Há uma interessante querela comercial em curso com a China (é uma constante). Pressionado pelos produtores de vinho nacionais, o Governo chinês está a pensar impor uma taxa sobre as importações de vinho europeu (como sabemos, maioritariamente francês, mas também italiano e espanhol). O mais provável é que, a par dessa razão, se trate também de uma estratégia diplomática chinesa que visa tirar partido das atuais dissonâncias intraeuropeias, sobretudo entre o par franco-alemão. A velha questão de dividir para reinar, agora totalmente facilitada pela dispensabilidade de provocar a divisão, pois já existe (a este propósito, ler isto).
Entram agora em cena os painéis solares. A França, de certa forma em retaliação e fortemente prejudicada pelo dumping chinês, esse sim bem real, resolveu propor uma taxa europeia sobre a importação de painéis solares da China, vendidos aqui a um preço imbatível graças aos já conhecidos fatores das ajudas de Estado e dos custos laborais, o que ameaça seriamente a nossa produção. A Alemanha, interessada em chorudos negócios com a China, cujo primeiro-ministro está de visita, opõe-se. Este tema foi ontem tratado numa reportagem no telejornal francês.
A conclusão do jornalista – que faz o título deste post – não podia ser mais expressiva e realista.
Em resumo, uma guerra entre bêbados com uma embotada percepção da realidade.
http://www.tvi24.iol.pt/503/sociedade/daniel-de-sa-escritor-obito-acores-tvi24/1454087-4071.html – vosso antigo colaborador
E eu convencido que era mais uma daquelas batalhas retoricas de café…