Era intenção de Nuno Crato acabar mesmo com as aulas de inglês no primeiro ciclo, nas escolas públicas. Só perante a chuva de críticas, não só dos seus opositores partidários, como também de membros do PSD, decidiu congeminar uma saída airosa para a asneira anunciada. Assim, protagonizando uma das mais extravagantes fugas para a frente da sua carreira, anunciou que o inglês passaria, isso sim, a fazer parte do programa curricular do primário, embora sem dizer quando e, para o como, pediu ao Conselho Nacional de Educação, um órgão consultivo, para pensar no assunto e nas modalidades práticas (o que não exclui que, bem instruídos, os membros do CNE não apresentem uma análise que desaconselhe a aprendizagem de uma segunda língua tão cedo; tudo é possível). Quer isto dizer que jamais tinha passado pela cachimónia de Crato fazer da língua inglesa uma disciplina curricular nos primeiros anos de ensino, e possivelmente continua a não passar. Não terá, pois, qualquer pressa em implementar tal medida. Os alunos e os pais entretanto habituam-se. Portugal não sobreviveu tantos anos sem inglês? O Conselho Nacional pode tranquilamente entrar num processo de meditação prolongada, que ninguém lhe pedirá contas, muito menos resultados (que possivelmente nem está habilitado a produzir). Coincidência ou não, há dias ouvi o mesmo ministro dizer que os primeiros anos são para aprender a língua materna. É verdade. Mas há muitas maneiras, todas elas adaptadas à idade e aos conhecimentos dos alunos, de irem tomando contacto com aquela que é já hoje a língua universal, indispensável para o futuro de qualquer criança.
E assim vamos de farsas no que toca à educação. As declarações de Crato foram vendidas e, mais importante, compradas como positivas. Nas televisões, os jornalistas contrapõem sistematicamente a quem critica o ministro que “ele prometeu que passaria a ser disciplina curricular”, sem minimamente referirem a enorme e abstrusa pirueta do ministro, prova, para quem esteja atento, de que tamanha ideia nunca atravessara o mais pequeno dos seus neurónios. Pelo contrário. Era uma fonte de poupança ideal. Sobretudo se eleita à sorrelfa. Entretanto, teremos miúdos mais bem preparados do que outros para os mesmos desafios. Até quando, ninguém sabe. E o próprio nem se interessa.
Em muitos paises europeus, os alunos na primaria estudam amis de uma lingua, para não falar da Suiça onde desde cedo dominam o frances e alemão começando ai o Ingles no 2° ciclo. Està provado que os qunato amis cedo se começar a dominar multiplas linguas mais saude cerebral terão durante a sua vida.
O ministro cratino faz juz ao seu apodo, a sua enorme pirueta é devida ao seu
despedimento sumário feito por José Sócrates no passado domingo na RTP1!
Despedimento amplamente confirmado, ontem na TVI24, pela anterior Ministra
da Educação que, pôs a nú com números e inabilidade e inconsistência desta es-
pécie de ministro cuja, única preocupação parece ser destruir o que de bem foi
feito pelo essino público!
Para cúmulo, até o Reitor da Universidade de Coimbra, declarou que o ensino
superior está a chegar ao seu ponto de rotura, pelas imposições do ministro
cratino … e, ninguém quer tomar uma decisão séria sobre a manutenção do ca-
valheiro, numa área tão sensível para o futuro do País!!!
A entrevista a Maria de Lurdes Rodrigues foi um oásis. Ouvir alguem falar com competência, conhecimento e paixão sobre educação (e de uma forma educada) é um bálsamo nestes tempos obscuros em que se ouvem tantas mediocridades e frases ocas ditasde peito cheio.
Liçoes de decência e de cidadania, é o que precisam estes tipos, antes do mais
Sim, a entrevista de Maria de Lurdes Rodrigues foi exemplar. Descreveu bem o que está em causa, sem dogmatismos nem agressões.