Durão Barroso está especializado em discursos e declarações que dizem tudo e o seu contrário, mas mais importante ainda, discursos que não colam minimamente com a prática da instituição a que preside (basta lembrarmo-nos do Olli Rehn ou do Simon O’Connor, das suas comunicações regulares e de tudo o que têm feito ou mandado fazer para nos pôr no “bom caminho”).
Podem ler na íntegra as declarações do Barroso aqui. Verão as sucessivas pérolas do dizer e não dizer.
As políticas estão corretas, diz ele, mas é difícil para os cidadãos compreendê-las e aceitá-las e para os politicos explicá-las (logo, o também por cá conhecido problema de comunicação – vamos rir?). A austeridade chegou aos limites, mas as políticas são apropriadas porque são a única maneira de reduzir as dívidas acumuladas (apesar de as agravarem). Só assim os países poderão partir para o crescimento (só que não partem, antes regridem décadas). Há desemprego e miséria em muitos países, e isso é preocupante, mas as medidas estruturais foram muito importantes (apesar de não terem criado um único posto de trabalho e terem contribuído para destruir milhares, não terem reduzido os défices, terem destruído as economias e apagado o futuro do mapa). E por aí fora.
Como ousa este homem falar na competitividade da Europa, quando, a nível interno, as instituições europeias (através do não papel do BCE) impõem uma brutal perda de competitividade às empresas do Sul face às do Norte devido aos diferentes custos de financiamento? E como pode haver crescimento sem dívida?
Este homem é um pateta, sem qualquer poder de afirmação. Pessoas como esta não percebem que são o principal motivo do descrédito da “Europa”. A Comissão Europeia é suposto ser uma instituição supranacional, não uma sucursal do Bundestag.
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O puxão de orelhas
Uma nota só para acrescentar que, embora o homem já tenha interiorizado o chicote alemão quando fala em público, daí resultando discursos mentirosos e contraditórios como o indicado acima, mesmo assim não escapou a um puxão de orelhas de um porta-voz de Angela Merkel pelo que disse sobre os limites da austeridade, tendo-se visto obrigado a “esclarecer” o deslize (isto é, pedir desculpas públicas através do seu porta-voz).
Serve para quê, este bicho?
Sim, de facto é como ele diz: há muitas coisas que “nós” ainda não entendemos em toda a sua extensão e significância! Escusava era de usar o pretensioso e ridículo plural majestático e falar na primeira pessoa – a sua pobre pessoazinha de cherne cru.
De primeira, sim senhor!
Um autêntico parvo, mas de primeira…
“European Commission President José Manuel Barroso has said that Europe has reached the political limits of its austerity measures, suggesting that crisis countries should get more time to consolidate their budgets. But Germany warned against changing course on Tuesday.”
http://www.spiegel.de/international/europe/barroso-says-austerity-in-europe-has-reached-its-limits-a-896019.html
estatelou-se, é desta que nos devolvem o gajo.
http://www.bloomberg.com/news/2013-04-23/merkel-allies-slam-barroso-comments-on-easing-euro-austerity.html
Lagarto, lagarto. lagarto, que já passou o prazo de garantia. Não se aceitam devoluções!!!
Para alem do mais para ir buscar uma cervejinha ou duas a Angela deve servir , não???
Como bonus sempre aceitava o conselho do 1ª ministro: emigre!!!