Decidi experimentar marcar uma consulta no centro de saúde (UCSF) da Alta de Lisboa. Disseram-se que, se fosse de manhã cedo, poderia ser atendida no próprio dia. Atrasei-me e só lá cheguei às 8h20. Responderam-me que já tinham sido atribuídas todas as 10 vagas para aquele dia e que as pessoas contempladas tinham começado a formar fila bem antes das 7 da manhã. Desconhecendo como aquilo das marcações funcionava, fui embora e entretanto lembrei-me que, em Fevereiro do ano passado, obtive uma consulta bastante rapidamente no mesmo centro mandando uma mensagem com um pedido de consulta para um endereço de correio electrónico (extenso) que na altura me deram, e tentei a minha sorte repetindo o processo. A resposta nunca veio, ou por já não existir tal modalidade de marcação, por alteração do endereço ou por outra razão que me escapa.
Telefonei. Responde-me uma gravação standard, do tipo “para marcações, deixe o seu número de telefone que nós contactá-la-emos logo que possível”. 15 dias volvidos, nada. Desloquei-me novamente ao local. Deram-me uma senha para ser atendida num balcão, onde me pediram os mesmíssimos dados que dera no telefonema, me deram um papelinho comprovativo e me disseram para aguardar que me contactassem. Cinco dias depois, nada também.
Confesso que, mais do que furiosa, estou intrigada. Se nem uma consulta para um centro de saúde se consegue, como se chega a consultas especializadas em hospitais? Mistério. As pessoas que lá se encontravam para consultas, há quantos meses (ou anos) as tinham conseguido marcar? Ainda estarão doentes? Será isto admissível?
Claro que pode haver outros centros de saúde que funcionem bem. Este parece-me uma desgraça total. Mas uma sobrinha que teve um bebé há três meses (Sacavém), disse-me que na semana passada a criança ainda não tinha levado qualquer vacina, razão pela qual até tinha receio de andar com ela em parques com miúdos, para já não falar da tentativa que fizera para ter acompanhamento da gravidez no público, que começaria ao sétimo mês!