Ao folhear as últimas páginas do Austerlitz deparei com pormenor insólito: uma assinatura a deslizar orgulhosamente sobre uma página que se esperava em branco. Primeiro, rebobinei de cabeça a compra daquele exemplar: como é que na Feira do Livro alguém conseguira profanar a minha compra? Depois, pensei que se tratava de um genial estratagema, prescrito pelo autor: que melhor forma de fechar este livro (sobre um homem que a páginas tantas descobre que o nome que sempre usara não é o seu) do que com um truque capaz de nos pôr a questionar o seu caminho até chegar às nossas mãos?
Vá lá que me lembrei de me informar com quem sabe destas coisas. Afinal, trata-se de uma mania de editor. O senhor da Teorema acha-se no direito de mandar imprimir a sua assinatura em obras alheias. Está bem. É capaz de ser coisa normal.
Uma linha editorial um pouco narcísica, parece-me…
Quanto aos comments acima, no comments…
PESSOAL, QUANTO TEMPO MAIS VAMOS TER DE GRAMAR ESTAS INTROMISSÕES? AINDA POR CIMA LEMBRAM-SE DE APARECER LOGO NOS POSTS MAIS INTERESSANTES. COMO ESTE. BELA HISTÓRIA, LUÍS, EXCEPTUANDO O FIM.
Esta semana comprei um livro da mesma editora e deparei-me com a tal dita assinatura… Fiquei intrigada, agora esclarecida;)
Sim. O narcisismo anda por aí à solta.
No cinema, os filmes de “produtor”. Nas TVs (nos telejornais em especial) o endeusamento dos apresentadores (“jornalistas” que apresentam) em detrimento dos apresentados.
.
A solucao para este problema vem muito bem explicadinha num filme: A piscina. E’ claro que o filme esta relacionado com muitas outras coisas.