Fantoches

Now, having said this, I know this will also not respond to the concerns of the unemployed citizen in Greece or Portugal or many other countries we could quote. That is why I also think that we are reaching the limits of the current policies. The current policies are of course appropriate in terms of reducing the biggest challenge that we have today which is the challenge of unsustainable debt, public and private, the need to deleverage, the need to put Europe on a sound footing so that Europe can be more competitive and can have growth again, but growth that is sustainable, because what we have learned, and this is for me the biggest lesson of the crisis, and I think a lesson that we have not yet all completely drawn, is that growth based on debt is not sustainable. Growth based on unsustainable public or private debt is artificial growth and what we need is to have growth that is sustainable, namely based on increased competitiveness in Europe. This is what we need. This is the greatest lesson to draw from the crisis.

Durão Barroso está especializado em discursos e declarações que dizem tudo e o seu contrário, mas mais importante ainda, discursos que não colam minimamente com a prática da instituição a que preside (basta lembrarmo-nos do Olli Rehn ou do Simon O’Connor, das suas comunicações regulares e de tudo o que têm feito ou mandado fazer para nos pôr no “bom caminho”).

Podem ler na íntegra as declarações do Barroso aqui. Verão as sucessivas pérolas do dizer e não dizer.
As políticas estão corretas, diz ele, mas é difícil para os cidadãos compreendê-las e aceitá-las e para os politicos explicá-las (logo, o também por cá conhecido problema de comunicação – vamos rir?). A austeridade chegou aos limites, mas as políticas são apropriadas porque são a única maneira de reduzir as dívidas acumuladas (apesar de as agravarem). Só assim os países poderão partir para o crescimento (só que não partem, antes regridem décadas). Há desemprego e miséria em muitos países, e isso é preocupante, mas as medidas estruturais foram muito importantes (apesar de não terem criado um único posto de trabalho e terem contribuído para destruir milhares, não terem reduzido os défices, terem destruído as economias e apagado o futuro do mapa). E por aí fora.
Como ousa este homem falar na competitividade da Europa, quando, a nível interno, as instituições europeias (através do não papel do BCE) impõem uma brutal perda de competitividade às empresas do Sul face às do Norte devido aos diferentes custos de financiamento? E como pode haver crescimento sem dívida?

Este homem é um pateta, sem qualquer poder de afirmação. Pessoas como esta não percebem que são o principal motivo do descrédito da “Europa”. A Comissão Europeia é suposto ser uma instituição supranacional, não uma sucursal do Bundestag.

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O puxão de orelhas
Uma nota só para acrescentar que, embora o homem já tenha interiorizado o chicote alemão quando fala em público, daí resultando discursos mentirosos e contraditórios como o indicado acima, mesmo assim não escapou a um puxão de orelhas de um porta-voz de Angela Merkel pelo que disse sobre os limites da austeridade, tendo-se visto obrigado a “esclarecer” o deslize (isto é, pedir desculpas públicas através do seu porta-voz).

6 thoughts on “Fantoches”

  1. Sim, de facto é como ele diz: há muitas coisas que “nós” ainda não entendemos em toda a sua extensão e significância! Escusava era de usar o pretensioso e ridículo plural majestático e falar na primeira pessoa – a sua pobre pessoazinha de cherne cru.

  2. Lagarto, lagarto. lagarto, que já passou o prazo de garantia. Não se aceitam devoluções!!!
    Para alem do mais para ir buscar uma cervejinha ou duas a Angela deve servir , não???
    Como bonus sempre aceitava o conselho do 1ª ministro: emigre!!!

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