim pois PCP+ PEV mas esta coligação não é ad-hoc feita a pressa para derrotar o PS. E depois Lisboa é uma nau tão grande e complexa e já foi feito tanto que só uma gestão muito desastrosa conseguiria não Mudar Lisboa mas Fazer Lisboa Andar para Trás.

  9. Ciclovias onde?
    Já visitaste outras cidades na Europa?

    O Livre incomoda a quem?
    A ti?

    O “caso” da embaixada da Rússia foi muito mediatizado, é verdade.
    Em contraste com o da Embaixada dos EUA, de Israel, e por aí fora. Estamos a falar de quê, afinal?

    A última já é ridícula de mais para comentar, mas vou fazer um esforço:
    Queres dizer que o único mérito de um personagem como o João Ferreira é a sua “carinha laroca”?
    Ainda dizem que sou sexista…
    E que tal alguns eleitores socialistas que não se revêm no Merdina? Votam no palhaço do Ventas?

    Parece que esqueceste que existem muitos socialistas que não engoliram a narrativa sobre o Sócras e ficaram fo… lixados com as declarações porcas do Merdina.
    O facto de não ter tido um pouco mais de recato, mantendo a função de comentador na TVI, revela demasiado calculismo e ambição política. Foi algo que o Costa conseguiu fazer num programa com características diferentes e num contexto mais complicado: Decorria o mandato dos PAFiosos troikistas da bancarrota e confrontava dois pesos pesados do “spin” chamados Pacheco Pereira e Lobo Xavier. Mas o Costa é o Costa.

    À semelhança do João Soares, o Merdina inchou e começou a evidenciar um gostinho por projectos de luxo que, eu acho, não são assim tanto do agrado da sua base eleitoral.
    Com a conversa de ser para disponibilizar arrendamento económico, também apoiou o Alojamento Local, pagando aos proprietários 5 anos de rendas, dos quais 3 logo à cabeça. Isto para compensar a falta de turistas.
    Ora, não me parece que quem possui AL sejam, na sua maioria, cidadãos necessitados, ou que seja este tipo de negócio o que mais interessa à cidade. Porque é que não os deixou sofrer as consequências da sua opção de negócio, mitigando as perdas da mesma forma que o Estado fez aos outros? Pois, não havia facturas, certo?
    Além do mais, será que o facto destes imóveis entrarem naturalmente no mercado de arrendamento, não causaria, por si só, uma redução nos valores exorbitantes que se pagam hoje em dia?
    Será que a medida não terá sido tomada para beneficiar os empresário oportunistas do AL e a especulação imobiliária?
    E ele apercebeu-se que a treta não passou porque veio dizer (mais tarde) que não ia permitir mais AL em Lisboa.
    Não esquecer que há muitos eleitores socialistas que apenas toleram este tipo de dirigentes enquanto se mantiverem na linha ( da esquerda).

    Em Sintra, não tenho nada a dizer porque este gajo nem de esquerda é.
    É a nossa sina, são erros de casting constantes: João Soares, Ana Gomes (fónix!)
    Até a idiota da Estrela parece boa, em comparação com este elenco.

    Penso eu de que…

  10. Fiiiuuh!
    Nada como voltar a discordar da idYota. Já me estava sentir confuso.
    Sei que, politicamente, estou longe do Eu mesmo, mas não posso deixar de concordar, em boa parte, com o bitaite anterior. Fica prá próxima.

  11. “O moedas deve estar em pânico “. Essa frase é tão provinciana que até dói.
    Qualquer pessoa é capaz de liderar seja o que for. O Moedas, o Rio , tu , eu. Ninguém é superior a ninguém nas capacidades. Eu pelo menos não deixo q ninguém se sobreponha a mim, dessa maneira desgraçada como escreves.

  12. Virem à esquerda e depressa porque a malta acaba sempre por preferir o original. Não sei como é que nunca foi lembrado o passado de “grilo falante da troica” do Moedas, a insensibilidade social do governo do qual foi ministro, as palavras dos Espírito Santo: “ponham o moedas a funcionar”. O Medina falou zero disto! Teve medo de parecer de esquerda! Perdeu e só lhe fez bem. Aviso ao Costa para que regresse a uma postura humilde. Isto, se ele ainda se preocupar…

  13. Sosseguem os Salazares em Lisboa !
    PS mais CDU mais BE não bastam para bater os sete partidos da direita aliados ?
    Sem esquecer o Volt !

  14. É isso: o Medina perdeu porque se afastou do Sócrates (e do Luis Filipe Vieira, não?) Só estranho terem de serem comentadores a terem de relembrar essa evidência. Este blogue está a perder qualidades? PS: a malta que não percebe porque é que o Medina perdeu contra o Scooter (o sobrinho do Cocas) dos unicórnios e dos seguros de saúde, ou não vive em Lisboa, ou não vê TV. Conjugou-se um candidato com carisma negativo (o do Moedas, ao menos, é nulo) com uma obra que consistiu um f… eh dificultar a vida a 99% dos cidadãos (aqueles que não andam, nem podem ou querem andar de bicicleta e/ou trotineta, andem eles de carro, de autocarro ou a pé). Concordo que está tudo muito lindo nos sítios para turistas e ciclistas (o que o lisboeta médio não aprecia, porque foge de uns e de outros), mas uns não votam e os outros são meia-dúzia.

  15. pois foi , sr. Vieira , o medina perdeu porque era um óptimo presidente de câmara , os munícipes é que são doidos e em vez de votarem nele por questões de fidelidade canina a partidos , votaram contra ele sabe-se lá porque razões de dificuldades na vida urbana. uns ingratos , os lisboetas.

  16. A derrota de Medina começou a alicerçar-se no dia em que enxovalhou o mais brilhante e esclarecido primeiro-ministro de Portugal. Alguma dúvida? Aquele momento televisivo foi uma radioscopia do oportunista, mesmo para os que não gostam de Sócrates. Que tal o meu léxico…? Venho aqui todos os dias, arrepinho-me de entrar aqui, sois todos muito cultos e artistas da caneta e tenho medo que me vão…. Coimbra?! Estavam à espera de quê? A Académica está em último lugar na II Liga. Ainda bem que Rio se aguenta – pode significar aguentar a democracia. O Ventura é um mero testa de ferro do político mais perigoso para a democracia portuguesa: Passos Coelho. Ele, e os seus acólitos, estão à espreita.

  17. a ventrulhada até parece que ganhou qualquer coisa, já falam em nome do povo.
    a partir de hoje acabaram as ciclovias, a vaca já pode estacionar o vibrador em cima do passeio, o +domesmo vai receber um voucher do moedas no valor de € 250.000 para comprar um t1, com kitschnet na reboleira norte e o ricardo eduardo já pode comprar um aventador a gpl ou gásoil simples. o resto da cambada negacionista, antivax e neoconeira pode continuar na busca permamente das verdades chalupianas e terem espasmos sexuais com as indignações do dia sem interferência da emel.

  18. cara e coroa , vai lá lamber o cu ao medina , ele precisa , está triste e tu tb precisas de te esforçar mais por um lugar ao sol ,lembraste? ainda não estás em lugar elegível nas listas..lambe , lambe.

  19. Ó troll toma uma pastilha para a azia que isso passa, ou então vai ter com o brigadeiro que ele dá-te mais uma injecção para não ficares chalupa como os outros que não a querem tomar.

  20. Todo o PS tem sido um saco de pancada desferida constantemente por adversários e “amigos” (a agressividade de Catarina por vezes pede meças ao direitola mor). Na campanha, mais ainda. Costa referiu (já muito tarde) que só se ouvia ataques e zero propostas. Medina não podia ser exceção. O caso da refugiada de Leste atingiu níveis de insanidade. Foi um festim para todos os torquemadas rascas. E foi mal resolvido.
    Os debates com todos os candidatos foram uma asneira para o incumbente, que saiu deles cruxificado, e perda de tempo para o eleitor.
    Mesmo em cima da hora da votação, o “caso” da rapaziada barulhenta que atormenta moradores, madrugada fora. Os incidentes habituais nas multidões dos copos foram transformados em verdadeiras tragédias. De repente, Lisboa parecia cidade perigosa, de fugir a todo o custo. Reportagens construídas a partir de vídeos dos locais abriram jornais da 8 (TVI), Até que a junta da Estrela decidiu fechar bares às 23 horas e o pessoal foi chatear para outro lado. Medina explicou que a solução teria de ter um enquadramento geral. Mas foi tímido, não se impôs.
    Lembrei-me de um outro caso, ocorrido no governo de Guterres. Houve um assalto que atingiu a atriz Lídia Franco e que assumiu dimensões delirantes. O país parecia ter-se transformado um paraíso de gangs à solta. E o ministro com a pasta das polícias, Fernando Gomes, teve de se demitir. Acabou a novela. Guterres ficou sem um excelente político e o seu governo sofreu um desgaste que acabando dar no que deu. Toda esta história merecia ser mais bem contada.

  21. FG não sei se tem havido mais violência, talvez tenham havido mais casos noticiados sobre violência nas ruas. Mas se houve, a culpa (acho eu) tem a ver com o confinamento que para muita gente foi difícil. Ora por que não conseguem estar sozinhos em casa, não conseguem sentir se bem (há pessoas que dão se mal sozinhas ) ou por ficarem ligeiramente perturbadas mentalmente. E a culpa disso é do governo que massacrou muita gente mantendo os em casa.

  22. Ó Eduardo não percas tempo isso é uma explicação muito elaborada para estas cabecinhas pensadoras. Eles preferem acreditar que esta derrota foi obra dos anti-vacinas que se recusaram a levar a injecção atrás da orelha.

  23. Lembram-se dos resultados dos vários partidos que propiciaram o aparecimento da Geringonça ?
    Situação idêntica à que agora acontece na Câmara de Lisboa.

  24. nem a propósito , acabei de falar com a mãe ( tia benzoca) duma arquitecta da cml , responsável pelas ciclovias e muito orgulhosa : em berlim bla bla ( e eu ,estamos em Portugal , os lusos ble ble ble porque haveremos de bla bla bla , como os alemães ? ) e diz , os portugueses têm de mudar de hábitos ( uma benzoca educadora do povo , imagina) e eu , não, têm é de mudar quem os quer fazer mudar de hábitos…simples.

    antes tinha falado com uma senhora que mora na av. de berna e diz que não há um lugarzinho para parar o carro , levar umas compras a casa e isso que todos precisamos , além do mais demora agora 30 minutos para fazer uma av. qualquer cicloviada. e é assim que se perdem eleições.

  25. Cheguei agora da estranja e não percebo o que aconteceu :
    O Carlos Moedas venceu as eleições Autárquicas de 2021 ?
    O Rui Rio já é o Primeiro Ministro ?
    O Marcelo pôs o Costa com dono ?
    O poder de Deus é muito grande-

  26. Ouçam Portugal não é só Lisboa. 2300 votos de diferença entre Medina e Moedas poe-vos em êxtase. Para a maior parte dos comentadores Medina é o PS, ele perdeu , háo PS está perdido, nunca mais vai haver PS no Governo de Portugal. Depois sim vai chegar Rui Rio a 1o Ministro e uma outra figura brilhante será o novo PR, quem é que será, não se sabe ainda. Por mim, como 1o, ponham lá o PPC que nos lixou e bem e mais uns populistas misturados com chegados e isto depois vai funcionar como uma orquestra a piar fininho sem desemprego, sem catástrofes e pandemias, com o dinheiro aferrolhadinho nos bancos para estar ao serviço dos industriais da finança. Abaixo as ciclovias, a EMEL, os estrangeiros que só dão dores de cabeça e as minorias que vão de ter que sair ou piar fininho. Fora com a Ministra da Saúde, a DGS, o Ministro da Administração Interna, o Ministro da Educação, fora com a cambada destes energumenos suba ao poder o Eu Mesmo e a Yo que têm ideias novas e arejadas e não querem nada para si e tudo para quem eles estão convencidos que pensam como eles. O Medina já foi de vela agora com um empurrãozinho vai o Costa “just with a little help of my friends”.

  27. Há aqui uma coisa q estamos a esquecer e talvez ninguém reparou. E com isto acabo. Uma declaração de António Costa. E foi ela a seguinte: “nenhum dos indicadores apontava para este resultado”.
    Muito bem, eis aqui explanada a política de António Costa. António Costa não faz política; serve se antes dela apenas por estudos de opinião, de assessores de opinião, imagem, marketing; a política para o PS de Costa resume se assim.
    Claro q isto so podia acabar assim. Em Coimbra por exemplo, fala da maternidade e não houve UM jornalista que lhe tenha perguntado: ” sr Primeiro-ministro, então se o vencedor da câmara for do PSD não vai haver maternidade?” A chantagem que este homem fez connosco como se fôssemos burros.

  28. “Mas por que perdeu o Medina?” Espanta-me a falta de discernimento nas respostas dos comentadores do pardieiro, tanto à esquerda como à direita ou ao centro, a norte e a sul, por fora e por dentro, com salsa ou coentro. Disse-me um passarinho que a derrota do Merdina se deve única e exclusivamente a uma conspiração da Moscóvia conduzida na Tugalândia pelo maravilhoso agente quíntuplo Moi, Me, Je, Myself and I. Para o efeito, o maravilhoso Moi von etc. enfiou pelo cúzio do parvalhatz acima (e pelo cúzio abaixo, quando ele fazia o pino) vários supositórios de Novichok, com sabor a limão uns, sabor a baunilha outros, assim sabotando a competentíssima assessoria do bacorinho e afundando as hipóteses do seu simpático dono. Elementar, meus caros não sei quantos, etc. e tal, espero que ninguém leve a mal, mesmo não sendo Carnaval.

  29. Vai-se o Merdina, vem-se o Merdinhas. E agora bamos lá à aritmética, para moderar entusiasmos troikistas: o miniquadrilheiro de Massamá tem sete vereadores; a esquerda (PS + CDU + BE) tem dez. É ‘arritmética’ q.b. para baterem a bola baixinho, à cause des arritmias.

  30. Rio clamou contra a terrível vigarice das sondagens mesmo, precisamente, no momento quando estas acertavam em cheio em geral e especificamente em Lisboa.
    O que revela que as sondagens para Lisboa se foram algo vigaristas foram para o Medina; vigaristas no sentido em que deram constantemente este como perto de uma maioria absoluta o que o levou: 1) Medina ao “deixa andar”, ao desleixo de propostas e de revelar assertivamente os podres do Moedas colaboracionista de Passos, da Troika e do BES e homem da escola claro-escura do Lehman Brothers contra os portugueses. 2) Entregou o fardo da promoção da campanha a Costa ou este, também embalado nas sondagens, quis tirar partido da eleição em Lisboa e fez mal em aceitar tal quer em Lisboa como nas outras autarquias pois são os candidatos que devem revelar o que valem e não outrém por eles. 3) Mais uma vez com os media e sondagens a darem grandes vitórias ao PS fizeram que Bloco e PC fizessem uma feroz campanha contra a “maioria absoluta” do PS com o mal maior; nova repetição do Pec IV e outra vez a esquerda pura e dura a entregar o poder à direita tendo ela própria uma vitória em conjunto assegurada contra o engano das sondagens.
    Tudo combinado e mais diversos casos e casinhos aos quais Medina não foi firme nas respostas precisas que tais “divers” mereciam fez irritar os letrados lisboetas que, zangados, foram engordar o candidato do PC e deste modo, mais uma vez, enganando este e a si próprios.

  31. O sectarismo é sempre mau, cegueta e estúpido, seja na direita ou na esquerda. Ao enviesar e distorcer realidades e factos históricos inquestionáveis, por puro despeito, mau perder e/ou incapacidade para reconhecer erros, inviabiliza análises sérias e objectivas de acontecimentos passados e prejudica inevitavelmente sucessos futuros.

  32. Este fenómeno parece ter uma explicação muito simples. As freguesias de Lisboa onde o PS ganhara ou tivera excelentes resultados foi onde a abstenção mais subiu; as freguesias onde o PSD tivera os melhores resultados foi onde a abstenção menos subiu. A variação traduziu-se em 26000 votos perdidos pelo PS. Mesmo se admitirmos que o crescimento de 1500 votos de João Ferreira foram transferidos do PS isso não fundamenta a derrota visto que a diferença foi de 2300 votos . A expressão da abstenção nas condições em que ocorreu (não valia a pena votar, a eleição estava ganha à partida ou uma certa saturação do domínio do PS bastante prolongado) isso é que de me afigura explicar a derrota de Medina.

  33. Neste caso seria “porque perdeu” e não “por que perdeu”.

    De acordo com a 1ª razão. As ciclovias “em muitos casos, não estão bem feitas e perturbam demasiado.” Medina deu completamente o flanco nessa questão irritante para peões e automobilistas. Sim às ciclovias, não aos disparates! Penso que Medina foi muito prejudicado por isso..

    De acordo com a 4ª. Muitos acharam, baseados nas sondagens, que o Medina ganharia facilmente, por isso ou não se esforçaram por ir votar nele ou votaram no guapo comunista, para o ajudar, coitado. As sondagens desfavoráveis do Moedas, que agora são alvo dos estúpidos comentadores do costume, afinal ajudaram-no.

    Discordo da 2ª. Não me parece que a aliança com o Livre tenha tido qualquer repercussão no resultado, nem boa nem má..

    Na 3ª, estou plenamente de acordo com o que dizes sobre a actuação do Medina na questão da embaixada da Rússia, mas penso que isso teve pouca ou nenhuma repercussão nos resultados.

    Falta uma razão da eleição do Moedas, talvez a principal: a desunião da esquerda em Portugal, que é o seguro de vida da direita. Uma candidatura apoiada por toda a esquerda esmagaria a direita com mais de 50% dos votos. Os grandes fautores de divisão, o PCP e o BE, também foram castigados por isso. Ambos os partidos fizeram quase toda a sua campanha a atacar o PS e o Medina. Resultado: péssimo resultado para eles, derrota do Medina, vitória do Moedas.

  34. Júlio: Não havia necessidade de uma coligação com o Livre. Eu própria, que já me tinha esquecido desse arranjo, fiquei surpreendida ao olhar para o boletim de voto. A falta de confiança do Medina (face ao que tem sido feito) é um dos defeitos que lhe aponto (não que o Livre seja relevante em termos de expressão eleitoral, mas até por causa disso). Quanto ao que dizes da desunião, tudo bem, excepto que a votação não seria a mesma, ou seja, não seria a soma das partes. Quem não votou no Medina por não lhe agradar algum aspecto da sua personalidade ou do seu trabalho não iria votar nele em coligação, dado ser ele o cabeça de lista. Sim, era mais do que possível que ganhasse essa geringonça, mas penso que o PCP não iria prescindir jamais desta pequena “vitória”, que compensou de certa forma os restantes desaires. Não me parece que o partido tenha sido penalizado por isso, como dizes.
    Quanto ao caso da embaixada da Rússia, dou-lhe importância por ter sido uma oportunidade para o Medina se revelar para além da obra feita. Um líder não deve tremer por tão pouco.

  35. “A vitória do Moedas é linda”, diz o Valupi. Eu prefiro pensar que a vitória do Moedas é o preço (e bem caro) da democracia, mas tu, Júlio, estás a anos-luz de qualquer das fórmulas. Para ti, a vitória do Moedas resulta da irresponsabilidade dos que “votaram no guapo comunista, para o ajudar, coitado”, e dos “grandes fautores de divisão” PCP e BE.

    Admitindo, grosso modo, que os votantes no “guapo comunista” se distribuirão equitativamente pelos dois sexos “tradicionais” (feminino e masculino), temos assim que metade desses votantes é composta por fêmeas acéfalas com o grelo aos saltos perante tanta guapice e a outra metade uma cambada de ‘panelêros’ com a língua (à falta de grelo) aos saltos perante o guapíssimo Adónis, sonhando humidamente em aconchegar-lhe a bisnaga de marcha atrás, para a proteger de intempéries. “Ajudar o coitado”, na castiça fórmula juliana.

    Quanto aos “grandes fautores de divisão” PCP e BE, pois claro, sem dúvida! Qual diversidade, qual pluralidade, qual quê! Pensamento único é o que está a dar! A democracia, variante juliana, seria uma finalmente encontrada “unicidade” da esquerda, a única, esta sim autêntica, “esquerda pura e verdadeira”, legítima, da Bayer, sem veleidades divisionistas nem heresias.

  36. avernavios: Essa explicação da abstenção tem que se lhe diga. Uma pessoa que não vai votar porque considera ser demasiado incómodo para eleger um tipo que já está eleito é também uma pessoa que não se incomodará muito se ganhar o adversário do supostamente já eleito. Estará, portanto, tranquila com o resultado.

  37. Claro que está tranquilo com o resultado. Se o tipo que já está eleito não ouviu os munícipes de Arroios, não ouviu a contestação a tantas ciclovias, fez parte da comissão de honra do Vieira e bufou para a Rússia, provavelmente o adversário não irá fazer pior.

  38. Penélope, o abstencionista dominante é exatamente esse que assim qualificou. É o “pessoal do centro” para quem “os políticos são todos iguais”, que não comparece, que vai votar se for assediado ou se sentir aflito, que cai para um lado ou para o outro, ou não fosse do centro, a matéria que se explora para ganhar eleições. Projetos políticos, programas? Bah, o Moedas apresentou algum? Mas ganhou.

  39. Os tugas ainda não sairam do registo anos 80/90: Andar de bicla é coisa de pobre, não dá status.
    O sonho de qualquer puto teso, ou remediado, é tirar a carta com o primeiro trabalhino no Mac e, assim que possível, comprar o bólide.
    Também conheço muita malta que nem sequer sabe andar de bicicleta, hã idYota?
    Proponho que se faça a promoção da sua utilização com “estrelas” do Big Brother e se subsidie as rodinhas de apoio lateral. Pode ser que o pessoal se entusiasme.
    Volto a repetir que o Merdina mereceu levar na boca, mas não acredito que tenha sido por causa das biclas e da Rússia. Os potenciais eleitores são mais inteligentes que isso.
    E já que, em oposição às cliclovias, alguém falou de transportes públicos e tráfego automóvel, esqueceram de quem aumentou os preços dos passes? O Moerdas estava perfeitamente encaixado nesse governo PaFioso de merda.
    Ainda bem que gostam do alentejano de plástico, não perdem pela demora.

  40. Penélope: terás razão na matemática da soma e das parcelas, mas o facto é que a direita se apresentou basicamente unida em Lisboa e a esquerda dividida em três, que foram o 2º, o 3º e o 4º partidos mais votados, somando 51% dos votos. Mesmo que o candidato da esquerda hipoteticamente unida não fizesse o pleno, bastar-lhe-iam 35% para derrotar a direita unida.
    A líder do BE veio chorar lágrimas de crocodila pela vitória do Moedas, fingindo-se esquecida da sua campanha contra o Medina e o PS. Agora diz que não vai colaborar com o Moedas, depois de lhe ter dado a colaboração decisiva. Quanto ao PCP, interessava-lhe muito mais dar uma prova de vida em Lisboa, por isso colocou o seu mais forte candidato possível, o “delfim”, contra o Medina.
    Ainda assim, o resultado de Lisboa surpreendeu-me, como à maioria das pessoas, por causa das sondagens. Mas estas vieram demonstrar mais uma vez que das intenções de voto ao voto vai uma distância que pode ser decisiva. As sondagens à boca das urnas, que também são sondagens, repuseram logo a verdade sobre a dita distância.

  41. Depois de lidos os seus comentários, concluo que a crise dos camionistas do UK já está a afetar o fornecimento do Eu mesmo: acabou-se o tabaco e, agora, o charro é 100% erva.

  42. ó sr. Vieira , eu sei andar de bici , mas não alinho em modas, importadas do estranja ou nativas, nem sinto qualquer necessidade de andar de bici . e não percebo pq teria de imitar holandeses suecos ou alemães. vai ser giro , as cidades chapa 4 ideadas por “especialistas” teóricos saídos das faculdades , qualquer dia ninguém consegue viver nesses “modelos” xpto de cidadãos “sustentáveis.” o pio ainda r é ver esses modelos concebidos para grandes metrópoles serem aplicados a anões , como a cidade onde vivo. um desespero.
    também é anedótico ver os educadores do povo sempre bem montados em grandes carrões com motorista e lugar à porta da manjedoura. andem de bici , talvez os modistas os sigam.

  43. Considero muito positiva a iniciativa das biclas e das coclovias em Lisboa e em muitas outras localidades, que as há, e sempre repudiei as manifestações de oposição de Cristas e seus arregimentados. Identifico pontos que me parecem mal resolvidos e tenho sugerido melhorias no local próprio do sitio da Câmara, alguns dos quais foram atendidos. Se neste assunto andarmos para trás (felizmente o túnel que permitirá transitar da cidade baixa para a cidade alta já está pronto e, embora a ciclovia não esteja construída na Avenida de Ceuta, a peça mais importante já lá está) será muito de lamentar. Ver o trânsito ciclista na Avenida da República, de que nada existia anteriormente, ou apreciar um pai ou uma mãe a tranportar no banco traseiro da sua bicla o filho, deixá-lo na creche ou na escola, seguir para o trabalho e fazer o circuito inverso no fim do dia, isso deixa-me satisfeito.

  44. Andar de bicla é uma moda (?) importada do estrangeiro. Ok.
    O que interessa é a forma como se deslocam os ” educadores do povo”? Ok

    Palavras para quê? É uma nhurra portuguesa e usa Pasta Medicinal Couto.
    Destas (e destes) temos muitos. Podemos exportar.
    ‘Tá-se a ver a pinta da malta que apoia o Moerdas, ou ainda havia dúvidas?
    Viva o atraso mental e a tacanhês.
    Voltemos ao “orgulhosamente sós”.
    Esta idYOta quanto mais argumenta, mais porcaria revela.
    Há quem critique ( talvez até com razão) traçados e outros erros cometidos nas ciclovias, mas este bolsar de inanidades de uma ressabiada com a mania que é bué da louca, demonstra porque é que Portugal continua a marcar passo há anos.
    A deslumbrada da idYOta não critica construtivamente, arrasa, apenas, porque não foi feito pelos da equipa dela.
    Imagino o que seria se tivesse sido o Costa ou o Merdina a acabar com a Feira Popular…

    Esborrachou-se o Martim Moniz às portas do castelo, para os Portugueses serem esta merda!
    Tinhas toda a razão, Solnado.

  45. se o medina tivesse oferecido vibradores a pedais, a vaca e os montes de merda associados eram pelas ciclovias, assim o tema da semana vai ser antibiclas & climax do co2.

  46. Razões da derrota (de quem está de fora):
    1 – A estupidez da linha circular do metro, em detrimento da expansão da rede e/ou melhoria de transportes/acessibilidades (Duvida que fica: há algum caso de rede de metro com idêntica expansão?);
    2 – A aposta nas Margaridas (Abraços) Martins desta vida, e
    3 – Táctica/estratégia da campanha (tipo Costa-Passos)

  47. Uma bicicleta ao lado de outra na ciclovia?! Ya, ya, a Cristas que desconhece ciclovias teria mais um motivo para o seu bota-abaixo.

  48. Medina perdeu porque falhou no contacto com quem vota: os Munícipes lisboetas.

    Os Turistas e os Estudantes (estrangeiros, ou da Província) não votam cá.

    Os Académicos têm poucos votinhos.

    As Crianças que andam nos atrelados das bicicletas dos seus Papás e Mamãs ainda não votam.

    Os demagogos e evangelistas europeus pró-descarbonização a duzentos à hora não votam em Portugal…

    Infelizmente, passadas quase duas semanas do abalo sísmico, muito boa gente continua em estado de negação. Ou a culpar a CDU, que tem mesmo vocação para ser a campeã da especulação imobiliária, dos empresários modernaços e ecologistas com dinheiro para “investir” num Tesla, ou dos magnatas do Turismo que fazem a sua vida a explorar o trabalho precário.

    Parece-me que a CDU tem mais vocação para se preocupar com os Idosos que ainda habitam no Centro da Cidade, com os Trabalhadores que moram nos arrabaldes e têm de chegar a horas ao seu emprego desqualificado, caso contrário vão para o Desemprego, e para todos quantos sentem que a Lisboa tradicional está numa agonia lenta e inexorável e culpam disso todos os sinais exteriores de modernidade pindérica.

    Pensem mais nisso e menos em criticar quem levou com esta fruta madura no colo, sem estar à espera.

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