27 thoughts on “A banca: João Galamba explica”

  1. Ao contrário do que diz João Galamba, os ganhos da banca não são totalmente privatizados: há uma parte que é socializada através de impostos. É uma parte pequena? Então aumente-se a taxa de imposto (o João Galamba está agora em excelente posição para defender o seu aumento).
    Coisa diferente é defender que a socialização dos ganhos se deve fazer através da gestão pública dos bancos: basta olhar para o que tem sido a gestão pública da CGD (negócio Vale do Lobo / Armando Vara) para ver onde isso leva.

  2. Ó anónimo das 18h27

    E aonde é que nos leva a “privatização dos ganhos” ?
    Ao BNP – Parvalorem – negócios de Cavaco Silva, Dias Loureiro, etc ?
    Ao BES – Ricardo Salgado – negócios de meio mundo a f… o outro meio que paga impostos ?
    Ao Banif – empréstimos aos amigos da Madeira ?
    E aos negócios tipo Duarte Lima e Filho, “emprestas-me 50 milhões para eu comprar um terreno onde eu sei que o Estado vai construir o novo IPO de Lisboa e por isso não preciso de apresentar garantias a não ser o ordenado do meu filho que ganha 1000 euros/mês” … é deste tipo de “bons negócios” que a banca privada fez que o caro Anónimo está a falar ?

    Porque é que veio ao caso o empréstimo da CGD a Vale de Lobo quando nessa altura houve centenas desses empréstimos em Portugal, milhares no Sul de Espanha, na altura do “boom” do Imobiliário.
    Deu prejuízo ? alguns deram lucro, mas a maioria deu prejuízo, mas era a ordem superior para “investimento público no imobiliário” e olhe que a ideia não foi parida pelo Sócrates, essa ordem veio de quem manda no Governo de Portugal, meu caro.

  3. anonimo: Apontar um caso de investimento de um banco público que pode ter corrido mal em contexto de crise (e cuja relevância criminal ainda está por provar) só para falar no Vara, quando nos privados são aos milhares e quando todos sabemos o que foi e continua a ser a calamidade da banca privada na atribuição de crédito, é bastante forçado, não acha?

  4. Esse anonimo no fundo o que queria era dizer VARA. Porque se não dissesse não teria ração na gamela.

  5. “Apontar um caso de investimento de um banco público que pode ter corrido mal … só para falar no Vara …”
    Falei no Vara porque é o último, mas podia ter falado na Celeste Cardona que foi nomeada para a CGD sem qualquer outro critério que não fosse o político. Na última década a CGD tem sido um autêntico campo de batalha politico-partidária pela distribuição de cargos e conquista de poder. Como em tempos era, por exemplo, a PT.
    E nos bancos privados é diferente? Não há lutas de poder, negócios ruinosos, …? Claro que há, todos os dias. Como há em todas as empresas privadas: algumas até vão à falência e os accionistas perdem tudo, veja lá! Infelizmente no caso da banca privada há sempre quem tenha medo de privatizar totalmente os prejuízos, preferindo em vez disso socializar os (potenciais) ganhos. A calamidade da banca privada não foram os negócios ruinosos: a calamidade da banca privada foi o Estado não ter deixado falir os bancos! Os depositantes querem depósitos garantidos? Comprem certificados de aforro!

  6. Já agora, por falar em banca pública: já estão preenchidos todos os lugares (tachos) do novo banco de fomento? Se estão, está na hora de tirar estes (PSD/CDS) para por lá os novos (PS). Com as devidas indemnizações, claro. E já agora, os que estão à espera dos lucros socializados deste magnífico novo banco estatal depois não chorem quando lhe apresentarem a conta da socialização dos prejuízos. Ou quando vierem à tona os “investimentos que correram mal em contexto de crise”.

  7. “Apontar um caso de investimento de um banco público que pode ter corrido mal … só para falar no Vara …”

    Para não falar do Vara ou da Celeste Cardona:
    – FINANCIAMENTO DE 500 MILHÕES A APOIANTES DE SANTOS FERREIRA
    Joe Berardo e aliados compraram acções do BCP com crédito da Caixa (http://www.publico.pt/economia/noticia/joe-berardo-e-aliados-compraram-accoes-do-bcp-com-credito-da-caixa-1315596)
    – Escândalo: Governo apoia OPA’s à Cimpor e à Brisa (http://www.esquerda.net/artigo/esc%C3%A2ndalo-governo-apoia-opas-%C3%A0-cimpor-e-%C3%A0-brisa/22593)

    É para isto que serve a CGD? Também estes são negócios que correram mal em contexto de crise? E isto é só o que se sabe publicamente …

  8. eu gostei tanto mas soube-me a pouco. quando terminou andei à procura das setinhas para a página seguinte. falta esmiuçar a coisa para que quem lê fique mesmo com a garantia de que o estado nos protege dos bandalhos que andam a encher a mula à custa do nosso dinheiro – e do nosso prejuízo.

  9. Na banca pública ou na banca privada haverá sempre negócios que correm mal (já para não falar de casos de má gestão ou de gestão criminosa). A questão é se queremos ser nós, os contribuintes, a correr o risco de os pagar, o que é 100% certo se o banco for público. Eu prefiro ficar com uma parte dos lucros (através de impostos) e deixar os prejuízos todos para os privados (incluindo depositantes!).

    A propósito:
    Um calote aos privados é menos grave do que um assalto aos contribuintes (http://expresso.sapo.pt/blogues/opiniao_daniel_oliveira_antes_pelo_contrario/2016-01-04-Um-calote-aos-privados-e-menos-grave-do-que-um-assalto-aos-contribuintes)

  10. Um pouco ao lado, mas tem de ser: Noticias ao minuto (em destaque) Segurança. Passos tinha um assessor; Costa recorre a três.
    Nào será altura de, uma vez na vida, o governo PS assinalar diferenças? O mais certo é não o fazer. E as eleições começam a perder-se nestes pormenores, que, tantas vezes, são a única coisa que o povo entende da “política”. Os pormenores, mas com algum significado. O problema não é o PS perder eleições. O problema é entregar o país a patifes direitolas por estes “pormenores”. Sócrates também caiu por aqui, pelos pormenores. E foi um desastre para o país perder Sócrates.

  11. Gostava de saber de Economia e Esquemas Bancários.
    Leio entendo.
    Vejo claro o que JG diz.
    É especialista e sabe seguramente do que fala.
    Os comentários é que vão logo dar ao mesmo :

    Vara : logo José Sócrates : logo actual Governo igual : logo Campanha de abate à la tradicional : logo é tudo o mesmo : logo acrescentar mais uns nomes que não são do meu partido para disfarçar o que na realidade quero dizer e manter o fogo forte.

    Depois é perder tempo a rebater quando se poderia saber mais e mais para cabeças que gostam de pensar e aprender saberem que fazer num futuro que Dr. Costa quer :
    – novo.novo.novo.
    É cansativo não aprender mais e melhor numa área tão importante para os depositantes em pânico e País carente de confiança no guardar das economias dos cidadãos.

  12. Oxalá que dê em puta, mas em puta ordinária para eu ter acesso a umas respas.

    Diz o o roto a quem só saem duques.

  13. maria abril,o governo de passos,era pequenino de inicio,e depois acabou como se viu.t

    maria abril,o governo anterior de inicio gabou-se de ser pequenino.depois foi o que se viu.quero é um governo competente.aqui o tamanho nao conta!

  14. anónimo das 18.27,com que entao “os lucros tambem foram privatizados atraves dos impostos”.já trabalhas? se sim, tenho a dizer-te que o que ganhas nao é lucro, mas fruto do teu trabalho,e o estado também vai retirar uma parte do teu salario nos impostos. a cgd,ainda é dos bancos que mais confiança nos transmite.se nao é mais agil nos seus produtos financeiros é para nao prejudicar os privados.esta politica tem que mudar . o povo começa a nao acreditar na banca privada.

  15. Estamos a falar de Banca, que é um Estado dentro do Estado.
    Que por sua vez, empresta dinheiro a outro Estado dentro do Estado, o futebol . Que paga quando quer, e se quizer .

    Pessoalmente, entendo que banco que faliu, deve ir à falência, com todas as consequências.

    O problema é que, as consequências recaem sobre os depositantes – geralmente os mais pequenos, tenha-se em mente que Salgado parece que transferiu verbas do BES para o Banque Privé, na Suiça, para recarssir os clientes ” privé “, que eram clentes estrangeiros e riquíssimos, não querendo saber dos depositantes nacionais, muitos deles emigrantes que perderam tudo .

    Aliás, eu nem acredito que os bancos tenham constituído provisões para em caso de colapso, assegurarem o que está previsto na lei, isto é, 100 000 euros por depositante .

    Suspeitando eu que esse tal Fundo de Garantia, é treta, na pior hipótese, tem teria que arcar com o ónus, seria o Estado, portanto, o contribuinte .

    Alguém sugeriu aqui, que para se precaverem de imprevistos, o melhor era optarem por Certificados de Aforro e produtos congéneres .

    Os aforristas dos cerifificados de aforro, foram escorraçados por Teixeira dos Santos .

    Presumo que, para capitalizar os bancos privados, que naquela altura, já deviam estar mal, ou menos bem, pese embora se diga – agora – que ninguém sabia .

    Eu recordo que tinha as minhas poupanças em certificados de aforro da série B .
    Eu tinha alguns contituidos antes de 1 de Janeiro de 1989, e como tal, estavam isentos de imposto sobre os juros . Logo, à partida, gozavam de taxas, que ao tempo eram boas, acrescidas do prémio de permanência de 2 %, não sofrendo qualquer descontos por via de Irs, na altura, já em 20 % .

    Após um período em que as taxas dos CAforro cairam para mínimos, Teixeira dos Santos, decretou a extinção da Série B, e a criação da serie C.
    A nova série C, não tinha interesse .
    Simultâneamente, os bancos privados estavam a oferecer taxas mais altas . Mais seria por breve período.
    A transferência das minhas poupanças para um banco privado traduziu-se num ganho relativo, a curto prazo de 1 ano, e a perdas graves a médio e longo prazo .

    Assim, subscrevi obrigações para aumento de capital numa entidade privada mas tive desagradáveis surpresas, as taxas prometidas, brutas de 6, tal e 5 %, na prática, traduziram-se em taxas líquidas de menos de 4 %, porque o capital aplicado apenas foi remunerado por 1 ano, embora tivesse ficado cativo no banco por 14 meses .

    A medida de Teixeira de Santos, ( que terá tido também a mãozinha da chiquinha-esperta Luis Albuquerque, então no Instituto de Gestão do Crédito Público, após saída da Refer, onde fez as laradas dos swaps ) terá tido por intuito não só baixar a dívida pública interna, e desse modo endireitar as contas públicas, como concomitantemente, empurrar os depositantes para a banca privada, para assim os capitalizar .

    Mais tarde, agora já no governo, Albuquerque melhorou as condições dos certificados de aforro série C, assim tornando a baralhar os aforristas e a manter a instabilidade e a imprevisibildade do sector .
    Os da série C também já foram extintos e já vamos na série D, totalmente desinteressante .

    Assim, quem resistiu e optou por ficar com os da série B, que têm desde logo uma taxa base de 2%, a que acresce a taxa normal em vigor, foi quem fez a melhor opção a longo prazo .

    Na altura, Beiças dos Santos, justificou a medida da extinção da série B, dizendo que era coisa para ricos .
    Foi desmentido por um jornalistas, e com factos estatísticos, que demonstravam que mais de 90 % dos aforristas de certificados de aforro, eram detentores de pequenas/médias e pequeníssimas poupanças .
    Mas Beiças era um economista para aí de 5ª ou 6ª categoria, e Albuquerque é para aí de 6ª ou sétima.

    A banca, assim como o sector energético e o das PPP’ rodoviárias, conseguiram o milagre do capitalismo sem risco .
    Quando o sector está upside, os lucros são para os privados, quando está downside, os prejuízos são para o Estado, e não só por via indirecta, por arrecadação de menos imposto, como, mais recente, por assunção por parte deste, dos prejuízos daqueles .

    Um escândalo e uma situação intolerável.

    Maus gestores há em todos os partidos. Armando Vara, por exemplo, não reúne condições para administrador de um banco . Nem Amado .

    Maus funcionários da entidade reguladora ( Banco de Portugal ) são mato, administradores dos bancos comportam-se como se fossem donos dos mesmo, e grandes accionistas, julgam-se proprietários da totalidade do dinheiro existente nos cofres .

    Ora, já um antepassado de um banqueiro, pessoa ajuizada, dizia a um familiar, que lhe iria suceder, para não se esquecer que, por cada 1.000 escudos que emprestasse, só 100 eram dele, os restantes 900, eram dos depositantes .

    O percursor do mantra, ” os lucros das minhas empresas são para mim, os prejuízos são para serem assumidos pelas contas do Estado ” foi o ditador das Filipinas, Ferdinando Marcos .

    O melhor é cada um e cada qual, gastar o seu dinheirinho, porque, verdade verdadinha, a partir do momento em que se cruza o degrau para entrar no banco, já se está a perder dinheiro .
    Foi um tal Noori ou Nouri, que o disse .

  16. Cara fifi,
    ” “os lucros tambem foram privatizados atraves dos impostos””
    Não percebi esta frase. Se me enganei, o que queria dizer era precisamente o contrário: parte dos lucros da banca (e de todo o sector privado) são socializados através dos impostos. Sem riscos.
    Também não percebi o que disse à cerca dos impostos sobre o trabalho (“o estado também vai retirar uma parte do teu salario nos impostos”). Eu já trabalho e concordo totalmente que o Estado retire parte do meu salário através de impostos como forma de sustentar os serviços públicos. Só tenho pena é que muito do dinheiro cobrado não seja bem usado.

    “a cgd,ainda é dos bancos que mais confiança nos transmite”
    Desculpe, mas não prestou atenção aos dois links que deixei anteriormente:
    – FINANCIAMENTO DE 500 MILHÕES A APOIANTES DE SANTOS FERREIRA
    Joe Berardo e aliados compraram acções do BCP com crédito da Caixa (http://www.publico.pt/economia/noticia/joe-berardo-e-aliados-compraram-accoes-do-bcp-com-credito-da-caixa-1315596)
    – Escândalo: Governo apoia OPA’s à Cimpor e à Brisa (http://www.esquerda.net/artigo/esc%C3%A2ndalo-governo-apoia-opas-%C3%A0-cimpor-e-%C3%A0-brisa/22593)

    Repito: a CGD é e sempre foi o mealheiro que sustentou as negociatas de quem esta no poder (PSD/CDS/PS). Se depois disto, que é só o que se sabe, ainda mantém confiança na CGD …
    Não se esqueça que os tempos são outros: o Estado Português já não emite moeda por isso, quando faltar dinheiro na CGD …

  17. “Os aforristas dos cerifificados de aforro, foram escorraçados por Teixeira dos Santos .”

    A escolha é simples:
    – Certificados de aforro com baixas taxas de juro (até podem ser negativas!);
    – Produtos oferecidos pela banca privada com altas taxas de juro.

    E o risco? Cada um faz as escolhas que quer. Mas depois não se queixe.

  18. Anonimo, a questão que o texto levanta e interessante ao nivel conceptual. Nivela-la através de casos fica mais pequenina e distorce o mérito das opções em causa. Acreditas que o único risco para o estado resultante da falência de um banco são somente os impostos? Achas que se o BES, o BPN, o BES e o Banif falissem agora,com a nova lei o estado so perderia os impostos? Acreditas que alguém que mete dinheiro numa empresa não tem direito a geri-la? Achas que alguém que tem uma empresa bem gerida seja obrigado a vende-la porque todos os outros geriram mal as suas? E pior, provavelmente, aos mesmos que falitam as suas?

  19. Caro Joe Strummer,
    A questão fundamental é esta: se existe mais algum risco para o Estado, com a falência de uma empresa, para além de perder impostos (não era esse de forma alguma o ponto principal) então:
    1) a empresa em questão devia ser pública; ou
    2) a empresa devia operar sem criar riscos sistémicos para o Estado.

    O que eu quis mostrar, através de exemplos (não quis de forma alguma afunilar a discussão), é que a solução 1 não resolve o problema. A prática dos últimos anos demonstra que a gestão da banca pública não elimina os riscos de os contribuintes pagarem maus negócios e negociatas!

    É evidente para mim que quando alguém “mete dinheiro numa empresa” tem o direito de geri-la e não deve ser obrigado a vendê-la. Mas queremos mesmo que o Estado meta dinheiro em bancos falidos assumindo as suas perdas? Queremos mesmo que o Estado garanta depósitos sem limite geridos por bancos privados? Eu não quero. O Estado tem um mecanismo (certificados de aforro) para garantir pequenas poupanças. Tudo o resto deve ser gerido por bancos privados correndo o risco de perdas em caso de falência (alternativa 2). É justo que o Estado proteja depósitos dos riscos da gestão privada à custa dos contribuintes (impostos)?

  20. A questão é que um banco não é uma empresa normal, se existir um banco suficientemente grande que falhe, ou varios de media dimensao, o que vai ao ar e a economia do pais. Porque os grandes pequenos e medios depositantes perdem dinheiro, empresas abrem falencias, e depois nao pagan a outrasa q tambem abrem falencia, desemprego etc…logo pressao sobre a seguranca social e demais sistemas do estado. Alem dos custos reputacionais para o pais.

    O unico sitio isento de risco e o cemiterio. E neste caso a comparacao entre o que aconteceu na banca privada e a CGD e ridicula. Ha uma inversao no que concluis.

    Mas eu tambem nao quero q o estado meta dinheiro nos bancos mas ja que o fez deve ter o direito de gerir e vender quando lhe aprouver, como qualquer outro accionista. Ao invés o que a UE parece pretender e a privatização da bsnca do estado que não teve nenhum problema. E esse o ponto do texto. Socializaram-se as perdas da banca privada e agora preparam-se para privatizar os lucros públicos.

  21. Em resposta ao anónimo das 18:52 e cito em parte

    ” A escolha é simples:
    – Certificados de aforro com baixas taxas de juro (até podem ser negativas!);
    – Produtos oferecidos pela banca privada com altas taxas de juro.

    E o risco? Cada um faz as escolhas que quer. Mas depois não se queixe. ”

    Você está equivocado .
    Os certificados de aforro, da Série B, até serem extintos por Teixeira dos Santos ( penso que com a acção de ML Albuquerque no Instituto de Gestão da Dívida Pública) eram o produto financeiro, comparável a um depósito a prazo na banca privada, portanto completamente -em teoria- isento de riscos ou seguro, que maior taxa de juro oferecia . Esta era calculada em face da média das três melhores taxas praticadas, acrescida de um prémio de permanência de 2 %, ao fim de dois anos .
    E assim esteve muito tempo .
    A maioria dos produtos comparáveis oferecidos então e até certa altura pela banca privada, oferecia taxas muitíssimo menores, logo, menos atractivas .
    Exceptuam-se claro, alguns bancos mais pequenos, que ofereciam taxas mais atractivas, para montantes muito avultados, cumprindo certas condições, e muitas das vezes, não completamente seguros, veja as barracadas do banco do Rendeiro e quejandos . Muitos dos utentes destes produtos sabiam que podiam ter problemas, outros não.

    Portanto a sua tese de que quem queria – ou quer – boas taxas teria que recorrer à banca privada, cai por terra . Repare que Vasco Rato, elevou as taxas dos da série C, tendo também alterado as condições do prémio de permanência, passando este a ser atribuído ao fim do 2º ano, tal como sucedia com a série B, e nao como inicialmente estava previsto, que era ao fim do prazo do período que estava determinado para cada aplicação desta série. Isto manteve-se por alguns anos e depois ML Albuquerque acabou também com isso .

    Quanto à questão do risco, é coisa que na actualidade me deixa perplexo e me dá que pensar, pois que vejo o Estado a pedir dinheiro à banca privada, mediante subscrição de dívida pública, ou seja, encorajando a banca privada a comprar dívida pública soberana, e simultâneamente, o mesmo estado, a emprestar dinheiro aos bancos, por estes estarem descapitalizados, falidos, e assim e assado .

    No meu comentário anterior, esqueci-me de mencionar alguns outros exemplos de pessoas que não entendem patavina de banca, casos de, desde logo, o mais destacado exemplo de completa e total incompetência, que é Dias Loureiro, Oliveira Dias, ambos do PBN, e Paulo Teixeira, do BCP .
    Mas há muitos mais . E nas grandes empresas públicas e mesmo no sector empresarial do Estado, são também mato, os que pouco ou quase nada percebem de gestão e economia .

    O melhor é gastar o seu dinheirinho .
    Já que em Portugal, pouco se valoriza a poupança, optemos então pela gastança :)

  22. “O unico sitio isento de risco e o cemiterio. ”

    Esse é precisamente o meu moto! Mas quando alguém faz um depósito a prazo na banca privada o que é que lhe dizem: é seguro, o Estado garante! E não garante só no papel, nem garante só no limite que diz que garante (100 000€): efectivamente o Estado garantiu/garante tudo a todos os depositantes!
    E o facto de a CGD ser Estatal só contribui para aprofundar a percepção errada de que há outros sítios totalmente isentos de risco para além dos cemitérios.

    “Mas eu tambem nao quero q o estado meta dinheiro nos bancos mas ja que o fez …”
    Eu percebo o seu argumento, mas daqui se vê que, sem discordarmos assim tão profundamente, colocamos a ênfase em momentos distintos:
    1º O Estado deve ou não meter dinheiro nos bancos;
    2º Já que meteu, o Estado deve ou não gerir os bancos.

    Falando já só sobre o 2º momento, o meu argumento vai precisamente no sentido da primeira frase sua que citei: o facto de ser o Estado a gerir bancos só reforça a ideia errada de que não há riscos! E os meus exemplos serviram apenas para reforçar a ideia que na CGD também há riscos, que o facto de a gestão ser pública não diminui esses riscos, apenas torna a percepção pública desses riscos mais diminuta. O que acaba por ser pior porque cria uma ilusão na opinião pública. Que vê com grande preocupação o estrondo das falências na banca privada, mas não se apercebe da necessidade de sucessivos aumentos de capital na banca pública, por exemplo. Discute-se o caso BES/Ricardo Salgado mas evita-se falar do caso CGD/Berardo (por exemplo).

    Logo, e em conclusão, quanto maior for a banca pública, quanto mais bancos forem resgatados com dinheiros públicos, maior é a diferença entre a percepção pública sobre o risco e o risco efectivo. No limite, com toda a banca pública, criar-se-ia a percepção de que tudo estava garantido, que os riscos eram efectivamente nulos, que a gestão bancária pública não colocava em risco os depósitos. Os dois exemplos da CGD que citei mostram que isso não é verdade. Ou seja, o facto de a banca ser (cada vez mais) pública só contribui para a ilusão da ausência de risco. E isso é muito perigoso. E mais tarde ou mais cedo, na minha opinião, vai resultar em facturas cada vez maiores para os contribuintes. Ganham os grandes depositantes (felizmente os accionistas parece que não estão a ser salvos) perdem os que pouco ou nada têm.

    A solução, do meu ponto de vista, não deve alimentar ilusões públicas sobre a ausência de risco. Pelo contrário, deve tornar explicito que o dinheiro depositado é aplicado pelos bancos (públicos e privados) em negócios que comportam risco, e que os contribuintes não podem ser chamados a eliminar esse risco.

  23. Anonimo, Todo o negócio banca e baseado na fiducia e um negócio altamente perceptivo.
    A ilusão perante o risco pode ser atenuada a montante com maior controle regulamentar publico e a jusante com maior transparência e literacia financeira. Alias se essa ilusão existisse a CGD já estava a abarrotar de depósitos e os outros bancos fechado portas. O problema não é isenção de risco mas sim grau de risco.
    O que não podes e fazer da actividade bancária um negócio anti-bancario. Eu também não gosto de 2as. Feiras mas não ando por ai a matar pessoas por causa disso.

    Os exemplos da CGD que citas são peanuts em relação ao que se passou na banca privada .Quereres fazer disso a tua base argumentativa contra a banca publica e muito forçado e so a enfraquece.

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